sábado, 30 de abril de 2011

Algo a ser gerenciado

Mulher, quem é você?

Isso é muito chato de dizer, mas lá vai: para os homens, a palavra "mulher" está indiscutivelmente classificada na categoria "diversão." Ao contrário da palavra "homem", que eles mesmos relacionam nas categoria  "relacionamento" (afeto, amizade, trabalho, companheirismo...).

Incrível, mas pode reparar: quando um homem fala em diversão, a primeira COISA da lista é a mulher. 

Sempre achei isso horrível, mas fazer o quê?  Para eles nós estamos no mesmo nível da moto, do vídeo-game e da lancha.  A mulher é considerada uma coisa leve, descartável, uma ótima maneira de fugir da rotina. Claro, depois deve ser deixada pra lá para que ele possa voltar a tratar dos assuntos sérios da vida. Ninguém sobre de vida ficando o dia todo em cima na frente do vídeo-game.

Mulher não faz parte da vida normal; mulher é diversão pra fugir da vida normal.  

(Claro que quando eles estão apaixonados tudo é diferente! Mas SÓ quando estão apaixonados).

Note que na visão da mulher a coisa difere muito. Para elas a palavra "homem" está na categoria "vida normal", ou "dia-a-dia".  Diversão, para a mulher, é dançar, comprar, sair com as amigas, bater papo, ir ao clube...  Mulher não costuma achar homem "divertido". Homem não é diversão: é necessidade. Homem não serve para esquecer as preocupações - homem É a preocupação. 

Claro que para algumas mulheres (Marias-Chuteiras, por exemplo) eles estão mais para a categoria "investimento". De qualquer forma investir não deixa de ser também uma maneira de se estar preocupada. 

Para a mulher, o homem, na pior das hipóteses, é algo a ser gerenciado. E na melhor da hipóteses? Na melhor das hipóteses ele é alguem com quem se divertir, nunca a diversão em si.  

Antes que você emende com alguma observação, tenho a dizer o seguinte: beber água não é divertido: é gostoso e super necessário. E não beber água é simplesmente aflitivo.

Mulher não é água; é sorvete, chocolate, pipoca, essas coisas.

Não sei o que é que nós, mulheres, fizemos de tão errado para sermos classificadas junto com as motos, o baralho e a cerveja.  Isso tudo é uma pena porque as mulheres gostam dos homens. Prova disso é que, ao invés de tentar descartá-los, passam a vida tentando gerenciá-los.  

Quem tiver um final feliz para essa postagem, favor me escrever.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pablo Neruda

(Hoje estou com Neruda na veia)

"Oh maligna, já terás achado a carta, já terás chorado de fúria / e terás insultado a memória de minha mãe, / chamando-a de cadela suja e mãe de cachorros, / já terás tomado sozinha, solitária, o chá do entardecer / a espiar os meus velhos sapatos vazios para sempre (...)
Maligna, em verdade, que noite tão grande, que terra tão só! / Cheguei mais uma vez aos dormitórios solitários, / a almoçar comida fria nos restaurantes, e uma vez ainda / atiro no chão as calças e as camisas, / não há cabides no meu quarto, nem retrato de ninguém nas paredes. / Quanta sombra da que existe em minha alma não daria para recobrar-te, / e que ameaçadores me parecem os nomes dos meses, / e a palavra inverno tem um som de tambor lúgubre."


Eu hein!

E depois nós é que somos "um povo exótico"...

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sensibilidade

Acho que sou sensível demais. Isso só é bom mesmo quando a pessoa é artista, compositora ou muito boa em alguma coisa que faça escoar esse acúmulo de sentir. Não é o meu caso.

Escrever ajuda muito, é bom demais, mas não me parece suficiente. Há uma música linda que ainda não compus. Há um poema perfeito, redondo, de grande impressão que nunca fiz.

Há um quadro que ainda não pintei. Ele tem cores cativantes: amarelo "gema de ovo", azul turquesa, branco, um pouco de verde e nada de vermelho. Há um Renoir em mim mas ele não se expande! Meu Machado de Assis também mora em mim, mudo como uma pedra. O que restam são sentimentos que só escapam por via das lágrimas. Eu não era assim, mas me tornei uma chorona. Há músicas que me fazem chorar. Há cenas simples que me fazem chorar. Vídeos, flashes do dia-a-dia que ninguém percebe me tocam. Sou como um copo cheio de água que transborda à primeira sacudidela.

Estive revendo o vídeo da postagem anterior. Meus olhos se encheram de lágrimas. Antes essa coisa me incomodava, mas agora não. Chorar por emoção de beleza é bom.

Enquanto eu assistia o vídeo fiquei imaginando: como a vida pode ser tão linda e o mundo pode ser tão mal?

O que é a vida? E o que é o mundo? Não são a mesma coisa? Não.  O amor, a beleza e o prazer são a vida. O "mundo" é o sistema de coisas onde a vida está inserida e se desenvolve.

É lindo demais o processo de uma pessoa vir ao mundo. É lindo como tudo começa, como tudo dá certo mesmo diante de dificuldades aparentemente intransponíveis. O processo da vida é tão complicado mas tão complicado que era para todo mundo nascer torto, esquisito, com o olho no umbigo e o braço nas costas. Isso se desse sorte de ter braços.  Mas não! A maioria nasce bonitinha com os braços no lugar, com as pernas articuláveis, com os complicadíssimos olhos encravados no crânio onde, escondido, aloja-se o misterioso cérebro. Tem tudo pra dar errado, mas dá certo. Não é lindo?

Por que nos apaixonamos? Talvez não pelas qualidades do outro mas mais pela necessidade que temos de abrigar dentro do peito alguma coisa divina e envolvente. Amar é experimentar a arte em estado bruto. O amor é a arte tão pura mas tão pura, que ninguém consegue descrever direito.

Como uma criança entende as coisas que eu digo tendo um ano de vida? Como? Como fazer links coerentes com os sons, sabendo-se que o dia inteiro toda sorte de sons acontecem ao mesmo tempo? Como uma criança já percebe o que é música e o que é a mamãe chamando? Quem disse para ela qual a diferença? Por que ela quer andar, se engatinhar pela casa já é tão divertido? Por que queremos sempre mais?  Certamente porque nascemos para muito mais.

Por quê o sol nascendo ou se pondo é tão bonito? É tão comum! Todo dia é a mesma coisa!

Por quê, com tanta beleza, o mundo consegue ser tão mal? Por quê as pessoas se matam? E por quê algumas pessoas levam as outras à loucura?

Em um desses dias fatídicos ouvi a notícia do caso de um cão que apareceu em um bairro de Belém trazendo à boca um bracinho de criança. Fiquei angustiada, amargurada mesmo. Horas depois vi o noticiário do maluco que matou várias crianças em um colégio do Rio de Janeiro. Chorei muito. Isso é demais para a minha cabeça. Não dá.  Matam crianças, não posso caminhar a noite pela cidade, vivo com medo. Naquela hora pensei: "Chega, não quero mais viver nesse mundo, não tenho mais prazer nisso aqui. Está tudo amargo demais. Tudo é um poço de lama e lágrimas. Esse mundo tem que acabar." Foi isso que pensei.

Às vezes até esqueço que a vida é bonita. É como uma flor nascida no meio do lixo...

terça-feira, 26 de abril de 2011

"Have You Ever Really Loved A Woman? "

Essa é uma das músicas mais lindas que conheço. Frequentemente meus olhos comprovam isso.

É uma pena que nem todos os homens gostem de mulher.

Não estou me referindo aos homossexuais. Estou me referindo aos homens que gostam de fazer sexo com as mulheres mas não gostam das mulheres. Sempre acho que seja algo como gostar de pizza; você gosta, mas não quer passar o dia carregando uma no carro ou na pasta.  O cheio enjôa, o volume atrapalha.

Frequentemente vejo homossexuais que gostam mais das mulheres do que os heterossexuais. É a impressão que tenho.

Às vezes penso que o grande sonho das mulheres era que os hetero gostassem tanto delas quanto os homo. Gostassem tanto quanto gostam de algumas partes do corpo delas. Aí entra a verdade embutida naquele ditado popular: "Toda mulher tem seu dia de galinha".  Tem. Porque homem, quando olha uma mulher, é como se estivesse querendo comprar galinha no supermercado; só gosta de algumas partes, jamais do todo. Eu, por exemplo, prefiro a sobrecoxa. Outros só querem as asinhas e o peito. Poucos querem a galinha inteira.

Admito que essa é uma comparação infeliz , mas faz sentido.

O filme Don Juan de Marco é lindíssimo e fala sobre essa coisa. Conta a história de um homem que simplesmente amava as mulheres. Ele não via a mulher como um pedaço de carne a ser consumido, mas como alguma coisa curiosa, encantadora e desejável, algo a se possuir e guardar pra ficar olhando depois. Para ele as mulheres eram como uma luz, um fogo, um calor do qual era penoso afastar-se. Ele queria todas e era movido não exatamente por uma postura sacana, mas por um torpor de encantamento, de colecionador. Uma espécie de necessidade da alma mais do que do corpo.Claro que isso não o impedia de come-las, mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

Isso tudo nada tem a ver com amor em si. Tem a ver com gostar, com ser amigo de. E antes que você comece a fazer deduções, saiba: estou falando com o ânimo isento.  Isso aqui não é desabafo de mulher frustrada. Não é "Seção de Cartas" de revista feminina.  Aqui escrevo assexuadamente (seja lá o que isso seja).  E meu relacionamento vai muito bem, obrigada.

Não falo por mim nem falo pelas mulheres porque a maioria delas ainda não se tocou do fato. Elas não se incomodam porque ainda não sacaram como são percebidas pelos homens.  Falo por quê? Como quem? Falo como ser isento no camarote da vida vertendo lágrimas pela humanidade. Pronto.

É claro que consigo fazer isso. Estou fazendo!

Sexo?  Todo mundo gosta de sexo. Qualquer brutamontes sem cérebro gosta, salvo incríveis exceções.
Só que gostar de sexo é muito diferente de gostar de mulher.

Os homens adoram peitos, bundas, coxas, "aquele-troço"... mas se incomodam com a companhia femilina. Exceto se elas estiverem fritando bolinho ou servindo cerveja.  Os homens fazem de tudo para se livrar delas "depois do embate".  Querem que elas fiquem guardadas no armário para poderem brincar de novo depois. Também não gostam de emprestar o brinquedo para os amigos.  Sim, gostam de tê-las guardadas na no armário mas não as querem inseridas em outros contextos.

Já deu pra confirmar que hoje eu não estou falando mesmo de amor ou desejo. Estou falando de GOSTAR. Saibam que muitos homens amam suas mulheres mas não gostam delas. Sentem afeição, dão presentes, ajudam de alguma forma... mas acham um saco ficar junto.

Tenho um conhecido que se gaba das suas aventuras sexuais. Ele adora dizer que saiu com fulana porque precisava ejacular. Adora dizer que arranjou alguém, transou mas nem lembra o nome. A felicidade dele é estar entre os amigos, a macharada, contando isso. Quando se refere às mulheres o tom sempre é pejorativo. Acho que ele nunca na vida soube o que é realmente uma mulher. De certa forma considero-o virgem. Ele não tem a menor consideração, o menor apreço, a mais ínfima vontade de conhecer a alma, de ouvi-las, de ... nada! Ele ri delas, mesmo das mais carinhosas. Faz piada. Ele é um exemplo típico de homem que não gosta de mulher.  Na verdade ele as despreza profundamente.

Há os casados, para os quais a mulher é um dos utilitários da vida. Em determinada idade eles precisam de uma parideira para gerar filhos e formar um ninho aconchegante chamado "lar".  . Precisam de uma mãe que os receba em casa e proporcione a sensação de eterna aceitação. Tratam-nas bem, dão presentes... tudo para manterem aquele ser necessário em casa, cuidando de todos.

Usar a mulher como depósito de esperma não é "amar as mulheres". Usar a mulher como parideira ou serviçal não é amar as mulheres.

Amar as mulheres é considerá-las  interessantes como seres humanos muito mais do que sexualmente atraentes. É gostar do cheiro do cabelo, das pequenas manias, do jeito de falar. Para a maioria dos homens uma mulher não precisaria nem ter cabelo nem manias nem falar nada. Deveriam apenas "comportar-se conforme o esperado durante aquelas pequenas frações do dia". E sumir, para que então eles possam estar na companhia agradável daqueles de quem realmente gostam: dos outros homens.

Agora delicie-se com a música (vídeo e tradução) do filme que mencionei:





Você Realmente Já Amou Uma Mulher?  -  Bryan Adams

Para realmente amar uma mulher, para compreendê-la
Você precisa conhecê-la profundamente por dentro
Ouvir cada pensamento, ver cada sonho
E dar-lhe asas quando ela quiser voar
Então, quando você se achar repousando
Desamparado nos braços dela
Você saberá que realmente ama uma mulher...

Refrão:
Quando você ama uma mulher
Você lhe diz que ela, realmente, é desejada
Quando você ama uma mulher
Você lhe diz que ela é a única
Pois ela precisa de alguém
Para dizer-lhe que vai durar para sempre.
Então diga-me: você realmente, realmente
Realmente já amou uma mulher?

Para realmente amar uma mulher, deixe-a segurar você
Até que você saiba como ela precisa ser tocada
Você precisa respirá-la, realmente saboreá-la
Até que você possa senti-la em seu sangue
E quando você puder ver, seus filhos que ainda não nasceram dentro dos olhos dela
Você saberá que realmente ama uma mulher

Refrão:
Quando você ama uma mulher
Você diz a ela o quanto ela é desejada
Quando você ama uma mulher
Você diz a ela, que ela é a única
Porque ela precisa de alguém
Para dizer a ela, que você irá estar sempre junto
Então me diga, você realmente
Realmente, realmente já amou uma mulher?

Você precisa dar-lhe um pouco de confiança
Segurá-la bem apertado, um pouco de ternura
Precisa tratá-la bem
Ela estará perto de você, cuidando bem de você
Você realmente precisa amar uma mulher. Yeah.

E quando você se achar repousando, desamparado nos braços dela
Você saberá que realmente ama uma mulher.

Refrão:
Quando você ama uma mulher,
Você diz a ela, o que ela realmente queria.
Quando você ama uma mulher,
Você diz a ela, que ela é a única.
Porque ela precisa de alguém
Para dizer a ela, que você irá estar sempre junto.
Então me diga, você realmente
Realmente, realmente já amou uma mulher? Yeah
Somente me diga, você realmente
Realmente, realmente já amou uma mulher?
Oh! Somente me diga, você realmente
Realmente, realmente, já amou uma mulher?

domingo, 24 de abril de 2011

Pense nisso

sábado, 23 de abril de 2011

Joanes - Marajó - Pará

Nunca dei muita bola quando me sugeriam conhecer Joanes. Quem vai ao Marajó geralmente só pensa em Soure ou Salvaterra. Grande erro. Joanes é melhor.

Existe a falta de progresso onde tudo é um lixo e a falta de progresso onde tudo é doce. Joanes é assim, uma cidade encantadora que se alguém tentar "melhorar" pode estragar tudo.  Joanes é um paraíso rústico. É o lugar mais "zen" que eu já conheci na vida. Ali vi colégio sem muros, crianças tranquilas nas praças, igrejinha azul e branca, poços e ruínas do tempo dos jesuítas, búfalos muito a vontade aqui e acolá mascando seu capinzinho... poucos carros, poucas grades, muito vento.

Passei quatro dias sem ver televisão. Pra quê?  Minha televisão foi aquela praia doce e morna (sim, eu disse morna!) foi o povo sorridente me cumprimentando onde eu ia (me senti comadre de todo mundo) foi a surpreendente educação e  o bom humor das pessoas, as crianças livres brincando na praia com se fossem peixinhos travessos, os adolescentes ensaiando quadrilha na rua, o exagero de estrelas no céu, o caminhar à noite pelas ruas gramadas, os búfalos, o peixe fresco, os pescadores, a disposição para conversar, a morenice típica... 


"Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá..."
Ai meu Deus, amei Joanes!  

Revelação ou delírio?

Dia desses escrevi um novo texto no meu blog Diário de Mãe Morta.  Considerei o texto, ficticiamente, como uma carta que minha mãe me mandou lá da eternidade. Minha irmã me perguntou se eu achava que a "carta da mamãe" seria uma maluquice minha ou uma revelação do além.

Delírios ou revelações?

Respondi que quando me faz bem, acredito que são revelações. Quando não me faz bem, acredito que são delírios. Sou muito conveniente em minha fé, não é? rsrsrs  Mas por que não? Por que eu fixaria minha mente justamente no que me faz mal? 

Há uma certa dose de sabedoria na loucura.

O fato é que às vezes me delicio em imaginar que é possível vez por outra "receber alguma coisa" emitida pela minha mãe.   Alguma coisa a título de "coincidência de sintonia", de energia, sei lá.  Por exemplo: se eu sonho com minha mãe, acho gostoso imaginar que Deus gravou um vídeo dela pra mim e está rodando o DVD no meu cérebro durante a noite. Só pra ser legal comigo.

Pense bem: se a Globo tem vídeos de todos os seus artistas  e dispõe da imagem deles, por que será que Deus não teria o mesmo direito sobre a imagem dos seus filhos? Certamente tem, e de forma ainda mais ampla.

Falo isso porque repudio por completo o pensamento espírita, de que os mortos tenham contato com os vivos. 

Não vou dizer que "só sei que nada sei" porque essa frase está muito manjada, então não vou repetir. Não estou dizendo, certo?

Só sei que sei que:

A vida é cheia de mistérios;
A gente sabe algumas coisinhas, mas essas coisinhas são praticamente nada;
Talvez não seja absurdo imaginar que as energias do pensamento e do sentimento viajam de forma mais eficaz do que as ondas de rádio. Não sei se não teríamos capacidade de captar acidentalmente ondas "cerebrais" emitidas por aí pelo universo, espalhadas de forma involuntária.

Isso não é uma confissão de fé, as apenas uma confissão de que gosto de pensar que isso seria possível.

A gente deveria usar tudo o que nos faz bem para, finalmente, viver bem. Desde que não descreiamos da Verdade. Porque há uma Verdade.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sexta Feira Santa

Tremenda Sexta-Feira Santa, ligar a televisão e dar de cara com o Sérgio Chapelin tentando convencer o povo de que o casamento do  príncipe Willian é a coisa mais empolgante do mundo. Só faltou especular sobre a cor da calcinha da Kate. Espero que ela não seja moída pela realeza.

Depois do interessantíssimo Globo Repórter a Globo ataca com o seriado Macho Man, com Jorge Fernando nos mostrando o quando é hiláaaario um homossexual que vira macho.

Depois não querem que eu me vicie em internet...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Babel

Babel que dizer confusão.

Esses dias fiquei mais uma vez assustada com a incapacidade das pessoas lerem um texto e entenderem o que estão lendo. Como pode uma pessoa falar A e a outra entender B? Sim, isso acontece em nosso país e tem um nome: ignorância.

Há pessoas com diploma pendurado na parede mas que não sabem ler. Saber ler nao é apenas juntar letras para entender palavras. Saber ler é juntar palavras para ententer frases e juntar frases para entender textos. E é isso que o brasileiro NÃO SABE.

Estou me referindo a uma reportagem do site ECOPLANET. Nessa reportagem estava escrito que os brasileiros geralmente não tem uma noção muito realista de quem são e como vivem nossos índios. Lá estava escrito que eles usam aparelhos celulares, que isso é comum em várias tribos e que não tem a ver com a nossa visão a respeito deles.

Pergunto: o que foi dito é mentira? Não. É ofensivo? Não. Pois choveram comentáros indignados dizendo que a reportagem é preconceituosa, que querem obrigar os índios a viver como a 500 anos atrás e tal e tal. Que absurdo! O redator escreveu em português e um monte de brasileiros "alfabetizados" não entendeu. Olhem uma amostra da participação dos jumentos leitores:

"que reportagem preconceitusoa. 500 anos de massacre e ainda encontramos posições racistas como essas em um site supostamente crítico" 

"Prezados, o "tom" da reportagem acima me pareceu um tanto preconceituosa. É lógico que não conseguem viver mais como os ancestrais num mundo predominantemente globalizado. Entretanto, o fato de terem celula ou não, isso não os descaracterizará como indígenas..."

"...achei a reportagem um pouco preconceituosa. Por acaso algum ser humano "conseguem viver de forma puramente natural, como seus ancestrais?" e vamos pensar nos ancestrias mais próximos, como nossos avós, sem energia elétrica e água encanada e outras facilidades da vida moderna? E afinal o que é "viver de forma puramente natural?"

Não é desanimador?

sábado, 16 de abril de 2011

Eu quero minha ilusão de volta!

Fiquei muito triste esses dias quando descobri o que eu já deveria saber. Sabe quando a gente sabe que está errado mas nem quer pensar nisso? E fica furioso quando ousam tentar abrir nossos olhos? Sim, você sabe.


Todos já tiveram um amor bandido que não valia nada...  mas era tão bom acreditar que valia! Ou uma "amizade" dos infernos. Sim amigos, algumas ilusões são doces e inocentes.


Mas do que é que estou falando mesmo? Estou falando da dor de descobrir que não moro em um planeta bonitinho. Você deve ter visto na TV. Os paparazzi tiraram fotos da Terra quando ela estava acabando de acordar. Sem maquiagem, sem nada, o que nos resta é a realidade. Tirem as crianças da sala: nosso planeta é uma enoooorme batata, disforme e mal ajambrada.  Vejam com seus próprios olhos:



Uma fruta murcha, meio podre, decadente. Ai, essa imagem me fez tão mal!   De repente morar na Terra perdeu todo o charme. Se eu encontrasse um ET por aí e ele me perguntasse onde moro... juro que eu ia desconversar. Ninguém precisa saber que sou favelada.


Amparem-me porque alguma coisa se quebrou dentro de mim.

Poxa, a Terra era tão redondinha e simpática até um dia desses!  Eu me sentia integrando uma espécie de nobreza do universo, a única espécie a habitar a área vip e ter consciencia disso. Sim, porque as tartarugas não sabem nem que existem. 

Ah, um lugar construído com tanto bom gosto! Um planeta redondinho, chique, matizado de branco, todo certinho e flutuante arrastando atrás de si bilhões de litros de água, ora azuis ora verdes.  A Terra, conforme eu achava que era, parecia abrigar pessoas predominantemente boas e cheirosas, até bonitas.  Naquela serena imensidão eu via florestas, pássaros, peixes curiosos, esperança, montanhas geladas, crianças com laçarotes, bolo de fubá. Agora, olhando para essa bola-de-futebol-de-moleque-de-periferia, sinto um certo desgosto. Sinto que baixei de nível.  Estou empobrecida na mesma medida em que meu planeta é feio.

O que os ETs vão dizer de nós?

O que vejo agora são grades retorcidas, carros enferrujados, lixo, guerra, mofo, gente suada e tênis com chulé. Que decadência!

Nunca pensei que eu fosse dizer isso, mas lá vai: eu preferia a minha ilusão. Acho que vou entrar com uma ação por danos morais. Ninguém tem o dierito de me dar um choque de realidade assim, sem um mínimo de preparação.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Kauna ja kateus

Bem que a Bíblia nos adverte contra "as paixões da mocidade". Com razão, com razão. Mas só recentemente fui parar de relacionar esse assunto com assuntos de Romeu e Julieta.

Paixão é um estado doentio que pode estar relacionado a uma infinidade de assuntos e pode melar toda essa tal infinidade. Defino a paixão como "gripe da alma":  um estado deplorável no qual a pessoa tem a sensação de que o mundo é pequeno demais  para aquela coisa imensa que ela está sentindo e que se não der certo ela vai morrer daqui-prali. É  portanto uma fase de debilidade mental. Por esse motivo muito já se falou a respeito - então chega.

O que tem me encasquetado ultimamente é que não é só a paixão romântica que nos emburrece e surrupia o juízo. Dois outros estados mentais enganosos são o RESSENTIMENTO e a INVEJA.

Assim como o apaixonado, o ressentido não sabe mais o que sente. Está doente e não vê nada direito.  Geralmente ele vai colecionando pequenas ofensas como quem junta punhados de areia na praia e depois monta um monstro. Aí passa a acreditar que aquele monstro existe, mas é tudo construção da mente dele. Pode ser uma ofensa só mas não importa: sejam muitas ou seja uma só, ela cresce como pão no forno e toma forma e tamanho que nada tem de real.

Os bons conselhos de Deus (Bíblia)  jamais visaram nos tornar bonzinhos pela simples finalidade de sermos bonzinhos. Deus não precisa das nossas bondades - ele vai muito bem, obrigado.  Acreditar que, seguindo suas orientações, estaremos lhe prestando algum serviço é um equívoco. A questão é que ele só não quer que quebremos a cara. A Bília toda pode ser resuminda em: "Eu tô avisando!"

Não importa o quando a outra pessoa mereça seu desprezo ou amor: se você tem idéias fixas em relação a ela (paixão, ressentimento, inveja...) você vai deixar de entender as coisas mais importante do mundo: quem você é, o que realmente sente, o que de fato você quer da vida.

O ressentido vive uma ilusão e quem vive uma ilusão a respeito dos outros também está iludido acerca de si mesmo porque o que pensamos que somos tem a ver com o que pensamos que o outro é. Se ele é um monstro, eu sou uma pobre vitima. Se ele é o máximo, perto dele eu me sinto reles.

O ressentido remói um "passado que não mais existe". Ele se fixa numa imagem do que não há e isso encobre o que ainda é. Aí é que está a maior mancada. O ressentido pensa que não ama, pensa que não precisa, pensa que não errou, pensa que quer outra coisa... mas tudo é "efeito estufa" causado pela nuvem de ressentimento que não deixa a temperatura mental resfriar o suficiente. Não é um estado melhor nem mais razoável do que o do apaixonado. Veja: como você só pode tomar decisões acertadas com base no que existe, imagine a porcaria que dá comportar-se tomando como ponto de partida  um cenário imaginário.

Inveja é a mesma coisa: é viver em cima de uma miragem. Você jura que o próximo é tudo aquilo que você pensa que é. Por conseguinte , quer ser como ele. Como a imagem que vê não é real, resta o seguinte: quem tem por ideal o nada, nada será. Seja feita a sua vontade!

Já parou pra pensar que seu próximo não tem tudo o que quer, não é tao feliz quanto você pensa, nem tão bem sucedido? Talvez a inteligência que você lhe atribui ninguém no trabalho dele enxergou. Já pensou que a pose que ele tem seja talvez seu único tesouro?

Por essas e por outras excomungo tudo o que me reduz a capacidade de julgar. "Fugir das paixões" é fugir das ilusões e viver só de verdade. Ilusão, de certa forma, é uma variação de "paixão" porque a pessoa se apega àquela "verdade" com igual cegueira.

Depois que a paixão (ou sentimento persistente) arrefece, dá até vergonha de encarar o tamanho do equívoco.

Pra você e pra mim desejo aquilo que nossas avós sempre diziam: JUÍZO!

Explicando o título dessa postagem: "Kauna ja kateus" quer dizer RESSENTIMENTO E INVEJA em finlandês.

domingo, 10 de abril de 2011

É proibido tocar!

Sou daquelas pessoas chatas que quando vai a um local com música ao vivo, presta atenção à música. A maioria só quer bater papo e fazer barulho.

O fato é que, se há música,  não consigo me desligar dela. E quando há a famosa "voz e violão" e o carinha ataca com Flor de Liz, já sei que não vai prestar. Já pego meus trecos e parto pra outra.

Há uma lista de músicas de barzinhos que ninguém aguenta mais. Deveriam proibir a execução de uma vez por todas. O bom músico pesquisa e ensaia coisas novas. Ou as compõe.

Chega um momento em nossas vidas que já não interessa mais a qualidade da obra, se é um obra de arte ou obra de doido, se foi Deus que compôs ou se foi a Joelma. Tocou demais, torrou o saco, eu condeno.


Vou dar uma dica a todos os músicos da noite:  se você ainda não notou, informo que o repertório de músicas brasileiras aumenta absurdamente todos os anos. Nada justifica que vocês nos molestem com  Dia Branco, Tarde em Itapoã e outros lero-leros. Largue de preguiça!  Mas caso vocês ainda consiga ter dúvidas a respeito de quais as músicas que já deixaram de entreter e passaram a molestar, observem a pequena lista de "expulsa freguês":

1- FLOR DE LIZ
2- DIA BRANCO
3- MARINA MORENA
4- COMO UMA ONDA
5- PINTURA ÍNTIMA
6- ESPANHOLA
7- FOLHETIM
8- NEGUE
9- GAROTA DE IPANEMA
10- TARDE EM ITAPOÃ
11- SAMURAI
12- XODÓ
13- CHEGA DE SAUDADE
14 - DE VOLTA PRO ACONCHEGO
15- VOCÊ É LINDA
16- SAMPA

Se você lembra de mais alguma, complete a lista. Com a palavra, o leitor:  ...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

ROCK - Entre a prece e o orgasmo

Tenho medo de rock.
Não ouço. Evito desde a adolescência.

Por tudo que ele tem de escuro e estranho, por tudo que ele tem de verdadeiro em relação à nossa mais obscura verdade.  Por isso tenho medo de rock: porque me identifico 100% .

O rock tem qualque coisa que levanta defuntos, que queima carnes amortecidas. Tem qualquer coisa de selvagem, primitivo e inclemente. É energia pura.

Acho que energia pura talvez não faça bem à saúde.

O rock é a ridicularização da civilização. É o mais convincente convite para sermos selvagens. Ele está entre a sedução e a violência. Então cresce um fogo, uma agitação incômoda e dolorida, uma pressão, um grito. Não é bom.

Tenho medo do rock porque tudo o que o homem fez até hoje é tentar conter o rock que existe dentro de si.

Rock nao é diversão. Ele é qualquer coisa entre a prece e o orgasmo.

Há duas coisas que não consigo entender nessa vida: quem está imune ao samba e quem está imune ao rock. Quem ouve só pela onda, sem se deixar sequestrar.

Gosto de samba com o meu corpo, com tudo que tenho de reconhecível  e humano. E gosto de rock com aquela parte de mim que desconheço, domo e renego.

Nunca mais esqueci da primeira vez que resolvi ouvir Janes Joplin. Queria saber quem era aquela garota e o que ela tinha de especial para vir a ser tão glorificada. Pois descobri. E parei. Porque era como se ela fosse minha versão não autorizada.  Por isso evito rock: porque o som pesado é... pesado demais para mim.

Prefiro o samba pois, ao contrário do rock, dói gostoso sem arranhar, machuca mas segura na cintura, que é profundo e morno como uma lágrima.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Preciso dizer isso

Escrevi esta mensagem às pessoas que participaram da discussão no blog do Cláudio (leia a postagem anterior pra entender do quê estou falando).

Queridos:

Aprendi mais um pouco com vocês.

Gosto muito de levantar essas questões sabe por quê? Porque acabo aprendendo. Tenho minha cabeça cheia de idéias e conceitos, mas todos eles são móveis. Quando alguém pensa diferente de mim e me confronta, acho estimulante esse exercício intelectual. Quando prova que estou errada, total ou parcialmente, fico feliz. Sério. É como se mais uma luz se acendesse na minha cabeça. É como se eu ganhasse um presente.  Se estou certa, fico na mesma mas sou tendente a provocar outras pessoas para ver se elas me dizem coisas novas.

VOU ADMITIR UMA COISA: hoje na hora do almoço eu estava pensando sobre isso tudo que falamos e uma lembrança dolorosa me veio à mente... e lembrei, por experiência própria, que há momentos na vida da gente em que a dor é tão grande mas tão grande, que a gente só consegue pensar em duas coisas: se matar ou se drogar.   Drogar-se parece uma coisa menos menos drástica. E é.

Lembrei disso porque já passei por momentos nos quais a minha vontade era engolir a primeira porcaria que me aparecesse, só para conseguir parar de sofrer. E se eu tivesse feito isso? E se tivesse precisado de mais e depois mais e depois mais?  E se ficasse viciada? Será que eu seria tão irresponsável quanto um adolescente que apenas quer se divertir? Acho que não...   Sim, há casos e casos.

Acho que Deus me fez lembrar disso para eu ser mais justa em minhas posições.

Então digo que essas discussões, para mim, não são brincadeira nem leviandade. Tenho uma necessidade imensa de saber em qual terreno estou pisando, de saber se estou certa, errada. A verdade me fascina, embora nos pareça tão fugidia.  Lendo todas as postagens, aprendi mais um pouco.

Obrigada a todos.

Discussão

Um amigo leu o meu artigo "O crack e a tese do mosquitinho" e como gostou muito, publicou no blog dele (blog Susto de Amor - CONFIRA).

Aqui essa questão não deu muito o que falar mas lá, o que eu disse gerou polêmica. Uns me apoiaram mas uma moça ficou indignada. Ela trabalha - segundo entendi -  na recuperação de dependentes químicos e acha que a pior coisa do mundo é dizer o que eu disse: o viciado é viciado porque ele mesmo se viciou. Oh! Que escândalo!


Sugiro que você visite o blog do meu amigo Cláudio para acompanhar a discução. Respondi todo o lero-lero politicamente correto da moça, mas tive que fazê-lo em partes, porque o espaço para comentários no blog é limitado. Segue abaixo, na íntegra, minha (longa) resposta:




"TAPAR O SOL COM A PENEIRA FAZ PARTE DO TRATAMENTO? Se faz, desculpa a ignorância.

Adriana: quer dizer que o viciado não tem responsabilidade nenhuma pela confusão onde se meteu? Por que você foge do centro da questão? Em momento algum eu disse que dependência de drogas não é doença. Em momento algum eu disse que o dependente tem que ser abandonado à própria sorte. O que eu disse é que ele buscou o problema e que a doença que ele sofre é resultante de seu próprio desatino e insubordinação às leis. Engraçado... você nem tocou nesse ponto. Calou porque não tem resposta.

Você falou em ajudar (lindo!) falou em dar apoio (lindo!) mas ficou irada quando eu disse uma verdade. Porque você acha que a verdade atrapalha o tratamento?

Sabe, não há esperança para um país onde todo mundo é vítima e ninguém é culpado. Todo mundo é inocente e é proibido dizer “você agiu mal”. Ofende! Nossa obrigação é ajudar de boca fechada para não magoar. Que palhaçada é essa?

Não sou ignorante porque não desconheço os males das drogas. Quem você está chamando de ignorante são os dependentes químicos. Porque ou eles são responsáveis por se tornarem doentes ou eles são umas antas, que com tanta informação a respeito ainda não sabiam que as drogas poderiam transformar a vida deles num inferno.

Quando eu falei em RESPONSABILIDADE POR SEUS ATOS, você apenas respondeu que conhece um monte de gente com essa doença e tal e tal.  Eu pergunto: o que tem uma coisa a ver com a outra? Alcoolismo também é uma doença – que o próprio alcoólatra procurou. Ou não?

Câncer na pele é uma doença também, mas ainda tem um monte de gente teimosa que se expõe perigosamente ao sol sem proteção. Quando tiverem câncer de pele vamos ter que fazer de conta que elas não erraram???????   “Eu conheço muita gente com essa doença... não podemos discriminar... vamos tratar mas sem dizer que elas erraram ao se expor ao sol. Elas podem se magoar. Ai meu Deus!”

Cáries também são problemas de saúde causados por nosso relaxamento e teimosia em comer coisas erradas. Ou não? Somos todos “vítimas das cáries”? 

Será que dizer que o cariado é culpado é ser preconceituoso? A cárie é “um mal que ataca”, “uma coisa que acontece” tipo assim, entende? Ou é resultante de algo de errado que a pessoa fez? Me responda por favor.

Você disse  “vejo pessoas simples e conheço um número absurdo de pessoas da "alta" que sofrem com essa DOENÇA.”  Sim, e daí? Em quê isso invalida o que eu disse?  Me responda mais uma coisa: TAPAR O SOL COM A PENEIRA FAZ PARTE DO TRATAMENTO? Se faz, desculpa a ignorância.

Peço que me responda:

1-     Colocar um filho em uma clínica de reabilitação não é um ato de amor? Não é uma tentativa de resolver o problema?
2-     Entregar um filho dependente químico a profissionais é maldade? 
3-     A família tem culpa se a clínica não reabilita? 
4-     Tentar está errado?
5-     Você disse que essa doença não tem cura. Se não tem cura e nada resolve, qual é o seu trabalho mesmo com essas pessoas?
6-     Se você faz melhor do que as clínicas, parabéns! A família dos dependentes precisam muito te conhecer! Vou fazer a minha parte e divulgar. Estou falando sério.

7-     Tentar não enlouquecer junto é “lavar as mãos”?

8-     Penar por anos e depois dizer “cheguei ao meu limite, não sei mais o que fazer!”  é um ato condenável? 

9-     Usar drogas até tornar-se doente não é um ato condenável?

10- Usar drogas até tornar-se doente não é um ato condenável?

11- Usar drogas até tornar-se doente não é um ato condenável?

12- Você não acha que  quando a família por fim “joga a toalha” é porque já passou por sofrimentos indescritíveis e está em um estado e dor e doença emocional? Essa família não merece um mínimo de humanidade da sua parte? Porque um pai e uma mãe que se encontram esgotados e merecem menos consideração do que um filho doente?  Todos ficam doentes, querida! E você sabe muito bem onde tudo começou.

Outras coisas:

1-     Eu não tenho filho viciado. Espero que isso não aconteça com minha família, mas se acontecer, vou te dizer qual será minha postura: “Filho, eu te amo! Me dói ver você assim. Escute, não vou te abandonar. Conte comigo, você está doente, mas farei o possível e o impossível para tudo ficar bem. Mas que merda deu na sua cabeça para você fazer isso consigo mesmo, meu filho? Ficou doido?”  É isso que eu faria.

2-     Dizer que uma coisa é o que é, não é preconceito: é honestidade e realismo.
3-     Dizer a verdade não atrapalha. O que atrapalha é tratar a realidade como TABU.
4-     O dependente químico é vítima de si mesmo. A família é vítima dele.
5-     Em um momento da vida ele disse a si mesmo “danem-se essas leis idiotas!” e meteu a cara no pó. Por isso ficou doente, não por fatalidade do destino. É mentira?
6-     Valorizo muito quem ajuda essas pessoas.
7-     Valorizo mais ainda quem os ajuda sem fechar os olhos para a realidade e sem frescuras politicamente corretas.
8-     Em algum momento eu disse que os homicídios são cometidos só por viciados? Se eu disse isso, falei besteira. Se não disse, você está sendo injusta e torcendo as coisas. Isso é muito feio.

VOCÊ PERGUNTOU:  “Porque, quando recebemos a notícia que algum querido, foi acometido de um câncer maligno, sentimos piedade, desejamos ajudar, sofremos, oramos, enfim, mas, se um querido diz que está dependendo de química ele deixa de ser um querido e vira um leproso?”

Sua pergunta é baseada em um equívoco horroroso. Primeiramente ninguém trata o dependente químico como leproso. O que acontece é que geralmente quando ele pede ajuda para pessoas como você, á família dele já fez tudo o que achava que podia fazer. Quando ele chega a você, geralmente ele já esgotou a família, já esgotou todo mundo, ninguém agüenta mais. Ninguém o trata como leproso, todos querem ajudar MAS RARAS SÃO AS PESSOAS QUE CONSEGUEM. As pessoas descobrem, sentem pena, querem ajudar... mas não conseguem! ENTENDA, MINHA FILHA: NÃO CONSEGUEM.  NÃO CONSEGUEM. Aí desistem, depois de muitas lágrimas e sofrimento. Você consegue ajudar? DEUS TE ABENÇÔE.

Agora por favor, não seja cruel. Você é mãe?  Você já parou para pensar o quê uma mãe passou até chegar ao ponto de jogar a toalha? Respeite isso e pare de olhar só para o dependente. O mundo vai além das suas fronteiras. Não seja simplista nem infantil, nem romântica nem cruel com as pessoas.

E que tolice é essa de dizer que “Se todos começarem a pensar como essa moça, seria melhor colocar todos os dependentes químicos numa câmara de gáz”.

Vou traduzir o seu pensamento:

Você não consegue lidar com o perdão, não consegue amar o culpado nem ter misericórdia do sofrimento dele. VOCÊ SÓ TEM CARINHO POR VÍTIMAS.  Você só consegue ajudar se fechar os olhos para a realidade. De olhos abertos você não ajuda ninguém.

Jesus nos ama, mas ele não muda o nome das coisas. Ele dá nome aos bois porque o amor dele não depende da nossa inocência. Ele estende a mão, apóia, ama, mas diz “vai e não peques mais, para que não te aconteça coisa pior.”  Sim, é assim que Ele faz...   Acho mais certo, sabia?

Ao contrário: para ser útil ao próximo você primeiro precisa inocentá-lo. Só assim consegue lhe olhar nos olhos. Ou a pessoa é vítima ou tem mais é que morrer.

ENTÃO É POR ISSO que você reluta tanto em dizer que o culpado é culpado.  Porque se ele é culpado, melhor colocar na câmara de gás.

Eu penso diferente. Todos nós temos nossa dose de burrice e de maldade nessa vida. Não sou dependente química, mas já cometi outras burrices também. Não sou melhor do que ele. NEM PIOR.  Todos somos culpados de algumas coisas e todos precisamos de amor e misericórdia e ajuda uns dos outros. Eu não preciso tapar o sol com a peneira para estender minha mão ao culpado.  Você precisa.

O seu problema é que você está convencida de que A VERDADE ATRAPALHA. Está convencida de que é impossível amar o culpado. Você só consegue ajudar aquele a quem considera inocente. Esse é o seu mecanismo psicológico: por falta de amor, prefere fazer de conta que o culpado não tem culpa do que encará-lo como ele é e assim mesmo ser generosa.

O culpado tem que morrer? Então façamos de conta que todos são vítimas.  Esse e o seu remédio.



É triste ser bonita...

http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/arrumar-emprego-e-mais-dificil-para-mulheres-bonitas/

Não tô nem aí para o fato de que hoje é primeiro de abril, o Dia da Mentira. Vou logo atacando com uma verdade:   Tá vendo esse link aí em cima? Pois é onde está dito que foi "provado" que arrumar emprego é mais difícil para mulheres bonitas.

Ei, peraí! Esse pessoal tá doido?

Discordo deles em parte. Eles dizem que em vários locais o Serviço de Pessoal é minado de mulheres solteiras nem sempre bonitas. Na hora da entrevista... imaginem o que acontece. Dar munição para o bandido? Aprovar uma futura rival?

Ah, a famosa maldade feminina! A porfia, a inveja! O engraçado é que homem bonito  - dizem - não tem o mesmo problema.

Claro que se a questão for ser modelo, as bonitas vencem. Ser for ser apresentadora de um telejornal também. Mas não é disso que a gente está falando.

Teste somente para mulheres: Você tem um homem com o qual divide o teto. Não quer se acabar em serviços domésticos, então resolve contratar uma ajudante. Alguém lhe indica duas pessoas. Você escolhe qual vai contratar:

ESSA?



OU ESSA???






Pois é... Eu também.
Os caras têm razão...

sábado, 30 de abril de 2011

Algo a ser gerenciado

Mulher, quem é você?

Isso é muito chato de dizer, mas lá vai: para os homens, a palavra "mulher" está indiscutivelmente classificada na categoria "diversão." Ao contrário da palavra "homem", que eles mesmos relacionam nas categoria  "relacionamento" (afeto, amizade, trabalho, companheirismo...).

Incrível, mas pode reparar: quando um homem fala em diversão, a primeira COISA da lista é a mulher. 

Sempre achei isso horrível, mas fazer o quê?  Para eles nós estamos no mesmo nível da moto, do vídeo-game e da lancha.  A mulher é considerada uma coisa leve, descartável, uma ótima maneira de fugir da rotina. Claro, depois deve ser deixada pra lá para que ele possa voltar a tratar dos assuntos sérios da vida. Ninguém sobre de vida ficando o dia todo em cima na frente do vídeo-game.

Mulher não faz parte da vida normal; mulher é diversão pra fugir da vida normal.  

(Claro que quando eles estão apaixonados tudo é diferente! Mas SÓ quando estão apaixonados).

Note que na visão da mulher a coisa difere muito. Para elas a palavra "homem" está na categoria "vida normal", ou "dia-a-dia".  Diversão, para a mulher, é dançar, comprar, sair com as amigas, bater papo, ir ao clube...  Mulher não costuma achar homem "divertido". Homem não é diversão: é necessidade. Homem não serve para esquecer as preocupações - homem É a preocupação. 

Claro que para algumas mulheres (Marias-Chuteiras, por exemplo) eles estão mais para a categoria "investimento". De qualquer forma investir não deixa de ser também uma maneira de se estar preocupada. 

Para a mulher, o homem, na pior das hipóteses, é algo a ser gerenciado. E na melhor da hipóteses? Na melhor das hipóteses ele é alguem com quem se divertir, nunca a diversão em si.  

Antes que você emende com alguma observação, tenho a dizer o seguinte: beber água não é divertido: é gostoso e super necessário. E não beber água é simplesmente aflitivo.

Mulher não é água; é sorvete, chocolate, pipoca, essas coisas.

Não sei o que é que nós, mulheres, fizemos de tão errado para sermos classificadas junto com as motos, o baralho e a cerveja.  Isso tudo é uma pena porque as mulheres gostam dos homens. Prova disso é que, ao invés de tentar descartá-los, passam a vida tentando gerenciá-los.  

Quem tiver um final feliz para essa postagem, favor me escrever.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pablo Neruda

(Hoje estou com Neruda na veia)

"Oh maligna, já terás achado a carta, já terás chorado de fúria / e terás insultado a memória de minha mãe, / chamando-a de cadela suja e mãe de cachorros, / já terás tomado sozinha, solitária, o chá do entardecer / a espiar os meus velhos sapatos vazios para sempre (...)
Maligna, em verdade, que noite tão grande, que terra tão só! / Cheguei mais uma vez aos dormitórios solitários, / a almoçar comida fria nos restaurantes, e uma vez ainda / atiro no chão as calças e as camisas, / não há cabides no meu quarto, nem retrato de ninguém nas paredes. / Quanta sombra da que existe em minha alma não daria para recobrar-te, / e que ameaçadores me parecem os nomes dos meses, / e a palavra inverno tem um som de tambor lúgubre."


Eu hein!

E depois nós é que somos "um povo exótico"...

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sensibilidade

Acho que sou sensível demais. Isso só é bom mesmo quando a pessoa é artista, compositora ou muito boa em alguma coisa que faça escoar esse acúmulo de sentir. Não é o meu caso.

Escrever ajuda muito, é bom demais, mas não me parece suficiente. Há uma música linda que ainda não compus. Há um poema perfeito, redondo, de grande impressão que nunca fiz.

Há um quadro que ainda não pintei. Ele tem cores cativantes: amarelo "gema de ovo", azul turquesa, branco, um pouco de verde e nada de vermelho. Há um Renoir em mim mas ele não se expande! Meu Machado de Assis também mora em mim, mudo como uma pedra. O que restam são sentimentos que só escapam por via das lágrimas. Eu não era assim, mas me tornei uma chorona. Há músicas que me fazem chorar. Há cenas simples que me fazem chorar. Vídeos, flashes do dia-a-dia que ninguém percebe me tocam. Sou como um copo cheio de água que transborda à primeira sacudidela.

Estive revendo o vídeo da postagem anterior. Meus olhos se encheram de lágrimas. Antes essa coisa me incomodava, mas agora não. Chorar por emoção de beleza é bom.

Enquanto eu assistia o vídeo fiquei imaginando: como a vida pode ser tão linda e o mundo pode ser tão mal?

O que é a vida? E o que é o mundo? Não são a mesma coisa? Não.  O amor, a beleza e o prazer são a vida. O "mundo" é o sistema de coisas onde a vida está inserida e se desenvolve.

É lindo demais o processo de uma pessoa vir ao mundo. É lindo como tudo começa, como tudo dá certo mesmo diante de dificuldades aparentemente intransponíveis. O processo da vida é tão complicado mas tão complicado que era para todo mundo nascer torto, esquisito, com o olho no umbigo e o braço nas costas. Isso se desse sorte de ter braços.  Mas não! A maioria nasce bonitinha com os braços no lugar, com as pernas articuláveis, com os complicadíssimos olhos encravados no crânio onde, escondido, aloja-se o misterioso cérebro. Tem tudo pra dar errado, mas dá certo. Não é lindo?

Por que nos apaixonamos? Talvez não pelas qualidades do outro mas mais pela necessidade que temos de abrigar dentro do peito alguma coisa divina e envolvente. Amar é experimentar a arte em estado bruto. O amor é a arte tão pura mas tão pura, que ninguém consegue descrever direito.

Como uma criança entende as coisas que eu digo tendo um ano de vida? Como? Como fazer links coerentes com os sons, sabendo-se que o dia inteiro toda sorte de sons acontecem ao mesmo tempo? Como uma criança já percebe o que é música e o que é a mamãe chamando? Quem disse para ela qual a diferença? Por que ela quer andar, se engatinhar pela casa já é tão divertido? Por que queremos sempre mais?  Certamente porque nascemos para muito mais.

Por quê o sol nascendo ou se pondo é tão bonito? É tão comum! Todo dia é a mesma coisa!

Por quê, com tanta beleza, o mundo consegue ser tão mal? Por quê as pessoas se matam? E por quê algumas pessoas levam as outras à loucura?

Em um desses dias fatídicos ouvi a notícia do caso de um cão que apareceu em um bairro de Belém trazendo à boca um bracinho de criança. Fiquei angustiada, amargurada mesmo. Horas depois vi o noticiário do maluco que matou várias crianças em um colégio do Rio de Janeiro. Chorei muito. Isso é demais para a minha cabeça. Não dá.  Matam crianças, não posso caminhar a noite pela cidade, vivo com medo. Naquela hora pensei: "Chega, não quero mais viver nesse mundo, não tenho mais prazer nisso aqui. Está tudo amargo demais. Tudo é um poço de lama e lágrimas. Esse mundo tem que acabar." Foi isso que pensei.

Às vezes até esqueço que a vida é bonita. É como uma flor nascida no meio do lixo...

terça-feira, 26 de abril de 2011

"Have You Ever Really Loved A Woman? "

Essa é uma das músicas mais lindas que conheço. Frequentemente meus olhos comprovam isso.

É uma pena que nem todos os homens gostem de mulher.

Não estou me referindo aos homossexuais. Estou me referindo aos homens que gostam de fazer sexo com as mulheres mas não gostam das mulheres. Sempre acho que seja algo como gostar de pizza; você gosta, mas não quer passar o dia carregando uma no carro ou na pasta.  O cheio enjôa, o volume atrapalha.

Frequentemente vejo homossexuais que gostam mais das mulheres do que os heterossexuais. É a impressão que tenho.

Às vezes penso que o grande sonho das mulheres era que os hetero gostassem tanto delas quanto os homo. Gostassem tanto quanto gostam de algumas partes do corpo delas. Aí entra a verdade embutida naquele ditado popular: "Toda mulher tem seu dia de galinha".  Tem. Porque homem, quando olha uma mulher, é como se estivesse querendo comprar galinha no supermercado; só gosta de algumas partes, jamais do todo. Eu, por exemplo, prefiro a sobrecoxa. Outros só querem as asinhas e o peito. Poucos querem a galinha inteira.

Admito que essa é uma comparação infeliz , mas faz sentido.

O filme Don Juan de Marco é lindíssimo e fala sobre essa coisa. Conta a história de um homem que simplesmente amava as mulheres. Ele não via a mulher como um pedaço de carne a ser consumido, mas como alguma coisa curiosa, encantadora e desejável, algo a se possuir e guardar pra ficar olhando depois. Para ele as mulheres eram como uma luz, um fogo, um calor do qual era penoso afastar-se. Ele queria todas e era movido não exatamente por uma postura sacana, mas por um torpor de encantamento, de colecionador. Uma espécie de necessidade da alma mais do que do corpo.Claro que isso não o impedia de come-las, mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

Isso tudo nada tem a ver com amor em si. Tem a ver com gostar, com ser amigo de. E antes que você comece a fazer deduções, saiba: estou falando com o ânimo isento.  Isso aqui não é desabafo de mulher frustrada. Não é "Seção de Cartas" de revista feminina.  Aqui escrevo assexuadamente (seja lá o que isso seja).  E meu relacionamento vai muito bem, obrigada.

Não falo por mim nem falo pelas mulheres porque a maioria delas ainda não se tocou do fato. Elas não se incomodam porque ainda não sacaram como são percebidas pelos homens.  Falo por quê? Como quem? Falo como ser isento no camarote da vida vertendo lágrimas pela humanidade. Pronto.

É claro que consigo fazer isso. Estou fazendo!

Sexo?  Todo mundo gosta de sexo. Qualquer brutamontes sem cérebro gosta, salvo incríveis exceções.
Só que gostar de sexo é muito diferente de gostar de mulher.

Os homens adoram peitos, bundas, coxas, "aquele-troço"... mas se incomodam com a companhia femilina. Exceto se elas estiverem fritando bolinho ou servindo cerveja.  Os homens fazem de tudo para se livrar delas "depois do embate".  Querem que elas fiquem guardadas no armário para poderem brincar de novo depois. Também não gostam de emprestar o brinquedo para os amigos.  Sim, gostam de tê-las guardadas na no armário mas não as querem inseridas em outros contextos.

Já deu pra confirmar que hoje eu não estou falando mesmo de amor ou desejo. Estou falando de GOSTAR. Saibam que muitos homens amam suas mulheres mas não gostam delas. Sentem afeição, dão presentes, ajudam de alguma forma... mas acham um saco ficar junto.

Tenho um conhecido que se gaba das suas aventuras sexuais. Ele adora dizer que saiu com fulana porque precisava ejacular. Adora dizer que arranjou alguém, transou mas nem lembra o nome. A felicidade dele é estar entre os amigos, a macharada, contando isso. Quando se refere às mulheres o tom sempre é pejorativo. Acho que ele nunca na vida soube o que é realmente uma mulher. De certa forma considero-o virgem. Ele não tem a menor consideração, o menor apreço, a mais ínfima vontade de conhecer a alma, de ouvi-las, de ... nada! Ele ri delas, mesmo das mais carinhosas. Faz piada. Ele é um exemplo típico de homem que não gosta de mulher.  Na verdade ele as despreza profundamente.

Há os casados, para os quais a mulher é um dos utilitários da vida. Em determinada idade eles precisam de uma parideira para gerar filhos e formar um ninho aconchegante chamado "lar".  . Precisam de uma mãe que os receba em casa e proporcione a sensação de eterna aceitação. Tratam-nas bem, dão presentes... tudo para manterem aquele ser necessário em casa, cuidando de todos.

Usar a mulher como depósito de esperma não é "amar as mulheres". Usar a mulher como parideira ou serviçal não é amar as mulheres.

Amar as mulheres é considerá-las  interessantes como seres humanos muito mais do que sexualmente atraentes. É gostar do cheiro do cabelo, das pequenas manias, do jeito de falar. Para a maioria dos homens uma mulher não precisaria nem ter cabelo nem manias nem falar nada. Deveriam apenas "comportar-se conforme o esperado durante aquelas pequenas frações do dia". E sumir, para que então eles possam estar na companhia agradável daqueles de quem realmente gostam: dos outros homens.

Agora delicie-se com a música (vídeo e tradução) do filme que mencionei:





Você Realmente Já Amou Uma Mulher?  -  Bryan Adams

Para realmente amar uma mulher, para compreendê-la
Você precisa conhecê-la profundamente por dentro
Ouvir cada pensamento, ver cada sonho
E dar-lhe asas quando ela quiser voar
Então, quando você se achar repousando
Desamparado nos braços dela
Você saberá que realmente ama uma mulher...

Refrão:
Quando você ama uma mulher
Você lhe diz que ela, realmente, é desejada
Quando você ama uma mulher
Você lhe diz que ela é a única
Pois ela precisa de alguém
Para dizer-lhe que vai durar para sempre.
Então diga-me: você realmente, realmente
Realmente já amou uma mulher?

Para realmente amar uma mulher, deixe-a segurar você
Até que você saiba como ela precisa ser tocada
Você precisa respirá-la, realmente saboreá-la
Até que você possa senti-la em seu sangue
E quando você puder ver, seus filhos que ainda não nasceram dentro dos olhos dela
Você saberá que realmente ama uma mulher

Refrão:
Quando você ama uma mulher
Você diz a ela o quanto ela é desejada
Quando você ama uma mulher
Você diz a ela, que ela é a única
Porque ela precisa de alguém
Para dizer a ela, que você irá estar sempre junto
Então me diga, você realmente
Realmente, realmente já amou uma mulher?

Você precisa dar-lhe um pouco de confiança
Segurá-la bem apertado, um pouco de ternura
Precisa tratá-la bem
Ela estará perto de você, cuidando bem de você
Você realmente precisa amar uma mulher. Yeah.

E quando você se achar repousando, desamparado nos braços dela
Você saberá que realmente ama uma mulher.

Refrão:
Quando você ama uma mulher,
Você diz a ela, o que ela realmente queria.
Quando você ama uma mulher,
Você diz a ela, que ela é a única.
Porque ela precisa de alguém
Para dizer a ela, que você irá estar sempre junto.
Então me diga, você realmente
Realmente, realmente já amou uma mulher? Yeah
Somente me diga, você realmente
Realmente, realmente já amou uma mulher?
Oh! Somente me diga, você realmente
Realmente, realmente, já amou uma mulher?

domingo, 24 de abril de 2011

Pense nisso

sábado, 23 de abril de 2011

Joanes - Marajó - Pará

Nunca dei muita bola quando me sugeriam conhecer Joanes. Quem vai ao Marajó geralmente só pensa em Soure ou Salvaterra. Grande erro. Joanes é melhor.

Existe a falta de progresso onde tudo é um lixo e a falta de progresso onde tudo é doce. Joanes é assim, uma cidade encantadora que se alguém tentar "melhorar" pode estragar tudo.  Joanes é um paraíso rústico. É o lugar mais "zen" que eu já conheci na vida. Ali vi colégio sem muros, crianças tranquilas nas praças, igrejinha azul e branca, poços e ruínas do tempo dos jesuítas, búfalos muito a vontade aqui e acolá mascando seu capinzinho... poucos carros, poucas grades, muito vento.

Passei quatro dias sem ver televisão. Pra quê?  Minha televisão foi aquela praia doce e morna (sim, eu disse morna!) foi o povo sorridente me cumprimentando onde eu ia (me senti comadre de todo mundo) foi a surpreendente educação e  o bom humor das pessoas, as crianças livres brincando na praia com se fossem peixinhos travessos, os adolescentes ensaiando quadrilha na rua, o exagero de estrelas no céu, o caminhar à noite pelas ruas gramadas, os búfalos, o peixe fresco, os pescadores, a disposição para conversar, a morenice típica... 


"Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá..."
Ai meu Deus, amei Joanes!  

Revelação ou delírio?

Dia desses escrevi um novo texto no meu blog Diário de Mãe Morta.  Considerei o texto, ficticiamente, como uma carta que minha mãe me mandou lá da eternidade. Minha irmã me perguntou se eu achava que a "carta da mamãe" seria uma maluquice minha ou uma revelação do além.

Delírios ou revelações?

Respondi que quando me faz bem, acredito que são revelações. Quando não me faz bem, acredito que são delírios. Sou muito conveniente em minha fé, não é? rsrsrs  Mas por que não? Por que eu fixaria minha mente justamente no que me faz mal? 

Há uma certa dose de sabedoria na loucura.

O fato é que às vezes me delicio em imaginar que é possível vez por outra "receber alguma coisa" emitida pela minha mãe.   Alguma coisa a título de "coincidência de sintonia", de energia, sei lá.  Por exemplo: se eu sonho com minha mãe, acho gostoso imaginar que Deus gravou um vídeo dela pra mim e está rodando o DVD no meu cérebro durante a noite. Só pra ser legal comigo.

Pense bem: se a Globo tem vídeos de todos os seus artistas  e dispõe da imagem deles, por que será que Deus não teria o mesmo direito sobre a imagem dos seus filhos? Certamente tem, e de forma ainda mais ampla.

Falo isso porque repudio por completo o pensamento espírita, de que os mortos tenham contato com os vivos. 

Não vou dizer que "só sei que nada sei" porque essa frase está muito manjada, então não vou repetir. Não estou dizendo, certo?

Só sei que sei que:

A vida é cheia de mistérios;
A gente sabe algumas coisinhas, mas essas coisinhas são praticamente nada;
Talvez não seja absurdo imaginar que as energias do pensamento e do sentimento viajam de forma mais eficaz do que as ondas de rádio. Não sei se não teríamos capacidade de captar acidentalmente ondas "cerebrais" emitidas por aí pelo universo, espalhadas de forma involuntária.

Isso não é uma confissão de fé, as apenas uma confissão de que gosto de pensar que isso seria possível.

A gente deveria usar tudo o que nos faz bem para, finalmente, viver bem. Desde que não descreiamos da Verdade. Porque há uma Verdade.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sexta Feira Santa

Tremenda Sexta-Feira Santa, ligar a televisão e dar de cara com o Sérgio Chapelin tentando convencer o povo de que o casamento do  príncipe Willian é a coisa mais empolgante do mundo. Só faltou especular sobre a cor da calcinha da Kate. Espero que ela não seja moída pela realeza.

Depois do interessantíssimo Globo Repórter a Globo ataca com o seriado Macho Man, com Jorge Fernando nos mostrando o quando é hiláaaario um homossexual que vira macho.

Depois não querem que eu me vicie em internet...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Babel

Babel que dizer confusão.

Esses dias fiquei mais uma vez assustada com a incapacidade das pessoas lerem um texto e entenderem o que estão lendo. Como pode uma pessoa falar A e a outra entender B? Sim, isso acontece em nosso país e tem um nome: ignorância.

Há pessoas com diploma pendurado na parede mas que não sabem ler. Saber ler nao é apenas juntar letras para entender palavras. Saber ler é juntar palavras para ententer frases e juntar frases para entender textos. E é isso que o brasileiro NÃO SABE.

Estou me referindo a uma reportagem do site ECOPLANET. Nessa reportagem estava escrito que os brasileiros geralmente não tem uma noção muito realista de quem são e como vivem nossos índios. Lá estava escrito que eles usam aparelhos celulares, que isso é comum em várias tribos e que não tem a ver com a nossa visão a respeito deles.

Pergunto: o que foi dito é mentira? Não. É ofensivo? Não. Pois choveram comentáros indignados dizendo que a reportagem é preconceituosa, que querem obrigar os índios a viver como a 500 anos atrás e tal e tal. Que absurdo! O redator escreveu em português e um monte de brasileiros "alfabetizados" não entendeu. Olhem uma amostra da participação dos jumentos leitores:

"que reportagem preconceitusoa. 500 anos de massacre e ainda encontramos posições racistas como essas em um site supostamente crítico" 

"Prezados, o "tom" da reportagem acima me pareceu um tanto preconceituosa. É lógico que não conseguem viver mais como os ancestrais num mundo predominantemente globalizado. Entretanto, o fato de terem celula ou não, isso não os descaracterizará como indígenas..."

"...achei a reportagem um pouco preconceituosa. Por acaso algum ser humano "conseguem viver de forma puramente natural, como seus ancestrais?" e vamos pensar nos ancestrias mais próximos, como nossos avós, sem energia elétrica e água encanada e outras facilidades da vida moderna? E afinal o que é "viver de forma puramente natural?"

Não é desanimador?

sábado, 16 de abril de 2011

Eu quero minha ilusão de volta!

Fiquei muito triste esses dias quando descobri o que eu já deveria saber. Sabe quando a gente sabe que está errado mas nem quer pensar nisso? E fica furioso quando ousam tentar abrir nossos olhos? Sim, você sabe.


Todos já tiveram um amor bandido que não valia nada...  mas era tão bom acreditar que valia! Ou uma "amizade" dos infernos. Sim amigos, algumas ilusões são doces e inocentes.


Mas do que é que estou falando mesmo? Estou falando da dor de descobrir que não moro em um planeta bonitinho. Você deve ter visto na TV. Os paparazzi tiraram fotos da Terra quando ela estava acabando de acordar. Sem maquiagem, sem nada, o que nos resta é a realidade. Tirem as crianças da sala: nosso planeta é uma enoooorme batata, disforme e mal ajambrada.  Vejam com seus próprios olhos:



Uma fruta murcha, meio podre, decadente. Ai, essa imagem me fez tão mal!   De repente morar na Terra perdeu todo o charme. Se eu encontrasse um ET por aí e ele me perguntasse onde moro... juro que eu ia desconversar. Ninguém precisa saber que sou favelada.


Amparem-me porque alguma coisa se quebrou dentro de mim.

Poxa, a Terra era tão redondinha e simpática até um dia desses!  Eu me sentia integrando uma espécie de nobreza do universo, a única espécie a habitar a área vip e ter consciencia disso. Sim, porque as tartarugas não sabem nem que existem. 

Ah, um lugar construído com tanto bom gosto! Um planeta redondinho, chique, matizado de branco, todo certinho e flutuante arrastando atrás de si bilhões de litros de água, ora azuis ora verdes.  A Terra, conforme eu achava que era, parecia abrigar pessoas predominantemente boas e cheirosas, até bonitas.  Naquela serena imensidão eu via florestas, pássaros, peixes curiosos, esperança, montanhas geladas, crianças com laçarotes, bolo de fubá. Agora, olhando para essa bola-de-futebol-de-moleque-de-periferia, sinto um certo desgosto. Sinto que baixei de nível.  Estou empobrecida na mesma medida em que meu planeta é feio.

O que os ETs vão dizer de nós?

O que vejo agora são grades retorcidas, carros enferrujados, lixo, guerra, mofo, gente suada e tênis com chulé. Que decadência!

Nunca pensei que eu fosse dizer isso, mas lá vai: eu preferia a minha ilusão. Acho que vou entrar com uma ação por danos morais. Ninguém tem o dierito de me dar um choque de realidade assim, sem um mínimo de preparação.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Kauna ja kateus

Bem que a Bíblia nos adverte contra "as paixões da mocidade". Com razão, com razão. Mas só recentemente fui parar de relacionar esse assunto com assuntos de Romeu e Julieta.

Paixão é um estado doentio que pode estar relacionado a uma infinidade de assuntos e pode melar toda essa tal infinidade. Defino a paixão como "gripe da alma":  um estado deplorável no qual a pessoa tem a sensação de que o mundo é pequeno demais  para aquela coisa imensa que ela está sentindo e que se não der certo ela vai morrer daqui-prali. É  portanto uma fase de debilidade mental. Por esse motivo muito já se falou a respeito - então chega.

O que tem me encasquetado ultimamente é que não é só a paixão romântica que nos emburrece e surrupia o juízo. Dois outros estados mentais enganosos são o RESSENTIMENTO e a INVEJA.

Assim como o apaixonado, o ressentido não sabe mais o que sente. Está doente e não vê nada direito.  Geralmente ele vai colecionando pequenas ofensas como quem junta punhados de areia na praia e depois monta um monstro. Aí passa a acreditar que aquele monstro existe, mas é tudo construção da mente dele. Pode ser uma ofensa só mas não importa: sejam muitas ou seja uma só, ela cresce como pão no forno e toma forma e tamanho que nada tem de real.

Os bons conselhos de Deus (Bíblia)  jamais visaram nos tornar bonzinhos pela simples finalidade de sermos bonzinhos. Deus não precisa das nossas bondades - ele vai muito bem, obrigado.  Acreditar que, seguindo suas orientações, estaremos lhe prestando algum serviço é um equívoco. A questão é que ele só não quer que quebremos a cara. A Bília toda pode ser resuminda em: "Eu tô avisando!"

Não importa o quando a outra pessoa mereça seu desprezo ou amor: se você tem idéias fixas em relação a ela (paixão, ressentimento, inveja...) você vai deixar de entender as coisas mais importante do mundo: quem você é, o que realmente sente, o que de fato você quer da vida.

O ressentido vive uma ilusão e quem vive uma ilusão a respeito dos outros também está iludido acerca de si mesmo porque o que pensamos que somos tem a ver com o que pensamos que o outro é. Se ele é um monstro, eu sou uma pobre vitima. Se ele é o máximo, perto dele eu me sinto reles.

O ressentido remói um "passado que não mais existe". Ele se fixa numa imagem do que não há e isso encobre o que ainda é. Aí é que está a maior mancada. O ressentido pensa que não ama, pensa que não precisa, pensa que não errou, pensa que quer outra coisa... mas tudo é "efeito estufa" causado pela nuvem de ressentimento que não deixa a temperatura mental resfriar o suficiente. Não é um estado melhor nem mais razoável do que o do apaixonado. Veja: como você só pode tomar decisões acertadas com base no que existe, imagine a porcaria que dá comportar-se tomando como ponto de partida  um cenário imaginário.

Inveja é a mesma coisa: é viver em cima de uma miragem. Você jura que o próximo é tudo aquilo que você pensa que é. Por conseguinte , quer ser como ele. Como a imagem que vê não é real, resta o seguinte: quem tem por ideal o nada, nada será. Seja feita a sua vontade!

Já parou pra pensar que seu próximo não tem tudo o que quer, não é tao feliz quanto você pensa, nem tão bem sucedido? Talvez a inteligência que você lhe atribui ninguém no trabalho dele enxergou. Já pensou que a pose que ele tem seja talvez seu único tesouro?

Por essas e por outras excomungo tudo o que me reduz a capacidade de julgar. "Fugir das paixões" é fugir das ilusões e viver só de verdade. Ilusão, de certa forma, é uma variação de "paixão" porque a pessoa se apega àquela "verdade" com igual cegueira.

Depois que a paixão (ou sentimento persistente) arrefece, dá até vergonha de encarar o tamanho do equívoco.

Pra você e pra mim desejo aquilo que nossas avós sempre diziam: JUÍZO!

Explicando o título dessa postagem: "Kauna ja kateus" quer dizer RESSENTIMENTO E INVEJA em finlandês.

domingo, 10 de abril de 2011

É proibido tocar!

Sou daquelas pessoas chatas que quando vai a um local com música ao vivo, presta atenção à música. A maioria só quer bater papo e fazer barulho.

O fato é que, se há música,  não consigo me desligar dela. E quando há a famosa "voz e violão" e o carinha ataca com Flor de Liz, já sei que não vai prestar. Já pego meus trecos e parto pra outra.

Há uma lista de músicas de barzinhos que ninguém aguenta mais. Deveriam proibir a execução de uma vez por todas. O bom músico pesquisa e ensaia coisas novas. Ou as compõe.

Chega um momento em nossas vidas que já não interessa mais a qualidade da obra, se é um obra de arte ou obra de doido, se foi Deus que compôs ou se foi a Joelma. Tocou demais, torrou o saco, eu condeno.


Vou dar uma dica a todos os músicos da noite:  se você ainda não notou, informo que o repertório de músicas brasileiras aumenta absurdamente todos os anos. Nada justifica que vocês nos molestem com  Dia Branco, Tarde em Itapoã e outros lero-leros. Largue de preguiça!  Mas caso vocês ainda consiga ter dúvidas a respeito de quais as músicas que já deixaram de entreter e passaram a molestar, observem a pequena lista de "expulsa freguês":

1- FLOR DE LIZ
2- DIA BRANCO
3- MARINA MORENA
4- COMO UMA ONDA
5- PINTURA ÍNTIMA
6- ESPANHOLA
7- FOLHETIM
8- NEGUE
9- GAROTA DE IPANEMA
10- TARDE EM ITAPOÃ
11- SAMURAI
12- XODÓ
13- CHEGA DE SAUDADE
14 - DE VOLTA PRO ACONCHEGO
15- VOCÊ É LINDA
16- SAMPA

Se você lembra de mais alguma, complete a lista. Com a palavra, o leitor:  ...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

ROCK - Entre a prece e o orgasmo

Tenho medo de rock.
Não ouço. Evito desde a adolescência.

Por tudo que ele tem de escuro e estranho, por tudo que ele tem de verdadeiro em relação à nossa mais obscura verdade.  Por isso tenho medo de rock: porque me identifico 100% .

O rock tem qualque coisa que levanta defuntos, que queima carnes amortecidas. Tem qualquer coisa de selvagem, primitivo e inclemente. É energia pura.

Acho que energia pura talvez não faça bem à saúde.

O rock é a ridicularização da civilização. É o mais convincente convite para sermos selvagens. Ele está entre a sedução e a violência. Então cresce um fogo, uma agitação incômoda e dolorida, uma pressão, um grito. Não é bom.

Tenho medo do rock porque tudo o que o homem fez até hoje é tentar conter o rock que existe dentro de si.

Rock nao é diversão. Ele é qualquer coisa entre a prece e o orgasmo.

Há duas coisas que não consigo entender nessa vida: quem está imune ao samba e quem está imune ao rock. Quem ouve só pela onda, sem se deixar sequestrar.

Gosto de samba com o meu corpo, com tudo que tenho de reconhecível  e humano. E gosto de rock com aquela parte de mim que desconheço, domo e renego.

Nunca mais esqueci da primeira vez que resolvi ouvir Janes Joplin. Queria saber quem era aquela garota e o que ela tinha de especial para vir a ser tão glorificada. Pois descobri. E parei. Porque era como se ela fosse minha versão não autorizada.  Por isso evito rock: porque o som pesado é... pesado demais para mim.

Prefiro o samba pois, ao contrário do rock, dói gostoso sem arranhar, machuca mas segura na cintura, que é profundo e morno como uma lágrima.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Preciso dizer isso

Escrevi esta mensagem às pessoas que participaram da discussão no blog do Cláudio (leia a postagem anterior pra entender do quê estou falando).

Queridos:

Aprendi mais um pouco com vocês.

Gosto muito de levantar essas questões sabe por quê? Porque acabo aprendendo. Tenho minha cabeça cheia de idéias e conceitos, mas todos eles são móveis. Quando alguém pensa diferente de mim e me confronta, acho estimulante esse exercício intelectual. Quando prova que estou errada, total ou parcialmente, fico feliz. Sério. É como se mais uma luz se acendesse na minha cabeça. É como se eu ganhasse um presente.  Se estou certa, fico na mesma mas sou tendente a provocar outras pessoas para ver se elas me dizem coisas novas.

VOU ADMITIR UMA COISA: hoje na hora do almoço eu estava pensando sobre isso tudo que falamos e uma lembrança dolorosa me veio à mente... e lembrei, por experiência própria, que há momentos na vida da gente em que a dor é tão grande mas tão grande, que a gente só consegue pensar em duas coisas: se matar ou se drogar.   Drogar-se parece uma coisa menos menos drástica. E é.

Lembrei disso porque já passei por momentos nos quais a minha vontade era engolir a primeira porcaria que me aparecesse, só para conseguir parar de sofrer. E se eu tivesse feito isso? E se tivesse precisado de mais e depois mais e depois mais?  E se ficasse viciada? Será que eu seria tão irresponsável quanto um adolescente que apenas quer se divertir? Acho que não...   Sim, há casos e casos.

Acho que Deus me fez lembrar disso para eu ser mais justa em minhas posições.

Então digo que essas discussões, para mim, não são brincadeira nem leviandade. Tenho uma necessidade imensa de saber em qual terreno estou pisando, de saber se estou certa, errada. A verdade me fascina, embora nos pareça tão fugidia.  Lendo todas as postagens, aprendi mais um pouco.

Obrigada a todos.

Discussão

Um amigo leu o meu artigo "O crack e a tese do mosquitinho" e como gostou muito, publicou no blog dele (blog Susto de Amor - CONFIRA).

Aqui essa questão não deu muito o que falar mas lá, o que eu disse gerou polêmica. Uns me apoiaram mas uma moça ficou indignada. Ela trabalha - segundo entendi -  na recuperação de dependentes químicos e acha que a pior coisa do mundo é dizer o que eu disse: o viciado é viciado porque ele mesmo se viciou. Oh! Que escândalo!


Sugiro que você visite o blog do meu amigo Cláudio para acompanhar a discução. Respondi todo o lero-lero politicamente correto da moça, mas tive que fazê-lo em partes, porque o espaço para comentários no blog é limitado. Segue abaixo, na íntegra, minha (longa) resposta:




"TAPAR O SOL COM A PENEIRA FAZ PARTE DO TRATAMENTO? Se faz, desculpa a ignorância.

Adriana: quer dizer que o viciado não tem responsabilidade nenhuma pela confusão onde se meteu? Por que você foge do centro da questão? Em momento algum eu disse que dependência de drogas não é doença. Em momento algum eu disse que o dependente tem que ser abandonado à própria sorte. O que eu disse é que ele buscou o problema e que a doença que ele sofre é resultante de seu próprio desatino e insubordinação às leis. Engraçado... você nem tocou nesse ponto. Calou porque não tem resposta.

Você falou em ajudar (lindo!) falou em dar apoio (lindo!) mas ficou irada quando eu disse uma verdade. Porque você acha que a verdade atrapalha o tratamento?

Sabe, não há esperança para um país onde todo mundo é vítima e ninguém é culpado. Todo mundo é inocente e é proibido dizer “você agiu mal”. Ofende! Nossa obrigação é ajudar de boca fechada para não magoar. Que palhaçada é essa?

Não sou ignorante porque não desconheço os males das drogas. Quem você está chamando de ignorante são os dependentes químicos. Porque ou eles são responsáveis por se tornarem doentes ou eles são umas antas, que com tanta informação a respeito ainda não sabiam que as drogas poderiam transformar a vida deles num inferno.

Quando eu falei em RESPONSABILIDADE POR SEUS ATOS, você apenas respondeu que conhece um monte de gente com essa doença e tal e tal.  Eu pergunto: o que tem uma coisa a ver com a outra? Alcoolismo também é uma doença – que o próprio alcoólatra procurou. Ou não?

Câncer na pele é uma doença também, mas ainda tem um monte de gente teimosa que se expõe perigosamente ao sol sem proteção. Quando tiverem câncer de pele vamos ter que fazer de conta que elas não erraram???????   “Eu conheço muita gente com essa doença... não podemos discriminar... vamos tratar mas sem dizer que elas erraram ao se expor ao sol. Elas podem se magoar. Ai meu Deus!”

Cáries também são problemas de saúde causados por nosso relaxamento e teimosia em comer coisas erradas. Ou não? Somos todos “vítimas das cáries”? 

Será que dizer que o cariado é culpado é ser preconceituoso? A cárie é “um mal que ataca”, “uma coisa que acontece” tipo assim, entende? Ou é resultante de algo de errado que a pessoa fez? Me responda por favor.

Você disse  “vejo pessoas simples e conheço um número absurdo de pessoas da "alta" que sofrem com essa DOENÇA.”  Sim, e daí? Em quê isso invalida o que eu disse?  Me responda mais uma coisa: TAPAR O SOL COM A PENEIRA FAZ PARTE DO TRATAMENTO? Se faz, desculpa a ignorância.

Peço que me responda:

1-     Colocar um filho em uma clínica de reabilitação não é um ato de amor? Não é uma tentativa de resolver o problema?
2-     Entregar um filho dependente químico a profissionais é maldade? 
3-     A família tem culpa se a clínica não reabilita? 
4-     Tentar está errado?
5-     Você disse que essa doença não tem cura. Se não tem cura e nada resolve, qual é o seu trabalho mesmo com essas pessoas?
6-     Se você faz melhor do que as clínicas, parabéns! A família dos dependentes precisam muito te conhecer! Vou fazer a minha parte e divulgar. Estou falando sério.

7-     Tentar não enlouquecer junto é “lavar as mãos”?

8-     Penar por anos e depois dizer “cheguei ao meu limite, não sei mais o que fazer!”  é um ato condenável? 

9-     Usar drogas até tornar-se doente não é um ato condenável?

10- Usar drogas até tornar-se doente não é um ato condenável?

11- Usar drogas até tornar-se doente não é um ato condenável?

12- Você não acha que  quando a família por fim “joga a toalha” é porque já passou por sofrimentos indescritíveis e está em um estado e dor e doença emocional? Essa família não merece um mínimo de humanidade da sua parte? Porque um pai e uma mãe que se encontram esgotados e merecem menos consideração do que um filho doente?  Todos ficam doentes, querida! E você sabe muito bem onde tudo começou.

Outras coisas:

1-     Eu não tenho filho viciado. Espero que isso não aconteça com minha família, mas se acontecer, vou te dizer qual será minha postura: “Filho, eu te amo! Me dói ver você assim. Escute, não vou te abandonar. Conte comigo, você está doente, mas farei o possível e o impossível para tudo ficar bem. Mas que merda deu na sua cabeça para você fazer isso consigo mesmo, meu filho? Ficou doido?”  É isso que eu faria.

2-     Dizer que uma coisa é o que é, não é preconceito: é honestidade e realismo.
3-     Dizer a verdade não atrapalha. O que atrapalha é tratar a realidade como TABU.
4-     O dependente químico é vítima de si mesmo. A família é vítima dele.
5-     Em um momento da vida ele disse a si mesmo “danem-se essas leis idiotas!” e meteu a cara no pó. Por isso ficou doente, não por fatalidade do destino. É mentira?
6-     Valorizo muito quem ajuda essas pessoas.
7-     Valorizo mais ainda quem os ajuda sem fechar os olhos para a realidade e sem frescuras politicamente corretas.
8-     Em algum momento eu disse que os homicídios são cometidos só por viciados? Se eu disse isso, falei besteira. Se não disse, você está sendo injusta e torcendo as coisas. Isso é muito feio.

VOCÊ PERGUNTOU:  “Porque, quando recebemos a notícia que algum querido, foi acometido de um câncer maligno, sentimos piedade, desejamos ajudar, sofremos, oramos, enfim, mas, se um querido diz que está dependendo de química ele deixa de ser um querido e vira um leproso?”

Sua pergunta é baseada em um equívoco horroroso. Primeiramente ninguém trata o dependente químico como leproso. O que acontece é que geralmente quando ele pede ajuda para pessoas como você, á família dele já fez tudo o que achava que podia fazer. Quando ele chega a você, geralmente ele já esgotou a família, já esgotou todo mundo, ninguém agüenta mais. Ninguém o trata como leproso, todos querem ajudar MAS RARAS SÃO AS PESSOAS QUE CONSEGUEM. As pessoas descobrem, sentem pena, querem ajudar... mas não conseguem! ENTENDA, MINHA FILHA: NÃO CONSEGUEM.  NÃO CONSEGUEM. Aí desistem, depois de muitas lágrimas e sofrimento. Você consegue ajudar? DEUS TE ABENÇÔE.

Agora por favor, não seja cruel. Você é mãe?  Você já parou para pensar o quê uma mãe passou até chegar ao ponto de jogar a toalha? Respeite isso e pare de olhar só para o dependente. O mundo vai além das suas fronteiras. Não seja simplista nem infantil, nem romântica nem cruel com as pessoas.

E que tolice é essa de dizer que “Se todos começarem a pensar como essa moça, seria melhor colocar todos os dependentes químicos numa câmara de gáz”.

Vou traduzir o seu pensamento:

Você não consegue lidar com o perdão, não consegue amar o culpado nem ter misericórdia do sofrimento dele. VOCÊ SÓ TEM CARINHO POR VÍTIMAS.  Você só consegue ajudar se fechar os olhos para a realidade. De olhos abertos você não ajuda ninguém.

Jesus nos ama, mas ele não muda o nome das coisas. Ele dá nome aos bois porque o amor dele não depende da nossa inocência. Ele estende a mão, apóia, ama, mas diz “vai e não peques mais, para que não te aconteça coisa pior.”  Sim, é assim que Ele faz...   Acho mais certo, sabia?

Ao contrário: para ser útil ao próximo você primeiro precisa inocentá-lo. Só assim consegue lhe olhar nos olhos. Ou a pessoa é vítima ou tem mais é que morrer.

ENTÃO É POR ISSO que você reluta tanto em dizer que o culpado é culpado.  Porque se ele é culpado, melhor colocar na câmara de gás.

Eu penso diferente. Todos nós temos nossa dose de burrice e de maldade nessa vida. Não sou dependente química, mas já cometi outras burrices também. Não sou melhor do que ele. NEM PIOR.  Todos somos culpados de algumas coisas e todos precisamos de amor e misericórdia e ajuda uns dos outros. Eu não preciso tapar o sol com a peneira para estender minha mão ao culpado.  Você precisa.

O seu problema é que você está convencida de que A VERDADE ATRAPALHA. Está convencida de que é impossível amar o culpado. Você só consegue ajudar aquele a quem considera inocente. Esse é o seu mecanismo psicológico: por falta de amor, prefere fazer de conta que o culpado não tem culpa do que encará-lo como ele é e assim mesmo ser generosa.

O culpado tem que morrer? Então façamos de conta que todos são vítimas.  Esse e o seu remédio.



É triste ser bonita...

http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/arrumar-emprego-e-mais-dificil-para-mulheres-bonitas/

Não tô nem aí para o fato de que hoje é primeiro de abril, o Dia da Mentira. Vou logo atacando com uma verdade:   Tá vendo esse link aí em cima? Pois é onde está dito que foi "provado" que arrumar emprego é mais difícil para mulheres bonitas.

Ei, peraí! Esse pessoal tá doido?

Discordo deles em parte. Eles dizem que em vários locais o Serviço de Pessoal é minado de mulheres solteiras nem sempre bonitas. Na hora da entrevista... imaginem o que acontece. Dar munição para o bandido? Aprovar uma futura rival?

Ah, a famosa maldade feminina! A porfia, a inveja! O engraçado é que homem bonito  - dizem - não tem o mesmo problema.

Claro que se a questão for ser modelo, as bonitas vencem. Ser for ser apresentadora de um telejornal também. Mas não é disso que a gente está falando.

Teste somente para mulheres: Você tem um homem com o qual divide o teto. Não quer se acabar em serviços domésticos, então resolve contratar uma ajudante. Alguém lhe indica duas pessoas. Você escolhe qual vai contratar:

ESSA?



OU ESSA???






Pois é... Eu também.
Os caras têm razão...