sábado, 9 de maio de 2009

Herói? Jamais.





Em minha opinião só deveria ser considerado HERÓI aquele que:



1) Se lançasse de cabeça em um projeto que desse certo;
2) Que lhe custasse tudo. Se ele se safasse, seria por pura sorte.
3) Ele deveria saber desde o primeiro momento que esse seria o preço: tudo. E ainda assim aceitar.

Como na prática não é assim, mas chama-se de herói o idealista azarado, o resultado é que nenhum herói planeja mesmo ser herói, disso tenho quase certeza.

E não é assim por humildade, mas porque para ser herói, segundo se entende por aí, alguma coisa tem que sair muito, mas muito errada mesmo. É ou não é?

A pessoa embarca em um projeto glorioso mas só entrou por estar convencida de que vai dar certo ou que as chances de fracasso são mínimas. Sente-se segura. então não vejo muito heroísmo nisso... Depois planeja retornar às suas atividades feliz da vida, com aquela sensação de dever cumprido e pronto. Talvez ser lembrado pelos seus pares. Entrar na ala dos livros de história? Nem sonhar! Melhor seria que seu nome evaporasse como acetona ao vento. Entrar pra enciclopédia é sinônimo de catástrofe.

Sim, os glorificados "heróis" nem pensavam que "aquilo" ia dar no que deu. Se desconfiassem o tamanho do pepino não topariam de jeito nenhum. Daí a dedução é lógica: eles não "deram" a vida por uma causa. O que aconteceu é que a coisa saiu errada. Daí veio alguém do lado vencedor e tirou a vida deles. É bem diferente de dar.

Claro que se desse para desistir quando o céu começasse a ficar cinzento eles desistiriam. O problema é que todo o projeto arriscado tem um ponto a partir do qual não é mais possível retornar; a pessoa já está enrolada até o pescoço, não haverá mais perdão, já era. É seguir ou seguir. É quando o cara sabe que está ferrado mas continua não por "heroísmo", mas porque o carro simplesmente não tem ré. O ódio ajuda a seguir em frente. Continuar acreditando na causa também ajuda, se não a pessoa enlouquece. Daí o motivo de os escritos de prisioneiros nessas condições serem tão bonitos. Eles tinham que se convencer dia e noite, noite e dia, hora após hora que não eram idiotas que entraram em uma barca furada, que jogaram fora sua juventude, que estavam enfiando um punhal no coração de seus familiares por nada. Não, eles precisavam continuar acreditando mais do que nínguém. E toma-lhe carta.

Acho que herói é aquele que vai desde o primeiro momento sabendo que vai morrer. Vai como ovelha para o matadouro. Vai consciente de que perderá tudo, que será preso, torturado e morto, tudo com 100% de certeza. tipo um bombeiro que entra nas chamas sabendo que jamais conseguirá retornar.

Ou seja: não acredito que o azar transforme alguém em herói.

Não digo que esses jovens idealistas não mereçam louvores. Merecem sim, louvores, medalhas e menção. Mas suas medalhas devem ter outro tipo de inscrição, não a de "heróis".

A propósito: essa moça aí da foto é a Olga Benário. É uma que se lascou. Certamente não sabia que ia se dar tão mal. Idealista. Heroína para alguns. Sua história rendeu um excelente filme. Ainda assim acho que ela deveria ter ficado quietinha em seu país.

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sábado, 9 de maio de 2009

Herói? Jamais.





Em minha opinião só deveria ser considerado HERÓI aquele que:



1) Se lançasse de cabeça em um projeto que desse certo;
2) Que lhe custasse tudo. Se ele se safasse, seria por pura sorte.
3) Ele deveria saber desde o primeiro momento que esse seria o preço: tudo. E ainda assim aceitar.

Como na prática não é assim, mas chama-se de herói o idealista azarado, o resultado é que nenhum herói planeja mesmo ser herói, disso tenho quase certeza.

E não é assim por humildade, mas porque para ser herói, segundo se entende por aí, alguma coisa tem que sair muito, mas muito errada mesmo. É ou não é?

A pessoa embarca em um projeto glorioso mas só entrou por estar convencida de que vai dar certo ou que as chances de fracasso são mínimas. Sente-se segura. então não vejo muito heroísmo nisso... Depois planeja retornar às suas atividades feliz da vida, com aquela sensação de dever cumprido e pronto. Talvez ser lembrado pelos seus pares. Entrar na ala dos livros de história? Nem sonhar! Melhor seria que seu nome evaporasse como acetona ao vento. Entrar pra enciclopédia é sinônimo de catástrofe.

Sim, os glorificados "heróis" nem pensavam que "aquilo" ia dar no que deu. Se desconfiassem o tamanho do pepino não topariam de jeito nenhum. Daí a dedução é lógica: eles não "deram" a vida por uma causa. O que aconteceu é que a coisa saiu errada. Daí veio alguém do lado vencedor e tirou a vida deles. É bem diferente de dar.

Claro que se desse para desistir quando o céu começasse a ficar cinzento eles desistiriam. O problema é que todo o projeto arriscado tem um ponto a partir do qual não é mais possível retornar; a pessoa já está enrolada até o pescoço, não haverá mais perdão, já era. É seguir ou seguir. É quando o cara sabe que está ferrado mas continua não por "heroísmo", mas porque o carro simplesmente não tem ré. O ódio ajuda a seguir em frente. Continuar acreditando na causa também ajuda, se não a pessoa enlouquece. Daí o motivo de os escritos de prisioneiros nessas condições serem tão bonitos. Eles tinham que se convencer dia e noite, noite e dia, hora após hora que não eram idiotas que entraram em uma barca furada, que jogaram fora sua juventude, que estavam enfiando um punhal no coração de seus familiares por nada. Não, eles precisavam continuar acreditando mais do que nínguém. E toma-lhe carta.

Acho que herói é aquele que vai desde o primeiro momento sabendo que vai morrer. Vai como ovelha para o matadouro. Vai consciente de que perderá tudo, que será preso, torturado e morto, tudo com 100% de certeza. tipo um bombeiro que entra nas chamas sabendo que jamais conseguirá retornar.

Ou seja: não acredito que o azar transforme alguém em herói.

Não digo que esses jovens idealistas não mereçam louvores. Merecem sim, louvores, medalhas e menção. Mas suas medalhas devem ter outro tipo de inscrição, não a de "heróis".

A propósito: essa moça aí da foto é a Olga Benário. É uma que se lascou. Certamente não sabia que ia se dar tão mal. Idealista. Heroína para alguns. Sua história rendeu um excelente filme. Ainda assim acho que ela deveria ter ficado quietinha em seu país.

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