Estive em Curitiba. Viagem longa.
Sempre que viajo fico impressionada com as nossas diferenças. Somos todos brasileiros, teoricamente um povo só. Não sei como os estrangeiros nos olham. Talvez nos percebam como vemos os japoneses: tudo igual. Seeeeerá? Somos muito diferentes de região para região. Enormemente diferentes e nem me refiro ao sotaque.
O pessoal do Sul me parece muito formal. Estranhamente formal. E têm uma cruel lentidão para entender não só as inúmeras brincadeiras e trocadilhos que os nortistas e nordestinos fazem sem parar, mas principalmente o prazer e a contumácia nessa prática. É uma mania que o pessoal de lá de baixo do mapa deve achar muito esquisita. Não que eles não façam isso, mas só numa mesa de bar uma vez por mês ou quando soa algum gongo, sei lá.
A gente não. Digo "a gente" porque pelo tempo que moro no Norte já me considero nortista de nascimento.
Vivemos abrindo parêntesis nos diálogos para enxertar pegadinhas verbais cheias de "pequenas" malícia mas não perdemos o fio da meada. Pelo contrário, essa prática funciona como espreguiçar a mente. Faz parte do ato de raciocinar. (Boa desculpa!) Só que eles não estão acostumados com isso. Quando a gente faz eles ficam olhando... olhando pra nossa cara ... Não sabem como reagir. É como se tivéssemos xingado o Papa ou coisa assim.
Sempre que viajo fico impressionada com as nossas diferenças. Somos todos brasileiros, teoricamente um povo só. Não sei como os estrangeiros nos olham. Talvez nos percebam como vemos os japoneses: tudo igual. Seeeeerá? Somos muito diferentes de região para região. Enormemente diferentes e nem me refiro ao sotaque.
O pessoal do Sul me parece muito formal. Estranhamente formal. E têm uma cruel lentidão para entender não só as inúmeras brincadeiras e trocadilhos que os nortistas e nordestinos fazem sem parar, mas principalmente o prazer e a contumácia nessa prática. É uma mania que o pessoal de lá de baixo do mapa deve achar muito esquisita. Não que eles não façam isso, mas só numa mesa de bar uma vez por mês ou quando soa algum gongo, sei lá.
A gente não. Digo "a gente" porque pelo tempo que moro no Norte já me considero nortista de nascimento.
Vivemos abrindo parêntesis nos diálogos para enxertar pegadinhas verbais cheias de "pequenas" malícia mas não perdemos o fio da meada. Pelo contrário, essa prática funciona como espreguiçar a mente. Faz parte do ato de raciocinar. (Boa desculpa!) Só que eles não estão acostumados com isso. Quando a gente faz eles ficam olhando... olhando pra nossa cara ... Não sabem como reagir. É como se tivéssemos xingado o Papa ou coisa assim.
As vezes não fazem cara feia nem bonita mas também não pegam o fio da meada. Nunca. Apenas congelam como se precisassem se certificar de que nada tão horrível foi dito, afinal de contas. Então tentam enfileirar novamente os neurônios e continuam o que estavam dizendo. E a gente fica se perguntando se chocou sem querer, tipo galinha distraída.
O fato é que eles desconhecem o amigo Parêntesesis. Só foram apresentados para a Dona Pausa. Deveríamos apresentá-lo!
Resumindo: quer congelar um sulista? É só fazer o que você faz o tempo todo no Norte. No meio de uma conversa qualquer descontraia e jogue uma piadinha. Aqui a galera tira de letra, dribla ou te dá um cheque-mate e depois continua o assunto. Lá não: o cara congela por uns segundos, te olha como se você fosse de Marte e continua , só que em câmera lenta. Sempre me sinto deslocada nessas ocasiões... que são numerosas.
Sim, somos diferentes...
As mulheres, em especial, tem algumas características bem interessantes. Já nascem treinadas para serem operadoras de telemarketing. Penso que isso deva ser uma grande vantagem dentro do mercado de trabalho porque se não souberem fazer mais nada na vida pelo menos já têm essa habilidade. É como ser filho de brasileiro com estrangeira: a criança já cresce falando dois idiomas. É um "plus".
As garotas também de São Paulo, têm esse jeitinho peculiar. É como se estivessem sempre atrás de um balcão. Deve ser um traço genético ou um vírus benigno inoculado desde a maternidade. Talvez faça parte dos curriculos escolares. O fato é que é fato, senhora.
Também todas tem um jeito de andar e se movimentar que aos meus olhos parece extremamente contido. Tudo - sorriso, gestos, tom de voz - parece sinalizar "Por favor, mantenha distância!" Ou: "Minha pele larga pedaços!"
Pois agora fui assaltada por um pensamento assaz obscuro... Comecei a visualizar uma imagem completamente oposta a dessas interessantes, delicadas e telemarticas garotas sulistas com suas vozes e sorrisos de recepcionistas. Hmm... Não gostei do resultado.
O fato é que eles desconhecem o amigo Parêntesesis. Só foram apresentados para a Dona Pausa. Deveríamos apresentá-lo!
Resumindo: quer congelar um sulista? É só fazer o que você faz o tempo todo no Norte. No meio de uma conversa qualquer descontraia e jogue uma piadinha. Aqui a galera tira de letra, dribla ou te dá um cheque-mate e depois continua o assunto. Lá não: o cara congela por uns segundos, te olha como se você fosse de Marte e continua , só que em câmera lenta. Sempre me sinto deslocada nessas ocasiões... que são numerosas.
Sim, somos diferentes...
As mulheres, em especial, tem algumas características bem interessantes. Já nascem treinadas para serem operadoras de telemarketing. Penso que isso deva ser uma grande vantagem dentro do mercado de trabalho porque se não souberem fazer mais nada na vida pelo menos já têm essa habilidade. É como ser filho de brasileiro com estrangeira: a criança já cresce falando dois idiomas. É um "plus".
As garotas também de São Paulo, têm esse jeitinho peculiar. É como se estivessem sempre atrás de um balcão. Deve ser um traço genético ou um vírus benigno inoculado desde a maternidade. Talvez faça parte dos curriculos escolares. O fato é que é fato, senhora.
Também todas tem um jeito de andar e se movimentar que aos meus olhos parece extremamente contido. Tudo - sorriso, gestos, tom de voz - parece sinalizar "Por favor, mantenha distância!" Ou: "Minha pele larga pedaços!"
Pois agora fui assaltada por um pensamento assaz obscuro... Comecei a visualizar uma imagem completamente oposta a dessas interessantes, delicadas e telemarticas garotas sulistas com suas vozes e sorrisos de recepcionistas. Hmm... Não gostei do resultado.
Gente, vocês me acham... assim?!!!!
Pergunto-me como o pessoal do andar de baixo do mapa definiria o pessoal do andar de cima? Como eles me vêem com o meu jeito espontâneo, falante, gesticulante, direto e éxótico? Sim, creiam: já me largaram na lata que sou exótica. Várias vezes. Não entendo bem quando dizem isso. Não sei se é elogio ou acusação, se é admiração, xingamento ou crítica sutil. Acho que está mais para crítica sutil...
Na verdade estou preferindo imaginar que a imagem que tenho deles esteja apenas na minha cabeça imaginativa. Nada garante que você, honorável leitor, partilhe dessa viagem. Pode ser apenas uma idéia que passou pela minha cabeça cheinha de idéias passantes. Melhor pensar assim do que acreditar que essa imagem é real e que eu sou, de fato, o extremo oposto disso tudo.
Ser diferente tudo bem. Viva a diferença!!! Mas o extremo oposto... Credo!
Pergunto-me como o pessoal do andar de baixo do mapa definiria o pessoal do andar de cima? Como eles me vêem com o meu jeito espontâneo, falante, gesticulante, direto e éxótico? Sim, creiam: já me largaram na lata que sou exótica. Várias vezes. Não entendo bem quando dizem isso. Não sei se é elogio ou acusação, se é admiração, xingamento ou crítica sutil. Acho que está mais para crítica sutil...
Na verdade estou preferindo imaginar que a imagem que tenho deles esteja apenas na minha cabeça imaginativa. Nada garante que você, honorável leitor, partilhe dessa viagem. Pode ser apenas uma idéia que passou pela minha cabeça cheinha de idéias passantes. Melhor pensar assim do que acreditar que essa imagem é real e que eu sou, de fato, o extremo oposto disso tudo.
Ser diferente tudo bem. Viva a diferença!!! Mas o extremo oposto... Credo!