quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Última postagem do ano

Todo blog que se preze tem uma mensagem de fim de ano. O meu se preza. O meu tem mensagem de fim de ano.

Minha mensagem baseia-se no fato de que assim como um monte de coisas deu certo para você - PARABÉNS! VALEU CARA! EU NÃO DISSE QUE IA DAR CERTO? -  outras foram por água abaixo. Não esquente, foi assim pra mim também. Não emagreci, por exemplo. Nem termino 2009 tocando violão. E daí? Terei outras chances.

Você que está lendo esse texto considere-se um sujeito de sorte: tem olhos, sabe ler e tem tempo para abobrinhas distrações edificantes, como por exemplo ler o meu blog.

Bem, minha mensagem é simples e vai embalada em música: o que não deu certo, tente outra vez - veja o vídeo. Só isso. É simples mas precioso se levado a sério. Quem desiste já é meio defunto.

Convide-me para algo divertido em 2010.

Feliz Ano Novo!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Abraços e promessas


Crianças tristinhas podem ser tranquilizadas. Geralmente basta um abraço cheio de promessas.

Um abraço traz consigo a garantia de que todas as palavras ditas durante o enlace são verdadeiras. E tanto poder tem o abraço que as vezes ele diz  "é verdade!" mesmo quando nenhuma palavra foi dita ainda. Ele torna verdadeiro até o silêncio porque mil verdades se escondem nas pausas.

As maiores verdades do mundo parecem sempre estar nas pausas. Embrulhados no silêncio elas trazem nossos sonhos mais resistentes. No apertar de corpos parece-nos que uma promessa foi feita - e tão sagrada ela é!

"Estarei sempre aqui"...  "Vai parar de doer..."  "Sim, vai acontecer! Vai sim!"...   São crenças que no abraço ganhar corpo.   Naquela hora tudo é sagrado e isso acalenta porque fica coração com coração e parece tão dificil os corações mentirem!

Gosto de confiar nos abraços assim como as crianças.  É quando elas param de chorar.

Sendo assim, quero uma linda promessa para 2010. Minha alma está pedindo uma promessa. Ela precisa ouvir coisas lindas nesse final de ano porque disso é que as almas se alimentam. Se não...  definham.

Uma promessa com um abraço...  O que direi a mim mesma quando o ano estiver fechando suas portas e todas as promessas de acontecer forem jogadas para o ano que vem? O que direi a mim mesma para ser tranquilizada e ir dormir sorrindo?

Quando eu olhar para o céu... Ah, os céus esperam também que lhes atiremos promessas como balões coloridos. Pois sim, o que direi para a minha alma? E o que ela dirá aos céus?

Direi que jamais a magoarei e não a deixarei morrer de saudade. Nunca. Saudade de nada. Correrei o mundo em busca daquela pessoa. Chorarei se precisar.  Buscarei a paz,  amores, amizades, lindos passeios e novos caminhos. Darme-ei músicas e longos momentos de contemplação.  Terei bons amigos e não deixarei que eles se vão. Sorrirei mais, elogiarei e farei favores de boa vontade. Cercarei assim minha vida de amor e beleza.

Meu corpo será sempre saudável em 2010. Cuidarei dele, que terá um condicionamento maravilhoso. Subirei montanhas, descerei correntezas e jamais me afastarei dos que amam. Deus me ajude! Pedirei perdão e corrigirei velhas faltas. Não deixarei minha alminha no incômodo do arrependimento irresolvido.

Isso tudo será verdade quando eu for abraçada porque o abraço sela todas as verdades que queremos que sejam pra valer.

Você me abraçaria em 2010?

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Nave Errante - Guilherme Arantes

Me amarro nessa música. Não consigo ouvir uma vez só.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Bar Vitrola


Uma dica aí pra vocês:

Seguramente o bar Vitrola é uma das melhores opções para quem gosta de curtir a noite paraense e quer algo mais do que sentar e encher a lata até dar sono.

Ambiente bem refrigerado e com decoração agradável: poltronas, cadeiras e pufes,  pista de dança, banheiro decente. Para comer, você pode optar pelo buffet de tira gostos. É de qualidade e tem a vantagem obvia de não precisar esperar a boa vontade do garçon ou da turma da cozinha. Deu fome? Você vai e se serve como se estivesse na festa da casa de um amigo, com a diferença de que lá tem ótima variedade de frios e queijos, além de camarão, patês, torradas, salgadinhos, farofa...  além da cerveja GELADA.

O Vitrola está localizado na Rua dos 48. Passando na porta você jura que lá em cima daquela pequena galeria no centro da cidade não pode haver nada de interessante. Mas há. Aposte. E mais: o local é frequentado por gente de TODAS as idades. Tradução: seja qual for a sua data de nascimento, você se sentirá a vontade por lá.  Nada mais chato do que ir a um lugar e encontrar só garotada ou só velhos. Viva a diversidade!

Quando for, convide-me.

Drible de Deus



Pós Natal... 

25 de dezembro é Natal mas inventaram de que a festa é no dia anterior. Acho que foi o próprio Cristo que armou essa jogada e todos caíram. Ele fez isso para que o Natal fosse realmente um dia de paz, sem apelo comercial, de união dos amigos, da família, todos em simplicidade, sem pressa, comendo sobras, falando da vida, confraternizado afinal.

Se não fosse a sacada de comemorar o Natal no dia anterior, toda a loucura  cairia justamente para o dia 25, que é quando comemoramos a não-loucura.  Sendo assim, no dia 25 a gente fica com aquele gosto de "pós-Natal" na boca. E é um gosto muito bom.

Sem barulho, sem engarrafamento, sem correria, cada um com a sua família... Mesmo os que "pulam a cerca" priorizam a família nesse dia. Sim, o pós-Natal parece estar mais dentro da proposta natalina do que o próprio.

Os bêbados não incomodam ninguém; estão todos dormindo o sonho dos justos.  Jogados, quietos, inofensivos e com cara de santos. Tocante notar o quanto são indefesos assim em profundo sono. Podemos roubar-lhes a carteira, falar mal "na lata", xingar, passar a mão na bunda..  Eles não reagem. Toda a valentia de ontem foi para o ralo. Agora não passam de bebezões  inofensivos. É mais fácil gostar deles assim.

Ninguém trabalha; todos sobrevivem com as sobras. Ninguém se enfeita: todos tomam banho e aparecem com a cara lavada. Conversam, riem...   Quem não ganhou presente, a essas horas já se conformou.


Não é mesmo desse jeito que tem que ser o verdadeiro Natal? Por isso que digo: a antecipação (a princípio incompreensível) da festa que deveria ser 25 para o dia 24 foi um brible de Deus. Por quê? Para não esculhambarem o aniversário da vinda de Cristo ao mundo.

25 de dezembro sim, vemos um pouco de paz na terra. E é boooommmm!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Mudança


Não sei se aguento mais tanta mudança.

Há tempos que não consigo mais passar um Natal igual ao outro mas há tantos Natais queridos que eu desejava repetir! Como um filme que reprisamos, reprisamos, reprisamos...

É curioso mas tive bis de muitos aniversários; eles costumam ser parecidos uns com os outros. São todos irmãos; só que eu não me importaria se alterassem o enredo. O Natal é o contrário: queremos o nosso presépio com os mesmo personagens; queremos nos alegrar com as mesmas velhas alegrias.

Há algo de errado porque não está sendo assim. Mudanças... 

Em um ano fulano nasceu. No outro, beltrano morreu. Às vezes há convidados; noutras, só família. Há os queridos que vão embora mas há os que chegam alegremente como se fosse pra ficar. Não ficam.  Há as várias versões de mim mesma: eu mais magra, eu mais gorda, mais alegre, melancólica, feliz ou cheia de saudades. Mais presentes, menos presentes.

Sinto saudade de vários Natais que eu não sabia que estava por perder. Eu não sabia que eram únicos!

Cada Natal é uma estrela com diferentes brilhos. Umas são cheias e ofuscantes mas outras são pequenas e opacas.

A previsibilidade, costumamos desprezar em nosso dia-a-dia.  No Natal é o contrário: ela é a coisa que mais queremos. Pelo menos comigo é assim. Não quero Natais novos! Quero sempre o mesmo, com as mesmas doces alegrias: a mesma estrela, as mesmas músicas, as mesmas pessoas queridas com seus velhos abraços, seus sorrisos conhecidos e meigas manias. E quero a sensação de que será assim pelos séculos dos séculos.  Desejo a mais absoluta repetição: as mesmas piadas, as rabanadas, presentes previsíveis e até aquele nó na garganta. É tão bom acreditar que não perdi nada e que Deus me deu tudo de novo!

Nada de novidades. Se quiserem podem até me dar o mesmo presente do ano passado.  E não quero olhar para nós  mesmos e imaginar o que não mais virá a ser.

Esse seria o meu pedido, só que é tarde demais. A coisa já está acontecendo. Há um ralo cósmico que engole tudo. Há um vento autoritário que muda as coisas de lugar. Há forças que fazem acontecer e desacontecer. Somos expectadores perplexos de nossa própria história. 

As vezes considero isso e desejo ir antes que tudo se vá. Quero entregar antes que me tomem.

Há um filme que eu queria ver de novo: a Vovó Alba cercada de netinhos e um mundo de papéis de presentes espalhados no chão.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal (se vire!)


Se você tem família, feliz Natal. Será maravilhoso reunir as pessoas queridas e abraçá-las, rir e comer com elas nem que seja um sanduiche de mortadela.  Paz na terra, tá? Esqueça a dívida do cunhado, o sapato que sua irmã não devolveu ou o que ela devolveu com o salto esfolado. Paz na terra! Deixe pra lá o peru que prometeram. Afinal quem precisa de peru? Bem.. Paz na terra aos homens, de boa vontade.

Preste atenção: não "aos homens de boa vontade" mas "aos homens, de boa vontade". Entre os humanos só se vê má vontade. Li esses dias tanta má notícia, tanta desgraceira que se o Natal fosse hoje não apareceria uma estrela pairando no céu: ela se precipitaria na terra para explodir tudo aqui. Tá feia a coisa. Natal foi um gesto de boa vontade de Deus para com os homens. E por aqui, nada. Vá falar em Deus? Já torcem o nariz e te jogam na cara o padre pedófilo, o pastor rico, o crente fanático... como se Deus tivesse instituido isso.

Paz na terra aê, gente! Vamos abraçar e beijar, se der. Ah se você tem família... taí uma fauna que vale a pena preservar. Se não der pra comprar presente e daí? Eles sobreviveram até agora sem nada disso; podem aguentar sem seu mau gosto esse ano. Escreva um bilhete dizendo apenas o quanto eles são importantes para você. Seja esse o presente. Ou diga isso baixinho no ouvido deles enquanto os abraça. Já vale.

Se você não tem parentes... paz na terra! Pense na grana que você vai economizar. Pense no que você não vai engordar, nos presentes errados que não vai ganhar...

Mas peraí: todo mundo tem família mesmo que não tenha. Faça as pazes com a humanidade e eleja uma família AGORA.  Sim, essa pessoa que você pensou seria uma ótima mãe, e esse cara quebraria o galho como pai... aqueles manés como irmãos... Tá vendo? Com tanta gente no mundo, pelo amor de Deus, falar que não tem família é um desaforo.  Vá a luta! Se vire!

Certo, agora que já está todo mundo arranjado,
Feliz Natal.

E não esqueça: aquilo tudo que a Bíblia diz sobre o Natal é verdade. O que a mídia diz  não tem nada a ver. Ah, você não leu a Bíblia? Hmmm... tá meio por fora né, meu fio? Assim...  uns 2.000 anos.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Suprema ironia


"É precido dizer que a cirurgia plástica surgiu como um procedimento reparador, para corrigir um problema decorrido de um acidente..."

Acabei de ouvir isso na tv. Acontece que a ação da gravidade É UM GRAVE ACIDENTE. Gravidade é grave. É pra mim é acidente pois gera uma modificação indesejável em minha aparência, coisa que CLAMA por reparação - reparação essa que se não for reparada, ninguém me repara.

Estranho... se não reparam, nós não deveríamos nos incomodar, não é mesmo?

Pense: quem vai gastar dinheiro consertando um defeito no sofá que ninguém repara? Ou uma imperfeição na pintura da parede se ninguém nota, nem você? Ou no confeito do bolo que ninguém percebe? Quem liga?

O grande problema deverim ser os acidentes que nos transformam quem monstros, que degradam, que atraem olhares curiosos ou assustados. 

Ah os seres humanos...  Se o defeito é em nosso corpo o problema é justamente inverso: quanto maior o defeito, mais invisível nos tornamos. Pelo menos é assim, exatamente assim conosco, as mulheres. E é precisamente isso o que nos incomoda. Não queremos ser invisíveis.

("Mas seremos...")

sábado, 19 de dezembro de 2009

Natal de novo...


Olho para trás e avisto, não muito ao longe, uma doce criança que gostava tanto dos cacarecos de Natal - eu.

Calma, não apostatei! Claro que amo o Natal - data máxima da cristandade. Mas ando meio enjoada dos acessórios natalinos. A gente liga a televisão e em TODAS as propagandas aparece um babaca de gorro vermelho com alguma musiquinha brega ao fundo.
Alguém tem que nos livrar daquelas músicas! Lojas, televisão, ruas, é em todo lugar! Tenho até medo de dormir e sonhar com aqueles sinos badalantes!

Um mês de enfeites na sala e 11 meses de tralhas ocupando espaço no armário. Não se pode abrir uma porta sem que salte uma perna de guirlanda para fora do guarda-roupas como se tivesse vida própria, como se quisesse me pegar pelo pescoço, me enforcar! "Miserável Me tira daqui! Me tira daqui!!!!"

E a árvore, cheia de tentáculos e poeira? São horas para convence-la a entrar de volta na embalagem na qual ela veio ao mundo. Ela simplesmente se recusa a hibernar até o próximo Natal e todo ano se repete, em janeiro, as mesmas cenas de violência: a gente xingando e empurrando-a de volta na caixa. Empurra uma perna, ela põe o braço pra fora. E já notaram que qualquer árvore natalina a cada ano que passa envelhece dez? Sério. Com direito a calvície e corcunda. A gente compra à prestação aquele espantalho verde para no ano seguinte nos deparamos com um troço troncho e descabelado.
Deveria haver salão de beleza para árvores natalinas. Elas precisam, ora bolas!
Sim, e as bolas que nunca temos em quantidade suficiente?
Ah, deixe as bolas para lá já que temos também a questãos dos "cabelos de anjo" espalhados por debaixo dos sofás e as luzinhas que NUNCA FUNCIONAM NO ANO SEGUINTE. Pode reparar. A gente guarda com o maior cuidado e carinho - diferentemente do que fazemos com os pinheirinhos - mas no ano seguinte temos que encarar o sorriso desdentado do nosso rosário de lâmpadas. Dão mais nó do que ... do que tudo! E quando acendem é tudo banguela.

Agora vai um teste. Quero ver se sou normal: você gosta de chegar em uma casa e ser saudado por aqueles joguinhos de luz que tocam musiquinhas irritantes ininterruptamente? Pi-pi-pi-pi-pi... Meus Deus que troço chato! Não me convidem para festas onde as luzes apitam. Nem onde os Papais Noéis rebolam.

Sobre as músicas, só existem dois tipos: as terrivelmente chatas e as terrivelmente tristes. As vezes tenho a impressão de que essas músicas todas foram compostas por órfãos famintos tremendo de frio na neve, com os sapatos furados, olhando através de alguma janela a festa das crianças ricas. Jesus Cristo! Tanta angústia passa até a fome da gente.

E sabe, uma dúvida me aflige: existe mesmo algum lugar do mundo no qual as pessoas usem aquela roupa ridícula do Papai Noel? Aquele vermelho brilhoso no melhor estido "drag" ? Se existir me diga onde é para que eu não passe nem por perto.

Meu pedido de Natal é: por favor me mostrem um bom motivo para eu gastar meu tempo e dinheiro com penduricalhos natalinos e não comprar (mais) uma roupa nova. Juro que quero entrar no clima!

Obs.: Quanto a gravura acima...bem... Depois eu troco, tá?




quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

AVATAR e os gays


Acabei de assistir o filme AVATAR. Uma viagem! Adorei. Principalmente porque foi em três dimensões (em SP).  Como eu disse, uma viagem muito louca por um mundo imaginário mas que, devido aos efeitos 3D, a gente jura que existe, jura que está lá vivendo tudo com os personagens, vendo aqueles delírios, aquele colorido lindíssimo. Foram 3 horas de puro deslumbramento.

Agora tinha que aparecer uns chatos pra botar defeito. Vocês acreditam que militantes gays americanos resolveram dar chilique porque estão achando o filme homofóbico? Sim, só porque o casal romântico é heterossexual e dá a entender (na cabeça deles!)  que o futuro da civilização será de heterossexuais. Ohhh!  Não podemmos pensar isso porque para eles, os profetas, o futuro da humanidade é o homossexualismo. Só não entendo como pode haver futuro pra humanidade se os humanos resolverem não reproduzir mais...

Esse militantes estão delirando mesmo. Que saco! Agora todo mundo tem que ficar glorificando o homossexualismo se não é acusado de homofobia? 

E que merda eles sabem do futuro pra vir dizer que no futuro todo mundo vai dar a bunda  e colar velcro? Eles tem bola de cristal por acaso?  Era só o que faltava!

Segundo eles, cada filme com um casal hetero TEM QUE MOSTRAR outro com casal gay. Propaganda obrigatória agora? Eles não se mancam?  Pelo jeito querem que os heterossexuais passem a se sentir anormais...

Porque não vão viver em paz, amar e curtir a vida sem encher o saco dos outros? Respeitem a opiniao alheia, o trabalho (filme) alheio e tudo o mais. Ninguem tem obrigação de fazer propaganda gay! Ninguém precisa disso!

Zoológico


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

São Paulo e eu

Pois é, vim passar uns dias em São Paulo mas antes que me cobrem fotos de passeios emocionantes vou logo adiantando que não dei sorte no quesito "passeio". Mas estou sendo muito bem sucedida nos quesitos "descanso", "descompromisso" e "compras".

1- Em primeiro lugar, antes de vir fui advertida a só trazer roupas leves pois o calor estava infernal.  Me lasquei, porque o tempo mudou. Fiquei na pior com minhas alcinhas e rasteirinhas.

2- Nosso roteiro incluía um passeio na cidade de Brotas para curtir rapel, canionismo etc. Eu estava animada, criando coragem, quando descobri que a rodovia para Brotas está interditada. Não dá pra chegar lá por enquanto. Que dizer: não dá pra chegar lá exatamente durante os dias que eu estarei aqui.

3- Tudo bem, que tal asa delta em Santos?  Maneiro!!!! Fiquei assanhadinha e até subi no morro de teleférico. Beleza. Só que haviam marcado para aquele dia um campeonato de asa delta... campeonato esse que nem aconteceu porque são havia nada, nada, nada de vento. Quem saltasse cairia na vertical.

4- Resignei-me em descer no teleférico e acreditar que esse era um grande momento. Não tirei fotos porque minhas baterias haviam descarregado. Muito tempo guardadas...  Só vi isso na hora, claro. Mas tenho como pedir as fotos que meu filho tirou. Depois posto aqui.

5 - Tudo bem, restava passear por Santos e conhecer os pontos turísticos. Gostei muito da cidade, em especial da belíssima vista a partir do mirante. Apesar da chuvinha, uma beleza. Só que quando fui circular pelo famoso Porto de Santos era noite e caiu um dilúvio assustador. Não dava pra ver muita coisa até porque, além da chuva, faltou luz no porto. Acredita?

6- Mas no dia seguinte poderíamos ir ao Hopi Hari. Sim!!!!  Só que no dia em que resolvemos ir, o parque  estava FECHADO para um evento particular.  Sério, não é piada! E para o dia seguinte estava previsto chuva. Fui às compras. Fazer o quê? Pelo menos consegui comprar uma bolsa Carmen Steffens pela metade do preço.

7- Claro que não deixei de ir na José Paulino mas, como vocês sabem, as melhores lojas não fazem questão de vender roupas. Eu já sabia mas fui de teimosa:  só vendem no atacado. As que não se limitam ao atacado, ainda assim proíbem que a gente experimente as peças. Devem estar milionários para esnobar clientes assim. O que mais eu via era mulher sair resmungando da lojas.

Ainda tenho uns dias aqui. Vejamos no que vai dar.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Conselheiro da corte


Agora entendi!
Não estamos perdidos, temos um guru!

Depois da postagem de Paulo Coelho datada de  28.11.2009  é que finalmente consegui compreender o que está acontecendo no Brasil.  Não é que falte moralidade ou correção. Tudo está sendo friamente planejado. Tá tudo sob controle gente! Calma calma, não criemos pânico.

A impunidade não é problema. Estamos apenas seguindo à risca a cartilha de um  dos sábios das parábolas "coelhistas".

No episódio em questão, um dos alunos da fábrica de  sábidos começa a furtar. Seus colegas descobrem e ficam revoltados (que feio!).  Falam com o mestre pensando que ele vai fazer alguma coisa. Nada. No outro dia o f.d.p.  apronta de novo e nada de providência de nenhuma forma.

Passam-se os dias e o cara metendo o pé na jaca na maior tranquilidade. O mestre nem se coça. Aí é confrontado pelos alunos revoltados, que querem a expulsão do elemento para que não fique o mau exemplo.

Antes que você também fique com raiva do sábio, vou adiantar a fita: ele quer deixar o cara roubar até cansar. Tipo assim, até ele se convencer por ele mesmo que aquilo é feio. Diz que funciona que é uma beleza - e aí reside a verdadeira sabedoria.

Sabe, eu também acho. A verdadeira sabedoria a gente consegue por deduçao íntima, lá do âmago da alma. O cara tem que chegar a isso - desde que não seja às custas da MINHA bolsa. Se o Paulo Coelho quiser custear o cara para provar sua teoria, fique à vontade.

Na história em questão o carinha cansou de roubar. Ou porque acabou o estoque ou porque foi iluminado, sei lá. Pra todos os efeitos "alcançou a sabedoria."

Lindo né? O problema é quando a gente pensa no Brasil... 

1- Será que vai demorar muito para o pessoal do poder encontrar a luz?  Tá doendo!!!!

2- A lição tinha que ser aprendida com o meu dinheiro?

3- O Lula não podia arranjar um guru com uma teoria mais barata?

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Cristina X Papai Noel


Depois de muito custo e tu-tu-tu no ouvido, finalmente consegui falar com o Papai Noel. O problema é que empenhei-me tanto em conseguir o número telefônico, depois em conseguir a ligação em si, que deixei pra lá o principal: falar o quê? 

Claro que você deve estar se perguntando: se queria tanto falar com ele, deveria ter um motivo. E tive: tédio. Estava entediada, com as unhas feitas, cabelo pintado, tudo em dia mas queria fazer alguma coisa diferente. A noite me encontraria com amigas e queria ter algo a contar. Falar das injustiças do trabalho, de política ou das minhas últimas aventuras no shopping, nem pensar. Quem quer ser previsível?  Eu poderia chocá-las com uma conversa diferente, mais criativa, mostrar que meu círculo de amizades se amplia a cada semana - e com gente importante, viu! 

Não sei por quê não pensei em algum artista. Acho que porque estava passando um carro de som perto de casa, e tocava daquelas músicas natalinas. A associação foi imediata: por que não falar com o próprio Papai Noel? 

Não consegui no mesmo dia. E não vou dizer como consegui o número dele; tenho que resguardar minhas fontes de informação. Sinto muito. O importante é que uma semana depois lá estava eu em frente ao telefone desde cedo, tentando um contato. Se ele existia, iria me atender.

Finalmente atendem (uau!) e era o próprio. Eu jurava que ele tinha uma secretária ou pelo menos uma mulher. Acho que ele se separou daquela velhinha simpática que aparece nos cartões porque, como disse, ele mesmo atendeu:

Papai Noel - Alô?
Cristina  - É... er... é da casa do Papai Noel?
Papai Noel - Sim.
Cristina - Dá pra chamar ele pra mim?
Papai Noel - Não.
Cristina - (silêncio...) Não!? E por quê não?
Papai Noel - Porque é ele mesmo quem está falando - hehehe
Cristina -  Me faça o favor de chamar o Papai Noel? 
Papai Noel - Mas sou eu!
Cristina - O verdadeiro, quando ri faz  "ho ho ho"  e não "he he he".
Papai Noel - Minha filha, eu estou de folga; só faço "ho ho ho" no Natal. 
Cristina - Ah tá. Desculpa aí.
Papai Noel - Sim, mas diga: o que você deseja?
Cristina - (Ai! O que eu desejo mesmo?)  É... Desejo dizer que tenho um desejo.
Papai Noel - Todos temos. E daí?
Cristina - Éeee...  Bem...  Quero fazer meu pedido. 
Papai Noel - Você quer dizer que GOSTARIA de ser atendida em um pedido, não é? Já disse que estou de folga.
Cristina - Sim, é isso. Desculpa, é que estou nervosa.
Papai Noel - E eu tô ficando. Pois sim, diga logo minha filha.
Cristina - É... eu... (cara, o que eu quero mesmo?)
Papai Noel - Já sei: você deseja ligar outra hora.
Cristina - Calma! (velho ranzinza!)  O senhor não sabe o trabalho que tive para conseguir falar com o senhor!  Bem, meu pedido é: DESEJO PAZ PARA O MUNDO  (caramba, isso não é nada original!).
Papai Noel - Cumé?
Cristina- É, paz para o mundo.
Papai Noel - Você é miss por acaso? Só elas fazem esses pedidos idiotas.
Cristina - Poxa! O que há de errado com o meu pedido?
Papai Noel - Em primeiro lugar, nunca vi fazer pedido por telefone. Para o Papai Noel só se faz pedido por cartinha escrita à mão. É a norma.
Cristina-  Que "Norma"? Não conheço...
Papai Noel - Ai meu saco... Quando tocou o telefone pensei que fosse a faxineira.
Cristina - Da próxima vez vou atacar de faxineira; talvez o senhor me atenda melhor.
Papai Noel - Quer que eu desligue?
Cristina - Nãããooo!   Me diga, é só isso que está errado em meu pedido?
Papai Noel - Não. Em segundo lugar seu pedido está irregular também porque você só pode pedir uma coisa de cada vez.
Cristina- Mas é o que eu estou fazendo!
Papai Noel - Não. Está pedindo para o mundo todo, então são mais de 6 bilhões de "pazes".
Cristina- Caramba, não tinha pensado nisso.
Papai Noel - Além do mais você não pode pedir pelos outros. Já perguntou se cada pessoa no mundo prefere mesmo paz? Já perguntou?
Cristina - Não...
Papai Noel - Pois é. Depois vem uma multidão de cartas me esculhambando porque mandei o que não pediram.
Cristina - Mas todo mundo vai querer paz.
Papai Noel - Tolinha! Isso é o que você pensa. Conheço uma doida que só quer o marido da outra - e isso é guerra, não paz. Tem gente que prefere um carro, outros preferem o poder. Paz?  Tá em baixa.
Cristina - Quer dizer que tenho que fazer um pedido só para mim?
Papai Noel- Isso! Finalmente entendeu.
Cristina - E por escrito?
Papai Noel - Claro.
Cristina - (Burocracia...) Não quer que reconheça firma também?
Papai Noel - Até que você me deu uma boa idéia!
Cristina - Pô, o senhor não tá me levando a sério!
Papai Noel - he he he  -  ou ho ho ho, como preferir. Mas sim, vai querer paz mesmo?
Cristina - Claro, mas...
Papai Noel - Tem sólida, líquida e gasosa. Qual prefere?
Cristina - Quer dizer: o senhor vai me dar  mesmo qualquer coisa que eu pedir?
Papai Noel - Sim, ou não me chamo Papai Noel. Seu pacote de paz já está sendo providenciado.
Cristina -  Nãããoooo!  Peraí!
Papai Noel - O que foi?
Cristina - Pensando bem... não dá pra me arrumar uma viagenzinha para a Europa com o Taylor Lautner? É isso que eu quero.
Papai Noel - (Mais uma fútil...) Peraí, uma coisa ou outra! Ou Europa ou Taylor.
Cristina - Caramba!
Papai Noel - Vou quebrar o teu galho: vou realizar teus pedidos: Europa, com boa companhia mas...  e a tal paz?
Cristina - Quebra esse galho que já fica tudo em paz por aqui, velhinho!

Como Fica


Todo o fim de uma paixão
Tem um quê de constrangido
Um saltar não consentido
Do navio da ilusão

E uma nota derradeira
Repetida a noite inteira
Que traz, atrelada às lembranças,
Amargas desesperanças.

O amor ao se acabar
Assemelha a morte lenta
É fantasma que se assenta
Sem saber ir ou ficar

É espírito indeciso
Desditoso e impreciso
Quanto ao seu lugar no mundo

É semente abandonada
Em qualquer curva de estrada
Cujo solo é infecundo.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

É isso!

Uma das piores coisas do mundo é aquela sensação de que a gente está procurando alguma coisa, mas não sabe o quê. Sabe que é importante, quer muito, sente a falta mas...  É como alguém que embarcou  mas esqueceu alguma coisa fundamental no passado. Muita gente vive assim. Acho que todos já sentimos isso.

Uma inquietação, uma saudade, uma "lembrança não lembrada" de um estado de ser que não foi, ou que deixou de ser em algum momento.

Sinto essa inquietação que se torna maior à medida que não tenho tempo para refletir sobre ela.

Hoje... senti de novo aquela coisa boa e rara.  Parece que a distância, e não outra coisa qualquer, é que é capaz de produzir em mim essa sensação inebriante de LEVEZA.  Nada mais me produz isso.

Não adianta permanecer no Estado, trancar-me em um quarto, um hotel, sumir em um balneário. É realmente preciso que não exista a menor possiblidade de surgir um compromisso, um encontro, um convite de nenhuma espécie, evento algum, telefonema, horário, cobrança, absolutamente nada.

Depois de tanto tempo, só agora, tão longe, pude sentir esse gostinho, essa coisa viciante de desligamento e desobrigação. Ser livre enfim.

Estou agora em um quarto, escrevendo (claro!). Fazia calor esses dias (disseram)  mas hoje o tempo está nublado. Não importa. Não vim atrás de sol; vim atrás de mim mesma e dessa coisa caríssima que não quero largar. Estou desligada de tudo, despluguei.

Deve haver - sim meu Deus! - deve haver uma maneira de eu segurar esse pássaro azul semprecisar viajar. Preciso me sentir assim sempre!  Deve haver uma maneira de capturar isso, não é possível que não exista! Vou me empenhar nesse objetivo.  Vou perseguir essa coisa que senti tão poucas vezes na vida mas me faz tão completa e feliz.

As vezes a gente pára pra se reavaliar e perguntar o quê realmente busca. Pois esse "descolamento"  é mesmo o meu clamor mais verdadeiro.  É isso o que eu estava procurando.

Estou longe, mas raramente me senti tão perto de mim.

Não escuto nada nesse momento. Silêncio...  Apenas um cão late distante.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Férias!



Tô tirando uns dez diazinhos de férias. Escrever blog cansa muito. Não se preocupe porque tenho textos já programados, então o blog não vai parar. Além do mais, possivelmente conseguirei, entre um passeio emocionante e outro, postar alguma coisa mais quente.
Beijos especialmente para você, escravo, que está lendo isso do trabalho.
rsrsr

domingo, 6 de dezembro de 2009

A água da lua



Procuram água na lua...

Mas há uma mulher triste

Que come tantas pipocas

Em frente da televisão!

E ninguém a encontra...


Estão procurando água na lua...

Mas há uma mãe desesperada

Pelo menininho que não voltou.

Quem sabe lá o encontrem quietinho

Talvez até meio azulado...



Procuram água na lua...

Mas não encontram quem abusou da menina calada

Que não consegue explicar

Nada do que aconteceu.

Por quê não encontram um jeito de achar

O caminho do seu coração?

Mas já foram à lua! Só falta encontrar água.



A água da lua talvez seja ácida

Talvez radioativa

Quem sabe cancerígena

Maleficamente prateada

Talvez magicamente produza

Daqueles enormes diamantes

Que serão nossa desgraça

Porque são da lua irada!



Tenho medo das coisas da lua

Mais do que das coisas da Terra


Talvez achem água na lua

Antes de encontrarem o empresário sequestrado

Ou o traficante rival, magro e assustado

Com sua manorada grávida.


Sinto já um certo frio!

Não quero começar a ter medo...

E se a lua se ferir

E jamais nos perdoar?

sábado, 5 de dezembro de 2009

Taberna São Jorge (Bar da Valda)



Cerveja quente.

É o resumo que interessa. Hoje estou com a macaca.

Posso escrever muito mais sobre o local, mas para a turma da noite acho que não adianta muito. Sim, é um lugar descolado, charmoso,  reune pessoas adultas, tem decoração criativa, a gente vai e se sente bem, sempre com boas programações musicais e tal. Tudo isso é ótimo mas morre diante da frase fatídica: lá, frequentemente a cerveja é servida quente.

"Maldade!" pode alguém me dizer. "Não se julga um local por uma noite".  É verdade mas amigos já tinham me falado disso e no final das contas eu mesma constatei em mais de uma ocasião. E tem mais: quando a cerveja está razoavelmente refrigerada, ainda assim acabará esquentando porque lá eles não tem "camisinha" (isopor) para as garrafas.

Vai dizer que não é um absurdo um bar não oferecer um isopor para proteger a bebida dos clientes? Caramba, um investimento mínimo! Não basta a cerveja nunca estar a contento e a gente ainda tem que tomar rapidinho para não esquentar de vez!

Sim, sim, a comidinha é bem gostosa, mas cara. Pra você ter idéia, um "mexidinho" (delicioso, é verdade)  para dois, que nada mais é do que feijão com arroz, carne desfiada, um ovo e temperos, custa R$ 30,00. Se quiser mais um ovo frito, paga-se R$ 3,00 por ele. Onde já se viu um ovo frito pelo preço da dúzia? Delírio total.

Então porque ainda vou lá? Fui ontem pela programação cultural e porque a esperança é a última que morre. A gente sempre acha que por estarem com uma boa programação eles vão carpichar mais, pra segurar a clientela. Mero devaneio da minha parte. Todo mundo bebendo cerveja quente. E a maioria dos pratos pedidos estavam em falta. Não sei como ainda tem gente que vai lá. Ah, sei sim: a esperança é a última que morre... e o lugar é charmoso.

Mas para alguns não há charme que compense uma cerveja quente.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Profundo. Sei lá, entende?

Há dias em que estamos mais fracos para frases fracas de filmes fracos e, francamente, somos tocados. O que importa? Os inabaláveis me irritam.

Sabe gente imune a melodrama? Todos temos nossas fases mas algumas pessoas são planas como uma lajota. Não oscilam. Nunca as pegamos desprevenidas. Não há frase, cena de filme ou novela, cachorrinho triste com criança pobre, amor impossível ou sapato furado que as faça chorar ou pelo menos tremer os lábios. Ah, não é legal. A fragilidade humana tem lá seus encantos.

Sim, isso é um preâmbulo.

Eu era assim. Não, não era: queria ser. Posava de, mas não convencia nem meu espelho. Desisti e hoje comemoro meus momentos piegas como pequenas delícias humanas. Tipo... Não é bom ser brega vez por outra pelo menos? Pois é.

(Eu sei que você concordou lá no fundo do coração, hehehe)

Como eu ia dizendo no começo, fui tocada dia desses por uma cena de filme. Sinta: Seção da Tarde. Eram três amigas que não queriam se separar mas teriam que fazê-lo etc. Quem dá o pequeno e sábio discurso? (Tenho até vergonha de dizer!) Uma espécie de guru indiano!!!! (eu acho. Era velho, estava sempre sentado, usava um turbante e tinha a pele escura). É mole? Como fui cair nessa?

Quem nunca caiu numa cantada fraca atire a primeira pedra.

O que ele disse de tão profundo? A moça estava assustada frente as mudanças da vida. Ela não queria que nada mudasse. Amava suas amigas, sua vidinha... mas tinha sonhos! Muitos sonhos! E realizá-los implicava necessariamente em uma mudança radical e isso a assustava. Ele então lhe falou algo assim: "Minha filha, olhe as árvores, aquelas mais antigas e frondosas. Seus ramos crescem em direção ao céu e se expandem! Mas o tronco continua sempre o mesmo. Assim é a nossa vida. As mudanças são como os ramos da árvore. É impossivel evitar seu avanço, impossível segurá-las, é necessário deixar que nossa vida se transforme e sigamos nosso rumo; mas não devemos temer porque o tronco, as coisas realmente importantes da nossa vida, elas permanecerão inalteradas."

Achei isso muito lindo e verdadeiro e tocou meu coração porque tem tudo a ver com o mometo que estou vivendo. Por mais que certos contextos mudem, o que é fundamental continua inalterado: os valores básicos, o amor, as verdadeiras amizades, os fortes vínculos familiares, nossos sentimentos mais preciosos e o que realmente somos.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Hino do Pará


Sério: é um dos hinos mais belos - e desconhecidos! - do Brasil. Curta porque meu blog também é cultura.
Obs.: Essa aí sou eu propagando a cultura paraense. (Se colar, colou)




LETRA: ARTHUR PORTO
MÚSICA: NICOLINO MILANO
ADAPTAÇÃO E ARRANJO: GAMA MALCHER

Salve, ó terra de ricas florestas,
Fecundadas ao sol do equador !
Teu destino é viver entre festas,
Do progresso, da paz e do amor!
Salve, ó terra de ricas florestas,
Fecundadas ao sol do equador!

Estribilho

Ó Pará, quanto orgulha ser filho,
De um colosso, tão belo, e tão forte;
Juncaremos de flores teu trilho,
Do Brasil, sentinela do Norte.
E a deixar de manter esse brilho,
Preferimos, mil vezes, a morte!

Salve, ó terra de rios gigantes,
D'Amazônia, princesa louçã!
Tudo em ti são encantos vibrantes,
Desde a indústria à rudeza pagã,
Salve, ó terra de rios gigantes,
D'Amazônia, princesa louçã !

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

HOMOFOBIA - A Lei da mordaça


Achei brilhante este texto de Olavo de Carvalho - filósofo e escritor - publicado no Jornal do Brasil em 24 de maio de 2007   -   embora andem dizendo por aí que em 30 de maio de 2009 o jornal  O Estado de São Paulo tenha noticiado: “Sem alterações, Senado não aprova lei anti-homofobia”...  Só sei que no site do Senado ainda seja possível votar contra ou a favor (vá lá!) essa lei imbecil (que não cumprirei).

Mas leiamos o texto abaixo, que não perderá nunca o seu valor. Ah: os grifos são meus. Adoro grifar.

"Ilustres senhores parlamentares: 

Vossas Excelências podem votar, se quiserem, essa porcaria de lei que proíbe criticar o homossexualismo. Podem votá-la até por unanimidade. Podem votá-la sob os aplausos da Presidência da República, da ONU, do Foro de São Paulo, de George Soros, das fundações internacionais bilionárias, do Jô Soares, do beautiful inteiro.  Não vou cumpri-la. Não vou cumpri-la nem hoje, nem amanhã, nem nunca.  Por princípio, não cumpro leis que me proíbam de criticar ou elogiar o que quer que seja. Nem as que me ordenem fazê-lo.


Não creio que haja, entre os céus e a terra, nada que mereça imunidade a priori contra a possibilidade de críticas. Nem reis, nem papas, nem santos, nem sábios, nem profetas reivindicaram jamais um privilégio tão alto. Nem os faraós, nem Júlio César, nem Átila, o huno, nem Gengis Khan ambicionaram tão excelsa prerrogativa. O próprio Deus, quando Jó lhe atirou as recriminações mais medonhas, não tapou a boca do profeta. Ouviu tudo pacientemente e depois respondeu. As únicas criaturas que tentaram vetar de antemão toda crítica possível foram Adolf Hitler, Josef Stálin, Mao-Tse-Tung e Pol-Pot. Só o que conseguiram com isso foi descer abaixo da animalidade, igualar-se a vampiros e demônios, tornar-se alvos da repulsa universal.


Nada é incriticável. Quanto mais o simples gostinho que algumas pessoas têm de fazer certas coisas na cama.

Nunca na minha vida parei para pensar se havia algo de errado no homossexualismo. Agora estou começando a desconfiar que há. Nenhuma coisa certa, nenhuma coisa boa, nenhuma coisa limpa necessita se  esconder por trás de uma lei hedionda que criminaliza opiniões. Quem está de boa intenção recebe críticas sem medo, porque sabe que é capaz de respondê-las no campo da razão, talvez até de humilhar o adversário com a prova da sua ignorância e má-fé. Só quem sabe que está errado precisa se proteger dos críticos com uma armadura jurídica que aliás o desmascara mais do que nenhum deles jamais poderia fazê-lo. Só quem  não tem o que responder pode pedir socorro ao aparato repressivo do Estado para fugir da discussão. E quanto mais se esconde, mais põe sua fraqueza à mostra.


Sim, senhores.  Nunca, ao longo dos séculos, alguém rebaixou, humilhou, desmascarou e escarneceu da comunidade gay como Vossas Excelências estão em vias de fazer. As pessoas podem ter acusado os homossexuais de fingidos, de ridículos, de tarados, de pecadores. Ninguém jamais os qualificou de tiranos, de nazistas, de inimigos da liberdade, de opressores da espécie humana. Vossas Excelências vão dar a eles, numa só canetada, todas essas lindas qualidades. Depois não reclamem quando aqueles a quem essa lei estúpida jura  proteger se tornarem objeto de temor e ódio gerais, como acontece atodos os que tomam de seus desafetos o direito à palavra.


Quem, aprovada a PLC 122/06, se sentirá à vontade para conversar com pessoas que podem mandá-lo para a cadeia à primeira palavrinha desagradável? Os homossexuais nunca foram discriminados como dizem que o são. Graças a Vossas Excelências, serão evitados como a peste".

domingo, 29 de novembro de 2009

Gatos e outros bichos

Deus é testemunha: até me esforço para gostar de animais. Isso atesta meu crescimento espiritual - registre-se! Até pouco tempo atrás nem força eu fazia.

Com o advento da Lucrécia tenho procurado ativar em mim uma parte de minha alma que não veio de fábrica - ou veio com defeito.

Os bichos são esquisitos, todos eles. Pra começar não tem rosto, tem cara e sem expressão. Algo como uma máscara. Atribuimos a eles gostos e estados de "espírito" mas eles não nos dão pistas "faciais". Tudo o que dizem é com o corpo, pulando, sacudindo, rosnando, enchendo o saco.

No caso da Lucrécia, felina, mais estranhos ainda me parecem os bichos. Os gatos nos olham como se pretendessem nos hipnotizar. É um olho-no-olho que incomoda, quase uma afronta. Eles nos fitam entre assustados e furiosos, já notaram? Assim ... como quem sabe de algum segredo terrível ou pressente algo. Parece coisa de filme de mistério, de castelo fantasma, eu hein!

Por essas e por outras que os gatos foram tão perseguidos e quase extintos na idade média. Os devotados cristãos, que viam diabo em tudo, achavam que eles (juntamente com 80% da população feminina ) tinham parte com o Diabo. Sério! Os bondosos cristãos, com sua lendária fobia pelo Maligno, ao verem um gato parar e encará-los como nenhum outro bicho faz, detonavam o pobre.

Pois é, já falei pra Lucrécia parar com isso, mas ela não me ouve!

Relevo os olhares da Lucrécia mas o que não relevo é esse lambe-lambe, esse cheiro de bicho, os pelos, os modos irremediavelmente não humanos que me repugnam.

Às vezes a acaricio. Finjo que é um brinquedo de pelúcia mas logo vejo seus movimentos estranhamente ágeis, suas manias, preferências esdrúxulas por ficar nos telhados, seu prazer em beber água de vala, seus nervos à flor da pele.

Os bichos não riem nunca, não importa o que você faça por eles.

O fato é que a não humanidade dos bichos me irrita. E tudo neles que lembra os humanos me irrita ainda mais, pois parece um arremedo grotesco e pretensioso.

Ninguém ocupará o lugar da Lucrécia em minha vida. E isso não é uma frase de amor.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Estrelas


Não ter o que desejar é não ter estrelas
É olhar o céu e nada ver
É a imobilidade no sonho
É dormir em vão

Não ter o que desejar é alcançar estrelas
É uma forma de perde-las
Porque de perto toda estrela é rocha
Toda estrela é quente
Dura e íngreme
Dífícil de conciliar

Tenho estrelas no bolso
E algumas bem guardadas na areia
Salvei outras poucas no céu
Raramente as vejo.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Não piorou?!



Esses dias discuti o tema abaixo com umas pessoas amigas. Repetiam como um gongo que para elas a moralidade no Brasil não decaiu (tem quem acredite nisso...) apenas está mais aparente. Este  "estar mais aparente" é um lance de sinceridade dos bandidos, uma coisa até bacana da parte deles. Antigamente a corja política roubava escondido, agora os ladrões são mais sinceros sabe, o que é até preferível.

Claro que fiquei pasma. E claro que estou sendo irônica. Mas o que disseram não era muito diferente do que estou dizendo. Aqui, apenas 10% é ironia. Sim, há quem ache que descaramento é avanço. Há quem ache que agir sem temor não seja um indicativo de piora - não do caráter do desonesto em questão, mas da sociedade que o abriga. Houve sim um apodrecimento ao redor...

Argumentei assim:

Situação 01:  O cara é do mal: rouba, persegue, barbariza. Só que ele está inserido em um contexto no qual há que temer algum tipo de represália. Sendo assim, toma algumas precauções. Esgueira-se, esconde-se, se o acusam diz que não foi bem assim - mas continua no caminho do mal porque de qualquer modo conta com 90% de amigos no poder. Seu incômodo, a pedra no sapato são esses malditos 10%.

Situação 02: O cara é do mal: rouba, persegue, barbariza. Só que ele agora está no paraíso: não teme represália alguma. Não precisa tomar nenhum tipo de precaução. Não se dá ao trabalho de se esgueirar ou de se esconder. Se o acusam não traz no bolso ensaiada nenhuma desculpa esfarrapada. Não diz nada. Ou diz que não sabe de nada, não viu nada, tá todo mundo doido. Pronto. Continua no caminho do mal porque de qualquer modo conta com 100% de amigos no poder. Seu incômodo... Ei, não há incômodo! A pedra no sapato sumiu! Tá tudo dominado!

As duas situaçoes são idênticas? 
Se estivermos falando de dois países diferentes, você me dirá que ambos estão em igual condição ou um dos dois está um pouco pior?
Se você disser que dá na mesma pare por aqui. Nem dá pra continuar. Acho que você tem um problema sério de percepção das coisas ou não quer dar o braço a torcer.

Cara, é duro falar em português e ter ser entendida em aramaico.
EU NÃO ESTAVA DISCUTINDO A MORALIDADE DO LADRÃO MAS DOS OOOOUTROS!

Claro que fazer escondido ou  fazer no alto da montanha não melhora nem piora ninguém.

O que eu quis dizer e repito: se ele não tem mais do que se esconder é porque a estatura moral DE QUEM O CERCA piorou - e muito. Ou seja: o que eu discutia não era se o bandido ficou pior mas se ele ganhou mais adeptos.   No Brasil, se se escondem menos é porque eles aumentaram em número como ratos. O bandido continua o que sempre foi, só que mais desinibido.

Dizer que as coisas não pioraram só porque o bandido não piorou?  Se ele teve aumentada a sua base de apoio a coisa piorou sim, e muito.

Ah mas é tão chato admitir isso né? Menos doloroso é dizer que está tudo igual.

Pois é...  Ainda tive que ouvir o seguinte: "Ah, eu prefiro que se faça às claras. Acho um grande progresso. Pelo menos assim a gente vê o tamanho do problema."

Caraaaaacaaaaaa!

Quando "às claras" significa apenas que se tirou o pano, eu também prefiro! Mas quando esse "às claras" significa que a máfia tomou conta com sua garantia de tranquilidade, como posso chamar isso de avanço?!



terça-feira, 24 de novembro de 2009

Questões na garrafa



Já ouvi dizer que nenhum escritor escapa de um assunto único. Podem ser cento e cinquenta livros com personagens formigando mas o assunto é recorrente, volta como um pêndulo. Ele só consegue escrever sobre uma única coisa. É uma espécie de condenação.


Não é só ele. Todos temos nossas questões invencíveis. Elas não se vão e pronto.  Eu? Vez por outra venço as minhas "definitivamente". Piso-as, tranponho-as como um Dom Quixote amalucado. No dia seguinte meu espelho ri de mim. 


É, todos as temos ainda que não escrevamos atormentadamente a respeito.  Pelas minhas contas cada ser humano tem em média uns três desses fantasmas. Às vezes é um apenas. Pode tratar-se de uma pergunta daninha brotada na infância... ou uma dor pontiaguda que persiste. A verdade é que nada no mundo livrará você disso. Desista.  Eu mesma já li, interroguei, verifiquei a vida dos outros tanto aberta quanto disfarçadamente;  comparei fatos e atitudes, causa e efeito, leis que se repetiriam, possíveis previsibilidades, lições universais e nada. Nada! Cada vida é como uma impressão digital. O sapato do outro não cabe no meu pé nem no seu. Tudo é único e na prática isso não é liiindo. Na vida real é uma lástima.




Decidi: já que tenho que sofrer, fico pelo menos com o charme dos meus pequenos mistérios. Ou com a ilusão de que esses pequenos mistérios têm algum charme. Ou da ilusão mais apatetada ainda: a de que existem mistérios em questões que na verdade são comuns à humanidade (desde sempre!) e que já foram repisadas por filósofos que não li.  Pobreza intelectual...


Pois deixem-me com minhas  folhas guardadas em livros, meus recortes de papel inexplicáveis, meu retirar-me para meditar em discrição romântica. Sempre achei que essas reservas nos brindam com certa altivez "de personagem". Melhor do que desnudar-me gratuitamente para pessoas  ralas que sequer descobriram que têm questões existenciais.


Repensar e repisar...  Dizem que é isso o que o verdadeiro artista faz. Já pensei muito a respeito. Ele faz ou não faz? Faz. Aberta e veladamente. Abre o suficiente para sua arte ganhe as gerações mas fecha-se também porque não quer ser obvio.Ou não consegue ser. Ou não o traduziram direito.  Piadinha.


A maioria dos leitores ficará plainando na superfície e talvez - isso mesmo - talvez só o próprio escritor/pensador mergulhe solitário mil vezes em seus assuntos dolorosos e inconclusos, em suas perguntas que vão e vem e que uma vez respondidas seriam tão doce descanso! Mas não. Elas são cálculos que não fecham, costuras que cedem, feridas que abrem em flor, cremes que desandam, lages que racham, céus que desvestem do azul e reassumem teimosamente o luto. Pêndulos. Então os escritores morrem - e nós também! - sem nunca chegarem a lugar algum depois de tanto falatório e "escrivinhação". Sem respostas.



Também lanço aos mar minhas garrafas e meus semi-textos.  "Semi" porque nunca digo tudo. A dor mais funda fica agarrada às fundações de meus aposentos. Elas temem a luz do dia porque tudo é assustador aí fora.  A pergunta mais reveladora, o olhar prerscrutador, o fio da meada que lançaria luz à maior inseguraça, ao medo mais nítido, à fragilidade mais patética, às carnes de gelatina nuas na geada...  isso não exponho. Você não sabe de mim, só minha mãe que já se foi.



Pois sim, também lanço minhas garrafas ao mar. Dentro delas coloco folhas manuscritas com meus mais caros pesares, vexames não esquecidos, dores flamejantes, perguntas inúteis mas como doem! Lanço-a não para que volte mas para que o mar leve-a de mim, lave-as de mim. Quero despedir-me do que nem para livros ou canções servirá. Nem mesmo para mistérios sedutores.


Sento-me na areia esperançosa de perder de vista o que não me dá descanso. Verei então, apenas e para sempre, horizonte infindo. Nisso empenho minha oração. Terei o olhar perdido e a mente dos idosos, a vaguear onde queira. Feliz indolência...



É inútil. Aos primeiros raios da manhã nasce um estranho astro:  é a minha garrafa,  iluminada pelos primeiros raios do sol. Parece uma estrela do dia. Ressurge para a minha vida como um prisma. Vem a mim com tanta precisão como se eu a tivesse invocado. Volta grávida de dores, com as mesmas questões que ditarão novamenet os caminhos da minha vida.


Pois é isso e assim é. As interrogações, hesitações, frases inconclusas e o que ainda não conseguimos resolver são a foice que nos abre o caminho do dia seguinte. E o dia seguinte é tudo de que precisamos para continuar.

domingo, 22 de novembro de 2009

Carta de um policial a um bandido





"Senhor Bandido,

Esse termo de senhor que estou usando é para evitar que macule sua imagem ao lhe chamar de bandido, marginal, delinquente ou outro atributo que possa ferir sua dignidade, conforme orientações de entidades de defesa dos Direitos Humanos.

Durante vinte e quatro anos anos de atividade policial, tenho acompanhado suas conquistas (?) quanto a preservação de seus direitos, pois os cidadãos e especialmente nós policiais estamos atrelados às suas vitórias, ou seja, quanto mais direito você adquire, maior é nossa obrigação de lhe dar segurança e de lhe encaminhar para um julgamento justo, apesar de muitas vezes você não dar esse direito as suas vítimas. Todavia, não cabe a mim contrariar a lei, pois ensinaram-me que o Direito Penal é a ciência que protege o criminoso, assim como o Direito do Trabalho protege o trabalhador, e assim por diante.

Questiono que hoje em dia você tem mais atenção do que muitos cidadãos e policiais. Antigamente você se escondia quando avistava um carro da polícia; hoje, você atira, porque sabe que numa troca de tiros o policial sempre será irresponsável em revidar. Não existe bala perdida, pois a mesma sempre é encontrada na arma de um policial ou pelo menos sua arma é a primeira a ser suspeita.

Sei que você é um pobre coitado. Quando encarcerado, reclama que não possuímos dependência digna para você se ressocializar. Porém, quero que saiba que construímos mais penitenciárias do que escolas ou espaço social, ou seja, gastamos mais dinheiro para você voltar ao seio da sociedade de forma digna do que com a segurança pública para que a sociedade possa viver com dignidade.

Quando você mantém um refém, são tantas suas exigências que deixam qualquer grevista envergonhado. Presença de advogados, imprensa, colete à prova de balas, parentes, até juízes e promotores você consegue que saiam de seus gabinetes para protegê-los. Mas se isso é seu direito, vamos respeitá-lo.

Enfim, espero que seus direitos de marginal não se ampliem, pois nossa obrigação também aumentará. Precisamos nos proteger. Ter nossos direitos, não de lhe matar, mas sim de viver sem medo de ser um policial.

Dois colegas de vocês morreram, assim como dois de nossos policiais sucumbiram devido ao excesso de proteção aos seus direitos. Rogo para que o inquérito policial instaurado, o qual certamente será acompanhado por um membro do Ministério Público e outro da Ordem dos Advogados do Brasil, não seja encerrado com a conclusão de que houve execução, ou melhor, violação aos Direitos Humanos, afinal, vocês morreram em pleno exercício de seus direitos."



Autor: Wilson Ronaldo Monteiro
Delegado da Polícia Civil do Pará
30 Jun 2009 04:44 PM PDT




sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Objetos que eu odeio


1) Aquelas maquininhas de secar as mãos que colocam em shoppings e locais públicos para fazerem de conta que estão sendo ecológicos e atenciosos com a população. Por quê odeio? Primeiro porque não secam. Segundo porque não secam. Terceiro porque não secam. Fazem um barunho nojento, sopram ar quente por uns três míseros segundos e dane-se. Aí você escolhe: fica igual a uma idiota abanando as mãos na frente da máquina para convencê-la a soprar de novo enquanto atrás de você se forma uma fila de fêmeas de mãos pingantes ou vai-se embora secando as mãos na roupa. Aquelas porcarias só servem para gastar energia elétrica.

2) Frascos recarregáveis de maionese e catchup em balcões de lanchonetes. É a coisa mais pegajosa e nojenta do mundo. É o banheiro, motel e maternidade de todas as moscas que não possuem plano de saúde.

3) Aquelas tiras de borracha que amarram nosso braço quando fazemos exame de sangue. Além de beliscar nossa pele ainda puxam os pelinhos do braço.

4) Cesto de papel higiênico pequeno com um sacão plástico enorme dentro, já ocupando 80% do cesto. Você joga o papel usado e tem que empurrar a porcaria com a mão.

5) Pia de banheiro miseravelmente pequena, dessas que você lava a mão e acaba lavando também os pés.

6) Roupas com etiquetas que pinicam.

7) Pirulito vagabundo, que corta a língua.

8) Perfume de carro com cheirinho de frutas ou de bebê. Ô coisinha mais brega!

9) Aliás, qualquer ser vivente com mais de um ano de idade com cheiro de bebê é ridículo. Véia então, deveria ser metralhada.

10) Absorventes que grudam na calcinha e não querem mais sair nem por decreto.

11) "Bico de pato"; aquele objeto ridículo, incômodo e humilhante que os ginecologistas usam para sacanear com a gente.

12) Jornal. Sujam nossos dedos e emporcalham toda a nossa roupa. As folhas são enormes; você não consegue virar as páginas a não ser com os braços bem abertos como se fosse o Cristo Redentor. Eu não sou o Cristo Redentor! E no final da leitura o jornal está todo arreganhado. Irritante. O que custa vender aquela merda grampeada ou pelo menos com as páginas menores? Não, não ia virar revista, mané!

13) Toalha de plástico para forrar a mesa. Grudam no braço e por algum motivo misterioso atraem mais moscas do que cachorro atropelado.

14) Falso sabonete líquido. Cara, tá com pena de gastar dinheiro com sabonete líquido? Então não põe nada na pia, tá? Não preciso. Mas colocar 100 ml de detergente vagabundo diluído em 3 litros de água é palhaçada!

15) Pratos descartáveis "irmanados". Daqueles que jamais se separam. São 1.000 pratos mas você olha, pega, apalpa e jura que só tem 1.

16) Agora é a sua vez: .............

Nos comentários você pode acrescentar mais coisas.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O novo Orkut


Eu nem sou tão ligada em Orkut mas até que estava curiosa. Fui convidada e dei uma checada. A grande novidade é: não tem novidade.

Gente, alguém aí me explique que conversa é essa de "novo Orkut"? Não vi nada que justificasse o frisson. Que desapontamento! Uma corzinha aqui, uma arrumaçãozinha imperceptível lá... Pensei que estaria completamente reformatado com uma cara absolutamente nova, dessas que a gente não tem nem vontade de sair da frente ou morre de raiva tentando entender como é. Tipo novo Word.

Novo Word gera curiosidade e corresponde à expectativa; vem sim com várias novas ferramentas, a cara passa por um liftig total. Mudam um monte de coisas de uma gaveta pra outra, trocam as prateleiras...  Chato para uns, instigante para outros, mas se dizem que é novo a gente entende por quê. Mas esse novo Orkut, de novo não tem P.N.

Tá, tudo bem, vou checar de novo pra ver se acho tem alguma coisa nova que não notei, talvez no cantinho da página. Mas até lá, deixo aqui o meu protesto.

domingo, 15 de novembro de 2009

Sem palavras...


Homenagem


É sobre meu aniversário. Ainda... mas juro que chega.
Recebi uma linda homenagem de uma amiga - a Claudinha - e quero me gabar compartilhar com vocês.
Ela me deu os parabéns pelo meu aniversário através de um comentário em uma das minhas postagens aqui no blog. Também me telefonou. Como se não bastasse escreveu uma linda postagem a meu respeito em seu blog. Entrem AQUI e chequem. Que meigo!

Valeu, amiga!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Treze de novembro


Pois é, hoje é o meu aniversário. Você deve estar pensando "o que será que eu poderia comprar para a Cristina? O que ela gostaria de ganhar de presente?"

Caso você seja muito distraído e ainda não tenha observado aí na barra de cima do meu blog, acorde! Existe uma LISTA DE DESEJOS pronta para ser clicada. Uma vez tendo feito isso você encontrará uma singela lista de sugestões de presentes para o caso de pensar que sou materialista e que um simples sorriso ou telefonema seu não seria suficiente para me fazer feliz. Ou para o caso de você querer extrapolar e me fazer sobeja, transbordante e supimpamente feliz.

Este texto foi escrito com antecedência de semanas e programado para se auto-publicar hoje. Quando foi escrito eu programava não programar nada para este dia. Se eu mudar de idéia e te convidar para alguma coisa VÁ, ou poderei me sentir rejeitada. Se estiver sem dinheiro não tem problema. Um verdadeiro amigo vai com a mão abanando e a cara cheia de coragem. Só os bons amigos vão assim mesmo, a despeito de tudo e não estão nem aí. Se eu não te convidar para nada... sei lá.

Por quê estou escrevendo isso tudo? Não tem muito sentido mas como é o MEU dia ninguém me criticará, certamente.

Feliz aniversário para mim!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

12 de novembro

Já que amanhã é o meu aniversário, CLIQUE AQUI e vejam uma charge legal, pra começar.


Sabe, olhando essa imagem aí eu lembrei de uma coisa engraçada. Quando era pequena, embora adorasse meus aniversários eu simplesmente ODIAVA quando cantavam os parabéns. Ficava realmente irada, de mau humor, fazia o maior papelão. Minha mãe acabava passando vergonha todas as vezes. Quando cantavam eu ficava tão contrariada mas tão contrariada que me enfiava debaixo da mesa (sério!) e ficava lá até terminarem a odiosa cantoria. Quando acabava eu retornava para soprar as velinhas.

No fundo ninguém gosta do tal Parabéns pra Você. O pessoal canta de maldade mesmo, pra se vingarem pelo gasto com o presente. Não é não?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O mundo vai acabar - de novo!


Se todas as pessoas que marcaram uma data para o fim do mundo se dessem as mãos... Não, elas não se dariam as mãos porque nunca estiveram de acordo quanto à data exata. Mas se se enfileirassem, várias voltas em redor dom mundo seriam dadas.

Bem, agora a onda é 2012. Gente, os Maias (que nãos estão mais aqui para explicar essa história) disseram que o mundo se acabará nessa data. Como prova disso eles nem se deram ao trabalho de continuar a publicar seus calendários que tanto faziam sucesso entre os borracheiros da época, com aquelas gostosas na na capa. O calendário maia termina em 2012 e depois disso ... nada. Nem um peitinho para 2013.

Estou doida para ver o filme que nos assombrará. O trailer é ótimo. Ainda não vi efeitos especiais de tanta qualidade. Ao ser lançado estarei no cinema rente que nem pão quente. Isso se Deus quiser e o mundo não tiver acabado. Colocarei o celular no silencioso, comerei nervosamente minhas pipocas, arregalarei meus olhos delineados, levarei sustos na hora certa e ao fim retornarei para casa para dormir impressionada e feliz.

Gosto do tema "Fim do Mundo". Faz parte das minhas fantasias prediletas imaginar o extermínio final das baratas, dos Sem Terra, do PT, dos terroristas, do tecno-brega, da poluição sonora nas praias e da celulite. A solução final. Ah o fim do mundo... E o fim - finalmente o fim! dos flanelinhas e do licenciamento anual de veículos. Quer coisa melhor?

Quem não gosta nada disso é a NASA. Não me refiro à minha vizinha Nazaré. Se bem que acho que ela também não gosta de pensar no fim do mundo porque ela é muito religiosa e como sabemos os religiosos morrem de medo de Jesus Cristo pois podem ser pegos de calças curtas por ele:
"- Hahããããã!!!!! Pecando, hein?" 

A NASA que me refiro aqui é a Agência Espacial Norte Americana. Li esses dias que ela está "revoltada" (ui!)  com o filme "2012, dirigido por Roland Emmerich, com estreia prevista para o próximo final de semana, relata o fim da humanidade no solstício do inverno boreal de 2012, exatamente no dia 21 de dezembro, após uma série de catástrofes naturais."

Conheço Nasa faladeira, Nasa fofoqueira, Nasa invejosa... mas essa NASA aqui passou dos limites. Está afirmando, jurando e assegurando que essa mania de fim de mundo é descabida, que não tem nada disso e que o mundo não vai se acabar em 1012 coisa nenhuma. Pronto. Agora eu pergunto: como eles sabem?

Na minha opinião afirmar isso é tão ridículo quanto afirmar que o mundo vai acabar. Ninguém tem dados nem pra lá nem pra cá. Certos estão os cineastas: vamos fazer  filmes e nos divertir!

Quem sabe alguma coisa sobre o dia de amanhã?  Vai que dá uma merda e explode um monte de bomba ao mesmo tempo. O que não falta no mundo são malucos poderosos com bombas nas mãos. Outra hipótese: vai que esses cientistas, mancomunados com os governos (eles são "assim" com os homens) não nos contaram nada para não criar pânico, mas na verdade o espaço está a maior zona e tem um monte de astros viajando em nossa direção e vão colidir com a Terra sim. Sei lá! Vocês confiam neles? Eu não. Vocês confiam no que uma agência americana diria oficialmente para o resto do mundo? Tá doido? E se o nome dessa agência é NASA? Menos ainda. Soa em meus ouvidos como "DONA MARICOTA".

"Se esta possibilidade de colisão fosse real, os astrônomos teriam detectado este objeto "ao menos durante a última década, e agora seria visível a olho nu. Obviamente, não existe. Nenhum cientista sério do mundo conhece alguma ameaça para 2012", insiste a Nasa. e eu completo: nenhum cientista iria querer perder seu lugar nem as verbas de pesquisa. Não é melhor ficar calado, como nos filmes?  

"A vida imita a arte."

"A agência destacou que as colisões catastróficas da Terra com corpos celestes são muito raras, e que a última ocorreu há 65 milhões de anos".  Sei lá... Vai ver que já está na hora de acontecer outra. Por via das dúvidas eu vou... vou o quê mesmo? Vou comprar um saco de pipocas e me preparar para assistir o filme. Você tem sugestão melhor?

Obs.: A propósito: aí acima está a imagem do calendário maia que explica o beabá do final do mundo. Coloquei aí para você não ir na onda dos outros e conferir a profecia com seus próprios olhos.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Crianças em caixas

Esses dias fui atraída por sons infantis. Olhei pela janela aqui do trabalho e vi crianças de uma escolinha no horário de recreio. Sabe, achei triste.

Olha só o momento de lazer: amontoar-se em um espaço pouco diferente de uma enorme caixa de cimento fervente à qual a proprietária chamaria de "área de recreio".

Pelo amor de Deus, os moleques deveriam ganhar adicional de insalubridade por brincar ali. Calor infernal, árvore nenhuma, cimento no chão tipo "ralador", uns bonecos desbotados pintados na muro... Tadinhos! Não dava nem para ensaiar uma corrida! e todo mundo sabe que criança normal adora correr! Depois não querem que sejam obesos.

Sinto sede só de lembrar dos pobrezinhos fritando...

Caramba, onde está o espaço verde? Que confinamento era aquele? É direito da criança brincar na terra e da terra fazer bolo com bandeirinha no alto, rodear as árvores, olhar flor de perto, descobrir os segredos das formigas, plantar pelo menos um pé de cebolinha e ter a satisfação de ficar com as uninhas sujas. Voltar pra casa com os bolsos cheios de pedras, fazer de conta que folhas são dinheiro e tudo o mais. Meu Deus, como colocam aqueles inocentes num quintal queeente sem sombra e ainda chamam aquilo de "recreio"? Para mim tava mais com cara de castigo. Devem ter se comportado muito mal durante a aula.

Quando criança eu adorava deitar no chão e ver o laborioso trabalho das formigas. Gostava de cismar com uma e segui-la com os olhos tentando não confundi-la com nenhuma outra. Depois de alguns poucos minutos a sensação era de intimidade e aquela pequenina se tornava especial. eu a conhecia porque sabia de onde ela vinha, quantas vezes caiu a folha, quantas vezes ela parou, quantas "conversou" com outra formiga... eu sabia da história dela! Não dá pra fazer isso no cimento escaldante.

E ao voltar para casa estas crianças terão televisão, computador e uma empregada.

Esse mundo está meio esquisito...

sábado, 7 de novembro de 2009

Sem Você - de Riva Moutinho


Não tenho fotos... São apenas as lembranças
De um tempo, de uma decisão.
Seus olhos em meu espelho... Uma recordação.
Foram tantos sonhos que ainda não consegui dormir.

Tantas palavras amassadas pelo tempo
E um hiato sem nenhuma pretensão
Baú de ilusões quando a vida segue sempre
O destino é o caminho de quem ainda não escolheu.

Te vi sonhando e nem pude te acordar
Nos encontramos no desejo de não conseguir pensar
E de não ter medo do medo
Que nos limita e nos impede de lutar

Seu cheiro grudou de alguma forma no meu corpo.
Um feitiço sem antídoto.
Dizem que o tempo sara tudo
Mas não tenho tanto tempo para me ver livre de você.

Cante aqui nossa canção.
Sou eu no vento, sem nenhuma direção
O amor conta mentiras que a gente fantasia
E conta verdades que a gente custa a acreditar.

E então as rosas se abriram.
A primavera já chegou.
Parece até abril, mas estamos em setembro
O sol está lá, na janela do seu quarto.

E lembre-se que há sempre um lugar
Onde toda mágica faz sentido,
Mesmo não havendo sentido algum.

Copiado do blog Infinito de Mim, de Riva Moutinho - clique AQUI 

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Vinde a mim os antipáticos



Digam o que disserem dos antipáticos mas ninguém sobrevive sem eles. Eu mesma tenho uma especial atração por pessoas que os outros não vão muito com a cara. Geralmente são verdadeiros diamantes escondidos.

Muitos (não todos!!!) dos simpaticíssimos que conheci não passavam de um poço de falsidade com seu risinho fácil e enganoso.

Se você não tem um amigo antipático ou grosseirão, providencie urgentemente. Acredite: você precisa.

Os motivos são vários, uns já bem conhecidos: alguém tem que ter coragem de dizer na lata que sua roupa está ridícula, que seu namorado é viado mesmo, que você está falando alto demais, que o motivo de não te convidarem para sair é porque você quando bebe solta demais a franga, que esse cara que está saindo com você está dando em cima da fulana, que beltrana não é sua amiga, que desse jeito você não vai ser promovida nunca, que seu relatório está uma merda. É chato mas suas amigas fofas jamais terão coragem.

Antes de continuar quero deixar bem claro que casca-grossa ou antipático não tem nada a ver com chato ou cara de pau, que são apenas pessoas inconvenientes e mau educadas. Delas quero distância.

Continuando: Claro que você leu meu texto Saia Justa, não é? Pois é o caso típico e faltou dizer que para se sair daquela saia justa hipotética mencionada, outra solução era justamente entregar o caso para um amigo (ou amiga) não muito "fofinho", ou seja: um antipático.
Você vai fazer uma festa e tem uma horda de gente se convidando, querendo um vácuo? Você não sabe mais o que fazer? "Me convida! Me convida! Me convida!" E agora, quem poderá me ajudar?
Queridos e queridas, ninguém melhor para fazer o "trabalho sujo" (alguém tem que fazer o trabalho sujo!) do que o seu super amigo antipático! Aquele que não está nem aí para a opinião dos outros, aquele que corta caminho, que é prático, se dá, dá, se não dá, dane-se. Você simplesmente diz para os pentelh - digo, amigo - que você está tão, mas tããaaao atarefado que incumbiu outra pessoa de ficar com a lista de convidados:
"- Oh, ando tão estressado com os preparativos que tive que "terceirizar". Pedi então ajuda aos amigos. A lista de convidados por exemplo está a cargo do meu grande amigo Fulano. Fale com ele! Ele te consegue um convite coooom certeza!"

E saia de mansinho, rindo. Claro que o seu amigo troglodita, se estiver num dia bom, vai dizer no mínimo que "Não dá. Acabaram-se os convites." Se for pedida explicação: "Não vai dar para arrumar um convite para você porque a festa é só para as 200 pessoas mais chegadas. Desculpaê." Depois dessa, quem insiste?

Sempre tem quem insista mas seja lá quem for, vai se arrepender.
Alguém quer dinheiro emprestado e você não tem coragem de negar? Fale com seu super amigo antipático. "Emprestei exatamente essa quantia a ele - que coincidência! - e ele ficou de me pagar amanhã! Vou ligar para ele nem me pagar e repassar a quantia direto para você tá, bom? vou avisar a ele e daí vocês acertam. Pode ligar para ele direto, com minha autorização!"

Hehehehe Adivinha o que vai acontecer????? Minha mente é diabólica!!!!

Isso serve para tudo: empréstimo de sapatos, livros... Use a criatividade. Quem não tem um amigo ou amiga antipática está perdido, sozinho no mundo, completamente desamparado e pronto para ser sugado por vampiros por todos os lados e por todas as veias.

Sabe, já me disseram que não sou nenhum poço de simpatia. Estou pensando em "alugar-me a mim mesma" como "amiga antipática". Podem usar meu nome. Cobro pelos meus serviços preços bem em conta. Mas fiquem sabendo: não faço caridade. Vou cobrar mesmo, já que sou antipática. Tenho que fazer jus à fama. Não posso ficar sem moral.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Nouvelle Vague


Pouca coisa pode ser mais divertida do que esse assunto.

Tá vendo? Já te fiz rir. Se você é um intelectual (ou pseudo, tanto faz) estará a pensar que não sei nada a respeito e que por este motivo devo estar achando que Nouvelle Vague seria algum tipo de chanchada ou algo que o valha. Sou um zero à esquerda, não é?

Bem, você acertou em parte. Não que eu ache que se trate de um estilo ou movimento ou expressão cultural cômico ou circense. Nesse ponto você errou feio. Você só acertou quando pensou que não sei definir o termo. Não sei mesmo. Você também não sabe.

A parte cômica da história fica por conta do seguinte: junte em uma mesa de bar ou em um debate cultural algumas pessoas que sabem ou pensam que sabem do que se trata "Nouvelle Vague". Coloque-se na moita mais próxima e divirta-se a valer! É bem melhor do que ouvir o Maluf dando explicações, porque pelo menos você não morre de raiva; fica só com o filé da história.

Cara, é tanto falatório, tanta pose, tanto nome em francês, e lero-lero e no final ninguém diz nada! Seu Zé da taberna se estiver ouvindo vai ficar na mesma - e eu também. É o tipo de assunto que uma vez puxado não vai a lugar algum, não esclarece. Só serve para... para quê mesmo? Pra beber e fumar, é isso!

A verdade é que já dei umas checadas aqui e acolá mas até hoje juro que não encontrei um filho de Deus que me explicasse com clareza (sem enrolação nem empolação nem rodeios ou pigarros) o que é (ou foi) afinal de contas esse "coiso"; se precisa aquecer antes de comer, se combina com bolsa vermelha ou se oferece risco às grávidas.

Tá, tá, tô brincando. Deixa eu arriscar: Foi um estilo cinematográfico... para diretores que não tinham muito dinheiro... que queriam ser diferentes dos americanos... e por fim ficaram tão diferentes mas tão diferentes que pouca gente conseguiu apreciar mesmo as traquinagens deles ... as historias eram meio esquisitas... todo mundo fumava e dava pra todo mundo... as falas eram em intelectualês... tudo com cara de francês... só sabíamos quando o filme terminava quando apareciam as letrinhas no fim... e todo mundo morria de vergonha de dizer que não gostou do filme... tipo atestado de burrice... feio também era dizer que nunca assistiu nenhum Nouvelle Vague... pior ainda não saber pronunciar... eu assisti todos e amei todos, juro por Deus!... passa lá em casa que eu pronuncio pra você.

É ISSO?

Bossa Nova era mais fácil de sacar...

Só para não dizerem que estou sendo injusta quando afirmo que os caras enrolam, fazem pose de que sabem e tal mas a verdade é que NINGUÉM NUNCA DIZ MEEEEESMO o que é NOUVELLE VAGUE, saca aí dois exemplos:

"O que é a Nouvelle Vague? Um movimento? Um grupo? Uma tendência? Truffaut dizia que a única coisa em comum entre eles era a busca pelo sucesso de bilheteria e a preferência pelos fliperamas do Champs Elyseés, Chabrol brincava que se existia uma “nova onda” era preciso saber nadar... Quem são os pais, os filhos, os bastardos, os abortos? Quem aceita, quem despreza? Quem fez, o quê? Todas essas perguntas o ciclo “Desbravando a Nouvelle Vague”, de setembro à novembro, irá explorar. Não há o tempo ideal para o panorama completo. Haverá o visto e o não visto, os clássicos e os raros. Fica o dito e o não dito. Alguma coisa há de se salvar..."

Olha o que diz a Wikipédia:
Nouvelle vague foi um movimento artístico do cinema francês que se insere no movimento contestatário próprio dos anos sessenta. No entanto, a expressão foi lançada por Françoise Giroud, em 1958, na revista L’Express ao fazer referência a novos cineastas franceses. Sem grande apoio financeiro, os primeiros filmes conotados com esta expressão eram caracterizados pela juventude dos seus autores, unidos por uma vontade comum de transgredir as regras normalmente aceites para o cinema mais comercial."
Movimento artístico + pouco dinheiro +gente jovem + transgressão? Hmmm...

Resumo: P.N.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Última postagem do ano

Todo blog que se preze tem uma mensagem de fim de ano. O meu se preza. O meu tem mensagem de fim de ano.

Minha mensagem baseia-se no fato de que assim como um monte de coisas deu certo para você - PARABÉNS! VALEU CARA! EU NÃO DISSE QUE IA DAR CERTO? -  outras foram por água abaixo. Não esquente, foi assim pra mim também. Não emagreci, por exemplo. Nem termino 2009 tocando violão. E daí? Terei outras chances.

Você que está lendo esse texto considere-se um sujeito de sorte: tem olhos, sabe ler e tem tempo para abobrinhas distrações edificantes, como por exemplo ler o meu blog.

Bem, minha mensagem é simples e vai embalada em música: o que não deu certo, tente outra vez - veja o vídeo. Só isso. É simples mas precioso se levado a sério. Quem desiste já é meio defunto.

Convide-me para algo divertido em 2010.

Feliz Ano Novo!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Abraços e promessas


Crianças tristinhas podem ser tranquilizadas. Geralmente basta um abraço cheio de promessas.

Um abraço traz consigo a garantia de que todas as palavras ditas durante o enlace são verdadeiras. E tanto poder tem o abraço que as vezes ele diz  "é verdade!" mesmo quando nenhuma palavra foi dita ainda. Ele torna verdadeiro até o silêncio porque mil verdades se escondem nas pausas.

As maiores verdades do mundo parecem sempre estar nas pausas. Embrulhados no silêncio elas trazem nossos sonhos mais resistentes. No apertar de corpos parece-nos que uma promessa foi feita - e tão sagrada ela é!

"Estarei sempre aqui"...  "Vai parar de doer..."  "Sim, vai acontecer! Vai sim!"...   São crenças que no abraço ganhar corpo.   Naquela hora tudo é sagrado e isso acalenta porque fica coração com coração e parece tão dificil os corações mentirem!

Gosto de confiar nos abraços assim como as crianças.  É quando elas param de chorar.

Sendo assim, quero uma linda promessa para 2010. Minha alma está pedindo uma promessa. Ela precisa ouvir coisas lindas nesse final de ano porque disso é que as almas se alimentam. Se não...  definham.

Uma promessa com um abraço...  O que direi a mim mesma quando o ano estiver fechando suas portas e todas as promessas de acontecer forem jogadas para o ano que vem? O que direi a mim mesma para ser tranquilizada e ir dormir sorrindo?

Quando eu olhar para o céu... Ah, os céus esperam também que lhes atiremos promessas como balões coloridos. Pois sim, o que direi para a minha alma? E o que ela dirá aos céus?

Direi que jamais a magoarei e não a deixarei morrer de saudade. Nunca. Saudade de nada. Correrei o mundo em busca daquela pessoa. Chorarei se precisar.  Buscarei a paz,  amores, amizades, lindos passeios e novos caminhos. Darme-ei músicas e longos momentos de contemplação.  Terei bons amigos e não deixarei que eles se vão. Sorrirei mais, elogiarei e farei favores de boa vontade. Cercarei assim minha vida de amor e beleza.

Meu corpo será sempre saudável em 2010. Cuidarei dele, que terá um condicionamento maravilhoso. Subirei montanhas, descerei correntezas e jamais me afastarei dos que amam. Deus me ajude! Pedirei perdão e corrigirei velhas faltas. Não deixarei minha alminha no incômodo do arrependimento irresolvido.

Isso tudo será verdade quando eu for abraçada porque o abraço sela todas as verdades que queremos que sejam pra valer.

Você me abraçaria em 2010?

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Nave Errante - Guilherme Arantes

Me amarro nessa música. Não consigo ouvir uma vez só.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Bar Vitrola


Uma dica aí pra vocês:

Seguramente o bar Vitrola é uma das melhores opções para quem gosta de curtir a noite paraense e quer algo mais do que sentar e encher a lata até dar sono.

Ambiente bem refrigerado e com decoração agradável: poltronas, cadeiras e pufes,  pista de dança, banheiro decente. Para comer, você pode optar pelo buffet de tira gostos. É de qualidade e tem a vantagem obvia de não precisar esperar a boa vontade do garçon ou da turma da cozinha. Deu fome? Você vai e se serve como se estivesse na festa da casa de um amigo, com a diferença de que lá tem ótima variedade de frios e queijos, além de camarão, patês, torradas, salgadinhos, farofa...  além da cerveja GELADA.

O Vitrola está localizado na Rua dos 48. Passando na porta você jura que lá em cima daquela pequena galeria no centro da cidade não pode haver nada de interessante. Mas há. Aposte. E mais: o local é frequentado por gente de TODAS as idades. Tradução: seja qual for a sua data de nascimento, você se sentirá a vontade por lá.  Nada mais chato do que ir a um lugar e encontrar só garotada ou só velhos. Viva a diversidade!

Quando for, convide-me.

Drible de Deus



Pós Natal... 

25 de dezembro é Natal mas inventaram de que a festa é no dia anterior. Acho que foi o próprio Cristo que armou essa jogada e todos caíram. Ele fez isso para que o Natal fosse realmente um dia de paz, sem apelo comercial, de união dos amigos, da família, todos em simplicidade, sem pressa, comendo sobras, falando da vida, confraternizado afinal.

Se não fosse a sacada de comemorar o Natal no dia anterior, toda a loucura  cairia justamente para o dia 25, que é quando comemoramos a não-loucura.  Sendo assim, no dia 25 a gente fica com aquele gosto de "pós-Natal" na boca. E é um gosto muito bom.

Sem barulho, sem engarrafamento, sem correria, cada um com a sua família... Mesmo os que "pulam a cerca" priorizam a família nesse dia. Sim, o pós-Natal parece estar mais dentro da proposta natalina do que o próprio.

Os bêbados não incomodam ninguém; estão todos dormindo o sonho dos justos.  Jogados, quietos, inofensivos e com cara de santos. Tocante notar o quanto são indefesos assim em profundo sono. Podemos roubar-lhes a carteira, falar mal "na lata", xingar, passar a mão na bunda..  Eles não reagem. Toda a valentia de ontem foi para o ralo. Agora não passam de bebezões  inofensivos. É mais fácil gostar deles assim.

Ninguém trabalha; todos sobrevivem com as sobras. Ninguém se enfeita: todos tomam banho e aparecem com a cara lavada. Conversam, riem...   Quem não ganhou presente, a essas horas já se conformou.


Não é mesmo desse jeito que tem que ser o verdadeiro Natal? Por isso que digo: a antecipação (a princípio incompreensível) da festa que deveria ser 25 para o dia 24 foi um brible de Deus. Por quê? Para não esculhambarem o aniversário da vinda de Cristo ao mundo.

25 de dezembro sim, vemos um pouco de paz na terra. E é boooommmm!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Mudança


Não sei se aguento mais tanta mudança.

Há tempos que não consigo mais passar um Natal igual ao outro mas há tantos Natais queridos que eu desejava repetir! Como um filme que reprisamos, reprisamos, reprisamos...

É curioso mas tive bis de muitos aniversários; eles costumam ser parecidos uns com os outros. São todos irmãos; só que eu não me importaria se alterassem o enredo. O Natal é o contrário: queremos o nosso presépio com os mesmo personagens; queremos nos alegrar com as mesmas velhas alegrias.

Há algo de errado porque não está sendo assim. Mudanças... 

Em um ano fulano nasceu. No outro, beltrano morreu. Às vezes há convidados; noutras, só família. Há os queridos que vão embora mas há os que chegam alegremente como se fosse pra ficar. Não ficam.  Há as várias versões de mim mesma: eu mais magra, eu mais gorda, mais alegre, melancólica, feliz ou cheia de saudades. Mais presentes, menos presentes.

Sinto saudade de vários Natais que eu não sabia que estava por perder. Eu não sabia que eram únicos!

Cada Natal é uma estrela com diferentes brilhos. Umas são cheias e ofuscantes mas outras são pequenas e opacas.

A previsibilidade, costumamos desprezar em nosso dia-a-dia.  No Natal é o contrário: ela é a coisa que mais queremos. Pelo menos comigo é assim. Não quero Natais novos! Quero sempre o mesmo, com as mesmas doces alegrias: a mesma estrela, as mesmas músicas, as mesmas pessoas queridas com seus velhos abraços, seus sorrisos conhecidos e meigas manias. E quero a sensação de que será assim pelos séculos dos séculos.  Desejo a mais absoluta repetição: as mesmas piadas, as rabanadas, presentes previsíveis e até aquele nó na garganta. É tão bom acreditar que não perdi nada e que Deus me deu tudo de novo!

Nada de novidades. Se quiserem podem até me dar o mesmo presente do ano passado.  E não quero olhar para nós  mesmos e imaginar o que não mais virá a ser.

Esse seria o meu pedido, só que é tarde demais. A coisa já está acontecendo. Há um ralo cósmico que engole tudo. Há um vento autoritário que muda as coisas de lugar. Há forças que fazem acontecer e desacontecer. Somos expectadores perplexos de nossa própria história. 

As vezes considero isso e desejo ir antes que tudo se vá. Quero entregar antes que me tomem.

Há um filme que eu queria ver de novo: a Vovó Alba cercada de netinhos e um mundo de papéis de presentes espalhados no chão.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal (se vire!)


Se você tem família, feliz Natal. Será maravilhoso reunir as pessoas queridas e abraçá-las, rir e comer com elas nem que seja um sanduiche de mortadela.  Paz na terra, tá? Esqueça a dívida do cunhado, o sapato que sua irmã não devolveu ou o que ela devolveu com o salto esfolado. Paz na terra! Deixe pra lá o peru que prometeram. Afinal quem precisa de peru? Bem.. Paz na terra aos homens, de boa vontade.

Preste atenção: não "aos homens de boa vontade" mas "aos homens, de boa vontade". Entre os humanos só se vê má vontade. Li esses dias tanta má notícia, tanta desgraceira que se o Natal fosse hoje não apareceria uma estrela pairando no céu: ela se precipitaria na terra para explodir tudo aqui. Tá feia a coisa. Natal foi um gesto de boa vontade de Deus para com os homens. E por aqui, nada. Vá falar em Deus? Já torcem o nariz e te jogam na cara o padre pedófilo, o pastor rico, o crente fanático... como se Deus tivesse instituido isso.

Paz na terra aê, gente! Vamos abraçar e beijar, se der. Ah se você tem família... taí uma fauna que vale a pena preservar. Se não der pra comprar presente e daí? Eles sobreviveram até agora sem nada disso; podem aguentar sem seu mau gosto esse ano. Escreva um bilhete dizendo apenas o quanto eles são importantes para você. Seja esse o presente. Ou diga isso baixinho no ouvido deles enquanto os abraça. Já vale.

Se você não tem parentes... paz na terra! Pense na grana que você vai economizar. Pense no que você não vai engordar, nos presentes errados que não vai ganhar...

Mas peraí: todo mundo tem família mesmo que não tenha. Faça as pazes com a humanidade e eleja uma família AGORA.  Sim, essa pessoa que você pensou seria uma ótima mãe, e esse cara quebraria o galho como pai... aqueles manés como irmãos... Tá vendo? Com tanta gente no mundo, pelo amor de Deus, falar que não tem família é um desaforo.  Vá a luta! Se vire!

Certo, agora que já está todo mundo arranjado,
Feliz Natal.

E não esqueça: aquilo tudo que a Bíblia diz sobre o Natal é verdade. O que a mídia diz  não tem nada a ver. Ah, você não leu a Bíblia? Hmmm... tá meio por fora né, meu fio? Assim...  uns 2.000 anos.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Suprema ironia


"É precido dizer que a cirurgia plástica surgiu como um procedimento reparador, para corrigir um problema decorrido de um acidente..."

Acabei de ouvir isso na tv. Acontece que a ação da gravidade É UM GRAVE ACIDENTE. Gravidade é grave. É pra mim é acidente pois gera uma modificação indesejável em minha aparência, coisa que CLAMA por reparação - reparação essa que se não for reparada, ninguém me repara.

Estranho... se não reparam, nós não deveríamos nos incomodar, não é mesmo?

Pense: quem vai gastar dinheiro consertando um defeito no sofá que ninguém repara? Ou uma imperfeição na pintura da parede se ninguém nota, nem você? Ou no confeito do bolo que ninguém percebe? Quem liga?

O grande problema deverim ser os acidentes que nos transformam quem monstros, que degradam, que atraem olhares curiosos ou assustados. 

Ah os seres humanos...  Se o defeito é em nosso corpo o problema é justamente inverso: quanto maior o defeito, mais invisível nos tornamos. Pelo menos é assim, exatamente assim conosco, as mulheres. E é precisamente isso o que nos incomoda. Não queremos ser invisíveis.

("Mas seremos...")

sábado, 19 de dezembro de 2009

Natal de novo...


Olho para trás e avisto, não muito ao longe, uma doce criança que gostava tanto dos cacarecos de Natal - eu.

Calma, não apostatei! Claro que amo o Natal - data máxima da cristandade. Mas ando meio enjoada dos acessórios natalinos. A gente liga a televisão e em TODAS as propagandas aparece um babaca de gorro vermelho com alguma musiquinha brega ao fundo.
Alguém tem que nos livrar daquelas músicas! Lojas, televisão, ruas, é em todo lugar! Tenho até medo de dormir e sonhar com aqueles sinos badalantes!

Um mês de enfeites na sala e 11 meses de tralhas ocupando espaço no armário. Não se pode abrir uma porta sem que salte uma perna de guirlanda para fora do guarda-roupas como se tivesse vida própria, como se quisesse me pegar pelo pescoço, me enforcar! "Miserável Me tira daqui! Me tira daqui!!!!"

E a árvore, cheia de tentáculos e poeira? São horas para convence-la a entrar de volta na embalagem na qual ela veio ao mundo. Ela simplesmente se recusa a hibernar até o próximo Natal e todo ano se repete, em janeiro, as mesmas cenas de violência: a gente xingando e empurrando-a de volta na caixa. Empurra uma perna, ela põe o braço pra fora. E já notaram que qualquer árvore natalina a cada ano que passa envelhece dez? Sério. Com direito a calvície e corcunda. A gente compra à prestação aquele espantalho verde para no ano seguinte nos deparamos com um troço troncho e descabelado.
Deveria haver salão de beleza para árvores natalinas. Elas precisam, ora bolas!
Sim, e as bolas que nunca temos em quantidade suficiente?
Ah, deixe as bolas para lá já que temos também a questãos dos "cabelos de anjo" espalhados por debaixo dos sofás e as luzinhas que NUNCA FUNCIONAM NO ANO SEGUINTE. Pode reparar. A gente guarda com o maior cuidado e carinho - diferentemente do que fazemos com os pinheirinhos - mas no ano seguinte temos que encarar o sorriso desdentado do nosso rosário de lâmpadas. Dão mais nó do que ... do que tudo! E quando acendem é tudo banguela.

Agora vai um teste. Quero ver se sou normal: você gosta de chegar em uma casa e ser saudado por aqueles joguinhos de luz que tocam musiquinhas irritantes ininterruptamente? Pi-pi-pi-pi-pi... Meus Deus que troço chato! Não me convidem para festas onde as luzes apitam. Nem onde os Papais Noéis rebolam.

Sobre as músicas, só existem dois tipos: as terrivelmente chatas e as terrivelmente tristes. As vezes tenho a impressão de que essas músicas todas foram compostas por órfãos famintos tremendo de frio na neve, com os sapatos furados, olhando através de alguma janela a festa das crianças ricas. Jesus Cristo! Tanta angústia passa até a fome da gente.

E sabe, uma dúvida me aflige: existe mesmo algum lugar do mundo no qual as pessoas usem aquela roupa ridícula do Papai Noel? Aquele vermelho brilhoso no melhor estido "drag" ? Se existir me diga onde é para que eu não passe nem por perto.

Meu pedido de Natal é: por favor me mostrem um bom motivo para eu gastar meu tempo e dinheiro com penduricalhos natalinos e não comprar (mais) uma roupa nova. Juro que quero entrar no clima!

Obs.: Quanto a gravura acima...bem... Depois eu troco, tá?




quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

AVATAR e os gays


Acabei de assistir o filme AVATAR. Uma viagem! Adorei. Principalmente porque foi em três dimensões (em SP).  Como eu disse, uma viagem muito louca por um mundo imaginário mas que, devido aos efeitos 3D, a gente jura que existe, jura que está lá vivendo tudo com os personagens, vendo aqueles delírios, aquele colorido lindíssimo. Foram 3 horas de puro deslumbramento.

Agora tinha que aparecer uns chatos pra botar defeito. Vocês acreditam que militantes gays americanos resolveram dar chilique porque estão achando o filme homofóbico? Sim, só porque o casal romântico é heterossexual e dá a entender (na cabeça deles!)  que o futuro da civilização será de heterossexuais. Ohhh!  Não podemmos pensar isso porque para eles, os profetas, o futuro da humanidade é o homossexualismo. Só não entendo como pode haver futuro pra humanidade se os humanos resolverem não reproduzir mais...

Esse militantes estão delirando mesmo. Que saco! Agora todo mundo tem que ficar glorificando o homossexualismo se não é acusado de homofobia? 

E que merda eles sabem do futuro pra vir dizer que no futuro todo mundo vai dar a bunda  e colar velcro? Eles tem bola de cristal por acaso?  Era só o que faltava!

Segundo eles, cada filme com um casal hetero TEM QUE MOSTRAR outro com casal gay. Propaganda obrigatória agora? Eles não se mancam?  Pelo jeito querem que os heterossexuais passem a se sentir anormais...

Porque não vão viver em paz, amar e curtir a vida sem encher o saco dos outros? Respeitem a opiniao alheia, o trabalho (filme) alheio e tudo o mais. Ninguem tem obrigação de fazer propaganda gay! Ninguém precisa disso!

Zoológico


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

São Paulo e eu

Pois é, vim passar uns dias em São Paulo mas antes que me cobrem fotos de passeios emocionantes vou logo adiantando que não dei sorte no quesito "passeio". Mas estou sendo muito bem sucedida nos quesitos "descanso", "descompromisso" e "compras".

1- Em primeiro lugar, antes de vir fui advertida a só trazer roupas leves pois o calor estava infernal.  Me lasquei, porque o tempo mudou. Fiquei na pior com minhas alcinhas e rasteirinhas.

2- Nosso roteiro incluía um passeio na cidade de Brotas para curtir rapel, canionismo etc. Eu estava animada, criando coragem, quando descobri que a rodovia para Brotas está interditada. Não dá pra chegar lá por enquanto. Que dizer: não dá pra chegar lá exatamente durante os dias que eu estarei aqui.

3- Tudo bem, que tal asa delta em Santos?  Maneiro!!!! Fiquei assanhadinha e até subi no morro de teleférico. Beleza. Só que haviam marcado para aquele dia um campeonato de asa delta... campeonato esse que nem aconteceu porque são havia nada, nada, nada de vento. Quem saltasse cairia na vertical.

4- Resignei-me em descer no teleférico e acreditar que esse era um grande momento. Não tirei fotos porque minhas baterias haviam descarregado. Muito tempo guardadas...  Só vi isso na hora, claro. Mas tenho como pedir as fotos que meu filho tirou. Depois posto aqui.

5 - Tudo bem, restava passear por Santos e conhecer os pontos turísticos. Gostei muito da cidade, em especial da belíssima vista a partir do mirante. Apesar da chuvinha, uma beleza. Só que quando fui circular pelo famoso Porto de Santos era noite e caiu um dilúvio assustador. Não dava pra ver muita coisa até porque, além da chuva, faltou luz no porto. Acredita?

6- Mas no dia seguinte poderíamos ir ao Hopi Hari. Sim!!!!  Só que no dia em que resolvemos ir, o parque  estava FECHADO para um evento particular.  Sério, não é piada! E para o dia seguinte estava previsto chuva. Fui às compras. Fazer o quê? Pelo menos consegui comprar uma bolsa Carmen Steffens pela metade do preço.

7- Claro que não deixei de ir na José Paulino mas, como vocês sabem, as melhores lojas não fazem questão de vender roupas. Eu já sabia mas fui de teimosa:  só vendem no atacado. As que não se limitam ao atacado, ainda assim proíbem que a gente experimente as peças. Devem estar milionários para esnobar clientes assim. O que mais eu via era mulher sair resmungando da lojas.

Ainda tenho uns dias aqui. Vejamos no que vai dar.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Conselheiro da corte


Agora entendi!
Não estamos perdidos, temos um guru!

Depois da postagem de Paulo Coelho datada de  28.11.2009  é que finalmente consegui compreender o que está acontecendo no Brasil.  Não é que falte moralidade ou correção. Tudo está sendo friamente planejado. Tá tudo sob controle gente! Calma calma, não criemos pânico.

A impunidade não é problema. Estamos apenas seguindo à risca a cartilha de um  dos sábios das parábolas "coelhistas".

No episódio em questão, um dos alunos da fábrica de  sábidos começa a furtar. Seus colegas descobrem e ficam revoltados (que feio!).  Falam com o mestre pensando que ele vai fazer alguma coisa. Nada. No outro dia o f.d.p.  apronta de novo e nada de providência de nenhuma forma.

Passam-se os dias e o cara metendo o pé na jaca na maior tranquilidade. O mestre nem se coça. Aí é confrontado pelos alunos revoltados, que querem a expulsão do elemento para que não fique o mau exemplo.

Antes que você também fique com raiva do sábio, vou adiantar a fita: ele quer deixar o cara roubar até cansar. Tipo assim, até ele se convencer por ele mesmo que aquilo é feio. Diz que funciona que é uma beleza - e aí reside a verdadeira sabedoria.

Sabe, eu também acho. A verdadeira sabedoria a gente consegue por deduçao íntima, lá do âmago da alma. O cara tem que chegar a isso - desde que não seja às custas da MINHA bolsa. Se o Paulo Coelho quiser custear o cara para provar sua teoria, fique à vontade.

Na história em questão o carinha cansou de roubar. Ou porque acabou o estoque ou porque foi iluminado, sei lá. Pra todos os efeitos "alcançou a sabedoria."

Lindo né? O problema é quando a gente pensa no Brasil... 

1- Será que vai demorar muito para o pessoal do poder encontrar a luz?  Tá doendo!!!!

2- A lição tinha que ser aprendida com o meu dinheiro?

3- O Lula não podia arranjar um guru com uma teoria mais barata?

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Cristina X Papai Noel


Depois de muito custo e tu-tu-tu no ouvido, finalmente consegui falar com o Papai Noel. O problema é que empenhei-me tanto em conseguir o número telefônico, depois em conseguir a ligação em si, que deixei pra lá o principal: falar o quê? 

Claro que você deve estar se perguntando: se queria tanto falar com ele, deveria ter um motivo. E tive: tédio. Estava entediada, com as unhas feitas, cabelo pintado, tudo em dia mas queria fazer alguma coisa diferente. A noite me encontraria com amigas e queria ter algo a contar. Falar das injustiças do trabalho, de política ou das minhas últimas aventuras no shopping, nem pensar. Quem quer ser previsível?  Eu poderia chocá-las com uma conversa diferente, mais criativa, mostrar que meu círculo de amizades se amplia a cada semana - e com gente importante, viu! 

Não sei por quê não pensei em algum artista. Acho que porque estava passando um carro de som perto de casa, e tocava daquelas músicas natalinas. A associação foi imediata: por que não falar com o próprio Papai Noel? 

Não consegui no mesmo dia. E não vou dizer como consegui o número dele; tenho que resguardar minhas fontes de informação. Sinto muito. O importante é que uma semana depois lá estava eu em frente ao telefone desde cedo, tentando um contato. Se ele existia, iria me atender.

Finalmente atendem (uau!) e era o próprio. Eu jurava que ele tinha uma secretária ou pelo menos uma mulher. Acho que ele se separou daquela velhinha simpática que aparece nos cartões porque, como disse, ele mesmo atendeu:

Papai Noel - Alô?
Cristina  - É... er... é da casa do Papai Noel?
Papai Noel - Sim.
Cristina - Dá pra chamar ele pra mim?
Papai Noel - Não.
Cristina - (silêncio...) Não!? E por quê não?
Papai Noel - Porque é ele mesmo quem está falando - hehehe
Cristina -  Me faça o favor de chamar o Papai Noel? 
Papai Noel - Mas sou eu!
Cristina - O verdadeiro, quando ri faz  "ho ho ho"  e não "he he he".
Papai Noel - Minha filha, eu estou de folga; só faço "ho ho ho" no Natal. 
Cristina - Ah tá. Desculpa aí.
Papai Noel - Sim, mas diga: o que você deseja?
Cristina - (Ai! O que eu desejo mesmo?)  É... Desejo dizer que tenho um desejo.
Papai Noel - Todos temos. E daí?
Cristina - Éeee...  Bem...  Quero fazer meu pedido. 
Papai Noel - Você quer dizer que GOSTARIA de ser atendida em um pedido, não é? Já disse que estou de folga.
Cristina - Sim, é isso. Desculpa, é que estou nervosa.
Papai Noel - E eu tô ficando. Pois sim, diga logo minha filha.
Cristina - É... eu... (cara, o que eu quero mesmo?)
Papai Noel - Já sei: você deseja ligar outra hora.
Cristina - Calma! (velho ranzinza!)  O senhor não sabe o trabalho que tive para conseguir falar com o senhor!  Bem, meu pedido é: DESEJO PAZ PARA O MUNDO  (caramba, isso não é nada original!).
Papai Noel - Cumé?
Cristina- É, paz para o mundo.
Papai Noel - Você é miss por acaso? Só elas fazem esses pedidos idiotas.
Cristina - Poxa! O que há de errado com o meu pedido?
Papai Noel - Em primeiro lugar, nunca vi fazer pedido por telefone. Para o Papai Noel só se faz pedido por cartinha escrita à mão. É a norma.
Cristina-  Que "Norma"? Não conheço...
Papai Noel - Ai meu saco... Quando tocou o telefone pensei que fosse a faxineira.
Cristina - Da próxima vez vou atacar de faxineira; talvez o senhor me atenda melhor.
Papai Noel - Quer que eu desligue?
Cristina - Nãããooo!   Me diga, é só isso que está errado em meu pedido?
Papai Noel - Não. Em segundo lugar seu pedido está irregular também porque você só pode pedir uma coisa de cada vez.
Cristina- Mas é o que eu estou fazendo!
Papai Noel - Não. Está pedindo para o mundo todo, então são mais de 6 bilhões de "pazes".
Cristina- Caramba, não tinha pensado nisso.
Papai Noel - Além do mais você não pode pedir pelos outros. Já perguntou se cada pessoa no mundo prefere mesmo paz? Já perguntou?
Cristina - Não...
Papai Noel - Pois é. Depois vem uma multidão de cartas me esculhambando porque mandei o que não pediram.
Cristina - Mas todo mundo vai querer paz.
Papai Noel - Tolinha! Isso é o que você pensa. Conheço uma doida que só quer o marido da outra - e isso é guerra, não paz. Tem gente que prefere um carro, outros preferem o poder. Paz?  Tá em baixa.
Cristina - Quer dizer que tenho que fazer um pedido só para mim?
Papai Noel- Isso! Finalmente entendeu.
Cristina - E por escrito?
Papai Noel - Claro.
Cristina - (Burocracia...) Não quer que reconheça firma também?
Papai Noel - Até que você me deu uma boa idéia!
Cristina - Pô, o senhor não tá me levando a sério!
Papai Noel - he he he  -  ou ho ho ho, como preferir. Mas sim, vai querer paz mesmo?
Cristina - Claro, mas...
Papai Noel - Tem sólida, líquida e gasosa. Qual prefere?
Cristina - Quer dizer: o senhor vai me dar  mesmo qualquer coisa que eu pedir?
Papai Noel - Sim, ou não me chamo Papai Noel. Seu pacote de paz já está sendo providenciado.
Cristina -  Nãããoooo!  Peraí!
Papai Noel - O que foi?
Cristina - Pensando bem... não dá pra me arrumar uma viagenzinha para a Europa com o Taylor Lautner? É isso que eu quero.
Papai Noel - (Mais uma fútil...) Peraí, uma coisa ou outra! Ou Europa ou Taylor.
Cristina - Caramba!
Papai Noel - Vou quebrar o teu galho: vou realizar teus pedidos: Europa, com boa companhia mas...  e a tal paz?
Cristina - Quebra esse galho que já fica tudo em paz por aqui, velhinho!

Como Fica


Todo o fim de uma paixão
Tem um quê de constrangido
Um saltar não consentido
Do navio da ilusão

E uma nota derradeira
Repetida a noite inteira
Que traz, atrelada às lembranças,
Amargas desesperanças.

O amor ao se acabar
Assemelha a morte lenta
É fantasma que se assenta
Sem saber ir ou ficar

É espírito indeciso
Desditoso e impreciso
Quanto ao seu lugar no mundo

É semente abandonada
Em qualquer curva de estrada
Cujo solo é infecundo.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

É isso!

Uma das piores coisas do mundo é aquela sensação de que a gente está procurando alguma coisa, mas não sabe o quê. Sabe que é importante, quer muito, sente a falta mas...  É como alguém que embarcou  mas esqueceu alguma coisa fundamental no passado. Muita gente vive assim. Acho que todos já sentimos isso.

Uma inquietação, uma saudade, uma "lembrança não lembrada" de um estado de ser que não foi, ou que deixou de ser em algum momento.

Sinto essa inquietação que se torna maior à medida que não tenho tempo para refletir sobre ela.

Hoje... senti de novo aquela coisa boa e rara.  Parece que a distância, e não outra coisa qualquer, é que é capaz de produzir em mim essa sensação inebriante de LEVEZA.  Nada mais me produz isso.

Não adianta permanecer no Estado, trancar-me em um quarto, um hotel, sumir em um balneário. É realmente preciso que não exista a menor possiblidade de surgir um compromisso, um encontro, um convite de nenhuma espécie, evento algum, telefonema, horário, cobrança, absolutamente nada.

Depois de tanto tempo, só agora, tão longe, pude sentir esse gostinho, essa coisa viciante de desligamento e desobrigação. Ser livre enfim.

Estou agora em um quarto, escrevendo (claro!). Fazia calor esses dias (disseram)  mas hoje o tempo está nublado. Não importa. Não vim atrás de sol; vim atrás de mim mesma e dessa coisa caríssima que não quero largar. Estou desligada de tudo, despluguei.

Deve haver - sim meu Deus! - deve haver uma maneira de eu segurar esse pássaro azul semprecisar viajar. Preciso me sentir assim sempre!  Deve haver uma maneira de capturar isso, não é possível que não exista! Vou me empenhar nesse objetivo.  Vou perseguir essa coisa que senti tão poucas vezes na vida mas me faz tão completa e feliz.

As vezes a gente pára pra se reavaliar e perguntar o quê realmente busca. Pois esse "descolamento"  é mesmo o meu clamor mais verdadeiro.  É isso o que eu estava procurando.

Estou longe, mas raramente me senti tão perto de mim.

Não escuto nada nesse momento. Silêncio...  Apenas um cão late distante.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Férias!



Tô tirando uns dez diazinhos de férias. Escrever blog cansa muito. Não se preocupe porque tenho textos já programados, então o blog não vai parar. Além do mais, possivelmente conseguirei, entre um passeio emocionante e outro, postar alguma coisa mais quente.
Beijos especialmente para você, escravo, que está lendo isso do trabalho.
rsrsr

domingo, 6 de dezembro de 2009

A água da lua



Procuram água na lua...

Mas há uma mulher triste

Que come tantas pipocas

Em frente da televisão!

E ninguém a encontra...


Estão procurando água na lua...

Mas há uma mãe desesperada

Pelo menininho que não voltou.

Quem sabe lá o encontrem quietinho

Talvez até meio azulado...



Procuram água na lua...

Mas não encontram quem abusou da menina calada

Que não consegue explicar

Nada do que aconteceu.

Por quê não encontram um jeito de achar

O caminho do seu coração?

Mas já foram à lua! Só falta encontrar água.



A água da lua talvez seja ácida

Talvez radioativa

Quem sabe cancerígena

Maleficamente prateada

Talvez magicamente produza

Daqueles enormes diamantes

Que serão nossa desgraça

Porque são da lua irada!



Tenho medo das coisas da lua

Mais do que das coisas da Terra


Talvez achem água na lua

Antes de encontrarem o empresário sequestrado

Ou o traficante rival, magro e assustado

Com sua manorada grávida.


Sinto já um certo frio!

Não quero começar a ter medo...

E se a lua se ferir

E jamais nos perdoar?

sábado, 5 de dezembro de 2009

Taberna São Jorge (Bar da Valda)



Cerveja quente.

É o resumo que interessa. Hoje estou com a macaca.

Posso escrever muito mais sobre o local, mas para a turma da noite acho que não adianta muito. Sim, é um lugar descolado, charmoso,  reune pessoas adultas, tem decoração criativa, a gente vai e se sente bem, sempre com boas programações musicais e tal. Tudo isso é ótimo mas morre diante da frase fatídica: lá, frequentemente a cerveja é servida quente.

"Maldade!" pode alguém me dizer. "Não se julga um local por uma noite".  É verdade mas amigos já tinham me falado disso e no final das contas eu mesma constatei em mais de uma ocasião. E tem mais: quando a cerveja está razoavelmente refrigerada, ainda assim acabará esquentando porque lá eles não tem "camisinha" (isopor) para as garrafas.

Vai dizer que não é um absurdo um bar não oferecer um isopor para proteger a bebida dos clientes? Caramba, um investimento mínimo! Não basta a cerveja nunca estar a contento e a gente ainda tem que tomar rapidinho para não esquentar de vez!

Sim, sim, a comidinha é bem gostosa, mas cara. Pra você ter idéia, um "mexidinho" (delicioso, é verdade)  para dois, que nada mais é do que feijão com arroz, carne desfiada, um ovo e temperos, custa R$ 30,00. Se quiser mais um ovo frito, paga-se R$ 3,00 por ele. Onde já se viu um ovo frito pelo preço da dúzia? Delírio total.

Então porque ainda vou lá? Fui ontem pela programação cultural e porque a esperança é a última que morre. A gente sempre acha que por estarem com uma boa programação eles vão carpichar mais, pra segurar a clientela. Mero devaneio da minha parte. Todo mundo bebendo cerveja quente. E a maioria dos pratos pedidos estavam em falta. Não sei como ainda tem gente que vai lá. Ah, sei sim: a esperança é a última que morre... e o lugar é charmoso.

Mas para alguns não há charme que compense uma cerveja quente.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Profundo. Sei lá, entende?

Há dias em que estamos mais fracos para frases fracas de filmes fracos e, francamente, somos tocados. O que importa? Os inabaláveis me irritam.

Sabe gente imune a melodrama? Todos temos nossas fases mas algumas pessoas são planas como uma lajota. Não oscilam. Nunca as pegamos desprevenidas. Não há frase, cena de filme ou novela, cachorrinho triste com criança pobre, amor impossível ou sapato furado que as faça chorar ou pelo menos tremer os lábios. Ah, não é legal. A fragilidade humana tem lá seus encantos.

Sim, isso é um preâmbulo.

Eu era assim. Não, não era: queria ser. Posava de, mas não convencia nem meu espelho. Desisti e hoje comemoro meus momentos piegas como pequenas delícias humanas. Tipo... Não é bom ser brega vez por outra pelo menos? Pois é.

(Eu sei que você concordou lá no fundo do coração, hehehe)

Como eu ia dizendo no começo, fui tocada dia desses por uma cena de filme. Sinta: Seção da Tarde. Eram três amigas que não queriam se separar mas teriam que fazê-lo etc. Quem dá o pequeno e sábio discurso? (Tenho até vergonha de dizer!) Uma espécie de guru indiano!!!! (eu acho. Era velho, estava sempre sentado, usava um turbante e tinha a pele escura). É mole? Como fui cair nessa?

Quem nunca caiu numa cantada fraca atire a primeira pedra.

O que ele disse de tão profundo? A moça estava assustada frente as mudanças da vida. Ela não queria que nada mudasse. Amava suas amigas, sua vidinha... mas tinha sonhos! Muitos sonhos! E realizá-los implicava necessariamente em uma mudança radical e isso a assustava. Ele então lhe falou algo assim: "Minha filha, olhe as árvores, aquelas mais antigas e frondosas. Seus ramos crescem em direção ao céu e se expandem! Mas o tronco continua sempre o mesmo. Assim é a nossa vida. As mudanças são como os ramos da árvore. É impossivel evitar seu avanço, impossível segurá-las, é necessário deixar que nossa vida se transforme e sigamos nosso rumo; mas não devemos temer porque o tronco, as coisas realmente importantes da nossa vida, elas permanecerão inalteradas."

Achei isso muito lindo e verdadeiro e tocou meu coração porque tem tudo a ver com o mometo que estou vivendo. Por mais que certos contextos mudem, o que é fundamental continua inalterado: os valores básicos, o amor, as verdadeiras amizades, os fortes vínculos familiares, nossos sentimentos mais preciosos e o que realmente somos.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Hino do Pará


Sério: é um dos hinos mais belos - e desconhecidos! - do Brasil. Curta porque meu blog também é cultura.
Obs.: Essa aí sou eu propagando a cultura paraense. (Se colar, colou)




LETRA: ARTHUR PORTO
MÚSICA: NICOLINO MILANO
ADAPTAÇÃO E ARRANJO: GAMA MALCHER

Salve, ó terra de ricas florestas,
Fecundadas ao sol do equador !
Teu destino é viver entre festas,
Do progresso, da paz e do amor!
Salve, ó terra de ricas florestas,
Fecundadas ao sol do equador!

Estribilho

Ó Pará, quanto orgulha ser filho,
De um colosso, tão belo, e tão forte;
Juncaremos de flores teu trilho,
Do Brasil, sentinela do Norte.
E a deixar de manter esse brilho,
Preferimos, mil vezes, a morte!

Salve, ó terra de rios gigantes,
D'Amazônia, princesa louçã!
Tudo em ti são encantos vibrantes,
Desde a indústria à rudeza pagã,
Salve, ó terra de rios gigantes,
D'Amazônia, princesa louçã !

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

HOMOFOBIA - A Lei da mordaça


Achei brilhante este texto de Olavo de Carvalho - filósofo e escritor - publicado no Jornal do Brasil em 24 de maio de 2007   -   embora andem dizendo por aí que em 30 de maio de 2009 o jornal  O Estado de São Paulo tenha noticiado: “Sem alterações, Senado não aprova lei anti-homofobia”...  Só sei que no site do Senado ainda seja possível votar contra ou a favor (vá lá!) essa lei imbecil (que não cumprirei).

Mas leiamos o texto abaixo, que não perderá nunca o seu valor. Ah: os grifos são meus. Adoro grifar.

"Ilustres senhores parlamentares: 

Vossas Excelências podem votar, se quiserem, essa porcaria de lei que proíbe criticar o homossexualismo. Podem votá-la até por unanimidade. Podem votá-la sob os aplausos da Presidência da República, da ONU, do Foro de São Paulo, de George Soros, das fundações internacionais bilionárias, do Jô Soares, do beautiful inteiro.  Não vou cumpri-la. Não vou cumpri-la nem hoje, nem amanhã, nem nunca.  Por princípio, não cumpro leis que me proíbam de criticar ou elogiar o que quer que seja. Nem as que me ordenem fazê-lo.


Não creio que haja, entre os céus e a terra, nada que mereça imunidade a priori contra a possibilidade de críticas. Nem reis, nem papas, nem santos, nem sábios, nem profetas reivindicaram jamais um privilégio tão alto. Nem os faraós, nem Júlio César, nem Átila, o huno, nem Gengis Khan ambicionaram tão excelsa prerrogativa. O próprio Deus, quando Jó lhe atirou as recriminações mais medonhas, não tapou a boca do profeta. Ouviu tudo pacientemente e depois respondeu. As únicas criaturas que tentaram vetar de antemão toda crítica possível foram Adolf Hitler, Josef Stálin, Mao-Tse-Tung e Pol-Pot. Só o que conseguiram com isso foi descer abaixo da animalidade, igualar-se a vampiros e demônios, tornar-se alvos da repulsa universal.


Nada é incriticável. Quanto mais o simples gostinho que algumas pessoas têm de fazer certas coisas na cama.

Nunca na minha vida parei para pensar se havia algo de errado no homossexualismo. Agora estou começando a desconfiar que há. Nenhuma coisa certa, nenhuma coisa boa, nenhuma coisa limpa necessita se  esconder por trás de uma lei hedionda que criminaliza opiniões. Quem está de boa intenção recebe críticas sem medo, porque sabe que é capaz de respondê-las no campo da razão, talvez até de humilhar o adversário com a prova da sua ignorância e má-fé. Só quem sabe que está errado precisa se proteger dos críticos com uma armadura jurídica que aliás o desmascara mais do que nenhum deles jamais poderia fazê-lo. Só quem  não tem o que responder pode pedir socorro ao aparato repressivo do Estado para fugir da discussão. E quanto mais se esconde, mais põe sua fraqueza à mostra.


Sim, senhores.  Nunca, ao longo dos séculos, alguém rebaixou, humilhou, desmascarou e escarneceu da comunidade gay como Vossas Excelências estão em vias de fazer. As pessoas podem ter acusado os homossexuais de fingidos, de ridículos, de tarados, de pecadores. Ninguém jamais os qualificou de tiranos, de nazistas, de inimigos da liberdade, de opressores da espécie humana. Vossas Excelências vão dar a eles, numa só canetada, todas essas lindas qualidades. Depois não reclamem quando aqueles a quem essa lei estúpida jura  proteger se tornarem objeto de temor e ódio gerais, como acontece atodos os que tomam de seus desafetos o direito à palavra.


Quem, aprovada a PLC 122/06, se sentirá à vontade para conversar com pessoas que podem mandá-lo para a cadeia à primeira palavrinha desagradável? Os homossexuais nunca foram discriminados como dizem que o são. Graças a Vossas Excelências, serão evitados como a peste".

domingo, 29 de novembro de 2009

Gatos e outros bichos

Deus é testemunha: até me esforço para gostar de animais. Isso atesta meu crescimento espiritual - registre-se! Até pouco tempo atrás nem força eu fazia.

Com o advento da Lucrécia tenho procurado ativar em mim uma parte de minha alma que não veio de fábrica - ou veio com defeito.

Os bichos são esquisitos, todos eles. Pra começar não tem rosto, tem cara e sem expressão. Algo como uma máscara. Atribuimos a eles gostos e estados de "espírito" mas eles não nos dão pistas "faciais". Tudo o que dizem é com o corpo, pulando, sacudindo, rosnando, enchendo o saco.

No caso da Lucrécia, felina, mais estranhos ainda me parecem os bichos. Os gatos nos olham como se pretendessem nos hipnotizar. É um olho-no-olho que incomoda, quase uma afronta. Eles nos fitam entre assustados e furiosos, já notaram? Assim ... como quem sabe de algum segredo terrível ou pressente algo. Parece coisa de filme de mistério, de castelo fantasma, eu hein!

Por essas e por outras que os gatos foram tão perseguidos e quase extintos na idade média. Os devotados cristãos, que viam diabo em tudo, achavam que eles (juntamente com 80% da população feminina ) tinham parte com o Diabo. Sério! Os bondosos cristãos, com sua lendária fobia pelo Maligno, ao verem um gato parar e encará-los como nenhum outro bicho faz, detonavam o pobre.

Pois é, já falei pra Lucrécia parar com isso, mas ela não me ouve!

Relevo os olhares da Lucrécia mas o que não relevo é esse lambe-lambe, esse cheiro de bicho, os pelos, os modos irremediavelmente não humanos que me repugnam.

Às vezes a acaricio. Finjo que é um brinquedo de pelúcia mas logo vejo seus movimentos estranhamente ágeis, suas manias, preferências esdrúxulas por ficar nos telhados, seu prazer em beber água de vala, seus nervos à flor da pele.

Os bichos não riem nunca, não importa o que você faça por eles.

O fato é que a não humanidade dos bichos me irrita. E tudo neles que lembra os humanos me irrita ainda mais, pois parece um arremedo grotesco e pretensioso.

Ninguém ocupará o lugar da Lucrécia em minha vida. E isso não é uma frase de amor.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Estrelas


Não ter o que desejar é não ter estrelas
É olhar o céu e nada ver
É a imobilidade no sonho
É dormir em vão

Não ter o que desejar é alcançar estrelas
É uma forma de perde-las
Porque de perto toda estrela é rocha
Toda estrela é quente
Dura e íngreme
Dífícil de conciliar

Tenho estrelas no bolso
E algumas bem guardadas na areia
Salvei outras poucas no céu
Raramente as vejo.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Não piorou?!



Esses dias discuti o tema abaixo com umas pessoas amigas. Repetiam como um gongo que para elas a moralidade no Brasil não decaiu (tem quem acredite nisso...) apenas está mais aparente. Este  "estar mais aparente" é um lance de sinceridade dos bandidos, uma coisa até bacana da parte deles. Antigamente a corja política roubava escondido, agora os ladrões são mais sinceros sabe, o que é até preferível.

Claro que fiquei pasma. E claro que estou sendo irônica. Mas o que disseram não era muito diferente do que estou dizendo. Aqui, apenas 10% é ironia. Sim, há quem ache que descaramento é avanço. Há quem ache que agir sem temor não seja um indicativo de piora - não do caráter do desonesto em questão, mas da sociedade que o abriga. Houve sim um apodrecimento ao redor...

Argumentei assim:

Situação 01:  O cara é do mal: rouba, persegue, barbariza. Só que ele está inserido em um contexto no qual há que temer algum tipo de represália. Sendo assim, toma algumas precauções. Esgueira-se, esconde-se, se o acusam diz que não foi bem assim - mas continua no caminho do mal porque de qualquer modo conta com 90% de amigos no poder. Seu incômodo, a pedra no sapato são esses malditos 10%.

Situação 02: O cara é do mal: rouba, persegue, barbariza. Só que ele agora está no paraíso: não teme represália alguma. Não precisa tomar nenhum tipo de precaução. Não se dá ao trabalho de se esgueirar ou de se esconder. Se o acusam não traz no bolso ensaiada nenhuma desculpa esfarrapada. Não diz nada. Ou diz que não sabe de nada, não viu nada, tá todo mundo doido. Pronto. Continua no caminho do mal porque de qualquer modo conta com 100% de amigos no poder. Seu incômodo... Ei, não há incômodo! A pedra no sapato sumiu! Tá tudo dominado!

As duas situaçoes são idênticas? 
Se estivermos falando de dois países diferentes, você me dirá que ambos estão em igual condição ou um dos dois está um pouco pior?
Se você disser que dá na mesma pare por aqui. Nem dá pra continuar. Acho que você tem um problema sério de percepção das coisas ou não quer dar o braço a torcer.

Cara, é duro falar em português e ter ser entendida em aramaico.
EU NÃO ESTAVA DISCUTINDO A MORALIDADE DO LADRÃO MAS DOS OOOOUTROS!

Claro que fazer escondido ou  fazer no alto da montanha não melhora nem piora ninguém.

O que eu quis dizer e repito: se ele não tem mais do que se esconder é porque a estatura moral DE QUEM O CERCA piorou - e muito. Ou seja: o que eu discutia não era se o bandido ficou pior mas se ele ganhou mais adeptos.   No Brasil, se se escondem menos é porque eles aumentaram em número como ratos. O bandido continua o que sempre foi, só que mais desinibido.

Dizer que as coisas não pioraram só porque o bandido não piorou?  Se ele teve aumentada a sua base de apoio a coisa piorou sim, e muito.

Ah mas é tão chato admitir isso né? Menos doloroso é dizer que está tudo igual.

Pois é...  Ainda tive que ouvir o seguinte: "Ah, eu prefiro que se faça às claras. Acho um grande progresso. Pelo menos assim a gente vê o tamanho do problema."

Caraaaaacaaaaaa!

Quando "às claras" significa apenas que se tirou o pano, eu também prefiro! Mas quando esse "às claras" significa que a máfia tomou conta com sua garantia de tranquilidade, como posso chamar isso de avanço?!



terça-feira, 24 de novembro de 2009

Questões na garrafa



Já ouvi dizer que nenhum escritor escapa de um assunto único. Podem ser cento e cinquenta livros com personagens formigando mas o assunto é recorrente, volta como um pêndulo. Ele só consegue escrever sobre uma única coisa. É uma espécie de condenação.


Não é só ele. Todos temos nossas questões invencíveis. Elas não se vão e pronto.  Eu? Vez por outra venço as minhas "definitivamente". Piso-as, tranponho-as como um Dom Quixote amalucado. No dia seguinte meu espelho ri de mim. 


É, todos as temos ainda que não escrevamos atormentadamente a respeito.  Pelas minhas contas cada ser humano tem em média uns três desses fantasmas. Às vezes é um apenas. Pode tratar-se de uma pergunta daninha brotada na infância... ou uma dor pontiaguda que persiste. A verdade é que nada no mundo livrará você disso. Desista.  Eu mesma já li, interroguei, verifiquei a vida dos outros tanto aberta quanto disfarçadamente;  comparei fatos e atitudes, causa e efeito, leis que se repetiriam, possíveis previsibilidades, lições universais e nada. Nada! Cada vida é como uma impressão digital. O sapato do outro não cabe no meu pé nem no seu. Tudo é único e na prática isso não é liiindo. Na vida real é uma lástima.




Decidi: já que tenho que sofrer, fico pelo menos com o charme dos meus pequenos mistérios. Ou com a ilusão de que esses pequenos mistérios têm algum charme. Ou da ilusão mais apatetada ainda: a de que existem mistérios em questões que na verdade são comuns à humanidade (desde sempre!) e que já foram repisadas por filósofos que não li.  Pobreza intelectual...


Pois deixem-me com minhas  folhas guardadas em livros, meus recortes de papel inexplicáveis, meu retirar-me para meditar em discrição romântica. Sempre achei que essas reservas nos brindam com certa altivez "de personagem". Melhor do que desnudar-me gratuitamente para pessoas  ralas que sequer descobriram que têm questões existenciais.


Repensar e repisar...  Dizem que é isso o que o verdadeiro artista faz. Já pensei muito a respeito. Ele faz ou não faz? Faz. Aberta e veladamente. Abre o suficiente para sua arte ganhe as gerações mas fecha-se também porque não quer ser obvio.Ou não consegue ser. Ou não o traduziram direito.  Piadinha.


A maioria dos leitores ficará plainando na superfície e talvez - isso mesmo - talvez só o próprio escritor/pensador mergulhe solitário mil vezes em seus assuntos dolorosos e inconclusos, em suas perguntas que vão e vem e que uma vez respondidas seriam tão doce descanso! Mas não. Elas são cálculos que não fecham, costuras que cedem, feridas que abrem em flor, cremes que desandam, lages que racham, céus que desvestem do azul e reassumem teimosamente o luto. Pêndulos. Então os escritores morrem - e nós também! - sem nunca chegarem a lugar algum depois de tanto falatório e "escrivinhação". Sem respostas.



Também lanço aos mar minhas garrafas e meus semi-textos.  "Semi" porque nunca digo tudo. A dor mais funda fica agarrada às fundações de meus aposentos. Elas temem a luz do dia porque tudo é assustador aí fora.  A pergunta mais reveladora, o olhar prerscrutador, o fio da meada que lançaria luz à maior inseguraça, ao medo mais nítido, à fragilidade mais patética, às carnes de gelatina nuas na geada...  isso não exponho. Você não sabe de mim, só minha mãe que já se foi.



Pois sim, também lanço minhas garrafas ao mar. Dentro delas coloco folhas manuscritas com meus mais caros pesares, vexames não esquecidos, dores flamejantes, perguntas inúteis mas como doem! Lanço-a não para que volte mas para que o mar leve-a de mim, lave-as de mim. Quero despedir-me do que nem para livros ou canções servirá. Nem mesmo para mistérios sedutores.


Sento-me na areia esperançosa de perder de vista o que não me dá descanso. Verei então, apenas e para sempre, horizonte infindo. Nisso empenho minha oração. Terei o olhar perdido e a mente dos idosos, a vaguear onde queira. Feliz indolência...



É inútil. Aos primeiros raios da manhã nasce um estranho astro:  é a minha garrafa,  iluminada pelos primeiros raios do sol. Parece uma estrela do dia. Ressurge para a minha vida como um prisma. Vem a mim com tanta precisão como se eu a tivesse invocado. Volta grávida de dores, com as mesmas questões que ditarão novamenet os caminhos da minha vida.


Pois é isso e assim é. As interrogações, hesitações, frases inconclusas e o que ainda não conseguimos resolver são a foice que nos abre o caminho do dia seguinte. E o dia seguinte é tudo de que precisamos para continuar.

domingo, 22 de novembro de 2009

Carta de um policial a um bandido





"Senhor Bandido,

Esse termo de senhor que estou usando é para evitar que macule sua imagem ao lhe chamar de bandido, marginal, delinquente ou outro atributo que possa ferir sua dignidade, conforme orientações de entidades de defesa dos Direitos Humanos.

Durante vinte e quatro anos anos de atividade policial, tenho acompanhado suas conquistas (?) quanto a preservação de seus direitos, pois os cidadãos e especialmente nós policiais estamos atrelados às suas vitórias, ou seja, quanto mais direito você adquire, maior é nossa obrigação de lhe dar segurança e de lhe encaminhar para um julgamento justo, apesar de muitas vezes você não dar esse direito as suas vítimas. Todavia, não cabe a mim contrariar a lei, pois ensinaram-me que o Direito Penal é a ciência que protege o criminoso, assim como o Direito do Trabalho protege o trabalhador, e assim por diante.

Questiono que hoje em dia você tem mais atenção do que muitos cidadãos e policiais. Antigamente você se escondia quando avistava um carro da polícia; hoje, você atira, porque sabe que numa troca de tiros o policial sempre será irresponsável em revidar. Não existe bala perdida, pois a mesma sempre é encontrada na arma de um policial ou pelo menos sua arma é a primeira a ser suspeita.

Sei que você é um pobre coitado. Quando encarcerado, reclama que não possuímos dependência digna para você se ressocializar. Porém, quero que saiba que construímos mais penitenciárias do que escolas ou espaço social, ou seja, gastamos mais dinheiro para você voltar ao seio da sociedade de forma digna do que com a segurança pública para que a sociedade possa viver com dignidade.

Quando você mantém um refém, são tantas suas exigências que deixam qualquer grevista envergonhado. Presença de advogados, imprensa, colete à prova de balas, parentes, até juízes e promotores você consegue que saiam de seus gabinetes para protegê-los. Mas se isso é seu direito, vamos respeitá-lo.

Enfim, espero que seus direitos de marginal não se ampliem, pois nossa obrigação também aumentará. Precisamos nos proteger. Ter nossos direitos, não de lhe matar, mas sim de viver sem medo de ser um policial.

Dois colegas de vocês morreram, assim como dois de nossos policiais sucumbiram devido ao excesso de proteção aos seus direitos. Rogo para que o inquérito policial instaurado, o qual certamente será acompanhado por um membro do Ministério Público e outro da Ordem dos Advogados do Brasil, não seja encerrado com a conclusão de que houve execução, ou melhor, violação aos Direitos Humanos, afinal, vocês morreram em pleno exercício de seus direitos."



Autor: Wilson Ronaldo Monteiro
Delegado da Polícia Civil do Pará
30 Jun 2009 04:44 PM PDT




sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Objetos que eu odeio


1) Aquelas maquininhas de secar as mãos que colocam em shoppings e locais públicos para fazerem de conta que estão sendo ecológicos e atenciosos com a população. Por quê odeio? Primeiro porque não secam. Segundo porque não secam. Terceiro porque não secam. Fazem um barunho nojento, sopram ar quente por uns três míseros segundos e dane-se. Aí você escolhe: fica igual a uma idiota abanando as mãos na frente da máquina para convencê-la a soprar de novo enquanto atrás de você se forma uma fila de fêmeas de mãos pingantes ou vai-se embora secando as mãos na roupa. Aquelas porcarias só servem para gastar energia elétrica.

2) Frascos recarregáveis de maionese e catchup em balcões de lanchonetes. É a coisa mais pegajosa e nojenta do mundo. É o banheiro, motel e maternidade de todas as moscas que não possuem plano de saúde.

3) Aquelas tiras de borracha que amarram nosso braço quando fazemos exame de sangue. Além de beliscar nossa pele ainda puxam os pelinhos do braço.

4) Cesto de papel higiênico pequeno com um sacão plástico enorme dentro, já ocupando 80% do cesto. Você joga o papel usado e tem que empurrar a porcaria com a mão.

5) Pia de banheiro miseravelmente pequena, dessas que você lava a mão e acaba lavando também os pés.

6) Roupas com etiquetas que pinicam.

7) Pirulito vagabundo, que corta a língua.

8) Perfume de carro com cheirinho de frutas ou de bebê. Ô coisinha mais brega!

9) Aliás, qualquer ser vivente com mais de um ano de idade com cheiro de bebê é ridículo. Véia então, deveria ser metralhada.

10) Absorventes que grudam na calcinha e não querem mais sair nem por decreto.

11) "Bico de pato"; aquele objeto ridículo, incômodo e humilhante que os ginecologistas usam para sacanear com a gente.

12) Jornal. Sujam nossos dedos e emporcalham toda a nossa roupa. As folhas são enormes; você não consegue virar as páginas a não ser com os braços bem abertos como se fosse o Cristo Redentor. Eu não sou o Cristo Redentor! E no final da leitura o jornal está todo arreganhado. Irritante. O que custa vender aquela merda grampeada ou pelo menos com as páginas menores? Não, não ia virar revista, mané!

13) Toalha de plástico para forrar a mesa. Grudam no braço e por algum motivo misterioso atraem mais moscas do que cachorro atropelado.

14) Falso sabonete líquido. Cara, tá com pena de gastar dinheiro com sabonete líquido? Então não põe nada na pia, tá? Não preciso. Mas colocar 100 ml de detergente vagabundo diluído em 3 litros de água é palhaçada!

15) Pratos descartáveis "irmanados". Daqueles que jamais se separam. São 1.000 pratos mas você olha, pega, apalpa e jura que só tem 1.

16) Agora é a sua vez: .............

Nos comentários você pode acrescentar mais coisas.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O novo Orkut


Eu nem sou tão ligada em Orkut mas até que estava curiosa. Fui convidada e dei uma checada. A grande novidade é: não tem novidade.

Gente, alguém aí me explique que conversa é essa de "novo Orkut"? Não vi nada que justificasse o frisson. Que desapontamento! Uma corzinha aqui, uma arrumaçãozinha imperceptível lá... Pensei que estaria completamente reformatado com uma cara absolutamente nova, dessas que a gente não tem nem vontade de sair da frente ou morre de raiva tentando entender como é. Tipo novo Word.

Novo Word gera curiosidade e corresponde à expectativa; vem sim com várias novas ferramentas, a cara passa por um liftig total. Mudam um monte de coisas de uma gaveta pra outra, trocam as prateleiras...  Chato para uns, instigante para outros, mas se dizem que é novo a gente entende por quê. Mas esse novo Orkut, de novo não tem P.N.

Tá, tudo bem, vou checar de novo pra ver se acho tem alguma coisa nova que não notei, talvez no cantinho da página. Mas até lá, deixo aqui o meu protesto.

domingo, 15 de novembro de 2009

Sem palavras...


Homenagem


É sobre meu aniversário. Ainda... mas juro que chega.
Recebi uma linda homenagem de uma amiga - a Claudinha - e quero me gabar compartilhar com vocês.
Ela me deu os parabéns pelo meu aniversário através de um comentário em uma das minhas postagens aqui no blog. Também me telefonou. Como se não bastasse escreveu uma linda postagem a meu respeito em seu blog. Entrem AQUI e chequem. Que meigo!

Valeu, amiga!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Treze de novembro


Pois é, hoje é o meu aniversário. Você deve estar pensando "o que será que eu poderia comprar para a Cristina? O que ela gostaria de ganhar de presente?"

Caso você seja muito distraído e ainda não tenha observado aí na barra de cima do meu blog, acorde! Existe uma LISTA DE DESEJOS pronta para ser clicada. Uma vez tendo feito isso você encontrará uma singela lista de sugestões de presentes para o caso de pensar que sou materialista e que um simples sorriso ou telefonema seu não seria suficiente para me fazer feliz. Ou para o caso de você querer extrapolar e me fazer sobeja, transbordante e supimpamente feliz.

Este texto foi escrito com antecedência de semanas e programado para se auto-publicar hoje. Quando foi escrito eu programava não programar nada para este dia. Se eu mudar de idéia e te convidar para alguma coisa VÁ, ou poderei me sentir rejeitada. Se estiver sem dinheiro não tem problema. Um verdadeiro amigo vai com a mão abanando e a cara cheia de coragem. Só os bons amigos vão assim mesmo, a despeito de tudo e não estão nem aí. Se eu não te convidar para nada... sei lá.

Por quê estou escrevendo isso tudo? Não tem muito sentido mas como é o MEU dia ninguém me criticará, certamente.

Feliz aniversário para mim!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

12 de novembro

Já que amanhã é o meu aniversário, CLIQUE AQUI e vejam uma charge legal, pra começar.


Sabe, olhando essa imagem aí eu lembrei de uma coisa engraçada. Quando era pequena, embora adorasse meus aniversários eu simplesmente ODIAVA quando cantavam os parabéns. Ficava realmente irada, de mau humor, fazia o maior papelão. Minha mãe acabava passando vergonha todas as vezes. Quando cantavam eu ficava tão contrariada mas tão contrariada que me enfiava debaixo da mesa (sério!) e ficava lá até terminarem a odiosa cantoria. Quando acabava eu retornava para soprar as velinhas.

No fundo ninguém gosta do tal Parabéns pra Você. O pessoal canta de maldade mesmo, pra se vingarem pelo gasto com o presente. Não é não?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O mundo vai acabar - de novo!


Se todas as pessoas que marcaram uma data para o fim do mundo se dessem as mãos... Não, elas não se dariam as mãos porque nunca estiveram de acordo quanto à data exata. Mas se se enfileirassem, várias voltas em redor dom mundo seriam dadas.

Bem, agora a onda é 2012. Gente, os Maias (que nãos estão mais aqui para explicar essa história) disseram que o mundo se acabará nessa data. Como prova disso eles nem se deram ao trabalho de continuar a publicar seus calendários que tanto faziam sucesso entre os borracheiros da época, com aquelas gostosas na na capa. O calendário maia termina em 2012 e depois disso ... nada. Nem um peitinho para 2013.

Estou doida para ver o filme que nos assombrará. O trailer é ótimo. Ainda não vi efeitos especiais de tanta qualidade. Ao ser lançado estarei no cinema rente que nem pão quente. Isso se Deus quiser e o mundo não tiver acabado. Colocarei o celular no silencioso, comerei nervosamente minhas pipocas, arregalarei meus olhos delineados, levarei sustos na hora certa e ao fim retornarei para casa para dormir impressionada e feliz.

Gosto do tema "Fim do Mundo". Faz parte das minhas fantasias prediletas imaginar o extermínio final das baratas, dos Sem Terra, do PT, dos terroristas, do tecno-brega, da poluição sonora nas praias e da celulite. A solução final. Ah o fim do mundo... E o fim - finalmente o fim! dos flanelinhas e do licenciamento anual de veículos. Quer coisa melhor?

Quem não gosta nada disso é a NASA. Não me refiro à minha vizinha Nazaré. Se bem que acho que ela também não gosta de pensar no fim do mundo porque ela é muito religiosa e como sabemos os religiosos morrem de medo de Jesus Cristo pois podem ser pegos de calças curtas por ele:
"- Hahããããã!!!!! Pecando, hein?" 

A NASA que me refiro aqui é a Agência Espacial Norte Americana. Li esses dias que ela está "revoltada" (ui!)  com o filme "2012, dirigido por Roland Emmerich, com estreia prevista para o próximo final de semana, relata o fim da humanidade no solstício do inverno boreal de 2012, exatamente no dia 21 de dezembro, após uma série de catástrofes naturais."

Conheço Nasa faladeira, Nasa fofoqueira, Nasa invejosa... mas essa NASA aqui passou dos limites. Está afirmando, jurando e assegurando que essa mania de fim de mundo é descabida, que não tem nada disso e que o mundo não vai se acabar em 1012 coisa nenhuma. Pronto. Agora eu pergunto: como eles sabem?

Na minha opinião afirmar isso é tão ridículo quanto afirmar que o mundo vai acabar. Ninguém tem dados nem pra lá nem pra cá. Certos estão os cineastas: vamos fazer  filmes e nos divertir!

Quem sabe alguma coisa sobre o dia de amanhã?  Vai que dá uma merda e explode um monte de bomba ao mesmo tempo. O que não falta no mundo são malucos poderosos com bombas nas mãos. Outra hipótese: vai que esses cientistas, mancomunados com os governos (eles são "assim" com os homens) não nos contaram nada para não criar pânico, mas na verdade o espaço está a maior zona e tem um monte de astros viajando em nossa direção e vão colidir com a Terra sim. Sei lá! Vocês confiam neles? Eu não. Vocês confiam no que uma agência americana diria oficialmente para o resto do mundo? Tá doido? E se o nome dessa agência é NASA? Menos ainda. Soa em meus ouvidos como "DONA MARICOTA".

"Se esta possibilidade de colisão fosse real, os astrônomos teriam detectado este objeto "ao menos durante a última década, e agora seria visível a olho nu. Obviamente, não existe. Nenhum cientista sério do mundo conhece alguma ameaça para 2012", insiste a Nasa. e eu completo: nenhum cientista iria querer perder seu lugar nem as verbas de pesquisa. Não é melhor ficar calado, como nos filmes?  

"A vida imita a arte."

"A agência destacou que as colisões catastróficas da Terra com corpos celestes são muito raras, e que a última ocorreu há 65 milhões de anos".  Sei lá... Vai ver que já está na hora de acontecer outra. Por via das dúvidas eu vou... vou o quê mesmo? Vou comprar um saco de pipocas e me preparar para assistir o filme. Você tem sugestão melhor?

Obs.: A propósito: aí acima está a imagem do calendário maia que explica o beabá do final do mundo. Coloquei aí para você não ir na onda dos outros e conferir a profecia com seus próprios olhos.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Crianças em caixas

Esses dias fui atraída por sons infantis. Olhei pela janela aqui do trabalho e vi crianças de uma escolinha no horário de recreio. Sabe, achei triste.

Olha só o momento de lazer: amontoar-se em um espaço pouco diferente de uma enorme caixa de cimento fervente à qual a proprietária chamaria de "área de recreio".

Pelo amor de Deus, os moleques deveriam ganhar adicional de insalubridade por brincar ali. Calor infernal, árvore nenhuma, cimento no chão tipo "ralador", uns bonecos desbotados pintados na muro... Tadinhos! Não dava nem para ensaiar uma corrida! e todo mundo sabe que criança normal adora correr! Depois não querem que sejam obesos.

Sinto sede só de lembrar dos pobrezinhos fritando...

Caramba, onde está o espaço verde? Que confinamento era aquele? É direito da criança brincar na terra e da terra fazer bolo com bandeirinha no alto, rodear as árvores, olhar flor de perto, descobrir os segredos das formigas, plantar pelo menos um pé de cebolinha e ter a satisfação de ficar com as uninhas sujas. Voltar pra casa com os bolsos cheios de pedras, fazer de conta que folhas são dinheiro e tudo o mais. Meu Deus, como colocam aqueles inocentes num quintal queeente sem sombra e ainda chamam aquilo de "recreio"? Para mim tava mais com cara de castigo. Devem ter se comportado muito mal durante a aula.

Quando criança eu adorava deitar no chão e ver o laborioso trabalho das formigas. Gostava de cismar com uma e segui-la com os olhos tentando não confundi-la com nenhuma outra. Depois de alguns poucos minutos a sensação era de intimidade e aquela pequenina se tornava especial. eu a conhecia porque sabia de onde ela vinha, quantas vezes caiu a folha, quantas vezes ela parou, quantas "conversou" com outra formiga... eu sabia da história dela! Não dá pra fazer isso no cimento escaldante.

E ao voltar para casa estas crianças terão televisão, computador e uma empregada.

Esse mundo está meio esquisito...

sábado, 7 de novembro de 2009

Sem Você - de Riva Moutinho


Não tenho fotos... São apenas as lembranças
De um tempo, de uma decisão.
Seus olhos em meu espelho... Uma recordação.
Foram tantos sonhos que ainda não consegui dormir.

Tantas palavras amassadas pelo tempo
E um hiato sem nenhuma pretensão
Baú de ilusões quando a vida segue sempre
O destino é o caminho de quem ainda não escolheu.

Te vi sonhando e nem pude te acordar
Nos encontramos no desejo de não conseguir pensar
E de não ter medo do medo
Que nos limita e nos impede de lutar

Seu cheiro grudou de alguma forma no meu corpo.
Um feitiço sem antídoto.
Dizem que o tempo sara tudo
Mas não tenho tanto tempo para me ver livre de você.

Cante aqui nossa canção.
Sou eu no vento, sem nenhuma direção
O amor conta mentiras que a gente fantasia
E conta verdades que a gente custa a acreditar.

E então as rosas se abriram.
A primavera já chegou.
Parece até abril, mas estamos em setembro
O sol está lá, na janela do seu quarto.

E lembre-se que há sempre um lugar
Onde toda mágica faz sentido,
Mesmo não havendo sentido algum.

Copiado do blog Infinito de Mim, de Riva Moutinho - clique AQUI 

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Vinde a mim os antipáticos



Digam o que disserem dos antipáticos mas ninguém sobrevive sem eles. Eu mesma tenho uma especial atração por pessoas que os outros não vão muito com a cara. Geralmente são verdadeiros diamantes escondidos.

Muitos (não todos!!!) dos simpaticíssimos que conheci não passavam de um poço de falsidade com seu risinho fácil e enganoso.

Se você não tem um amigo antipático ou grosseirão, providencie urgentemente. Acredite: você precisa.

Os motivos são vários, uns já bem conhecidos: alguém tem que ter coragem de dizer na lata que sua roupa está ridícula, que seu namorado é viado mesmo, que você está falando alto demais, que o motivo de não te convidarem para sair é porque você quando bebe solta demais a franga, que esse cara que está saindo com você está dando em cima da fulana, que beltrana não é sua amiga, que desse jeito você não vai ser promovida nunca, que seu relatório está uma merda. É chato mas suas amigas fofas jamais terão coragem.

Antes de continuar quero deixar bem claro que casca-grossa ou antipático não tem nada a ver com chato ou cara de pau, que são apenas pessoas inconvenientes e mau educadas. Delas quero distância.

Continuando: Claro que você leu meu texto Saia Justa, não é? Pois é o caso típico e faltou dizer que para se sair daquela saia justa hipotética mencionada, outra solução era justamente entregar o caso para um amigo (ou amiga) não muito "fofinho", ou seja: um antipático.
Você vai fazer uma festa e tem uma horda de gente se convidando, querendo um vácuo? Você não sabe mais o que fazer? "Me convida! Me convida! Me convida!" E agora, quem poderá me ajudar?
Queridos e queridas, ninguém melhor para fazer o "trabalho sujo" (alguém tem que fazer o trabalho sujo!) do que o seu super amigo antipático! Aquele que não está nem aí para a opinião dos outros, aquele que corta caminho, que é prático, se dá, dá, se não dá, dane-se. Você simplesmente diz para os pentelh - digo, amigo - que você está tão, mas tããaaao atarefado que incumbiu outra pessoa de ficar com a lista de convidados:
"- Oh, ando tão estressado com os preparativos que tive que "terceirizar". Pedi então ajuda aos amigos. A lista de convidados por exemplo está a cargo do meu grande amigo Fulano. Fale com ele! Ele te consegue um convite coooom certeza!"

E saia de mansinho, rindo. Claro que o seu amigo troglodita, se estiver num dia bom, vai dizer no mínimo que "Não dá. Acabaram-se os convites." Se for pedida explicação: "Não vai dar para arrumar um convite para você porque a festa é só para as 200 pessoas mais chegadas. Desculpaê." Depois dessa, quem insiste?

Sempre tem quem insista mas seja lá quem for, vai se arrepender.
Alguém quer dinheiro emprestado e você não tem coragem de negar? Fale com seu super amigo antipático. "Emprestei exatamente essa quantia a ele - que coincidência! - e ele ficou de me pagar amanhã! Vou ligar para ele nem me pagar e repassar a quantia direto para você tá, bom? vou avisar a ele e daí vocês acertam. Pode ligar para ele direto, com minha autorização!"

Hehehehe Adivinha o que vai acontecer????? Minha mente é diabólica!!!!

Isso serve para tudo: empréstimo de sapatos, livros... Use a criatividade. Quem não tem um amigo ou amiga antipática está perdido, sozinho no mundo, completamente desamparado e pronto para ser sugado por vampiros por todos os lados e por todas as veias.

Sabe, já me disseram que não sou nenhum poço de simpatia. Estou pensando em "alugar-me a mim mesma" como "amiga antipática". Podem usar meu nome. Cobro pelos meus serviços preços bem em conta. Mas fiquem sabendo: não faço caridade. Vou cobrar mesmo, já que sou antipática. Tenho que fazer jus à fama. Não posso ficar sem moral.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Nouvelle Vague


Pouca coisa pode ser mais divertida do que esse assunto.

Tá vendo? Já te fiz rir. Se você é um intelectual (ou pseudo, tanto faz) estará a pensar que não sei nada a respeito e que por este motivo devo estar achando que Nouvelle Vague seria algum tipo de chanchada ou algo que o valha. Sou um zero à esquerda, não é?

Bem, você acertou em parte. Não que eu ache que se trate de um estilo ou movimento ou expressão cultural cômico ou circense. Nesse ponto você errou feio. Você só acertou quando pensou que não sei definir o termo. Não sei mesmo. Você também não sabe.

A parte cômica da história fica por conta do seguinte: junte em uma mesa de bar ou em um debate cultural algumas pessoas que sabem ou pensam que sabem do que se trata "Nouvelle Vague". Coloque-se na moita mais próxima e divirta-se a valer! É bem melhor do que ouvir o Maluf dando explicações, porque pelo menos você não morre de raiva; fica só com o filé da história.

Cara, é tanto falatório, tanta pose, tanto nome em francês, e lero-lero e no final ninguém diz nada! Seu Zé da taberna se estiver ouvindo vai ficar na mesma - e eu também. É o tipo de assunto que uma vez puxado não vai a lugar algum, não esclarece. Só serve para... para quê mesmo? Pra beber e fumar, é isso!

A verdade é que já dei umas checadas aqui e acolá mas até hoje juro que não encontrei um filho de Deus que me explicasse com clareza (sem enrolação nem empolação nem rodeios ou pigarros) o que é (ou foi) afinal de contas esse "coiso"; se precisa aquecer antes de comer, se combina com bolsa vermelha ou se oferece risco às grávidas.

Tá, tá, tô brincando. Deixa eu arriscar: Foi um estilo cinematográfico... para diretores que não tinham muito dinheiro... que queriam ser diferentes dos americanos... e por fim ficaram tão diferentes mas tão diferentes que pouca gente conseguiu apreciar mesmo as traquinagens deles ... as historias eram meio esquisitas... todo mundo fumava e dava pra todo mundo... as falas eram em intelectualês... tudo com cara de francês... só sabíamos quando o filme terminava quando apareciam as letrinhas no fim... e todo mundo morria de vergonha de dizer que não gostou do filme... tipo atestado de burrice... feio também era dizer que nunca assistiu nenhum Nouvelle Vague... pior ainda não saber pronunciar... eu assisti todos e amei todos, juro por Deus!... passa lá em casa que eu pronuncio pra você.

É ISSO?

Bossa Nova era mais fácil de sacar...

Só para não dizerem que estou sendo injusta quando afirmo que os caras enrolam, fazem pose de que sabem e tal mas a verdade é que NINGUÉM NUNCA DIZ MEEEEESMO o que é NOUVELLE VAGUE, saca aí dois exemplos:

"O que é a Nouvelle Vague? Um movimento? Um grupo? Uma tendência? Truffaut dizia que a única coisa em comum entre eles era a busca pelo sucesso de bilheteria e a preferência pelos fliperamas do Champs Elyseés, Chabrol brincava que se existia uma “nova onda” era preciso saber nadar... Quem são os pais, os filhos, os bastardos, os abortos? Quem aceita, quem despreza? Quem fez, o quê? Todas essas perguntas o ciclo “Desbravando a Nouvelle Vague”, de setembro à novembro, irá explorar. Não há o tempo ideal para o panorama completo. Haverá o visto e o não visto, os clássicos e os raros. Fica o dito e o não dito. Alguma coisa há de se salvar..."

Olha o que diz a Wikipédia:
Nouvelle vague foi um movimento artístico do cinema francês que se insere no movimento contestatário próprio dos anos sessenta. No entanto, a expressão foi lançada por Françoise Giroud, em 1958, na revista L’Express ao fazer referência a novos cineastas franceses. Sem grande apoio financeiro, os primeiros filmes conotados com esta expressão eram caracterizados pela juventude dos seus autores, unidos por uma vontade comum de transgredir as regras normalmente aceites para o cinema mais comercial."
Movimento artístico + pouco dinheiro +gente jovem + transgressão? Hmmm...

Resumo: P.N.