quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Candidatos







São tantos, mas tantos, mas tantos os candidatos, que deveríamos fazer um país só pra eles. Não é? Manda tudo pra lá, gente! Deixa que a gente se vira sozinho por aqui.

Pensamento do dia







"As leis são como as teias de aranha que apanham os pequenos insectos e são rasgadas pelos grandes."

As falhas mais comuns do pensamento - Terceira parte: Efeito Halo



Das falhas do pensamento,  o Efeito Halo parece ser a mais cruel.  É como colocar tudo no mesmo "ralo". Voce julga uma pessoa por uma atitude, não pelo todo do que ela é. Isso é horrível e é contra o que mais eu luto - O que não me isenta de pisar na bola, infelizmente.



Segundo a Superinteressante, "Imagine que você é o gerente de uma firma e um dos seus empregados chegou atrasado ao trabalho nos últimos 3 dias. Quando fica sabendo disso, você conclui que o cara é um preguiçoso que não dá valor ao emprego. Pode haver inúmeras razões justas e possíveis para os atrasos e o empregado pode ter muitas qualidades. Mas, por causa dessa falha cognitiva chamada Efeito Halo, você passa a julgar a pessoa como um todo com base nesse único aspecto."



Quem nunca fez isso que atire a primeira pedra. 


Há outros "Halos"  perigosos pelo nosso caminho, nos quais tropeçamos frequentemente. Quantos de nós, quando vemos uma velhinha simpatica, presumimos que ela seria incapaz de trambicar alguém. 


Conhecer essa falha de pensamento é muito importante para construir uma imagem. Ou seja: é importante para tentar manipular o Efeito Halo nos outros. Quanto aos nossos equívocos também ajuda, mas não muito.


Explorando o Efeito Halo dos outros:


Há certas categorias de profissionais que são obrigados a usar terno e gravata justamente para explorar essa nossa falha de cognição.  QUALQUER PESSOA  que queria passar um ar confiável para os desconhecidos não pode abrir mão dos trajes conservadores e linguagem também conservadora. Essas pessoas dificilmente serão bem sucedidas se aparecerem com a boca cheia de gírias da periferia,  chinelo, jeans surrado, camiseta engraçadinha e colares de artesanato ou portando o "quarteto fantástico: "mini-saia/batom vermelhão/decote/salto agulha. 


Uma vez eu soube que uma Juíza foi penalizada porque pulou o carnaval! Acreditam? Qual o crime que cometeu? Nenhum. Mas segundo pensam, isso prejudica a imagem de seriedade que um magistrado precisa ter. Todos sabemos que pular carnaval não a tornou nem mais nem menos justa, nem mais nem menos séria, mas vá argumentar! Outra vez foi uma policial que posou peladinha para uma revista masculina. Acharam que isso prejudicaria a confiança da  sociedade na instituição.


Entenda: a questão não é se devemos ou não nos submeter a  isso. A questão é que a mente humana  funciona de um jeito e ponto final.  Isso pode ser moldado e mudado? Sim, mas à longo prazo e não às minhas custa porque sai muito caro.  


Já que sabemos disso, ao invés de tentar mudar o mundo, que tal tirar proveito do fenômeno?  Ninguém vai contestar a ordem estabelecida justamente quando está precisando fechar um bom negócio ou conquistar alguém, não é? 


Sim, o Efeito Halo pode ser cruel quando volta-se contra nós mas às vezes ele até ajuda. Ele nos mostra o caminho das pedras, dando dicas do que evitar e do que adotar para moldar o que queremos que as pessoas pensem a nosso respeito. As pessoas julgam pelas aparências. Elas julgam injustamente baseado em bem pouco.  O lance é descobrir qual é esse "pouco" que pode alterar substancialmente a minha imagem perante a sociedade.


Calculismo? Sim. Todos conseguem tirar proveito do Halo dos outros? Não. Eu, por exemplo, só me lasco. Por isso deixo aqui uma pungente mensagem ao leitor: 




Eu não sou só isso que vocês estão vendo. 
Isso que vocês pensam que estão vendo pode ser uma criação da sua cabeça oca;
Isso que vocês vêem é motivado por coisas que vocês não podem ver;
Esses dados que vocês desconhecem são justamente os que me inocentam.



Mais uma coisa: isso funciona perfeitamente para os que querem encontrar sua cara metade. Vamos falar das mulheres:   não adianta dizer que tem muita mulher por aí com cara de santinha mas que é uma vagabunda. Poucos homens arriscam suas fichas numa mulher com modos vulgares só porque as aparências enganam.  Aquela piranha hipócrita com cara de santinha geralmente está com um homem e a "autêntica" está a ver navios. 


Nem sempre a desbocada e aparentemente vulgar é vagabunda. Pode apenas ser uma mulher rude mas excelente companheira, fiel e amorosa. Só que os homens não pensam muito (nem pouco) nisso.


Não adianta fazer de conta que certos pequenos detalhes não queimam o seu filme. Ignorar isso não muda a cabeça dos homens. Agora se você já desistiu dos homens é outra coisa. 


Não adianta dizer que você é sensível e inteligente e não é a sua roupa nem a quantidade de palavrões nem as sacanagens que você fala na frente dos pretendentes que vão dizer se você presta ou não. 


Não adianta dizer que você conhece um monte de gente que não fala abertamente de suas preferências sexuais mas mesmo assim são safadas e não valem nada. Elas podem não valer nada, mas se comportam como se valessem e é isso o que conta. Você pode ser a melhor pessoa do mundo mas se tiver gestos e linguajar vulgares, poucos vão querer descobrir suas virtudes escondidas. Você pode contar com a sorte e escorar suas esperanças nas exceções mas não acho isso muito esperto. Você pode continuar sendo "autêntica", desprezando os conselhos e espantando os homens. Porque admitamos: o Efeito Halo parece muito mais presente na cabeça dos homens do que na das mulheres. Ô raça preconceituosa! Desista de tentar mudar os homens.  


Depois dessa edificante postagem, reflita  bastante e  torne-se uma pessoa melhor. Se não fizer isso concluirei que você é mesmo um caso perdido...

 (Superinteressante: http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/6-falhas-mais-comuns-do-pensamento/)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

As falhas mais comuns do pensamento - Segunda parte: Falácia do jogador



Começamos com a "pareidolia", agora vamos à "Falácia do jogador" 


(http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/6-falhas-mais-comuns-do-pensamento/)



"Falácia do jogador" é mais um erro de raciocínio.  Todos nós sabemos que não sabemos o que vai acontecer, só que a gente nunca se conformou com isso.  Então admitimos que não sabemos o que vai acontecer, mas só de teimosia a gente cisma que sabe o que não vai acontecer. 


É assim: choveu no sábado retrasado, choveu no sábado passado e choveu nesse sábado. Daí concluímos que podemos planejar um passeio à praia para o próximo sábado porque "não é possível" que vá chover de novo.  


Muita gente se lasca por causa disso:   "Semana passada comprei uma empada estragada então não é possível que essa também esteja estragada. Seria muito azar." Engano. Não tem nada a ver com azar mas com probabilidade e a probabilidade de que essa empada também esteja estragada é a mesma: 50%.


No fundo no fundo todos acreditamos que temos uma bola de cristal. Nunca nos conformamos com as surpresinhas do futuro. Coisa mais chata ser sempre pego de surpresa! Não existe uma bóia nesse mar, então a gente inventa uma.


Vou dizer uma coisa:  eu prefiro acreditar que o raio não vai cair aqui de novo do que viver com medo de que o raio tenha toda essa liberdade de escolha. Mesmo que ele tenha.


Claro que existe o outro lado: algumas pessoas optam por ter certeza ao contrário: "Se encontrei o João duas vezes nesse vôo, então é grande a chance de encontrar com ele de novo." Ou:  "Por duas vezes o cavalo Blublu venceu, então ele deve vencer de novo."  Parece diferente mas é o mesmo raciocínio - errado.  Quem joga sempre vai na fé de que ou não é possível repetir determinado número ou que não é possível que um número que sempre é sorteado não vá ser sorteado de novo. Você diria que então é melhor nem jogar. E eu responderia: exatamente.  


O nome "Falácia do Jogador" é porque quem gosta de jogar costuma se enredar nessa ilusão. A questão é que nossa vida é uma espécie de jogo. Estamos sempre apostando em uma coisa (profissão, relacionamento amoroso...)   então imagine a porcaria que dá quando nos deixamos levar por um erro de raciocínio.  


Acho que esse é um estratagema do nosso cérebro contra o medo do futuro:  ter a ilusão do controle.  Só que como todo remédio, esse remédio contra a insegurança deve ser usado com parcimônia, para não vivermos batendo a cara contra o muro.


Desse erro de raciocínio tiro uma lição: 


Decididamente não adianta tentar fazer a cabeça de ninguém. Qualquer um de nós sabe muito bem que certos motivos que alegamos para embasar determinadas escolhas, não tem pé nem cabeça. Mas nos agarramos a esses motivos assim mesmo.   Aquilo  não resiste a um argumento lógico, não tem firmeza nenhuma, matematicamente não tem probabilidade maior nem menor de acontecer mas ...  Sempre tem um "mas.  A pessoa se apega uma "impressão de saber" assim mesmo porque o ser humano é dado a incoerências pela própria natureza. Sabemos que determinado raciocinio é incorreto mas gostamos de acreditar naquilo. Acreditar é bom porque traz um certo conforto emocional. Muitos preferem não pensar no assunto do que ficar na incerteza. 


Você nunca se viu numa situação dessas?

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Tiririca está mentindo

Em sua campanha o Tiririca apregoa que "Pior do que tá, não fica." Eu adoraria concordar com ele, mas isso é mentira. Existem ditaduras de mer**  por aí que estão piores do que nós, no entanto são o sonho de consumo de vários candidatos de hoje.

domingo, 26 de setembro de 2010

Frase do Dia

"A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre."  Oscar Wilde 

"As seis falhas mais comuns do pensamento" - Primeira parte: Pareidolia

Gostei muito desse artigo da SUPERINTERESSANTE.  O texto explica que o processo de armazenar informações não é perfeito (isso eu já sabia) e que por isso muitas vezes nos comportamos ou cocluimos coisas baseados em um raciocínio totalmente equivocado.

Aqui vão comentários meus em cima da reportagem da Super. Mas se você acha que meus comentários são mais interessantes do que os "deles", então deixe pra lá e fique por aqui mesmo,com os meus pitacos.


1- Pareidolia

Sabe quando alguém cisma que está vendo a imagem de um santo em uma mancha na janela? Pois pareidolia é isso. Nossa mente tem mania de ver padrão em tudo. E quem é que vai dizer que ela está errada? 



Em minha mente esse fenômeno já faz morada. Só que em outro... nível.

Tenho mania de olhar a minha vida, analisar tudo e procurar um padrão que dê sentido à essa sucessão de acontecimentos desenfreados. Vejo coisas que talvez os outros não vêem. 

Certamente a minha pareidolia é do bem. A do mal nos confunde e nos faz ver tanto bobagens inofensivas (ursinhos nas nuvens) quanto "bobagens nocivas" (fantasmas em nosso quarto).

Com minha pareidolia totalmente do bem, olho fixamente para o filme que é a minha vida e vejo claramente coisas boas onde os outros só veriam confusão. Distancio-me no tempo e olho todos os acontecimentos como quem olha as nuvens e enxerga coisas lindas.  "Tudo aquilo" (tanto o bem quanto o "mal") estavam dentro de um controle maior que só depois, no futuro, acaba fazendo sentido. E é sempre um sentido bom. 

Ou seja: a pareidolia, um erro comum do pensamento, é uma bênção na minha cabeça.  E quem irá dizer que não existe razão nas coisas vistas em pareidolia?



(Continua depois de amanhã.)

MARIELZA TISCATE

Caramba, amiga! Pare com isso! Assim você nos tira o sono. Alguns "se" são assustadores.

MARIELZA TISCATE

“Se”

E se acabar o dia, a noite, o riso,
O prazer, a luz,
Estrelas
Amigos, estradas?

Se acabar a paz,
A luta, o beijo
O sono, o sonho
A flor, o vinho
Se acabar o fim e o meio?

Se o relógio parar
Se o tempo sumir
O espaço seguir
Para o nada?

Se tudo isso não for
O que eu pensava
Se o contrário for a regra
Minha idéia um gracejo
Se a memória me trair
Na hora da virada?


Enquanto não for lá ver
Todo “se” é nada
Nada faz sentido se estou parada
Não toco a pele dos momentos
Não bebo o cálice das horas
A água, o sangue
Gemidos, suspiros e gritos

Se me nego o suor
E não entro no vulcão
Meus dias serão “se”
E a resposta será “não”

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Vai, cachorra!

Li no blog GENIZAH uma postagem indignada contra a galera do Funk, que chama as meninas por nomes altamente pejorativos: cachorra, vadia, popozuda, safada etc.

Inicialmente pensei em atacar com a minha psicologia de fila de padaria, a qual diz que a ânsia desesperada por ser desejada desde cedo tem sua raiz na necessidade feminina primária de ser amada pela figura paterna. Um homem. Alguém que fale grosso, pelo amor de Deus.

Aí me veio à mente a multidão de "sem pais" ultracarentes e desesperadas. Não se valorizam porque foram desvalorizadas desde o útero. Nasceram por acidente, foram crescendo de qualquer jeito, sem instrução, sem orientação, sem serem prioridade em situação alguma. Não adianta serem novas e bonitas: continuarão incrivelmente carentes, sentindo-se um lixo e portando-se como tal. Em suas cabeças imaturas confundem - ou fundem - sexo com amor. Sexo seria a única forma de conseguirem um pouco de afeição. Ser abraçada e desejada é um arremedo de amor e se não há amor, há pelo menos a chance de sentirem braços quentes e masculinos enlaçando-lhes a cintura. Ânsia por uma figura masculina - penso eu.  Passarão o resto da vida disputando o olhar do pai. Serão ciumentas e pegajosas pois a qualquer momento ele pode lhe fugir, dobrar a esquina e nunca mais voltar. Foi assim quando ela nasceu - por quê pensar que seria diferente agora? O jeito é prendê-lo, cativá-lo de todas as formas. Se sexo é o que o homem mais gosta, então é aí que ela vai investir todas as suas poucas fichas a fim de alcançar uma coisa ... alguma coisa boa... Talvez "estabilidade"  em alguma de suas formas.

O blogueiro terminava o texto com o seguinte clamor:  "Precisamos assumir uma postura de defendê-las e assim gerar uma resistência aos que insistem em minimizar a mulher e torná-la um simples objeto sexual."

Defendê-las?


Eu vou pro baile, eu vou pro baile
Sem, sem calcinha
Agora eu sou piranha e ninguém vai me segurar
Daquele jeito!” ...


Aí voltei ao meu impulso inicial, que era esclarecer que  só quem dá valor a uma pessoa é ela mesma;  se a pessoa não se valoriza, ninguém a valorizará; que não adianta começar campanhas contra quem as chamam por termos depreciativos até porque  elas mesmas se chamam assim. Deveríamos fazer uma lavagem cerebral nas garotas, não nos garotos.  Se uma mulher não se sente piranha, quem a chamar assim levará uma bofetada. Os garotos só as chamam assim porque acreditam  - acertadamente - que elas gostam.

Ora, se elas são chamadas de piranhas, gostam de ser chamadas de piranhas e ainda por cima se comportam como piranhas, só nos resta acreditar que são piranhas mesmo.

Quem sou eu para contradizê-las?

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

PENSE NISSO

"Hitler foi eleito democraticamente e levou seis anos para que ele finalmente fizesse um ato de guerra e invadisse a Polônia. Durante esses seis anos ele ia tomando o poder gradualmente e abolindo a democracia na Alemanha..."

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O cãozinho Azul

Uma historinha pra contar para a Clarinha quando ela crescer.

O cãozinho azul nasceu branquinho branquinho, como qualquer coisa branquinha-branquinha que você conheça. Recém-nascido, em meio aos olhares sádicos das crianças, forraram sua "manjedoura" com trapinhos e pedaços de papel crepon azul, já que era um menininho. Também para dar um ar mais festivo à ocasião.

Às crianças foi ordenado que não o tocassem e que se o ímpeto fosse por demais intenso, pelo menos canalizassem sua maldade original para a Barbie velha que a maninha não queria mais. Como sabemos, Barbies velhas deixam de ser frescas e topam qualquer parada.

O cãozinho branco, mole e úmido como uma meleca, logo aprendeu a revolver-se na "manjedoura". De tanto fazê-lo o azul do papel crepon mudou-se para os seus pêlos, o que foi anunciado como misteriosa mutação. Só que a mutação não passou incólume pelo scanner da dona Maroca, babá severa e experiente, que desfez a aura de mistério esfregando na cara dos pasmos espectadores  os restos do crepon totalmente desmilinguido.

Ao contrário do que era de se esperar, com o passar dos dias a cor não se desfez, pelo contrário: atracou-se ao cãozinho indefeso como teimosa entidade, uma espécie de encosto que resolveu habitar aquele corpinho, só que pelo lado de fora. Ninguém se animou a exorcizá-la, então ficou.

Nenhum outro nome seria mais acertado - resolveram - do que simplesmente "Azul". Assim veio ao mundo, para deslumbramento da família Lima, o cãozinho Azul.

Foi essa a história que lhe contaram e recontaram dezenas de vezes ao longo de sua vidinha. Era curioso quanto às suas origens, como toda criança adotada. Não falaram em pai nem em mãe pois, espertamente talvez, quando chegavam no ponto em que contavam como ele se tornara azul, sua curiosidade por outros detalhes se esvaía completamente. Então ele se deslumbrava com sua peculiaridade como sendo um indicador de nobreza.

Milagre ou falta de banho? Ninguém sabe ao certo. O mistério permaneceu e todas as vezes que ele refazia a pergunta a história era recontada com uma pontinha a mais aqui e ali, de forma a ser sempre nova. Assim, o "detalhe" pai e mãe ia ficando pra depois. Se ele continuasse perguntando, decerto acrescentariam que ele caira do céu.

Ninguém quer ver um cãozinho infeliz. E que mal há, me digam, em fazê-lo acreditar que era diferente e especial? Afinal não era mesmo verdade?

"Que lindo cãozinho sou eu! Relíquia da família Lima! Invejado por todos e muito simpático. Totalmente azul como ninguém mais no mundo. Talvez algum marciano... mas aqui na Terra não tem pra ninguém. Vou ter 20 filhotes, com todas as cores do arco-íris acrescentadas de suas nuances, para não repetir." E assim passavam-se os sóis e as luas.

Se formos ser bem sinceros, Azul não possuía dons especiais: não sabia imitar gato, não se fingia de morto, não "quase falava" nem pulava argolas incandescentes. Era um cão, digamos, basicão - sem trocadinho. Mas também não era cobrado nesse sentido. Ao observar os dons de seus amigos ele concluía com seus botões:  "E  quem precisa aprender truques se tem os pêlos azuis?  Isso deve bastar!" - pensava ele. E pensava bem, porque bastava.

Sua vida transcorria simples e divertida, sem novidades ou emoções aflitivas. Daí, talvez, sua saúde e bom humor. Porque se não sabia fazer truques, pelo menos sabia sorrir, e sorria! Para os transeuntes, para os vizinhos, para as crianças quando acordavam, para todos.

Certa vez, passeando com seu dono, Azul notou que outros cães eram igualmente afortunados. Recebiam carinho e atenção, passeavam regularmente, comiam bem todos os dias e ganhavam cafunés.  Pior do que isso: ele mesmo não chamava a atenção dos outros cães. Eles o cumprimentavam com educação: Bom dia! Boa tarde! Boa noite! - mas não lhe direcionavam nenhum olhar especialmente curioso. Mas como? Ele era ímpar!

Certa vez uma cadelinha lhe lançou olhares insistentes que o fizeram colocar-se estrategicamente sob o sol para realçar a cor e ganhar um brilho extra. Fez todas as poses mas notou, meio encucado, que não era para seus lindos pêlos que ela estava olhando. Era uma paquera comum entre cães comuns e isso começou a lhe preocupar. Ele sabia que não existia no mundo outro cão como ele, afortunadamente, explendidamente, curiosamente e indiscutivelmente azul. Mas ela lhe olhou como olhou para o Desmóscrates, cão da casa ao lado. O mesmo olhar da semana passada.

Crise existencial. Adolescência, talvez? Não sei. Não sei a idade de Azul. Só sei que ele chegou a perder o sono.

Mais um dia pela frente... Com fundas olheiras saiu com seu dono para um passeio. Linda manhã... que poderia ter demorado mais a raiar... Sono atrasado.

Pois sim: naquela manhã "especialmente comum" seu dono deparou-se com um amigo que não via há tempos. Foi uma surpresa mútua com abraços, vários tapas nas costas (por quê os humanos fazem isso, meu Deus?!)  e flashes de recordações de lá e de cá. Ele observava aquela alegre esquisicite e considerava, meio amargurado, o fato de que não possuía lembranças assim. Pelo menos nenhuma que valesse tantos tapas.

Por fim, esvaindo-se os assuntos, seu dono lembrou-se de exibi-lo, sorridente, ao amigo. O amigo, em um gesto previsível e polido, fez-lhe um cafuné e lhe sorriu com um olhar como o de quem acaba de ver algo indiscutivelmente... razoável.

Razoável?  Ele não era um cão "razoável" mas o explêndido e raro cão azul, único na cidade e quem sabe no mundo!

Pelo jeito o tal amigo não vira nada de esplêndido nele, pois lançara-lhe um olhar nada mais do que morno. Um cafuné, um sorriso comum e um olhar morno para um cão razoável. Ele não merecia uma desfeita dessa...

Resolveu colocar tudo em pratos limpos. Ao chegar em casa seus latidos eram de quem exige uma explicação. Algo estava errado e agora era hora de descobrir.

Confronto!  A família viu-se em polvorosa tentando acalmá-lo. Ele andava em círculos pelo tapete falando, digo, latindo coisas desconexas sem parar, cabeça baixa, emendando uma frase (frase? ) na outra. A princípio pensavam que ele queria saber quem eram seus pais. Depois notaram que não era esse o "xis" da questão: ele queria saber o que havia de errado consigo, que sempre foi tratado em casa como raridade mas, no mundo, não passava de um Zé Ruela.

Disfarçadamente todos correram a esconder os espelhos da casa. Cada um foi para um lado. Seu dono fazia pose em frente ao maior espelho da casa. A porta do quanto, com outro espelho enorme, foi estrategicamente trancada enquanto discutiam. Havia algo estranho ali.

Pediu explicações, implorou, jogou-se no chão com as patas pra cima, fez que ia ter um derrame, cambaleou, soluçou de frente para a parede, tentou o suicídio prendendo a respiração, fez de tudo. Cada parte do teatro era dramatizado em um canto da sala. A última "montagem" foi justamente a que carregava uma maior força dramática: era a hora da revelação. Seu último arroubo foi em frente à cristaleira (quem ninguém lembrou de esconder) cara a cara consigo mesmo. Sim, no espelho da cristaleira.

Até então ele só reparara nas prateleiras da cristaleira e isso quando o sol incidia sobre as taças límpidas e os pequenos mimos lapidados. Aquele brilho, a luz decomposta... Era só o que olhava até então, mas dessa vez foi diferente - oh Céus!  E o quê ele viu?

Viu um cachorrinho baixinho, poucos pêlos, olhos arregalados, orelhas caídas, rabinho pouco sedutor (fino e curto)... Comum. Dolorosamente comum. E com dentes amarelados. E de óculos. De óculos? Nenhum de seus companheiros usava tal artefato. Um cão de óculos. Patético.

Pelo menos era azul. Pelo menos isto restou - pensou ele. Então resolveu tirar os óculos - azuis - para checar a cor dos olhos. Vaidade... Maldita vaidade!

O fato é que ele ficou sem saber a cor de seus olhos porque tudo o que pôde enxergar no  espelho da malfadada cristaleira era um cão baixinho de poucos pêlos, olhos arregalados, orelhas caídas, cauda mínima, dentes amarelados, sem óculos e... ENCARDIDO.

Oh dor! Oh desilusão! Então ele não era azul? Era branco, e o pior dos brancos. Não o branco neve. Não o branco marfim, não o branco azulado, mas o branco encardido.

Ali ficou, pasmo e duro como um monumento, em estado de choque. As patinhas duras esticadas para cima. Ridículo. Naquele estado mais parecia uma barata morta.

Pegaram-no e o colocaram em seu leito, em meio a muita discussão, troca de acusações e críticas mútuas: "Não se deve esconder assim as coisas de um bichinho! A culpa é sua! A verdade viria a tona mais cedo ou mais tarde! Como não pensamos nisso? Agora é tarde. Eu bem disse que não deveriam ter dado banho nele! A culpa é sua, com suas histórias rocambolescas! Chamem um médico!"

Emagreceu. Não quis falar latir pra ninguém. Chorou. Teve crise nervosa quando tentavam lhe inculcar que ele era muito especial e raro, ainda que não azul, ainda que lindamente encardidinho. Nada. Recusou até osso de rabada. Por fim, morreu.

Com uma semana, não suportando a "dor" da perda, seus donos compraram outro cão. Um pouco mais alto, um pouco mais alvo, um pouco mais peludo, que sabia se fingir de morto e - para piorar - que se olhava no espelho e sabia muito bem quem ele era.

Chato, né?

Consolo: o Céu é azul.

Que se abram os arquivos da ditadura!



SÓ UM IDIOTA ACREDITA QUE O DINHEIRO VINDO DE CUBA, INJETADO NA ESQUERDA BRASILEIRA, TINHA A FINALIDADE DE PROMOVER A DEMOCRACIA NO BRASIL.

domingo, 19 de setembro de 2010

Odeio concurso de beleza

Dizer que não gosto de concurso de beleza não é desespero de mulher feia. O fato é que NUNCA vi um só concurso de beleza  no qual a mais bonita conseguisse vencer. A mais bela fica, no máximo, em terceiro lugar. Aí fico irritada e juro nunca mais assistir.

Cumpri a promessa: eu nunca mais assisti a essas bobagens  mesmo. Só que mesmo sem assistir a notícia acaba me  chegando.

Não pude deixar de ver aqui, na Internet, as cinco meninas que venceram a seleção feita em Belém, Pará, para Garota Fantástica - ou algo assim. Sinceramente... Em qualquer portinha de colégio de Belém a gente encontra meninas muito mais bonitas do que aquelas cinco. Uma é até engraçadinha mas as outras... Duas escaparam de ser feias por um grau. As outras duas... simplesmente não escaparam.

As vezes chego até a desconfiar de que as cartas já estão marcadas. Os organizadores fingem que "democratizam" o concurso fazendo seleção em vários estados brasileiros. As lindas são cabalmente ignoradas; aí eles escolhem as mais ou menos só para  perderem mais  adiante. Maldade.

Pensamento do dia

Dilma favoreceu firma e aparelhou secretaria, diz auditoria do TCE.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Eu gosto da Luciana Gimenez

Dizem que ela é burra. Não concordo nem discordo, muito pelo contrário. Só acrescento que todos temos permissão para sermos burros, desde que sejamos simpáticos.

Aliás, um amigo burro tem o seu valor: faz a gente pensar que é inteligente e ainda por cima sai com umas tiradas divertidas de vez em quando.

Pois é, a bela Luciana Gumenez, pelo menos na tela, é simpática. Além de gostar de pessoas simpáticas, gosto também de pessoas sortudas. Conviver com um azarado é conviver com um encosto.

Ela é sortuda. Como todos sabemos, Luciana Gimenez é a Eliza Samudio que deu certo. Vai criticar? E "deu" duplamente certo: agora ela está prenhe de outro homem rico - Uau! Fico imaginando o sublime prazer que uma transa milionária pode proporcionar...

A Cicarelli bem que tentou, mas o bebê do Ronaldo não conseguiu se segurar, pobrezinho...

Pensando bem, Luciana pode até não passar em um vestibular, mas não é burra não. Ela sabe gerenciar muito bem o seu "patrimônio".

Geralmente mulheres bonitas só conseguem casar com ricaços quando ainda são novinhas.   Tá certo que Luciana não é velha, mas também pra Paquita não serve mais. Ou seja: mais um ponto para ela.

Só me pergunto uma coisa: será que alguma vez na vida ela já transou com um homem bonito?

Tá vendo como tudo tem seu preço?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Os pés petistas

Na época da campanha para Governador, Ana Júlia (Governadora petista eleita em Belém) apareceu em uma cadeira de rodas dizendo heroicamente que o acidente que sofrera não iria jamais prejudicar sua missão durante a campanha política. 


Como sou muito maldosa vi no duplo infortúnio apenas mais uma jogada de marketing.  O objetivo é claro: fixar na mente dos eleitores a imagem de uma candidata de luta, mulher forte, profissional que não precisa ser paparicada nem é chegada a  nhém-nhém-nhém. 

Acho que funciona, pois funcionou, então funcionará. Roseana Sarney também já apareceu arrastanto-se heroicamente pelo mundo da política, mas no caso dela já sabíamos que sua saúde é frágil mesmo - o que não a impediria de tirar vantagem do fato. Sabemos que pessoas doentes que se superam sempre contam com a simpatia do povo.

Pode parecer exagero mas não nos esqueçamos de que o markenting vive de sutilezas aparentemente inúteis. Jogam com o nosso emocional usando detalhes "insignificantes".  As tais "sutilezas bobas" funcionam, e como! Grossura de bigode, cor da camisa, espessura do óculos, largura de gestos, cor do dente, tamanho da bolsa, tudo isso é lapidado minuciosamente por profissionais. Se não funcionasse não haveria gente ganhando a vida com isso. Nem haveria gente pagando por isso.

Talvez seja só maldade da minha parte mas que dá pra desconfiar, dá.


Cadeiras, cadeirinhas e cadeironas

Novamente a mesma história: agora os motoristas tem que comprar cadeiras para bebês, para crianças pequenas, para crianças médias e para crianças grandes.

Não sou contra o uso de cadeiras para os bebês, mas o que se vê com essa nova lei é apenas mais uma forma de infernizar a vida dos brasileiros. Se quisessem salvar vidas, deveriam começar desarmando os assaltantes. 


- Poderiam exigir mais air-bag nos carros;
- Poderiam mandar adaptar cintos especiais nos carros para crianças;
- Poderiam  exigir as tais cadeiras apenas nas estradas ou apenas para crianças bem pequenas;
- Poderiam apenas exigir que quem transporta criança não passasse de 40 k na cidade.
- Poderiam... Sei lá, pensem aí vocês, que são pagos para isso!

Lembram do tempo dos kits de primeiros socorros? Todo mundo tinha que ter no carro, se não além da multa o cara era amaldiçoado com sete anos de azar. Pois faltou nas farmácias gazes, luvas, merthiolate, algodão e outras tranqueiras que a maioria de nós não iria usar nunca; ficava lá no carro tudo jogado pegando poeira, e calor.  

Sempre me perguntei: por que não colocar ambulâncias que realmente atendessem os chamados em caso de acidentes?  Outra pergunta: como eu poderia salvar uma vida com compressas de gazes? Bem, deu no que deu: quem deveria ganhar dinheiro com isso já ganhou e agora não se fala mais no assunto. Agora está na vez das empresas fabricantes de cadeirinhas encherem os bolsos.

Resultado prático da nova Lei:

1- Acabou aquela onda de "Mãe, dá pra pegar o Pedrinho no colégio? Aconteceu um imprevisto!" Pois de agora em diante o Pedrinho que se mofe na calçada porque a vovó não vai ter uma coleção de cadeiras em seu carro, uma para cada neto.

2- Se a intenção era resguardar a integridade física das crianças,  a Lei não funciona também porque como  exigir tamanho investimento de taxistas, perueiros e empresas de ônibus?  Tá certo, eu sei que eles estão fora mas essas exceções representam um rombo enorme na lei - rombo esse que invalida a sua própria essência.

3- O mais provável: de hoje em diante as crianças viajarão abaixadas no chão do carro. "É isso aí moleque, ou você some aí por baixo ou a multa será descontada de seu presente de Natal, aniversário e Dia das Crianças."   As crianças serão os novos tapetes fashion no piso dos nossos carros. viajarão esparramadas no chão para não serem vistas pelo guarda. Ou você acha que as pessoas vão deixar de pegar uma carona com os amigos só porque o motorista não tem cadeira para o filho deles? Tá doido? "Crianças, todo mundo no chão!"  É até bom, porque os pequenos já treinam para quando forem assaltados - porque como todos sabemos, um dia serão.

4- Vai rolar muita propina!

5- Depois de gastarmos bastante dinheiro e depois de serem aplicados bilhões em multas, o governo vai concluir que a lei era impraticável. Aí vão deixar pra lá...  e tudo volta a ser como era dantes do quartel de Abrantes.

Brasil-il-il!

Anote aí

As vezes acho que amor é que nem inseto: se correr atrás ele foge; se ficar parado, ele pousa em cima.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

LULA em 2009 e em 2000

Não é "intriga da oposição".

domingo, 12 de setembro de 2010

Discriminar é preciso

Notei um traço interessante em minha personalidade: tenho dificuldade para a ceitar a mudança do significado das palavras. Já me vi em muitas situações corrigindo pessoas porque renegam o sentido (que eu considero) original do termo e não gosto disso.

Por exemplo: acho que o termo "discriminação"  costuma ser totalmente mal empregado. Discriminar é apenas ressaltar, evidenciar, mostrar a diferença. Só. O que há de errado nisso? Minhas professoras do passado sempre passavam exercícios dizendo"Discrimine as frase correta."  Ou "discrimine o sujeito da oração". Nunca achei que eu estava fazendo algo errado rsrsrs.

Quando você vai a uma loja de peixes e pede para o seu filho escolher só os alaranjados, está pedindo: "discrimine os alaranjados e coloque-os no saquinho."

Qual o problema de discriminar os mais pobres? Nenhum. Se você quer distribuir cestas básicas, terá que discriminá-los, destacá-los dos demais, para que só eles recebam o benefício.

Se você vai redigir o edital de um concurso público, você precisará deixar claro que os candidatos que não pussuírem tais diplomas serão rejeitados logo de cara.

Se você vai ao supermercado, precisa discriminar sua marca preferida.

Quem discrimina não rejeita, no sentido de algo ser superior ou inferior a outro. Discriminar é destacar.  Quer dizer: era destacar. Parece que a coisa está mudando a despeito da minha discordância.

Discriminar não tem um sentido necessariamente negativo. Claro que pode ser usado com uma conotação má, como temos feito, mas isso não faz sentido porque o português é rico e temos uma palavra muito mais expressiva para definir o que seria o "sentido mau" de discriminar: é REJEITAR.

Rejeitar já diz tudo. Discriminar pode ter o sentido de escolher e elejer. Rejeitar é rejeitar mesmo, é descartar, jogar fora. Admita: para ser usado em questões de preconceito, REJEITAR é um termo muito mais claro e expressivo do que DISCRIMINAR.


Uma pessoa não pode ser REJEITADA por causa de sua cor, de sua religião ou situação financeira ou só porque é feio. É isso o que as pessoas querem dizer. Não pode REJEITAR.

Quer dizer...  pode sim. Pode e deve!

Porque ninguém pode ser rejeitado? Você rejeita uma babá se descobrir que ela é alcoólatra. Você rejeita um estudante de artes plásticas para ser seu estagiário em seu escritório de advocacia. O Estado rejeita um monte de gente todos os anos em seus concursos públicos. O atleta que não alcança a marca mínima não pode participar das olimpíadas - é rejeitado.  Eu rejeitaria uma pessoa analfabeta para trabalhar como secretária em meu escritório. Uma pessoa completamente mal vestida não pode representar uma boa empresa. Etc, etc.

REJEIÇÃO e DISCRIMINAÇÃO fazem parte da vida. A questão é saber quais as exceções, ou seja: em quais ocasiões é inaceitável rejeitar uma pessoa.

A conclusão é: nesse mundo não somos iguais perante nada, muito menos perante a Lei. 

Quem é réu primário é visto de uma forma e o reincidente, de outra. Quem matou com intenção é visto de forma diferente de quem matou sem intenção. Um fracote que dê um soco em alguém é analisado de forma diferente de um boxeador que desfira um único e humilde soco em alguém.

Se todos fôssemos iguais não haveria necessidade de julgamento: motivos, intenções e dolo seriam iguais para todos e igualmente considerados. Bastaria um computador com um bom programa para substituir os Juízes.

(Que ótima idéia!)

Para haver o mínimo de ordem em nossa sociedade, discriminar é preciso. Rejeitar também.  Aliás, por falta de discriminação é que os políticos bandidos estão misturados aos honestos. Se houvesse discriminação não seria muito melhor?

DISCRIMINAÇÃO JÁ!

sábado, 11 de setembro de 2010

11 de setembro

Um dia de silêncio em memória aos mortos em 11 de setembro.  



quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Você aguenta mais um pouquinho

Já está todo mundo enjoado mas mesmo assim resolvi escrever um pouquinho sobre política, só para azucrinar  também.

Li no blog Oásis a Inutilidade um texto interessante sobre o assunto. Sugiro que você vá lá e leia  a postagem completa. Aqui, apenas colo dois parágrafos nos quais o nobre blogueiro responde a duas indagações que - acredito - são comuns a todos os brasileiros:

Primeira pergunta respondida pelo blogueiro:

"Então por que tanto fanatismo político? Fácil: política é igual futebol. Cada um escolhe um time para só ver virtudes e coloca um filtro no cérebro pra detectar apenas defeitos alheios. Eleição é uma mera disputa entre agremiações. Embate de ideias é passado; o presente não passa de uma escaramuça para saber quem vai herdar a carniça."

Segunda pergunta respondida pelo blogueiro:
"E por que os candidatos são tão semelhantes? Porque somos todos parecidos. Por um cargo DAS, somos capazes de dizer que mudamos de candidato - ou mudamos mesmo -, colocamos propaganda no carro e vamos a carreatas com um poster do candidato no c*. Não é tão diferente das trocas de favores políticos que tanto criticamos."

Isso tem tudo a ver com uma antiga postagem minha (confira aqui).

Sem mais comentários.

Reflitamos, irmãos.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Eleições: o lado bom

Nem só de ira e hipocrisia vive o brasileiro. Eu mesma estou começando a curtir muito essa época de eleições. Sério!

Primeiro porque alguns cientistas afirmam que há menos suicídios durante a época eleitoral. Isso já é um bom motivo para curtir esse circo  momento.

Em segundo lugar ainda  não somos obrigados a assistir o horário político, então reclamar de quê? Há sempre uma locadora pelas redondezas.

E em terceiro lugar vejam só: a cidade está qualhada de PM's.  Não sei bem de onde saíram. Dos bueiros talvez. O mais provável mesmo é que tenha sido do útero de suas mães mas teorias àparte, o que importa mesmo é que só em época de eleições me sinto tão segura. Dia desses cometi um ato que teria sido considerado tresloucado se não estivéssemos em eleição: à noite parei o carro para dar uma conferida nos pneus. conduta suicida? Nãããão!  "Peeme" na área.  Perto de casa vejo várias viaturas com aqueles simpáticos homenzinhos dentro. Não é a glória? Estou para oferecer um copo de suco e um sandupiche para cada um, para ver se eles se apegam ao local e criam raízes.

Além da segurança ainda temos a alegria de ver várias fachadas de escolas recém pintadas. Coisa de primeiro mundo!

Devemos tudo isso às eleições, que se aproximam.  Portanto, acho que deveríamos ter eleições todos os anos! Como não pensaram nisso antes?

Com eleições todos os anos cairia o número de assaltos e as escolas estariam sempre pintadinhas. Acho que vou me candidatar com essa proposta. Além do que, políticos arrogantes estariam sempre sorrindo para você e prestes a lhe dar um caloroso abraço.

Eleição? Eu acho é "bão".

Sugiro que você assista tudo

Uma bacia para lavar a louça

Li este pequeno artigo e fiquei boquiaberta. Será verdade?

"Ao lavar louça durante 15 minutos com a torneira aberta em um apartamento, onde a pressão da água é maior do que em uma casa, você gasta 240 litros de água. Mas se usar uma bacia cheia d’água, ou a própria pia, para ensaboar a louça e abrir a torneira somente para o enxágüe, pode reduzir esse tempo para 5 minutos e economizar 160 litros.

Se sua família lava louça três vezes por dia, a economia diária chegará a 480 litros. Se apenas cinco famílias adotarem esse método por vinte anos, a água poupada chega a 17,5 milhões de litros, o que dá para matar a sede de quase 9 milhões de pessoas em um dia."

Nosssssa!

domingo, 5 de setembro de 2010

Qual a diferença?

Criminoso pobre
Criminoso rico
Criminoso de farda
Criminoso sem farda
Criminoso com terra
Criminoso sem terra
Criminoso candidato
Criminoso eleitor
Criminoso de direita
Criminoso de esquerda
Criminoso com ideologia
Criminoso sem ideologia
Criminoso ditador
Criminoso "democrata"
"Criminoso romântico"
Criminoso brutamontes...
Pra mim tudo é a mesma merda
Não vejo diferença alguma.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Esperança: essa chata.

Mais uma do Memórias da Minha Rede. Olhe a frase!


Hmmm...

A maioria das pessoas acredita que todo mundo tem medo de perder a esperança e por isso procuram agarrá-la com firmeza e convencê-la a ficar. Será? 

O fato de a esperança ser a última que morre é justamente o que a torna uma velha chata. Ela te prende a coisas que deveriam ter sido deixadas pra trás. Sabe como velho adora trastes, né?

A esperança tem mania de ficar matraqueando em nosso ouvido sempre a mesma coisa, sempre a mesma coisa, sempre a mesma coisa. Aí a gente acaba cedendo. Pobres de nós!

Há coisas em nossa vida que a gente não quer mais esperar. Cansou, encheu o saco. Desapontamento cansa, gente! E esperar também cansa.  Mas aí vem a chata da esperança e sutilmente enxerta em nossa cabeça que "quem sabe pode acontecer sim! Aconteceu com Fulano e com Cicrano, então você pode ser o próximo sorteado". Aí você diz para si mesmo em voz alta e diante do espelho (para ser mais convincente) que não acredita naquilo, que desistiu e vai levar a alma para mudar de ares em um outro sonho. Nada como um sonho novo para arejas as idéias!   E não me venha com conversar de auto ajuda que já estou de saco cheio - também. Aí a gente vai dormir e quando acorda dá de cara com uma manhã explendorosa de sol. Ou vê um filme incrível ou assiste a uma reportagem que nos enche a cabeça de idéias. Ou conversamos com uma amiga e re-descobrimos que a vida é cheia de surpresas. Aí, pumba! Sem nos tocar estamos novamente cheio de esperanças.

A esperança é o que nos impulsiona pra frente  - e o que nos impulsiona pra trás. Insistir demais em uma esperança específica que nunca sai do ovo pode nos imobilizar para projetos mais "up". Ir pra frente e depois ir pra trás significa não sair do lugar.

Por exemplo: eu poderia arrumar algo mais produtivo para fazer. Talvez um curso de web designer, violão ou corte-e-costura. Já até pensei mas vem a chata da esperança me atrasar a vida fazendo-me acreditar que  quem-sabe-talvez-um dia o meu blog vá estourar nas paradas de sucesso. Improvável, mas vá discutir com a esperança! Ô velha teimosa...  Então esse acreditar me impusiona a continuar escrevendo mas ao mesmo tempo me atrasa para outras coisas.

Não sei se o exemplo foi bom mas... é isso aí.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Candidatos







São tantos, mas tantos, mas tantos os candidatos, que deveríamos fazer um país só pra eles. Não é? Manda tudo pra lá, gente! Deixa que a gente se vira sozinho por aqui.

Pensamento do dia







"As leis são como as teias de aranha que apanham os pequenos insectos e são rasgadas pelos grandes."

As falhas mais comuns do pensamento - Terceira parte: Efeito Halo



Das falhas do pensamento,  o Efeito Halo parece ser a mais cruel.  É como colocar tudo no mesmo "ralo". Voce julga uma pessoa por uma atitude, não pelo todo do que ela é. Isso é horrível e é contra o que mais eu luto - O que não me isenta de pisar na bola, infelizmente.



Segundo a Superinteressante, "Imagine que você é o gerente de uma firma e um dos seus empregados chegou atrasado ao trabalho nos últimos 3 dias. Quando fica sabendo disso, você conclui que o cara é um preguiçoso que não dá valor ao emprego. Pode haver inúmeras razões justas e possíveis para os atrasos e o empregado pode ter muitas qualidades. Mas, por causa dessa falha cognitiva chamada Efeito Halo, você passa a julgar a pessoa como um todo com base nesse único aspecto."



Quem nunca fez isso que atire a primeira pedra. 


Há outros "Halos"  perigosos pelo nosso caminho, nos quais tropeçamos frequentemente. Quantos de nós, quando vemos uma velhinha simpatica, presumimos que ela seria incapaz de trambicar alguém. 


Conhecer essa falha de pensamento é muito importante para construir uma imagem. Ou seja: é importante para tentar manipular o Efeito Halo nos outros. Quanto aos nossos equívocos também ajuda, mas não muito.


Explorando o Efeito Halo dos outros:


Há certas categorias de profissionais que são obrigados a usar terno e gravata justamente para explorar essa nossa falha de cognição.  QUALQUER PESSOA  que queria passar um ar confiável para os desconhecidos não pode abrir mão dos trajes conservadores e linguagem também conservadora. Essas pessoas dificilmente serão bem sucedidas se aparecerem com a boca cheia de gírias da periferia,  chinelo, jeans surrado, camiseta engraçadinha e colares de artesanato ou portando o "quarteto fantástico: "mini-saia/batom vermelhão/decote/salto agulha. 


Uma vez eu soube que uma Juíza foi penalizada porque pulou o carnaval! Acreditam? Qual o crime que cometeu? Nenhum. Mas segundo pensam, isso prejudica a imagem de seriedade que um magistrado precisa ter. Todos sabemos que pular carnaval não a tornou nem mais nem menos justa, nem mais nem menos séria, mas vá argumentar! Outra vez foi uma policial que posou peladinha para uma revista masculina. Acharam que isso prejudicaria a confiança da  sociedade na instituição.


Entenda: a questão não é se devemos ou não nos submeter a  isso. A questão é que a mente humana  funciona de um jeito e ponto final.  Isso pode ser moldado e mudado? Sim, mas à longo prazo e não às minhas custa porque sai muito caro.  


Já que sabemos disso, ao invés de tentar mudar o mundo, que tal tirar proveito do fenômeno?  Ninguém vai contestar a ordem estabelecida justamente quando está precisando fechar um bom negócio ou conquistar alguém, não é? 


Sim, o Efeito Halo pode ser cruel quando volta-se contra nós mas às vezes ele até ajuda. Ele nos mostra o caminho das pedras, dando dicas do que evitar e do que adotar para moldar o que queremos que as pessoas pensem a nosso respeito. As pessoas julgam pelas aparências. Elas julgam injustamente baseado em bem pouco.  O lance é descobrir qual é esse "pouco" que pode alterar substancialmente a minha imagem perante a sociedade.


Calculismo? Sim. Todos conseguem tirar proveito do Halo dos outros? Não. Eu, por exemplo, só me lasco. Por isso deixo aqui uma pungente mensagem ao leitor: 




Eu não sou só isso que vocês estão vendo. 
Isso que vocês pensam que estão vendo pode ser uma criação da sua cabeça oca;
Isso que vocês vêem é motivado por coisas que vocês não podem ver;
Esses dados que vocês desconhecem são justamente os que me inocentam.



Mais uma coisa: isso funciona perfeitamente para os que querem encontrar sua cara metade. Vamos falar das mulheres:   não adianta dizer que tem muita mulher por aí com cara de santinha mas que é uma vagabunda. Poucos homens arriscam suas fichas numa mulher com modos vulgares só porque as aparências enganam.  Aquela piranha hipócrita com cara de santinha geralmente está com um homem e a "autêntica" está a ver navios. 


Nem sempre a desbocada e aparentemente vulgar é vagabunda. Pode apenas ser uma mulher rude mas excelente companheira, fiel e amorosa. Só que os homens não pensam muito (nem pouco) nisso.


Não adianta fazer de conta que certos pequenos detalhes não queimam o seu filme. Ignorar isso não muda a cabeça dos homens. Agora se você já desistiu dos homens é outra coisa. 


Não adianta dizer que você é sensível e inteligente e não é a sua roupa nem a quantidade de palavrões nem as sacanagens que você fala na frente dos pretendentes que vão dizer se você presta ou não. 


Não adianta dizer que você conhece um monte de gente que não fala abertamente de suas preferências sexuais mas mesmo assim são safadas e não valem nada. Elas podem não valer nada, mas se comportam como se valessem e é isso o que conta. Você pode ser a melhor pessoa do mundo mas se tiver gestos e linguajar vulgares, poucos vão querer descobrir suas virtudes escondidas. Você pode contar com a sorte e escorar suas esperanças nas exceções mas não acho isso muito esperto. Você pode continuar sendo "autêntica", desprezando os conselhos e espantando os homens. Porque admitamos: o Efeito Halo parece muito mais presente na cabeça dos homens do que na das mulheres. Ô raça preconceituosa! Desista de tentar mudar os homens.  


Depois dessa edificante postagem, reflita  bastante e  torne-se uma pessoa melhor. Se não fizer isso concluirei que você é mesmo um caso perdido...

 (Superinteressante: http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/6-falhas-mais-comuns-do-pensamento/)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

As falhas mais comuns do pensamento - Segunda parte: Falácia do jogador



Começamos com a "pareidolia", agora vamos à "Falácia do jogador" 


(http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/6-falhas-mais-comuns-do-pensamento/)



"Falácia do jogador" é mais um erro de raciocínio.  Todos nós sabemos que não sabemos o que vai acontecer, só que a gente nunca se conformou com isso.  Então admitimos que não sabemos o que vai acontecer, mas só de teimosia a gente cisma que sabe o que não vai acontecer. 


É assim: choveu no sábado retrasado, choveu no sábado passado e choveu nesse sábado. Daí concluímos que podemos planejar um passeio à praia para o próximo sábado porque "não é possível" que vá chover de novo.  


Muita gente se lasca por causa disso:   "Semana passada comprei uma empada estragada então não é possível que essa também esteja estragada. Seria muito azar." Engano. Não tem nada a ver com azar mas com probabilidade e a probabilidade de que essa empada também esteja estragada é a mesma: 50%.


No fundo no fundo todos acreditamos que temos uma bola de cristal. Nunca nos conformamos com as surpresinhas do futuro. Coisa mais chata ser sempre pego de surpresa! Não existe uma bóia nesse mar, então a gente inventa uma.


Vou dizer uma coisa:  eu prefiro acreditar que o raio não vai cair aqui de novo do que viver com medo de que o raio tenha toda essa liberdade de escolha. Mesmo que ele tenha.


Claro que existe o outro lado: algumas pessoas optam por ter certeza ao contrário: "Se encontrei o João duas vezes nesse vôo, então é grande a chance de encontrar com ele de novo." Ou:  "Por duas vezes o cavalo Blublu venceu, então ele deve vencer de novo."  Parece diferente mas é o mesmo raciocínio - errado.  Quem joga sempre vai na fé de que ou não é possível repetir determinado número ou que não é possível que um número que sempre é sorteado não vá ser sorteado de novo. Você diria que então é melhor nem jogar. E eu responderia: exatamente.  


O nome "Falácia do Jogador" é porque quem gosta de jogar costuma se enredar nessa ilusão. A questão é que nossa vida é uma espécie de jogo. Estamos sempre apostando em uma coisa (profissão, relacionamento amoroso...)   então imagine a porcaria que dá quando nos deixamos levar por um erro de raciocínio.  


Acho que esse é um estratagema do nosso cérebro contra o medo do futuro:  ter a ilusão do controle.  Só que como todo remédio, esse remédio contra a insegurança deve ser usado com parcimônia, para não vivermos batendo a cara contra o muro.


Desse erro de raciocínio tiro uma lição: 


Decididamente não adianta tentar fazer a cabeça de ninguém. Qualquer um de nós sabe muito bem que certos motivos que alegamos para embasar determinadas escolhas, não tem pé nem cabeça. Mas nos agarramos a esses motivos assim mesmo.   Aquilo  não resiste a um argumento lógico, não tem firmeza nenhuma, matematicamente não tem probabilidade maior nem menor de acontecer mas ...  Sempre tem um "mas.  A pessoa se apega uma "impressão de saber" assim mesmo porque o ser humano é dado a incoerências pela própria natureza. Sabemos que determinado raciocinio é incorreto mas gostamos de acreditar naquilo. Acreditar é bom porque traz um certo conforto emocional. Muitos preferem não pensar no assunto do que ficar na incerteza. 


Você nunca se viu numa situação dessas?

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Tiririca está mentindo

Em sua campanha o Tiririca apregoa que "Pior do que tá, não fica." Eu adoraria concordar com ele, mas isso é mentira. Existem ditaduras de mer**  por aí que estão piores do que nós, no entanto são o sonho de consumo de vários candidatos de hoje.

domingo, 26 de setembro de 2010

Frase do Dia

"A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre."  Oscar Wilde 

"As seis falhas mais comuns do pensamento" - Primeira parte: Pareidolia

Gostei muito desse artigo da SUPERINTERESSANTE.  O texto explica que o processo de armazenar informações não é perfeito (isso eu já sabia) e que por isso muitas vezes nos comportamos ou cocluimos coisas baseados em um raciocínio totalmente equivocado.

Aqui vão comentários meus em cima da reportagem da Super. Mas se você acha que meus comentários são mais interessantes do que os "deles", então deixe pra lá e fique por aqui mesmo,com os meus pitacos.


1- Pareidolia

Sabe quando alguém cisma que está vendo a imagem de um santo em uma mancha na janela? Pois pareidolia é isso. Nossa mente tem mania de ver padrão em tudo. E quem é que vai dizer que ela está errada? 



Em minha mente esse fenômeno já faz morada. Só que em outro... nível.

Tenho mania de olhar a minha vida, analisar tudo e procurar um padrão que dê sentido à essa sucessão de acontecimentos desenfreados. Vejo coisas que talvez os outros não vêem. 

Certamente a minha pareidolia é do bem. A do mal nos confunde e nos faz ver tanto bobagens inofensivas (ursinhos nas nuvens) quanto "bobagens nocivas" (fantasmas em nosso quarto).

Com minha pareidolia totalmente do bem, olho fixamente para o filme que é a minha vida e vejo claramente coisas boas onde os outros só veriam confusão. Distancio-me no tempo e olho todos os acontecimentos como quem olha as nuvens e enxerga coisas lindas.  "Tudo aquilo" (tanto o bem quanto o "mal") estavam dentro de um controle maior que só depois, no futuro, acaba fazendo sentido. E é sempre um sentido bom. 

Ou seja: a pareidolia, um erro comum do pensamento, é uma bênção na minha cabeça.  E quem irá dizer que não existe razão nas coisas vistas em pareidolia?



(Continua depois de amanhã.)

MARIELZA TISCATE

Caramba, amiga! Pare com isso! Assim você nos tira o sono. Alguns "se" são assustadores.

MARIELZA TISCATE

“Se”

E se acabar o dia, a noite, o riso,
O prazer, a luz,
Estrelas
Amigos, estradas?

Se acabar a paz,
A luta, o beijo
O sono, o sonho
A flor, o vinho
Se acabar o fim e o meio?

Se o relógio parar
Se o tempo sumir
O espaço seguir
Para o nada?

Se tudo isso não for
O que eu pensava
Se o contrário for a regra
Minha idéia um gracejo
Se a memória me trair
Na hora da virada?


Enquanto não for lá ver
Todo “se” é nada
Nada faz sentido se estou parada
Não toco a pele dos momentos
Não bebo o cálice das horas
A água, o sangue
Gemidos, suspiros e gritos

Se me nego o suor
E não entro no vulcão
Meus dias serão “se”
E a resposta será “não”

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Vai, cachorra!

Li no blog GENIZAH uma postagem indignada contra a galera do Funk, que chama as meninas por nomes altamente pejorativos: cachorra, vadia, popozuda, safada etc.

Inicialmente pensei em atacar com a minha psicologia de fila de padaria, a qual diz que a ânsia desesperada por ser desejada desde cedo tem sua raiz na necessidade feminina primária de ser amada pela figura paterna. Um homem. Alguém que fale grosso, pelo amor de Deus.

Aí me veio à mente a multidão de "sem pais" ultracarentes e desesperadas. Não se valorizam porque foram desvalorizadas desde o útero. Nasceram por acidente, foram crescendo de qualquer jeito, sem instrução, sem orientação, sem serem prioridade em situação alguma. Não adianta serem novas e bonitas: continuarão incrivelmente carentes, sentindo-se um lixo e portando-se como tal. Em suas cabeças imaturas confundem - ou fundem - sexo com amor. Sexo seria a única forma de conseguirem um pouco de afeição. Ser abraçada e desejada é um arremedo de amor e se não há amor, há pelo menos a chance de sentirem braços quentes e masculinos enlaçando-lhes a cintura. Ânsia por uma figura masculina - penso eu.  Passarão o resto da vida disputando o olhar do pai. Serão ciumentas e pegajosas pois a qualquer momento ele pode lhe fugir, dobrar a esquina e nunca mais voltar. Foi assim quando ela nasceu - por quê pensar que seria diferente agora? O jeito é prendê-lo, cativá-lo de todas as formas. Se sexo é o que o homem mais gosta, então é aí que ela vai investir todas as suas poucas fichas a fim de alcançar uma coisa ... alguma coisa boa... Talvez "estabilidade"  em alguma de suas formas.

O blogueiro terminava o texto com o seguinte clamor:  "Precisamos assumir uma postura de defendê-las e assim gerar uma resistência aos que insistem em minimizar a mulher e torná-la um simples objeto sexual."

Defendê-las?


Eu vou pro baile, eu vou pro baile
Sem, sem calcinha
Agora eu sou piranha e ninguém vai me segurar
Daquele jeito!” ...


Aí voltei ao meu impulso inicial, que era esclarecer que  só quem dá valor a uma pessoa é ela mesma;  se a pessoa não se valoriza, ninguém a valorizará; que não adianta começar campanhas contra quem as chamam por termos depreciativos até porque  elas mesmas se chamam assim. Deveríamos fazer uma lavagem cerebral nas garotas, não nos garotos.  Se uma mulher não se sente piranha, quem a chamar assim levará uma bofetada. Os garotos só as chamam assim porque acreditam  - acertadamente - que elas gostam.

Ora, se elas são chamadas de piranhas, gostam de ser chamadas de piranhas e ainda por cima se comportam como piranhas, só nos resta acreditar que são piranhas mesmo.

Quem sou eu para contradizê-las?

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

PENSE NISSO

"Hitler foi eleito democraticamente e levou seis anos para que ele finalmente fizesse um ato de guerra e invadisse a Polônia. Durante esses seis anos ele ia tomando o poder gradualmente e abolindo a democracia na Alemanha..."

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O cãozinho Azul

Uma historinha pra contar para a Clarinha quando ela crescer.

O cãozinho azul nasceu branquinho branquinho, como qualquer coisa branquinha-branquinha que você conheça. Recém-nascido, em meio aos olhares sádicos das crianças, forraram sua "manjedoura" com trapinhos e pedaços de papel crepon azul, já que era um menininho. Também para dar um ar mais festivo à ocasião.

Às crianças foi ordenado que não o tocassem e que se o ímpeto fosse por demais intenso, pelo menos canalizassem sua maldade original para a Barbie velha que a maninha não queria mais. Como sabemos, Barbies velhas deixam de ser frescas e topam qualquer parada.

O cãozinho branco, mole e úmido como uma meleca, logo aprendeu a revolver-se na "manjedoura". De tanto fazê-lo o azul do papel crepon mudou-se para os seus pêlos, o que foi anunciado como misteriosa mutação. Só que a mutação não passou incólume pelo scanner da dona Maroca, babá severa e experiente, que desfez a aura de mistério esfregando na cara dos pasmos espectadores  os restos do crepon totalmente desmilinguido.

Ao contrário do que era de se esperar, com o passar dos dias a cor não se desfez, pelo contrário: atracou-se ao cãozinho indefeso como teimosa entidade, uma espécie de encosto que resolveu habitar aquele corpinho, só que pelo lado de fora. Ninguém se animou a exorcizá-la, então ficou.

Nenhum outro nome seria mais acertado - resolveram - do que simplesmente "Azul". Assim veio ao mundo, para deslumbramento da família Lima, o cãozinho Azul.

Foi essa a história que lhe contaram e recontaram dezenas de vezes ao longo de sua vidinha. Era curioso quanto às suas origens, como toda criança adotada. Não falaram em pai nem em mãe pois, espertamente talvez, quando chegavam no ponto em que contavam como ele se tornara azul, sua curiosidade por outros detalhes se esvaía completamente. Então ele se deslumbrava com sua peculiaridade como sendo um indicador de nobreza.

Milagre ou falta de banho? Ninguém sabe ao certo. O mistério permaneceu e todas as vezes que ele refazia a pergunta a história era recontada com uma pontinha a mais aqui e ali, de forma a ser sempre nova. Assim, o "detalhe" pai e mãe ia ficando pra depois. Se ele continuasse perguntando, decerto acrescentariam que ele caira do céu.

Ninguém quer ver um cãozinho infeliz. E que mal há, me digam, em fazê-lo acreditar que era diferente e especial? Afinal não era mesmo verdade?

"Que lindo cãozinho sou eu! Relíquia da família Lima! Invejado por todos e muito simpático. Totalmente azul como ninguém mais no mundo. Talvez algum marciano... mas aqui na Terra não tem pra ninguém. Vou ter 20 filhotes, com todas as cores do arco-íris acrescentadas de suas nuances, para não repetir." E assim passavam-se os sóis e as luas.

Se formos ser bem sinceros, Azul não possuía dons especiais: não sabia imitar gato, não se fingia de morto, não "quase falava" nem pulava argolas incandescentes. Era um cão, digamos, basicão - sem trocadinho. Mas também não era cobrado nesse sentido. Ao observar os dons de seus amigos ele concluía com seus botões:  "E  quem precisa aprender truques se tem os pêlos azuis?  Isso deve bastar!" - pensava ele. E pensava bem, porque bastava.

Sua vida transcorria simples e divertida, sem novidades ou emoções aflitivas. Daí, talvez, sua saúde e bom humor. Porque se não sabia fazer truques, pelo menos sabia sorrir, e sorria! Para os transeuntes, para os vizinhos, para as crianças quando acordavam, para todos.

Certa vez, passeando com seu dono, Azul notou que outros cães eram igualmente afortunados. Recebiam carinho e atenção, passeavam regularmente, comiam bem todos os dias e ganhavam cafunés.  Pior do que isso: ele mesmo não chamava a atenção dos outros cães. Eles o cumprimentavam com educação: Bom dia! Boa tarde! Boa noite! - mas não lhe direcionavam nenhum olhar especialmente curioso. Mas como? Ele era ímpar!

Certa vez uma cadelinha lhe lançou olhares insistentes que o fizeram colocar-se estrategicamente sob o sol para realçar a cor e ganhar um brilho extra. Fez todas as poses mas notou, meio encucado, que não era para seus lindos pêlos que ela estava olhando. Era uma paquera comum entre cães comuns e isso começou a lhe preocupar. Ele sabia que não existia no mundo outro cão como ele, afortunadamente, explendidamente, curiosamente e indiscutivelmente azul. Mas ela lhe olhou como olhou para o Desmóscrates, cão da casa ao lado. O mesmo olhar da semana passada.

Crise existencial. Adolescência, talvez? Não sei. Não sei a idade de Azul. Só sei que ele chegou a perder o sono.

Mais um dia pela frente... Com fundas olheiras saiu com seu dono para um passeio. Linda manhã... que poderia ter demorado mais a raiar... Sono atrasado.

Pois sim: naquela manhã "especialmente comum" seu dono deparou-se com um amigo que não via há tempos. Foi uma surpresa mútua com abraços, vários tapas nas costas (por quê os humanos fazem isso, meu Deus?!)  e flashes de recordações de lá e de cá. Ele observava aquela alegre esquisicite e considerava, meio amargurado, o fato de que não possuía lembranças assim. Pelo menos nenhuma que valesse tantos tapas.

Por fim, esvaindo-se os assuntos, seu dono lembrou-se de exibi-lo, sorridente, ao amigo. O amigo, em um gesto previsível e polido, fez-lhe um cafuné e lhe sorriu com um olhar como o de quem acaba de ver algo indiscutivelmente... razoável.

Razoável?  Ele não era um cão "razoável" mas o explêndido e raro cão azul, único na cidade e quem sabe no mundo!

Pelo jeito o tal amigo não vira nada de esplêndido nele, pois lançara-lhe um olhar nada mais do que morno. Um cafuné, um sorriso comum e um olhar morno para um cão razoável. Ele não merecia uma desfeita dessa...

Resolveu colocar tudo em pratos limpos. Ao chegar em casa seus latidos eram de quem exige uma explicação. Algo estava errado e agora era hora de descobrir.

Confronto!  A família viu-se em polvorosa tentando acalmá-lo. Ele andava em círculos pelo tapete falando, digo, latindo coisas desconexas sem parar, cabeça baixa, emendando uma frase (frase? ) na outra. A princípio pensavam que ele queria saber quem eram seus pais. Depois notaram que não era esse o "xis" da questão: ele queria saber o que havia de errado consigo, que sempre foi tratado em casa como raridade mas, no mundo, não passava de um Zé Ruela.

Disfarçadamente todos correram a esconder os espelhos da casa. Cada um foi para um lado. Seu dono fazia pose em frente ao maior espelho da casa. A porta do quanto, com outro espelho enorme, foi estrategicamente trancada enquanto discutiam. Havia algo estranho ali.

Pediu explicações, implorou, jogou-se no chão com as patas pra cima, fez que ia ter um derrame, cambaleou, soluçou de frente para a parede, tentou o suicídio prendendo a respiração, fez de tudo. Cada parte do teatro era dramatizado em um canto da sala. A última "montagem" foi justamente a que carregava uma maior força dramática: era a hora da revelação. Seu último arroubo foi em frente à cristaleira (quem ninguém lembrou de esconder) cara a cara consigo mesmo. Sim, no espelho da cristaleira.

Até então ele só reparara nas prateleiras da cristaleira e isso quando o sol incidia sobre as taças límpidas e os pequenos mimos lapidados. Aquele brilho, a luz decomposta... Era só o que olhava até então, mas dessa vez foi diferente - oh Céus!  E o quê ele viu?

Viu um cachorrinho baixinho, poucos pêlos, olhos arregalados, orelhas caídas, rabinho pouco sedutor (fino e curto)... Comum. Dolorosamente comum. E com dentes amarelados. E de óculos. De óculos? Nenhum de seus companheiros usava tal artefato. Um cão de óculos. Patético.

Pelo menos era azul. Pelo menos isto restou - pensou ele. Então resolveu tirar os óculos - azuis - para checar a cor dos olhos. Vaidade... Maldita vaidade!

O fato é que ele ficou sem saber a cor de seus olhos porque tudo o que pôde enxergar no  espelho da malfadada cristaleira era um cão baixinho de poucos pêlos, olhos arregalados, orelhas caídas, cauda mínima, dentes amarelados, sem óculos e... ENCARDIDO.

Oh dor! Oh desilusão! Então ele não era azul? Era branco, e o pior dos brancos. Não o branco neve. Não o branco marfim, não o branco azulado, mas o branco encardido.

Ali ficou, pasmo e duro como um monumento, em estado de choque. As patinhas duras esticadas para cima. Ridículo. Naquele estado mais parecia uma barata morta.

Pegaram-no e o colocaram em seu leito, em meio a muita discussão, troca de acusações e críticas mútuas: "Não se deve esconder assim as coisas de um bichinho! A culpa é sua! A verdade viria a tona mais cedo ou mais tarde! Como não pensamos nisso? Agora é tarde. Eu bem disse que não deveriam ter dado banho nele! A culpa é sua, com suas histórias rocambolescas! Chamem um médico!"

Emagreceu. Não quis falar latir pra ninguém. Chorou. Teve crise nervosa quando tentavam lhe inculcar que ele era muito especial e raro, ainda que não azul, ainda que lindamente encardidinho. Nada. Recusou até osso de rabada. Por fim, morreu.

Com uma semana, não suportando a "dor" da perda, seus donos compraram outro cão. Um pouco mais alto, um pouco mais alvo, um pouco mais peludo, que sabia se fingir de morto e - para piorar - que se olhava no espelho e sabia muito bem quem ele era.

Chato, né?

Consolo: o Céu é azul.

Que se abram os arquivos da ditadura!



SÓ UM IDIOTA ACREDITA QUE O DINHEIRO VINDO DE CUBA, INJETADO NA ESQUERDA BRASILEIRA, TINHA A FINALIDADE DE PROMOVER A DEMOCRACIA NO BRASIL.

domingo, 19 de setembro de 2010

Odeio concurso de beleza

Dizer que não gosto de concurso de beleza não é desespero de mulher feia. O fato é que NUNCA vi um só concurso de beleza  no qual a mais bonita conseguisse vencer. A mais bela fica, no máximo, em terceiro lugar. Aí fico irritada e juro nunca mais assistir.

Cumpri a promessa: eu nunca mais assisti a essas bobagens  mesmo. Só que mesmo sem assistir a notícia acaba me  chegando.

Não pude deixar de ver aqui, na Internet, as cinco meninas que venceram a seleção feita em Belém, Pará, para Garota Fantástica - ou algo assim. Sinceramente... Em qualquer portinha de colégio de Belém a gente encontra meninas muito mais bonitas do que aquelas cinco. Uma é até engraçadinha mas as outras... Duas escaparam de ser feias por um grau. As outras duas... simplesmente não escaparam.

As vezes chego até a desconfiar de que as cartas já estão marcadas. Os organizadores fingem que "democratizam" o concurso fazendo seleção em vários estados brasileiros. As lindas são cabalmente ignoradas; aí eles escolhem as mais ou menos só para  perderem mais  adiante. Maldade.

Pensamento do dia

Dilma favoreceu firma e aparelhou secretaria, diz auditoria do TCE.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Eu gosto da Luciana Gimenez

Dizem que ela é burra. Não concordo nem discordo, muito pelo contrário. Só acrescento que todos temos permissão para sermos burros, desde que sejamos simpáticos.

Aliás, um amigo burro tem o seu valor: faz a gente pensar que é inteligente e ainda por cima sai com umas tiradas divertidas de vez em quando.

Pois é, a bela Luciana Gumenez, pelo menos na tela, é simpática. Além de gostar de pessoas simpáticas, gosto também de pessoas sortudas. Conviver com um azarado é conviver com um encosto.

Ela é sortuda. Como todos sabemos, Luciana Gimenez é a Eliza Samudio que deu certo. Vai criticar? E "deu" duplamente certo: agora ela está prenhe de outro homem rico - Uau! Fico imaginando o sublime prazer que uma transa milionária pode proporcionar...

A Cicarelli bem que tentou, mas o bebê do Ronaldo não conseguiu se segurar, pobrezinho...

Pensando bem, Luciana pode até não passar em um vestibular, mas não é burra não. Ela sabe gerenciar muito bem o seu "patrimônio".

Geralmente mulheres bonitas só conseguem casar com ricaços quando ainda são novinhas.   Tá certo que Luciana não é velha, mas também pra Paquita não serve mais. Ou seja: mais um ponto para ela.

Só me pergunto uma coisa: será que alguma vez na vida ela já transou com um homem bonito?

Tá vendo como tudo tem seu preço?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Os pés petistas

Na época da campanha para Governador, Ana Júlia (Governadora petista eleita em Belém) apareceu em uma cadeira de rodas dizendo heroicamente que o acidente que sofrera não iria jamais prejudicar sua missão durante a campanha política. 


Como sou muito maldosa vi no duplo infortúnio apenas mais uma jogada de marketing.  O objetivo é claro: fixar na mente dos eleitores a imagem de uma candidata de luta, mulher forte, profissional que não precisa ser paparicada nem é chegada a  nhém-nhém-nhém. 

Acho que funciona, pois funcionou, então funcionará. Roseana Sarney também já apareceu arrastanto-se heroicamente pelo mundo da política, mas no caso dela já sabíamos que sua saúde é frágil mesmo - o que não a impediria de tirar vantagem do fato. Sabemos que pessoas doentes que se superam sempre contam com a simpatia do povo.

Pode parecer exagero mas não nos esqueçamos de que o markenting vive de sutilezas aparentemente inúteis. Jogam com o nosso emocional usando detalhes "insignificantes".  As tais "sutilezas bobas" funcionam, e como! Grossura de bigode, cor da camisa, espessura do óculos, largura de gestos, cor do dente, tamanho da bolsa, tudo isso é lapidado minuciosamente por profissionais. Se não funcionasse não haveria gente ganhando a vida com isso. Nem haveria gente pagando por isso.

Talvez seja só maldade da minha parte mas que dá pra desconfiar, dá.


Cadeiras, cadeirinhas e cadeironas

Novamente a mesma história: agora os motoristas tem que comprar cadeiras para bebês, para crianças pequenas, para crianças médias e para crianças grandes.

Não sou contra o uso de cadeiras para os bebês, mas o que se vê com essa nova lei é apenas mais uma forma de infernizar a vida dos brasileiros. Se quisessem salvar vidas, deveriam começar desarmando os assaltantes. 


- Poderiam exigir mais air-bag nos carros;
- Poderiam mandar adaptar cintos especiais nos carros para crianças;
- Poderiam  exigir as tais cadeiras apenas nas estradas ou apenas para crianças bem pequenas;
- Poderiam apenas exigir que quem transporta criança não passasse de 40 k na cidade.
- Poderiam... Sei lá, pensem aí vocês, que são pagos para isso!

Lembram do tempo dos kits de primeiros socorros? Todo mundo tinha que ter no carro, se não além da multa o cara era amaldiçoado com sete anos de azar. Pois faltou nas farmácias gazes, luvas, merthiolate, algodão e outras tranqueiras que a maioria de nós não iria usar nunca; ficava lá no carro tudo jogado pegando poeira, e calor.  

Sempre me perguntei: por que não colocar ambulâncias que realmente atendessem os chamados em caso de acidentes?  Outra pergunta: como eu poderia salvar uma vida com compressas de gazes? Bem, deu no que deu: quem deveria ganhar dinheiro com isso já ganhou e agora não se fala mais no assunto. Agora está na vez das empresas fabricantes de cadeirinhas encherem os bolsos.

Resultado prático da nova Lei:

1- Acabou aquela onda de "Mãe, dá pra pegar o Pedrinho no colégio? Aconteceu um imprevisto!" Pois de agora em diante o Pedrinho que se mofe na calçada porque a vovó não vai ter uma coleção de cadeiras em seu carro, uma para cada neto.

2- Se a intenção era resguardar a integridade física das crianças,  a Lei não funciona também porque como  exigir tamanho investimento de taxistas, perueiros e empresas de ônibus?  Tá certo, eu sei que eles estão fora mas essas exceções representam um rombo enorme na lei - rombo esse que invalida a sua própria essência.

3- O mais provável: de hoje em diante as crianças viajarão abaixadas no chão do carro. "É isso aí moleque, ou você some aí por baixo ou a multa será descontada de seu presente de Natal, aniversário e Dia das Crianças."   As crianças serão os novos tapetes fashion no piso dos nossos carros. viajarão esparramadas no chão para não serem vistas pelo guarda. Ou você acha que as pessoas vão deixar de pegar uma carona com os amigos só porque o motorista não tem cadeira para o filho deles? Tá doido? "Crianças, todo mundo no chão!"  É até bom, porque os pequenos já treinam para quando forem assaltados - porque como todos sabemos, um dia serão.

4- Vai rolar muita propina!

5- Depois de gastarmos bastante dinheiro e depois de serem aplicados bilhões em multas, o governo vai concluir que a lei era impraticável. Aí vão deixar pra lá...  e tudo volta a ser como era dantes do quartel de Abrantes.

Brasil-il-il!

Anote aí

As vezes acho que amor é que nem inseto: se correr atrás ele foge; se ficar parado, ele pousa em cima.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

LULA em 2009 e em 2000

Não é "intriga da oposição".

domingo, 12 de setembro de 2010

Discriminar é preciso

Notei um traço interessante em minha personalidade: tenho dificuldade para a ceitar a mudança do significado das palavras. Já me vi em muitas situações corrigindo pessoas porque renegam o sentido (que eu considero) original do termo e não gosto disso.

Por exemplo: acho que o termo "discriminação"  costuma ser totalmente mal empregado. Discriminar é apenas ressaltar, evidenciar, mostrar a diferença. Só. O que há de errado nisso? Minhas professoras do passado sempre passavam exercícios dizendo"Discrimine as frase correta."  Ou "discrimine o sujeito da oração". Nunca achei que eu estava fazendo algo errado rsrsrs.

Quando você vai a uma loja de peixes e pede para o seu filho escolher só os alaranjados, está pedindo: "discrimine os alaranjados e coloque-os no saquinho."

Qual o problema de discriminar os mais pobres? Nenhum. Se você quer distribuir cestas básicas, terá que discriminá-los, destacá-los dos demais, para que só eles recebam o benefício.

Se você vai redigir o edital de um concurso público, você precisará deixar claro que os candidatos que não pussuírem tais diplomas serão rejeitados logo de cara.

Se você vai ao supermercado, precisa discriminar sua marca preferida.

Quem discrimina não rejeita, no sentido de algo ser superior ou inferior a outro. Discriminar é destacar.  Quer dizer: era destacar. Parece que a coisa está mudando a despeito da minha discordância.

Discriminar não tem um sentido necessariamente negativo. Claro que pode ser usado com uma conotação má, como temos feito, mas isso não faz sentido porque o português é rico e temos uma palavra muito mais expressiva para definir o que seria o "sentido mau" de discriminar: é REJEITAR.

Rejeitar já diz tudo. Discriminar pode ter o sentido de escolher e elejer. Rejeitar é rejeitar mesmo, é descartar, jogar fora. Admita: para ser usado em questões de preconceito, REJEITAR é um termo muito mais claro e expressivo do que DISCRIMINAR.


Uma pessoa não pode ser REJEITADA por causa de sua cor, de sua religião ou situação financeira ou só porque é feio. É isso o que as pessoas querem dizer. Não pode REJEITAR.

Quer dizer...  pode sim. Pode e deve!

Porque ninguém pode ser rejeitado? Você rejeita uma babá se descobrir que ela é alcoólatra. Você rejeita um estudante de artes plásticas para ser seu estagiário em seu escritório de advocacia. O Estado rejeita um monte de gente todos os anos em seus concursos públicos. O atleta que não alcança a marca mínima não pode participar das olimpíadas - é rejeitado.  Eu rejeitaria uma pessoa analfabeta para trabalhar como secretária em meu escritório. Uma pessoa completamente mal vestida não pode representar uma boa empresa. Etc, etc.

REJEIÇÃO e DISCRIMINAÇÃO fazem parte da vida. A questão é saber quais as exceções, ou seja: em quais ocasiões é inaceitável rejeitar uma pessoa.

A conclusão é: nesse mundo não somos iguais perante nada, muito menos perante a Lei. 

Quem é réu primário é visto de uma forma e o reincidente, de outra. Quem matou com intenção é visto de forma diferente de quem matou sem intenção. Um fracote que dê um soco em alguém é analisado de forma diferente de um boxeador que desfira um único e humilde soco em alguém.

Se todos fôssemos iguais não haveria necessidade de julgamento: motivos, intenções e dolo seriam iguais para todos e igualmente considerados. Bastaria um computador com um bom programa para substituir os Juízes.

(Que ótima idéia!)

Para haver o mínimo de ordem em nossa sociedade, discriminar é preciso. Rejeitar também.  Aliás, por falta de discriminação é que os políticos bandidos estão misturados aos honestos. Se houvesse discriminação não seria muito melhor?

DISCRIMINAÇÃO JÁ!

sábado, 11 de setembro de 2010

11 de setembro

Um dia de silêncio em memória aos mortos em 11 de setembro.  



quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Você aguenta mais um pouquinho

Já está todo mundo enjoado mas mesmo assim resolvi escrever um pouquinho sobre política, só para azucrinar  também.

Li no blog Oásis a Inutilidade um texto interessante sobre o assunto. Sugiro que você vá lá e leia  a postagem completa. Aqui, apenas colo dois parágrafos nos quais o nobre blogueiro responde a duas indagações que - acredito - são comuns a todos os brasileiros:

Primeira pergunta respondida pelo blogueiro:

"Então por que tanto fanatismo político? Fácil: política é igual futebol. Cada um escolhe um time para só ver virtudes e coloca um filtro no cérebro pra detectar apenas defeitos alheios. Eleição é uma mera disputa entre agremiações. Embate de ideias é passado; o presente não passa de uma escaramuça para saber quem vai herdar a carniça."

Segunda pergunta respondida pelo blogueiro:
"E por que os candidatos são tão semelhantes? Porque somos todos parecidos. Por um cargo DAS, somos capazes de dizer que mudamos de candidato - ou mudamos mesmo -, colocamos propaganda no carro e vamos a carreatas com um poster do candidato no c*. Não é tão diferente das trocas de favores políticos que tanto criticamos."

Isso tem tudo a ver com uma antiga postagem minha (confira aqui).

Sem mais comentários.

Reflitamos, irmãos.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Eleições: o lado bom

Nem só de ira e hipocrisia vive o brasileiro. Eu mesma estou começando a curtir muito essa época de eleições. Sério!

Primeiro porque alguns cientistas afirmam que há menos suicídios durante a época eleitoral. Isso já é um bom motivo para curtir esse circo  momento.

Em segundo lugar ainda  não somos obrigados a assistir o horário político, então reclamar de quê? Há sempre uma locadora pelas redondezas.

E em terceiro lugar vejam só: a cidade está qualhada de PM's.  Não sei bem de onde saíram. Dos bueiros talvez. O mais provável mesmo é que tenha sido do útero de suas mães mas teorias àparte, o que importa mesmo é que só em época de eleições me sinto tão segura. Dia desses cometi um ato que teria sido considerado tresloucado se não estivéssemos em eleição: à noite parei o carro para dar uma conferida nos pneus. conduta suicida? Nãããão!  "Peeme" na área.  Perto de casa vejo várias viaturas com aqueles simpáticos homenzinhos dentro. Não é a glória? Estou para oferecer um copo de suco e um sandupiche para cada um, para ver se eles se apegam ao local e criam raízes.

Além da segurança ainda temos a alegria de ver várias fachadas de escolas recém pintadas. Coisa de primeiro mundo!

Devemos tudo isso às eleições, que se aproximam.  Portanto, acho que deveríamos ter eleições todos os anos! Como não pensaram nisso antes?

Com eleições todos os anos cairia o número de assaltos e as escolas estariam sempre pintadinhas. Acho que vou me candidatar com essa proposta. Além do que, políticos arrogantes estariam sempre sorrindo para você e prestes a lhe dar um caloroso abraço.

Eleição? Eu acho é "bão".

Sugiro que você assista tudo

Uma bacia para lavar a louça

Li este pequeno artigo e fiquei boquiaberta. Será verdade?

"Ao lavar louça durante 15 minutos com a torneira aberta em um apartamento, onde a pressão da água é maior do que em uma casa, você gasta 240 litros de água. Mas se usar uma bacia cheia d’água, ou a própria pia, para ensaboar a louça e abrir a torneira somente para o enxágüe, pode reduzir esse tempo para 5 minutos e economizar 160 litros.

Se sua família lava louça três vezes por dia, a economia diária chegará a 480 litros. Se apenas cinco famílias adotarem esse método por vinte anos, a água poupada chega a 17,5 milhões de litros, o que dá para matar a sede de quase 9 milhões de pessoas em um dia."

Nosssssa!

domingo, 5 de setembro de 2010

Qual a diferença?

Criminoso pobre
Criminoso rico
Criminoso de farda
Criminoso sem farda
Criminoso com terra
Criminoso sem terra
Criminoso candidato
Criminoso eleitor
Criminoso de direita
Criminoso de esquerda
Criminoso com ideologia
Criminoso sem ideologia
Criminoso ditador
Criminoso "democrata"
"Criminoso romântico"
Criminoso brutamontes...
Pra mim tudo é a mesma merda
Não vejo diferença alguma.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Esperança: essa chata.

Mais uma do Memórias da Minha Rede. Olhe a frase!


Hmmm...

A maioria das pessoas acredita que todo mundo tem medo de perder a esperança e por isso procuram agarrá-la com firmeza e convencê-la a ficar. Será? 

O fato de a esperança ser a última que morre é justamente o que a torna uma velha chata. Ela te prende a coisas que deveriam ter sido deixadas pra trás. Sabe como velho adora trastes, né?

A esperança tem mania de ficar matraqueando em nosso ouvido sempre a mesma coisa, sempre a mesma coisa, sempre a mesma coisa. Aí a gente acaba cedendo. Pobres de nós!

Há coisas em nossa vida que a gente não quer mais esperar. Cansou, encheu o saco. Desapontamento cansa, gente! E esperar também cansa.  Mas aí vem a chata da esperança e sutilmente enxerta em nossa cabeça que "quem sabe pode acontecer sim! Aconteceu com Fulano e com Cicrano, então você pode ser o próximo sorteado". Aí você diz para si mesmo em voz alta e diante do espelho (para ser mais convincente) que não acredita naquilo, que desistiu e vai levar a alma para mudar de ares em um outro sonho. Nada como um sonho novo para arejas as idéias!   E não me venha com conversar de auto ajuda que já estou de saco cheio - também. Aí a gente vai dormir e quando acorda dá de cara com uma manhã explendorosa de sol. Ou vê um filme incrível ou assiste a uma reportagem que nos enche a cabeça de idéias. Ou conversamos com uma amiga e re-descobrimos que a vida é cheia de surpresas. Aí, pumba! Sem nos tocar estamos novamente cheio de esperanças.

A esperança é o que nos impulsiona pra frente  - e o que nos impulsiona pra trás. Insistir demais em uma esperança específica que nunca sai do ovo pode nos imobilizar para projetos mais "up". Ir pra frente e depois ir pra trás significa não sair do lugar.

Por exemplo: eu poderia arrumar algo mais produtivo para fazer. Talvez um curso de web designer, violão ou corte-e-costura. Já até pensei mas vem a chata da esperança me atrasar a vida fazendo-me acreditar que  quem-sabe-talvez-um dia o meu blog vá estourar nas paradas de sucesso. Improvável, mas vá discutir com a esperança! Ô velha teimosa...  Então esse acreditar me impusiona a continuar escrevendo mas ao mesmo tempo me atrasa para outras coisas.

Não sei se o exemplo foi bom mas... é isso aí.