quinta-feira, 31 de março de 2011

Vai mudar de novo!

Estou experimentando vários templates para meu blog mas ainda não estou satisfeita. Quando for definitivo eu aviso. Por enquanto nada é para sempre. Amanhã pode estar tudo diferente de novo.

O crack e a tese do mosquitinho

Acabei de assistir um filminho de campanha contra o crack. Concordo com a campanha, só que existem umas coisinhas que tem que ser esclarecidas. Precisamos colocar uns pingos nos "is". Veja se você concorda comigo:

1- Menciona-se todo o mal que o crack faz à saúde do usuário mas ninguém fala do mal que o usuário faz à sociedade.

Fico imaginando quantas trabalhadoras domésticas já foram acusadas de furto quando na verdade era o boyzinho viciado quem dava o sumiço nas coisas do papai e da mamãe.

Não entendo por quê não comentam que um dos horrores sociais da droga é que não custa nada para o dependente se tornar uma pessoa violenta.   Uma vez privado da droga, o dependente pode se tornar capaz de vender a própria mãe para conseguir mais uma dose. Há filhos que espancam pais porque querem mais dinheiro.

Estou sendo preconceituosa?  A coisa não é bem assim? Ah tá, então desculpa. Não leia o resto.

Acho que as campanhas tem que deixar de frescura e dizer claramente que há uma grande preocupação com o consumo de drogas inclusive porque o dependente inferniza a vida de quem está ao seu redor e se transforma em um tremendo problema social. Ele aumenta as taxas de criminalidade não somente porque usa substância proibida mas principalmente porque é capaz de fazer qualquer coisa para conseguir mais dessa substância. Tô mentindo?

Sei muito bem que tem gente que fuma, cheira e morre sozinha "na boa" sem incomodar os outros. Geralmente essas pessoas tem grana. Detalhe: a maioria não tem. E esses "granados" podem não sair por aí assaltando, mas vá conviver com um elemento desse!

Amanhã qualquer um de nós pode levar um tiro na cara só porque um moleque qualquer está sem "estoque".Por que isso não é dito com sinceridade nas campanhas???

A maior parte dos assaltos acontecem para custear o vício dessas pessoinhas "vítimas das drogas". Detalhe: os assaltados e assassinados não são vítimas das drogas: eles são os culpados, os opressores, os que estavam estudando, trabalhando, cuidando da família e por isso tinham mais era que morrer porque não foram solidários com os "sofredores". Sabe a teoria do "Somos todos culpados, menos os criminosos"? Pois é.

2- A moça do vídeo que eu assisti falou do crack como "um mal que ataca pessoas sem distinção de idade, sexo ou posição social". Nunca vi nada mais idiota do que isso. Como assim? Parece até que as drogas são um mosquitinho que pode morder qualquer um quando menos se espera. Seu marido está dormindo tranquilo, mas aí o "mosquitinho do crack" ataca ele e pronto: mais uma vítima das drogas. Que coisa mais besta fazer uma campanha se referindo às drogas como "um mal que ataca"! Que mal que ataca, pô!? As pedrinhas vão sair do saquinho e se jogarem sozinhas em sua corrente sanguínea?

3- Tá certo, admito que existem forças sociais e psicológicas (e espirituais!) relevantes que podem induzir - eu disse induzir, não obrigar - uma pessoa a usar drogas, mas não nos esqueçamos da VONTADE PRÓPRIA. Nada acontece sem um SIM de alguém que deveria ter dito NÃO.

4- Vamos deixar uma coisa muito clara: o viciado não é a vítima; ele é o culpadp Vítima é quem tem que conviver com ele.

Claro que não é por isso que vamos nos omitir de ajudar. É uma questão de generosidade, prevenção, solidariedade, visão social. Mas o culpado é ele, não eu. Certo?

5- E não me venha dizer que não se deve ficar procurando culpados. Claro que devemos! Descobrir onde começa um problema e quem o alimenta já é o começo de uma solução. Colocar "panos quentes" é que não resolve.

Acho que deveríamos começar a colocar os pingos nos "is" e largar de mão a Tese do Mosquitinho, que nada mais é do que a cegonha moderna.  Antes, os bebês eram trazidos por cegonhas. Agora os viciados sofrem por causa de "um mal que ataca". Vamos parar com isso!

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Postado por Blogger no Blog da Cristina em 3/31/2011 01:25:00 AM

quarta-feira, 30 de março de 2011

Kadafi

Legal essa. Dê uma olhadinha AQUI.

terça-feira, 29 de março de 2011

REFORMULANDO

Como deu pra notar, estou mexendo novamente na aparência do meu blog. Pra renovar, sabe como é. Peço paciência aos meus leitores. E sugiro que comentem o que estão achando.
BEIJOS!!!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Mais uma idiotice do movimento "Policitamente Correto"



Sugiro que você leia com atenção este excelente texto: O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA.   Ele é bom para a gente observar mais uma vez como funciona a babaquice do Politicamente Correto. Estamos vivendo uma espécie de ditadura nessa área. O pior é que as nossas crianças frequentam colégios eivados dessas idéias idiotas, que não melhoram a vida de ninguém. Coisa de quem não tem o quer fazer. Melhor: coisa de quem não quer fazer, mas quer dar uma de quem faz.
So fica no ar uma pergunta: a maioria das pessoas que conheço são contra essa mentalidade de procurar com lupa tudo o que for politicamente incorreto para reformular. Só não entendo como é que essa besteira ainda não acabou. Pior: porque ela ganha força?

sexta-feira, 25 de março de 2011

Banda Restart, Globo e açaí



Assisti, boquiaberta, o shou de ignorância de um dos integrantes dessa banda. O cara mal sabe onde é Manaus e ainda teve a coragem de dizer que nem sabe se existe gente lá. E que adoraria tocar em um lugar onde a civilização ainda não chegou.

Fico pensando: como uma pessoa pode ser tão desinformada morando em um lugar "tãaaao civilizado"? Que "civilização" é essa que joga no mundo meninos assim, sem noção?  Onde será que ele estudou? (Se é que estudou).

Pensei em culpar o governo, os meios de comunicação, os pais, o sol, a lua, o gato da vizinha mas pensando bem... Quer saber? A culpa é do burro mesmo. Assistam o vídeo com o atestado de ignorância do menino e a resposta contundente da Vereadora Mirtes Salles. Muito legal.

Agora justiça seja feita: não são só eles. O Brasil não sabe NADA sobre o Norte. Já ouvi, pasma, uma pessoa me perguntar se em Belém existe água encanada, prédio, se a gente vê muitos índios pelas ruas... Não deixa de ser engraçado tentar imaginar como seria Belém dentro da cabeça de um jumento uma pessoa dessa.   Quando ouço coisas assim fico na dúvida: rio na cara do retardado ou esculhambo com ele? Não sei.

Isso tudo é desalentador por outros motivos também: o que esperar de uma geração tão ... tão... tão "sei-lá-entende?" Esperar justiça? Revolução? Conscientização? Comprensao? Atitude? Leis justas? Sentimento de nacionalidade? Manaus, com milhões de habitantes, cidades, prédios, carros, escolas, universidades, florestas, Zona Franca... e o rapaz "nem sabe se tem civilização". O que seria civilização para ele? Espancar homossexuais e nordestinos pelas ruas?  Deve ser...

Grande parte dos brasileiros do Sul e Sudeste não tem a menor noção das diferenças entre Norte e Nordeste.   Isso tem o lado bom. Imagina se a Globo nos descobre! Ia acontcer o que aconteceu com o açaí: misturaram tanta meleca  nele que no Sul e Sudeste açaí tem gosto de tudo, menos de açaí.

Imagine você comprando um excelente vinho e presenteando um amigo. Esse amigo agradece, coloca o vinho caríssimo em uma tigela, acrescenta groselha, banana, aveia, açúcas...  Como você se sentiria? Gosto é gosto, eu respeito, mas quem faz isso não pode dizer que se deliciou com um ótimo vinho. Aliás, quem faz isso nem sabe o que é vinho.  O mesmo se dá com o açaí. Misture o açaí com tudo, até com raspas de gengibre mas nao venha me dizer que você gosta de açaí porque aquela gosma pode ser mesmo uma delícia! só que não é açaí e não tem gosto de açaí. 

Pois é, imagina descobrirem o Norte!  Vão logo criar uma novela ambientada no Pará e com o sotaque da Paraíba. Vão colocar as caboclas falando "vixe!"  e dizer que o carimbó veio da Bahia. Não! Help! Não diga pra Globo que o Pará existe pelo amor de Deus!

Mas registre-se: um paraense e um cearense são tão diferentes quando um paulista e um gaúcho; quanto um mineiro e um paranaense. E somos todos brasileiros!

Quanto a mim, de vez em quando vou continuar entrando em crise e perguntando para mim mesma como tanta gente no Sul e Sudeste ainda não aprenderam que o Norte é enorme e que para encontrarmos um índio precisamos viajar horas pelo interior do interior do interior do Estado. Vou continuar me perguntando como não entendem que as brigas pela posse da terra não se dão na capital.  Vou continuar sem entender como é que imaginam ser possível que uma cidade como Belém, com dois milhões de habitantes, não tenha água encanada, shoppings, prédios, cinemas, carros, escolas, engarrafamentos, turistas.  Talvez as futuras gerações respondam o quê afinal deu errado nessa receita de país.  Agora imaginar as implicações sociais desse desconhecimento, ah isso eu não quero imaginar não. Porque dá é medo.

quinta-feira, 24 de março de 2011

À boca do poeta

Hoje não quero nada meu
Quero tudo emprestado

Quero o desfalecimento dos amantes
As letras do Vinícius
A voz profunda, a rouquidão
Os cabelos longos como trilhos
E pesados
E que vão...

Quero a leveza da bailarina
Quando se lança lânguida
E falarei pela boca de um poeta
Melhor que eu
E destemido como o príncipe dos contos.

Quero a doçura da criança
Quando ela pede o impossível
E tanto se empenha
Em um desejo sem esperança

Abro mão dos meus arabescos
E letras e rimas
Porque não quero nada meu
Quero ver-me no outro
Pela boca do outro
Pelo brilho dos seus dentes
Respiraçao e palavras.

Meu querido poeta
Abre a tua boca em divinhações
E mostra a verdade comum de todos os homens.

Se tens olhos úmidos
E palavras exatas
Se tens um soluço livre como gaivota
E tens pés ligeiros
E a loucura necessária
E se não exitas, tens beijos trêmulos
E se sabes tocar,
Empresta-mos
Por hoje


Cristina Faraon

Um dia, um adeus



(Guilherme Arantes)

Só você
Prá dar à minha vida direção
O tom, a cor
Me fez voltar a ver
A luz
Estrela no deserto a me guiar
Farol no mar da incerteza.

Um dia um adeus
E eu indo embora
Quanta loucura
Por tão pouca aventura!
Agora entendo
Que andei perdido
O que é que eu faço
Prá você me perdoar?

Ah! que bom seria
Se eu pudesse te abraçar
Beijar, sentir
Como a primeira vez
Te dar o carinho
Que você merece ter
E eu sei te amar
Como ninguém mais...

Ninguém mais!
Como ninguém
Jamais te amou
Ninguém jamais te amou
Te amou...

Ninguém mais!
Como ninguém
Jamais te amou
Ninguém jamais
Te amou como eu
Como eu.

terça-feira, 22 de março de 2011

O estranho caso dos sapatos que esfarelam - Arezzo

Tenho um fraco pelos calçados da Arezzo. Coleções bonitas (intercaladas com coleções sem graça) e conforto. Sim, muito conforto.E durabilidade.

Durabilidade desde que...

Certa feita uma amiga me controu que só comprava Arezzo. Um dia ficou gestante, os pés incharam e elas encostou no armário toda a sua coleção e comprou uns sapatinhos maiores e mais baratinhos só mesmo para o período da gestação. Meses depois o bebezinho veio ao mundo - claro! - e ela, livre dos pés redondos, tirou do baú seus amados sapatinhos. Surpresa! Eles esfarelaram todos nos pés.

Não é força de expressão. Ela me contou que os calçados Arezzo, quando ficam muito tempo sem uso, simplesmente desmancham. Estranho né?   Deve ser um material sintético muito vagabundo que eles vendem como se fosse couro. Sei lá.

A verdade é que não dei muita atenção a esse fato sinistro até porque isso nunca aconteceu comigo. Se bem que, pelo que me lembre, nunca abandonei meus Arezzos por tanto tempo. Mas claro que abandono não é desculpa para desmanchar. Mesmo meses dentro do armário eles tinham a obrigação de esperar. O nome disso é fidelidade. Quem ama, espera.

Pois dia desses recebi um texto contendo mais uma denúncia de uma mulher indignada porque seus Arezzo também desmancharam - LEIA AQUI . Pelo jeito ela está ficando famosa porque vários foram os comentários em seu blog apoiando a proposta de boicote e prometendo repassar o texto.

Eu estou fazendo a minha parte. Só tem uma coisa: não compro mais Arezzo mas também não me desfaço do que já tenho. Radicalismo não!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Percepção

Acredite se quiser: eu já passei por isso aí do desenho. Igualzinho, só que eu era mais bonita, claro. Saiba: é possível ter saudade disso e de um monte de outras coisas improváveis.  Sabe o que isso quer dizer?

1 - Que um dia você vai sentir saudade de todos os seus colegas chatos. No futuro as chatices, brigas e disputas vão parecer engraçadas e lembrar daquelas cenas da juventude vão dar aquele nózinho na sua garganta. Alguns colegas terão morrido, outros partiram para longe... e a vida se esqueceu de repôr "as peças".

2- Um dia você vai sentir saudade da sua barriguinha. Isso vai acontecer quando ela se transformar em uma barrigona.

3- Um dia você vai rir daquela mancada que hoje te mata de vergonha. E você vai se tocar de que pior do que ter testemunhas de uma mancada é estar rodeado de ninguém.

4- Um dia você pode até achar que essa mala que está ao seu lado é seu grande amor. Infelizmente os seres humanos são assim: enquanto a "mala" estiver por perto ela será classificada só como "mala" mesmo.

E sabe o que isso quer dizer também?

1- Que nossa percepção da vida é cheia de equívocos.
2- O que me leva a imaginar que não adianta mudar a vida. Dá muito trabalho.  É mais fácil mudar o jeito de olhar a vida.
3-  A sua percepção do presente não é a verdadeira versão dos fatos.
4-  A sua percepção do passado TAMBÉM não é a verdadeira versão dos fatos
5-  Ninguém sabe qual é a verdadeira versão dos fatos.

Então pare de reclamar do presente, de romantizar o passado e de idealizar o futuro. Ligue para seu melhor amigo AGORA e bole alguma coisa legal. Um bate papo já tá valendo.

quarta-feira, 16 de março de 2011

A máfia dos pardais - um assaltante em cada esquina



Quem diria! com essa carinha de santo!

Brincadeira. O pardal, bichinho tão meigo, não seria capaz de se meter numa máfia tão sacana quanto essa do Governo. Hoje, os pardais (sensores de velocidade) nas cidades, sob a mentira cínica de evitar mortes, equivale a colocar um assaltante em cada esquina

Já não basta o absurdo que pagamos de licenceamento e outros impostos. Já não basta a indecência de privatizarem as estradas do NOSSO país (outra mamata) agora vemos mais essa, de colocarem milhões de pardais espalhados pela cidade, que nada mais são do que fábricas de dinheiro.  

Fábricas de dinheiro,
Um assaltante em cada esquina,
Pegadinhas de mal gosto.

Em Brasília, por exemplo, há trechos na cidade onde se pode andar a 80 km. Você vai tranquilo... e de repente você chega em um trecho de 60 km. De 80 pra 60. É pegadinha! A idéia não é evitar acidentes: a idéia é arrancar mais dinheiro do cidadão.  Há trechos enormes, largos, sem residências ou colégios por perto, nos quais a velociade é de... 60 km!  É brincadeira!  

Eu sempre soube que havia centenas de pessoas mamando nessa teta dos sensores de velocidade. Esperar que o Governo se importasse realmente com o bem-estar público é uma inocência absurda. Mesmo sabendo, sempre me perguntei qual era o esquema roubalheira nesse caso. Inocente que sou, achei que a roubalheira fosse "só" na licitação e compra dos aparelhos nefastos. Mas não! Através da reportagem do Fantástico pude ver, boquiaberta, que a sacanagem é estratosférica! Bem maior do que eu imaginava! Pois saibam os senhores que existem contratos nos quais o fabricante recebe um percentual em cima de cada multa. É O CIDADÃO PAGANDO IMPOSTO PARA O EMPRESÁRIO. O cúmulo da ilegalidade, roubalheira, safadeza. 

Fatias da nossa sociedade são negociadas para gerarem renda. 

Outra coisa que sempre desconfiei e, uma vez confirmada, me indignou: é possível SIM retirar as multas. É só programar as placas dos veículos e seus donos estarão sob um manto de invisibilidade. Podem correr a vontade que se a sua placa for programada pela máfia, ele não gasta um centavo. Quem paga são os idiotas trabalhadores.

Você acha que a família do fabricante paga multa? Você acha que família de prefeito paga multa? Você acha que quem molha a mão das pessoas que programam esse esquema se preocupam com multa?

AI QUE ÓDIO! 

Paiszinho de merda.

terça-feira, 15 de março de 2011

Fera Ferida

(Do fundo do báu!)



Fera Ferida
Roberto Carlos
Composição: Roberto Carlos / Erasmo Carlos

Acabei com tudo
Escapei com vida
Tive as roupas e os sonhos
Rasgados na minha saída...

Mas saí ferido
Sufocando meu gemido
Fui o alvo perfeito
Muitas vezes
No peito atingido...

Animal arisco
Domesticado esquece o risco
Me deixei enganar
E até me levar por você...

Eu sei!
Quanta tristeza eu tive
Mas mesmo assim se vive
Morrendo aos poucos por amor
Eu sei!
O coração perdôa
Mas não esquece à tôa
E eu não me esqueci...

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou Fera Ferida
No corpo, na alma
E no coração...(2x)

Eu andei demais
Não olhei prá trás
Era solto em meus passos
Bicho livre, sem rumo
Sem laços!...

Me senti sozinho
Tropeçando em meu caminho
À procura de abrigo
Uma ajuda, um lugar
Um amigo...

Animal ferido
Por instinto decidido
Os meus rastros desfiz
Tentativa infeliz
De esquecer...

Eu sei!
Que flores existiram
Mas que não resistiram
A vendavais constantes
Eu sei!
Que as cicatrizes falam
Mas as palavras calam
O que eu não me esqueci...

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou Fera Ferida
No corpo, na alma
E no coração...(2x)

Sou Fera Ferida
No corpo, na alma
E no coração...(2x)

domingo, 13 de março de 2011

Que fofo!

Quando eu digo que é necessário que vocês comentem meus textos, é verdade.  Dia desses postei um texto sobre o Dia da Mulher (Dia Bobo).  Um amigo comentou:

"Os "Dias" disso, daquilo, são mero jogo de interesse que, com certeza, alguem inventou por conveniencia dele(a), de um grupo ou classe. Concordo com vc. Não tem sentido os Dias "D" criados pelo mundo a fora. Mas, como não comemorar o Dia da Mãe", do "Pai", das "Crianças", da "Mulher"? Já que vivemos num mundo tão corrido, com tantas obrigações, problemas, vazios, um dia "D" qualquer coisa, faz-nos parar um pouco para, pelo menos, manifestar um sentimento de carinho ou lembrança."

Que fofo! É verdade. Ainda que seja bobo homenagear a mulher só porque ela é mulher, ainda assim a coisa pode ser válida se olhada por outro ângulo: as obrigações de todos os dias fazem todos os dias ficarem parecidos demais. E nessa roda viva, quantas vezes nos esquecemos de dizer para alguma coisa agradável para as pessoas!

O ser humano tem necessidade de ser legal para os outros. Faz bem. Faz bem para os dois lados. Assim como faz falta receber um gesto de carinho, também faz muita falta ser gentil, emanar alguma coisa que preste.

Todo santo dia a terra faz seu giro em torno do sol. Os pássaros cantam, as crianças gritam, as buzinas irritam, a gente acorda, o cabelo está ruim de novo, tomamos banho, toalha molha, toalha seca. Parece que a vida se repetirá como um rosário inclemente. O que torna um dia diferente do outro se todos parecem condenados a serem iguais?

Já escrevi sobre isso ("De bolha em bolha") e aqui repito: o que torna um dia diferente do outro é o nosso arbítrio, criatividade,  invenção.

A gente inventa dia especial do nada, sem muita coerência teórica, mas inventa. Inventa porque é preciso. É preciso um empurrãozinho para dar uma rosa, dar um beijo, dar um abraço mais apertado.  Se formos investigar a validade de uma homenagem ou um feriado, se formos pesar cada festinha, cada "dia especial", provavelmente nos desapontaríamos: "qual o sentido disso?"

Não é que não haja sentido. Há, mas não é bem aquele do rótulo.

A mulher não é melhor do que o homem nem o pai melhor que a mãe nem o dia dos namorados é de fato melhor do que qualquer outro. O sentido disso tudo está escondidinho nas dobrinhas da vida.   Vem daquela necessidade inexplicável de sermos mais, fazermos os outros se sentirem melhores e conseguirmos nós mesmos nos sentir mais gentis e amorosos.  Não é gostoso curtir um dia especialmente feliz? Pois é. E se não tem motivo, a gente inventa.  Essea é a sacada. É preciso abraçar mais, beijar mais, dar mais flores, dizer eu te amo pra um monte de gente. Esse é o sentido. Tudo o mais não passa de uma bela desculpa.

Tá vendo? O simples comentário de um leitor já me fez crescer como ser humano!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Solução final

Embora gerados durante o dia eles são seres noturnos, indiscutivelmente. É a hora que respiram, que saem, que finalmente olham para o céu. A noite é a hora da viagem, a hora de partir para outra.

Passo de carro, distante e perfumada. Sou o oposto deles. Observo-os tristes, cinzentos, desistentes. Todos "penteados para morrer" com um ridículo "pitó" no alto da cabeça. Uma idignidade.

Estão azedos, empanturrados. Foram postos para fora às pressas. Eles não pediram pra existir!  Chegaram a acreditar que guardavam relíquias, segredos talvez. Mas não. São o excremento, aquilo que ninguém mais quer. 

Não são baús de madeira talhada; são sacos de lixo.

Ali estão, à beira da calçada, como quem espera o trem para o campo de concentração. É a "solução final". 

Cansados e sem nada a dizer esperam, doloridos, olhando o nada. Talvez ainda guardem uma esperançazinha de reciclagem. Uma nova chance, quem sabe? 
http://static.photaki.com/caixotes-de-lixo-na-calcada_113122.jpg
Juntos, espremidos na calçada, não convesam entre si nem fazem perguntas. Nenhuma recordação interessa. Não há curiosidade porque, na verdade, todos aqueles passados são tão parecidos! Uma mesmice desconcertante.

De dentro de meu carro considero se eles sabem ou não para onde estão indo. Não será a redenção pra ninguém. Há uma silenciosa e triste expectativa. 

Ajuntamento de mães-sem-filho, de velhas doentes, de trabalhadores inutilizados durante o eito... Assim se parecem, assim eu os percebo. Amparam-se uns nos outros tão sujos, tão pobres e desvalidos, ignotos! Agora ou meia-noite ou quem sabe no meio da madrugada eles serão encontrados infalivelmente ali, com suas olheiras e papadas.

Um barulho! Uma breve comoção. Não, não veio nave espacial. Não veio nada a não ser um caminhão sujo com homens cansados. Embarcam úmidos da noite, um a um, em conformado silêncio. Sim, eles sabem do que se trata mas não importa. Preferem mesmo ir. Que cumpram seu triste destino. 

Morro de pena dos sacos de lixo.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Que tal?


Qual  a sua opinião sobre essa minha variada de visual?

(  ) Melhorou.
(  ) Piorou.
(  ) Que diabo é isso?!!
(  ) Uau! Lindo!
(  ) Tanto faz; dos dois modos fica bom.
(  ) Tanto faz; dos dois modos fica uma porcaria.
(  ) É válido para variar, não para adotar.
(  ) Preto de cabelo liso é uma desgraça.

terça-feira, 8 de março de 2011

É muito puxassaquismo!

Nossa Presidente Dilma Roussef  ainda nem esquentou sua cadeira no Planalto e já está sendo comparada a Margareth Tatcher. Ouvi agorinha essa babaquice no JN.

Até agora o que mais me chamou atenção em seu reinado governo foi a continuidade da opção pelos desocupados. Ao invés de providenciar capacitação e oportunidades de trabalho - qualquer trabalho - para esse povo carente de atividade, continua-se optando por aquilo que dá mais "apoio político": distribuição de dinheiro.

O salário mínimo vem em conta-gotas, os concursos são suspensos, o orçamento público é aleijado, os impostos serão aumentados mas o bolsa-família conta com um percentual de reajuste que você nem se atreve a sonhar. Claro, você trabalha!

Tá bom, não vamos deixar ninguém morrer de fome. Mas ninguém tira da minha cabeça que o assalariado deveria ser visto com mais carinho do que o desocupado.



Obs: Substitua a barba por uma saia e essa charge deixará de ser ultrapassada.

Dia bobo



"O Dia Internacional da Mulher é celebrado a 8 de março. É um dia comemorativo para a celebração dos feitos econômicos, políticos e sociais alcançados pela mulher."   

Sei lá... mesmo depois de ler isso não consigo entender que grandes feitos foram esses, para merecer um dia especial. O mundo conheceu mulheres maravilhosas e homens maravilhosos. Pra mim, empatou.

Confesso que nunca entendi nem simpatizei com essa data. Tipo puxassaquismo gratuito.  Homem, mulher, idoso, índio, negro, homossexual... Tudo igual, tudo raça humana, farinha do mesmo saco!  Todo mundo acertou e todo mundo errou em determinado momento.

Claro que existem pessoas especialíssimas e admiráveis, mas o que as ilumina e destaca não tem nada a ver com sexo. O que torna umas pessoas melhores do que outras (sim, eu disse melhores!)  é a quantidade de amor que transborda de dentro delas, é o modo como gastam a vida e como tratam seus semelhantes. Não basta ter "piriquita", tem que ser gente.

Quem escolhe ser homem ou mulher ou negro ou branco ou índio? Por que eu seria louvada por alguma coisa que não escolhi nem conquistei?  

Ser mãe tudo bem, a pessoa escolhe. Ser pai... nem sempre.  Acho que cabe homenagem para pessoas que assumiram de corpo e alma o papel de mãe ou de pai. Há pessoas que incorporaram os dois personagens de uma só vez! Para elas estendo um caminho de flores. Mas ser homenageado por ter nascido? E ter nascido mulher? Homenageiem o acaso. Nem meus pais escolheram!

Ora bolas.

Não escolhi nem tenho opção de deixar de ser mulher. Não tenho sequer a opção de deixar de gostar de homem. Nasci com esse carma e que Deus me ajude.

No dia das mulheres recebo cumprimentos. Agradeço-os com um sorriso amarelo. Sinto-me como quem chegou em quinto lugar numa corrida mas está recebendo a medalha de ouro. É meio incômodo.

Não sei se vocês já repararam, mas nessa onda de endeusar as mulheres, o pessoal, de quebra, aproveita para desmerecer os homens. O curioso nessa história é o seguinte: os próprios homens concordam em fazer de conta que estão abaixo de nós. E por que concordam? Porque sabem que é tudo brincadeirinha e que suas vidinhas vão continuar do mesmo jeito. Todos sabemos que o resultado prático dessa frescura é ZERO.

O mais "engraçado" é quando comparam os dois sexos dizendo que os homens não sabem viver sozinhos mas as mulheres são independentes deles. Ô mentira! Falam isso porque mal se separam ou se tornam viúvos eles logo engatam num novo relacionamento. Já as mulheres não: assumem "heroicamente" as responsabilidades familiares e fazem pouco caso de ter outro homem. Dá vontade de rir.  

Sabe, não vou nem me animar em derrubar essas idéias porque não quero ser apedrejada. A maioria de nós sabe muito bem porque grande parte das mulheres fica sozinha e porque a maioria dos homens logo arranja outra parceira. Deixa pra lá.

Mas para não pensarem que sou do contra, aviso que se alguém quiser me homenagear com um presente na gloriosa data de oito de março, calço 36/37, visto 42 e aceito flores. Mas prefiro a minha parte em dinheiro.

domingo, 6 de março de 2011

Beije um ateu

Uma das coisas mais bobas do mundo é crente querendo enfiar Deus na cabeça de um ateu. Pra falar a verdade chego a ter pena de quem pensa que está prestando algum tipo de serviço a Deus quando discute com um ateu.

Por quê penso assim:

1) Em primeiro lugar, quem realmente crê em Deus não perde tempo tentando provar nada porque em sua cabeça isso é tão obvio que só de pensar em encarar aquelas discussões compriiiiiidas já dá uma tremenda canseira.

2) Porque tanto a crença quanto a descrença em Deus não habitam o âmbito do cientificamente comprovável. Pelo contrário: é algo profundamente emocional.

3) Desconfio de quem se esfalfa muito para provar a existência de Deus para os outros. Parece que no fundo no fundo a pessoa está tentando provar tudo para si mesmo.

4) Se Deus  é Deus, então por quê ele se beneficiaria com a discução de dois chatos?

5) Se Deus existe ele pode se defender. Se não pode se defender, então não pode me defender. Nesse caso, nem Deus ele é.

6) Em outras palavras: se Deus está incomodado com a incredulidade de uns, então ele é que tem que tomar as providências a respeito. A ofensa é contra ele, não contra mim.

7) Duvido muito que Deus esteja "perdendo noites de sono" só porque uns caras não acreditam nele. Se ele é Deus, basta-se a si mesmo.

8) Se alguém tem "vontade de Deus", essa vontade será saciada. Quem busca, encontra. Quem QUER Deus dá de cara com ele mais cedo ou mais tarde. Quem não quer... vai continuar no zero a zero e eu não tenho como mudar isso.

9) Nunca vi ninguém deixar de ser ateu só por conta de argumentos "brilhantes". Por isso prefiro guardar meu brilhantismo para algo mais útil. Para escrever um texto legal no blog, por exemplo.

10) Já vi ateus deixarem de sê-lo por conta de acontecimentos incrivelmente simples para mim, mas contundentes para eles.  Do tipo "eu nunca pensei que ele se convenceria com isso!"  Ora, se não sei fabricar esses lances inexplicáveis nem para a minha vida, quanto mais para a vida dos outros.

11) Você consegue fazer uma pessoa se apaixonar por outra na base dos argumentos?  Não. Pois é.

12) Para discutir com um ateu você primeiro precisa acreditar que ele existe. Eu, por exemplo, não tenho toda essa fé.  O que vejo é muita gente revoltada contra as injustiças do mundo cruel. Como eles acham que Deus, mesmo podendo, não está fazendo nada para melhorar as coisas e como não podem dar um soco na cara de Deus, então "se vingam" dizendo que ele não existe.  Quando você pergunta para essas pessoas por quê não acreditam em Deus as respostas não são nada filosóficas ou científicas, mas simplórias e emocionais: ela atacam com criancinhas doentes, a fome do mundo, as guerras, enchentes e blá blá blá. Só conseguem imaginar um Deus bom e justo. Se ele não for bom nem justo (segundo elas) então ele "não merece existir".

Isso não me parece razoável.  Tá vendo como tudo está no âmbito das emoções, da experiência pessoal e do imponderável? Por isso é que eu digo: não discuta com um ateu: dê um beijo nele! Deus vai curtir muito mais o lance, até porque ele não está precisando de advogado.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Carnaval

quarta-feira, 2 de março de 2011

A Rede Social - Mark e VOCÊ

Já comentei esse filme em meu blog de cinema, mas acho que você não leu então repetir é preciso.

Além da história, que é interessante, uma coisa que me deixou pensativa foi o personagem principal. Não exatamente ele, mas NOSSA reação a ele.

A maneira como NÓS reagimos ao personagem parece ser um desconfortável indício de pequenez da NOSSA parte. Mark Zuckerberg - personagem principal - é esquisitão e inteligentíssimo. Normal. Todo inteligentíssimo é esquisitão e todo o esquisitão a gente torce para ele ser pelo menos inteligente. Bem, e Mark não é muito simpático. O estranho é que a gente acaba gostando dele. Como? Aí é que está.

Mark é brilhante, inventivo, jovem, fala o que dá na cabeça, é ambicioso, convencido e não resiste a uma oportunidade de crescer, mesmo que isso lhe custe as mais caras amizades. Ele simplesmente não consegue parar. Essa é a grande tentação da sua vida. É como se uma força superior o puxasse para cima e ele tivesse que cumprir seu "doloroso" carma. Deveríamos odiar Mark. Porque isso não acontece? Porque mesmo assim ele é tudo o que VOCÊ quer ser.

(Isso não é acusação, mas retórica. Combinado?)

Uma pessoa de bom coração morreria de raiva dele. Ei, pessoas de bom coração tem raiva de alguém? Ah, deixa pra lá. O fato é: como ter  raiva se ele é tão inteligente e ainda por cima está ficando milionário? Amigo, se foi desse jeito que você sentiu o personagem, bem-vindo ao clube: você não é uma pessoa tão boazinha assim e é igualzinho à sociedade que costuma criticar. Acho que o filme quis inquietar.

Em alguns momentos a história parece estar mais para drama psicológico. Para mim foi um drama psicológico. Dá pra entender um pouco da dor de todo mundo. Ser um gênio que enriquece pode levar a pessoa a um deplorável estado de solidão. Mark nos dá inveja, raiva e pena, tudo junto. É uma mistura improvável de sentimentos, mas isso existe. Experimente.

Sabe outra coisa dolorosa do filme? É eles jogarem na nossa cara, impiedosamente, que não há remédio para a mediocridade. Gênios já nascem prontos e se você não nasceu assim, paciência. Sorry, periferia!

Li uma critica que dizia, brilhantemente, que "No fim das contas, embora o Facebook trate de conectividade, David Fincher está fazendo um filme sobre a dissonância. É como o ruído que persiste na trilha de Reznor, literal e metaforicamente." É isso aí.

Mas não somos tão ruins assim. Fora a pena/inveja que sentimos do sócio de Mark, ainda conseguimos sentir um dó descomunal dos gêmeos belíssimos, educadíssimos, finos, sarados, bons e inteligentes que sofrem horrores ao serem humilhados o tempo todo pelo QI e pela fraqueza moral de Mark.

Essa dor acaba sendo a nossa redenção.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Vai mudar de novo!

Estou experimentando vários templates para meu blog mas ainda não estou satisfeita. Quando for definitivo eu aviso. Por enquanto nada é para sempre. Amanhã pode estar tudo diferente de novo.

O crack e a tese do mosquitinho

Acabei de assistir um filminho de campanha contra o crack. Concordo com a campanha, só que existem umas coisinhas que tem que ser esclarecidas. Precisamos colocar uns pingos nos "is". Veja se você concorda comigo:

1- Menciona-se todo o mal que o crack faz à saúde do usuário mas ninguém fala do mal que o usuário faz à sociedade.

Fico imaginando quantas trabalhadoras domésticas já foram acusadas de furto quando na verdade era o boyzinho viciado quem dava o sumiço nas coisas do papai e da mamãe.

Não entendo por quê não comentam que um dos horrores sociais da droga é que não custa nada para o dependente se tornar uma pessoa violenta.   Uma vez privado da droga, o dependente pode se tornar capaz de vender a própria mãe para conseguir mais uma dose. Há filhos que espancam pais porque querem mais dinheiro.

Estou sendo preconceituosa?  A coisa não é bem assim? Ah tá, então desculpa. Não leia o resto.

Acho que as campanhas tem que deixar de frescura e dizer claramente que há uma grande preocupação com o consumo de drogas inclusive porque o dependente inferniza a vida de quem está ao seu redor e se transforma em um tremendo problema social. Ele aumenta as taxas de criminalidade não somente porque usa substância proibida mas principalmente porque é capaz de fazer qualquer coisa para conseguir mais dessa substância. Tô mentindo?

Sei muito bem que tem gente que fuma, cheira e morre sozinha "na boa" sem incomodar os outros. Geralmente essas pessoas tem grana. Detalhe: a maioria não tem. E esses "granados" podem não sair por aí assaltando, mas vá conviver com um elemento desse!

Amanhã qualquer um de nós pode levar um tiro na cara só porque um moleque qualquer está sem "estoque".Por que isso não é dito com sinceridade nas campanhas???

A maior parte dos assaltos acontecem para custear o vício dessas pessoinhas "vítimas das drogas". Detalhe: os assaltados e assassinados não são vítimas das drogas: eles são os culpados, os opressores, os que estavam estudando, trabalhando, cuidando da família e por isso tinham mais era que morrer porque não foram solidários com os "sofredores". Sabe a teoria do "Somos todos culpados, menos os criminosos"? Pois é.

2- A moça do vídeo que eu assisti falou do crack como "um mal que ataca pessoas sem distinção de idade, sexo ou posição social". Nunca vi nada mais idiota do que isso. Como assim? Parece até que as drogas são um mosquitinho que pode morder qualquer um quando menos se espera. Seu marido está dormindo tranquilo, mas aí o "mosquitinho do crack" ataca ele e pronto: mais uma vítima das drogas. Que coisa mais besta fazer uma campanha se referindo às drogas como "um mal que ataca"! Que mal que ataca, pô!? As pedrinhas vão sair do saquinho e se jogarem sozinhas em sua corrente sanguínea?

3- Tá certo, admito que existem forças sociais e psicológicas (e espirituais!) relevantes que podem induzir - eu disse induzir, não obrigar - uma pessoa a usar drogas, mas não nos esqueçamos da VONTADE PRÓPRIA. Nada acontece sem um SIM de alguém que deveria ter dito NÃO.

4- Vamos deixar uma coisa muito clara: o viciado não é a vítima; ele é o culpadp Vítima é quem tem que conviver com ele.

Claro que não é por isso que vamos nos omitir de ajudar. É uma questão de generosidade, prevenção, solidariedade, visão social. Mas o culpado é ele, não eu. Certo?

5- E não me venha dizer que não se deve ficar procurando culpados. Claro que devemos! Descobrir onde começa um problema e quem o alimenta já é o começo de uma solução. Colocar "panos quentes" é que não resolve.

Acho que deveríamos começar a colocar os pingos nos "is" e largar de mão a Tese do Mosquitinho, que nada mais é do que a cegonha moderna.  Antes, os bebês eram trazidos por cegonhas. Agora os viciados sofrem por causa de "um mal que ataca". Vamos parar com isso!

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Postado por Blogger no Blog da Cristina em 3/31/2011 01:25:00 AM

quarta-feira, 30 de março de 2011

Kadafi

Legal essa. Dê uma olhadinha AQUI.

terça-feira, 29 de março de 2011

REFORMULANDO

Como deu pra notar, estou mexendo novamente na aparência do meu blog. Pra renovar, sabe como é. Peço paciência aos meus leitores. E sugiro que comentem o que estão achando.
BEIJOS!!!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Mais uma idiotice do movimento "Policitamente Correto"



Sugiro que você leia com atenção este excelente texto: O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA.   Ele é bom para a gente observar mais uma vez como funciona a babaquice do Politicamente Correto. Estamos vivendo uma espécie de ditadura nessa área. O pior é que as nossas crianças frequentam colégios eivados dessas idéias idiotas, que não melhoram a vida de ninguém. Coisa de quem não tem o quer fazer. Melhor: coisa de quem não quer fazer, mas quer dar uma de quem faz.
So fica no ar uma pergunta: a maioria das pessoas que conheço são contra essa mentalidade de procurar com lupa tudo o que for politicamente incorreto para reformular. Só não entendo como é que essa besteira ainda não acabou. Pior: porque ela ganha força?

sexta-feira, 25 de março de 2011

Banda Restart, Globo e açaí



Assisti, boquiaberta, o shou de ignorância de um dos integrantes dessa banda. O cara mal sabe onde é Manaus e ainda teve a coragem de dizer que nem sabe se existe gente lá. E que adoraria tocar em um lugar onde a civilização ainda não chegou.

Fico pensando: como uma pessoa pode ser tão desinformada morando em um lugar "tãaaao civilizado"? Que "civilização" é essa que joga no mundo meninos assim, sem noção?  Onde será que ele estudou? (Se é que estudou).

Pensei em culpar o governo, os meios de comunicação, os pais, o sol, a lua, o gato da vizinha mas pensando bem... Quer saber? A culpa é do burro mesmo. Assistam o vídeo com o atestado de ignorância do menino e a resposta contundente da Vereadora Mirtes Salles. Muito legal.

Agora justiça seja feita: não são só eles. O Brasil não sabe NADA sobre o Norte. Já ouvi, pasma, uma pessoa me perguntar se em Belém existe água encanada, prédio, se a gente vê muitos índios pelas ruas... Não deixa de ser engraçado tentar imaginar como seria Belém dentro da cabeça de um jumento uma pessoa dessa.   Quando ouço coisas assim fico na dúvida: rio na cara do retardado ou esculhambo com ele? Não sei.

Isso tudo é desalentador por outros motivos também: o que esperar de uma geração tão ... tão... tão "sei-lá-entende?" Esperar justiça? Revolução? Conscientização? Comprensao? Atitude? Leis justas? Sentimento de nacionalidade? Manaus, com milhões de habitantes, cidades, prédios, carros, escolas, universidades, florestas, Zona Franca... e o rapaz "nem sabe se tem civilização". O que seria civilização para ele? Espancar homossexuais e nordestinos pelas ruas?  Deve ser...

Grande parte dos brasileiros do Sul e Sudeste não tem a menor noção das diferenças entre Norte e Nordeste.   Isso tem o lado bom. Imagina se a Globo nos descobre! Ia acontcer o que aconteceu com o açaí: misturaram tanta meleca  nele que no Sul e Sudeste açaí tem gosto de tudo, menos de açaí.

Imagine você comprando um excelente vinho e presenteando um amigo. Esse amigo agradece, coloca o vinho caríssimo em uma tigela, acrescenta groselha, banana, aveia, açúcas...  Como você se sentiria? Gosto é gosto, eu respeito, mas quem faz isso não pode dizer que se deliciou com um ótimo vinho. Aliás, quem faz isso nem sabe o que é vinho.  O mesmo se dá com o açaí. Misture o açaí com tudo, até com raspas de gengibre mas nao venha me dizer que você gosta de açaí porque aquela gosma pode ser mesmo uma delícia! só que não é açaí e não tem gosto de açaí. 

Pois é, imagina descobrirem o Norte!  Vão logo criar uma novela ambientada no Pará e com o sotaque da Paraíba. Vão colocar as caboclas falando "vixe!"  e dizer que o carimbó veio da Bahia. Não! Help! Não diga pra Globo que o Pará existe pelo amor de Deus!

Mas registre-se: um paraense e um cearense são tão diferentes quando um paulista e um gaúcho; quanto um mineiro e um paranaense. E somos todos brasileiros!

Quanto a mim, de vez em quando vou continuar entrando em crise e perguntando para mim mesma como tanta gente no Sul e Sudeste ainda não aprenderam que o Norte é enorme e que para encontrarmos um índio precisamos viajar horas pelo interior do interior do interior do Estado. Vou continuar me perguntando como não entendem que as brigas pela posse da terra não se dão na capital.  Vou continuar sem entender como é que imaginam ser possível que uma cidade como Belém, com dois milhões de habitantes, não tenha água encanada, shoppings, prédios, cinemas, carros, escolas, engarrafamentos, turistas.  Talvez as futuras gerações respondam o quê afinal deu errado nessa receita de país.  Agora imaginar as implicações sociais desse desconhecimento, ah isso eu não quero imaginar não. Porque dá é medo.

quinta-feira, 24 de março de 2011

À boca do poeta

Hoje não quero nada meu
Quero tudo emprestado

Quero o desfalecimento dos amantes
As letras do Vinícius
A voz profunda, a rouquidão
Os cabelos longos como trilhos
E pesados
E que vão...

Quero a leveza da bailarina
Quando se lança lânguida
E falarei pela boca de um poeta
Melhor que eu
E destemido como o príncipe dos contos.

Quero a doçura da criança
Quando ela pede o impossível
E tanto se empenha
Em um desejo sem esperança

Abro mão dos meus arabescos
E letras e rimas
Porque não quero nada meu
Quero ver-me no outro
Pela boca do outro
Pelo brilho dos seus dentes
Respiraçao e palavras.

Meu querido poeta
Abre a tua boca em divinhações
E mostra a verdade comum de todos os homens.

Se tens olhos úmidos
E palavras exatas
Se tens um soluço livre como gaivota
E tens pés ligeiros
E a loucura necessária
E se não exitas, tens beijos trêmulos
E se sabes tocar,
Empresta-mos
Por hoje


Cristina Faraon

Um dia, um adeus



(Guilherme Arantes)

Só você
Prá dar à minha vida direção
O tom, a cor
Me fez voltar a ver
A luz
Estrela no deserto a me guiar
Farol no mar da incerteza.

Um dia um adeus
E eu indo embora
Quanta loucura
Por tão pouca aventura!
Agora entendo
Que andei perdido
O que é que eu faço
Prá você me perdoar?

Ah! que bom seria
Se eu pudesse te abraçar
Beijar, sentir
Como a primeira vez
Te dar o carinho
Que você merece ter
E eu sei te amar
Como ninguém mais...

Ninguém mais!
Como ninguém
Jamais te amou
Ninguém jamais te amou
Te amou...

Ninguém mais!
Como ninguém
Jamais te amou
Ninguém jamais
Te amou como eu
Como eu.

terça-feira, 22 de março de 2011

O estranho caso dos sapatos que esfarelam - Arezzo

Tenho um fraco pelos calçados da Arezzo. Coleções bonitas (intercaladas com coleções sem graça) e conforto. Sim, muito conforto.E durabilidade.

Durabilidade desde que...

Certa feita uma amiga me controu que só comprava Arezzo. Um dia ficou gestante, os pés incharam e elas encostou no armário toda a sua coleção e comprou uns sapatinhos maiores e mais baratinhos só mesmo para o período da gestação. Meses depois o bebezinho veio ao mundo - claro! - e ela, livre dos pés redondos, tirou do baú seus amados sapatinhos. Surpresa! Eles esfarelaram todos nos pés.

Não é força de expressão. Ela me contou que os calçados Arezzo, quando ficam muito tempo sem uso, simplesmente desmancham. Estranho né?   Deve ser um material sintético muito vagabundo que eles vendem como se fosse couro. Sei lá.

A verdade é que não dei muita atenção a esse fato sinistro até porque isso nunca aconteceu comigo. Se bem que, pelo que me lembre, nunca abandonei meus Arezzos por tanto tempo. Mas claro que abandono não é desculpa para desmanchar. Mesmo meses dentro do armário eles tinham a obrigação de esperar. O nome disso é fidelidade. Quem ama, espera.

Pois dia desses recebi um texto contendo mais uma denúncia de uma mulher indignada porque seus Arezzo também desmancharam - LEIA AQUI . Pelo jeito ela está ficando famosa porque vários foram os comentários em seu blog apoiando a proposta de boicote e prometendo repassar o texto.

Eu estou fazendo a minha parte. Só tem uma coisa: não compro mais Arezzo mas também não me desfaço do que já tenho. Radicalismo não!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Percepção

Acredite se quiser: eu já passei por isso aí do desenho. Igualzinho, só que eu era mais bonita, claro. Saiba: é possível ter saudade disso e de um monte de outras coisas improváveis.  Sabe o que isso quer dizer?

1 - Que um dia você vai sentir saudade de todos os seus colegas chatos. No futuro as chatices, brigas e disputas vão parecer engraçadas e lembrar daquelas cenas da juventude vão dar aquele nózinho na sua garganta. Alguns colegas terão morrido, outros partiram para longe... e a vida se esqueceu de repôr "as peças".

2- Um dia você vai sentir saudade da sua barriguinha. Isso vai acontecer quando ela se transformar em uma barrigona.

3- Um dia você vai rir daquela mancada que hoje te mata de vergonha. E você vai se tocar de que pior do que ter testemunhas de uma mancada é estar rodeado de ninguém.

4- Um dia você pode até achar que essa mala que está ao seu lado é seu grande amor. Infelizmente os seres humanos são assim: enquanto a "mala" estiver por perto ela será classificada só como "mala" mesmo.

E sabe o que isso quer dizer também?

1- Que nossa percepção da vida é cheia de equívocos.
2- O que me leva a imaginar que não adianta mudar a vida. Dá muito trabalho.  É mais fácil mudar o jeito de olhar a vida.
3-  A sua percepção do presente não é a verdadeira versão dos fatos.
4-  A sua percepção do passado TAMBÉM não é a verdadeira versão dos fatos
5-  Ninguém sabe qual é a verdadeira versão dos fatos.

Então pare de reclamar do presente, de romantizar o passado e de idealizar o futuro. Ligue para seu melhor amigo AGORA e bole alguma coisa legal. Um bate papo já tá valendo.

quarta-feira, 16 de março de 2011

A máfia dos pardais - um assaltante em cada esquina



Quem diria! com essa carinha de santo!

Brincadeira. O pardal, bichinho tão meigo, não seria capaz de se meter numa máfia tão sacana quanto essa do Governo. Hoje, os pardais (sensores de velocidade) nas cidades, sob a mentira cínica de evitar mortes, equivale a colocar um assaltante em cada esquina

Já não basta o absurdo que pagamos de licenceamento e outros impostos. Já não basta a indecência de privatizarem as estradas do NOSSO país (outra mamata) agora vemos mais essa, de colocarem milhões de pardais espalhados pela cidade, que nada mais são do que fábricas de dinheiro.  

Fábricas de dinheiro,
Um assaltante em cada esquina,
Pegadinhas de mal gosto.

Em Brasília, por exemplo, há trechos na cidade onde se pode andar a 80 km. Você vai tranquilo... e de repente você chega em um trecho de 60 km. De 80 pra 60. É pegadinha! A idéia não é evitar acidentes: a idéia é arrancar mais dinheiro do cidadão.  Há trechos enormes, largos, sem residências ou colégios por perto, nos quais a velociade é de... 60 km!  É brincadeira!  

Eu sempre soube que havia centenas de pessoas mamando nessa teta dos sensores de velocidade. Esperar que o Governo se importasse realmente com o bem-estar público é uma inocência absurda. Mesmo sabendo, sempre me perguntei qual era o esquema roubalheira nesse caso. Inocente que sou, achei que a roubalheira fosse "só" na licitação e compra dos aparelhos nefastos. Mas não! Através da reportagem do Fantástico pude ver, boquiaberta, que a sacanagem é estratosférica! Bem maior do que eu imaginava! Pois saibam os senhores que existem contratos nos quais o fabricante recebe um percentual em cima de cada multa. É O CIDADÃO PAGANDO IMPOSTO PARA O EMPRESÁRIO. O cúmulo da ilegalidade, roubalheira, safadeza. 

Fatias da nossa sociedade são negociadas para gerarem renda. 

Outra coisa que sempre desconfiei e, uma vez confirmada, me indignou: é possível SIM retirar as multas. É só programar as placas dos veículos e seus donos estarão sob um manto de invisibilidade. Podem correr a vontade que se a sua placa for programada pela máfia, ele não gasta um centavo. Quem paga são os idiotas trabalhadores.

Você acha que a família do fabricante paga multa? Você acha que família de prefeito paga multa? Você acha que quem molha a mão das pessoas que programam esse esquema se preocupam com multa?

AI QUE ÓDIO! 

Paiszinho de merda.

terça-feira, 15 de março de 2011

Fera Ferida

(Do fundo do báu!)



Fera Ferida
Roberto Carlos
Composição: Roberto Carlos / Erasmo Carlos

Acabei com tudo
Escapei com vida
Tive as roupas e os sonhos
Rasgados na minha saída...

Mas saí ferido
Sufocando meu gemido
Fui o alvo perfeito
Muitas vezes
No peito atingido...

Animal arisco
Domesticado esquece o risco
Me deixei enganar
E até me levar por você...

Eu sei!
Quanta tristeza eu tive
Mas mesmo assim se vive
Morrendo aos poucos por amor
Eu sei!
O coração perdôa
Mas não esquece à tôa
E eu não me esqueci...

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou Fera Ferida
No corpo, na alma
E no coração...(2x)

Eu andei demais
Não olhei prá trás
Era solto em meus passos
Bicho livre, sem rumo
Sem laços!...

Me senti sozinho
Tropeçando em meu caminho
À procura de abrigo
Uma ajuda, um lugar
Um amigo...

Animal ferido
Por instinto decidido
Os meus rastros desfiz
Tentativa infeliz
De esquecer...

Eu sei!
Que flores existiram
Mas que não resistiram
A vendavais constantes
Eu sei!
Que as cicatrizes falam
Mas as palavras calam
O que eu não me esqueci...

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou Fera Ferida
No corpo, na alma
E no coração...(2x)

Sou Fera Ferida
No corpo, na alma
E no coração...(2x)

domingo, 13 de março de 2011

Que fofo!

Quando eu digo que é necessário que vocês comentem meus textos, é verdade.  Dia desses postei um texto sobre o Dia da Mulher (Dia Bobo).  Um amigo comentou:

"Os "Dias" disso, daquilo, são mero jogo de interesse que, com certeza, alguem inventou por conveniencia dele(a), de um grupo ou classe. Concordo com vc. Não tem sentido os Dias "D" criados pelo mundo a fora. Mas, como não comemorar o Dia da Mãe", do "Pai", das "Crianças", da "Mulher"? Já que vivemos num mundo tão corrido, com tantas obrigações, problemas, vazios, um dia "D" qualquer coisa, faz-nos parar um pouco para, pelo menos, manifestar um sentimento de carinho ou lembrança."

Que fofo! É verdade. Ainda que seja bobo homenagear a mulher só porque ela é mulher, ainda assim a coisa pode ser válida se olhada por outro ângulo: as obrigações de todos os dias fazem todos os dias ficarem parecidos demais. E nessa roda viva, quantas vezes nos esquecemos de dizer para alguma coisa agradável para as pessoas!

O ser humano tem necessidade de ser legal para os outros. Faz bem. Faz bem para os dois lados. Assim como faz falta receber um gesto de carinho, também faz muita falta ser gentil, emanar alguma coisa que preste.

Todo santo dia a terra faz seu giro em torno do sol. Os pássaros cantam, as crianças gritam, as buzinas irritam, a gente acorda, o cabelo está ruim de novo, tomamos banho, toalha molha, toalha seca. Parece que a vida se repetirá como um rosário inclemente. O que torna um dia diferente do outro se todos parecem condenados a serem iguais?

Já escrevi sobre isso ("De bolha em bolha") e aqui repito: o que torna um dia diferente do outro é o nosso arbítrio, criatividade,  invenção.

A gente inventa dia especial do nada, sem muita coerência teórica, mas inventa. Inventa porque é preciso. É preciso um empurrãozinho para dar uma rosa, dar um beijo, dar um abraço mais apertado.  Se formos investigar a validade de uma homenagem ou um feriado, se formos pesar cada festinha, cada "dia especial", provavelmente nos desapontaríamos: "qual o sentido disso?"

Não é que não haja sentido. Há, mas não é bem aquele do rótulo.

A mulher não é melhor do que o homem nem o pai melhor que a mãe nem o dia dos namorados é de fato melhor do que qualquer outro. O sentido disso tudo está escondidinho nas dobrinhas da vida.   Vem daquela necessidade inexplicável de sermos mais, fazermos os outros se sentirem melhores e conseguirmos nós mesmos nos sentir mais gentis e amorosos.  Não é gostoso curtir um dia especialmente feliz? Pois é. E se não tem motivo, a gente inventa.  Essea é a sacada. É preciso abraçar mais, beijar mais, dar mais flores, dizer eu te amo pra um monte de gente. Esse é o sentido. Tudo o mais não passa de uma bela desculpa.

Tá vendo? O simples comentário de um leitor já me fez crescer como ser humano!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Solução final

Embora gerados durante o dia eles são seres noturnos, indiscutivelmente. É a hora que respiram, que saem, que finalmente olham para o céu. A noite é a hora da viagem, a hora de partir para outra.

Passo de carro, distante e perfumada. Sou o oposto deles. Observo-os tristes, cinzentos, desistentes. Todos "penteados para morrer" com um ridículo "pitó" no alto da cabeça. Uma idignidade.

Estão azedos, empanturrados. Foram postos para fora às pressas. Eles não pediram pra existir!  Chegaram a acreditar que guardavam relíquias, segredos talvez. Mas não. São o excremento, aquilo que ninguém mais quer. 

Não são baús de madeira talhada; são sacos de lixo.

Ali estão, à beira da calçada, como quem espera o trem para o campo de concentração. É a "solução final". 

Cansados e sem nada a dizer esperam, doloridos, olhando o nada. Talvez ainda guardem uma esperançazinha de reciclagem. Uma nova chance, quem sabe? 
http://static.photaki.com/caixotes-de-lixo-na-calcada_113122.jpg
Juntos, espremidos na calçada, não convesam entre si nem fazem perguntas. Nenhuma recordação interessa. Não há curiosidade porque, na verdade, todos aqueles passados são tão parecidos! Uma mesmice desconcertante.

De dentro de meu carro considero se eles sabem ou não para onde estão indo. Não será a redenção pra ninguém. Há uma silenciosa e triste expectativa. 

Ajuntamento de mães-sem-filho, de velhas doentes, de trabalhadores inutilizados durante o eito... Assim se parecem, assim eu os percebo. Amparam-se uns nos outros tão sujos, tão pobres e desvalidos, ignotos! Agora ou meia-noite ou quem sabe no meio da madrugada eles serão encontrados infalivelmente ali, com suas olheiras e papadas.

Um barulho! Uma breve comoção. Não, não veio nave espacial. Não veio nada a não ser um caminhão sujo com homens cansados. Embarcam úmidos da noite, um a um, em conformado silêncio. Sim, eles sabem do que se trata mas não importa. Preferem mesmo ir. Que cumpram seu triste destino. 

Morro de pena dos sacos de lixo.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Que tal?


Qual  a sua opinião sobre essa minha variada de visual?

(  ) Melhorou.
(  ) Piorou.
(  ) Que diabo é isso?!!
(  ) Uau! Lindo!
(  ) Tanto faz; dos dois modos fica bom.
(  ) Tanto faz; dos dois modos fica uma porcaria.
(  ) É válido para variar, não para adotar.
(  ) Preto de cabelo liso é uma desgraça.

terça-feira, 8 de março de 2011

É muito puxassaquismo!

Nossa Presidente Dilma Roussef  ainda nem esquentou sua cadeira no Planalto e já está sendo comparada a Margareth Tatcher. Ouvi agorinha essa babaquice no JN.

Até agora o que mais me chamou atenção em seu reinado governo foi a continuidade da opção pelos desocupados. Ao invés de providenciar capacitação e oportunidades de trabalho - qualquer trabalho - para esse povo carente de atividade, continua-se optando por aquilo que dá mais "apoio político": distribuição de dinheiro.

O salário mínimo vem em conta-gotas, os concursos são suspensos, o orçamento público é aleijado, os impostos serão aumentados mas o bolsa-família conta com um percentual de reajuste que você nem se atreve a sonhar. Claro, você trabalha!

Tá bom, não vamos deixar ninguém morrer de fome. Mas ninguém tira da minha cabeça que o assalariado deveria ser visto com mais carinho do que o desocupado.



Obs: Substitua a barba por uma saia e essa charge deixará de ser ultrapassada.

Dia bobo



"O Dia Internacional da Mulher é celebrado a 8 de março. É um dia comemorativo para a celebração dos feitos econômicos, políticos e sociais alcançados pela mulher."   

Sei lá... mesmo depois de ler isso não consigo entender que grandes feitos foram esses, para merecer um dia especial. O mundo conheceu mulheres maravilhosas e homens maravilhosos. Pra mim, empatou.

Confesso que nunca entendi nem simpatizei com essa data. Tipo puxassaquismo gratuito.  Homem, mulher, idoso, índio, negro, homossexual... Tudo igual, tudo raça humana, farinha do mesmo saco!  Todo mundo acertou e todo mundo errou em determinado momento.

Claro que existem pessoas especialíssimas e admiráveis, mas o que as ilumina e destaca não tem nada a ver com sexo. O que torna umas pessoas melhores do que outras (sim, eu disse melhores!)  é a quantidade de amor que transborda de dentro delas, é o modo como gastam a vida e como tratam seus semelhantes. Não basta ter "piriquita", tem que ser gente.

Quem escolhe ser homem ou mulher ou negro ou branco ou índio? Por que eu seria louvada por alguma coisa que não escolhi nem conquistei?  

Ser mãe tudo bem, a pessoa escolhe. Ser pai... nem sempre.  Acho que cabe homenagem para pessoas que assumiram de corpo e alma o papel de mãe ou de pai. Há pessoas que incorporaram os dois personagens de uma só vez! Para elas estendo um caminho de flores. Mas ser homenageado por ter nascido? E ter nascido mulher? Homenageiem o acaso. Nem meus pais escolheram!

Ora bolas.

Não escolhi nem tenho opção de deixar de ser mulher. Não tenho sequer a opção de deixar de gostar de homem. Nasci com esse carma e que Deus me ajude.

No dia das mulheres recebo cumprimentos. Agradeço-os com um sorriso amarelo. Sinto-me como quem chegou em quinto lugar numa corrida mas está recebendo a medalha de ouro. É meio incômodo.

Não sei se vocês já repararam, mas nessa onda de endeusar as mulheres, o pessoal, de quebra, aproveita para desmerecer os homens. O curioso nessa história é o seguinte: os próprios homens concordam em fazer de conta que estão abaixo de nós. E por que concordam? Porque sabem que é tudo brincadeirinha e que suas vidinhas vão continuar do mesmo jeito. Todos sabemos que o resultado prático dessa frescura é ZERO.

O mais "engraçado" é quando comparam os dois sexos dizendo que os homens não sabem viver sozinhos mas as mulheres são independentes deles. Ô mentira! Falam isso porque mal se separam ou se tornam viúvos eles logo engatam num novo relacionamento. Já as mulheres não: assumem "heroicamente" as responsabilidades familiares e fazem pouco caso de ter outro homem. Dá vontade de rir.  

Sabe, não vou nem me animar em derrubar essas idéias porque não quero ser apedrejada. A maioria de nós sabe muito bem porque grande parte das mulheres fica sozinha e porque a maioria dos homens logo arranja outra parceira. Deixa pra lá.

Mas para não pensarem que sou do contra, aviso que se alguém quiser me homenagear com um presente na gloriosa data de oito de março, calço 36/37, visto 42 e aceito flores. Mas prefiro a minha parte em dinheiro.

domingo, 6 de março de 2011

Beije um ateu

Uma das coisas mais bobas do mundo é crente querendo enfiar Deus na cabeça de um ateu. Pra falar a verdade chego a ter pena de quem pensa que está prestando algum tipo de serviço a Deus quando discute com um ateu.

Por quê penso assim:

1) Em primeiro lugar, quem realmente crê em Deus não perde tempo tentando provar nada porque em sua cabeça isso é tão obvio que só de pensar em encarar aquelas discussões compriiiiiidas já dá uma tremenda canseira.

2) Porque tanto a crença quanto a descrença em Deus não habitam o âmbito do cientificamente comprovável. Pelo contrário: é algo profundamente emocional.

3) Desconfio de quem se esfalfa muito para provar a existência de Deus para os outros. Parece que no fundo no fundo a pessoa está tentando provar tudo para si mesmo.

4) Se Deus  é Deus, então por quê ele se beneficiaria com a discução de dois chatos?

5) Se Deus existe ele pode se defender. Se não pode se defender, então não pode me defender. Nesse caso, nem Deus ele é.

6) Em outras palavras: se Deus está incomodado com a incredulidade de uns, então ele é que tem que tomar as providências a respeito. A ofensa é contra ele, não contra mim.

7) Duvido muito que Deus esteja "perdendo noites de sono" só porque uns caras não acreditam nele. Se ele é Deus, basta-se a si mesmo.

8) Se alguém tem "vontade de Deus", essa vontade será saciada. Quem busca, encontra. Quem QUER Deus dá de cara com ele mais cedo ou mais tarde. Quem não quer... vai continuar no zero a zero e eu não tenho como mudar isso.

9) Nunca vi ninguém deixar de ser ateu só por conta de argumentos "brilhantes". Por isso prefiro guardar meu brilhantismo para algo mais útil. Para escrever um texto legal no blog, por exemplo.

10) Já vi ateus deixarem de sê-lo por conta de acontecimentos incrivelmente simples para mim, mas contundentes para eles.  Do tipo "eu nunca pensei que ele se convenceria com isso!"  Ora, se não sei fabricar esses lances inexplicáveis nem para a minha vida, quanto mais para a vida dos outros.

11) Você consegue fazer uma pessoa se apaixonar por outra na base dos argumentos?  Não. Pois é.

12) Para discutir com um ateu você primeiro precisa acreditar que ele existe. Eu, por exemplo, não tenho toda essa fé.  O que vejo é muita gente revoltada contra as injustiças do mundo cruel. Como eles acham que Deus, mesmo podendo, não está fazendo nada para melhorar as coisas e como não podem dar um soco na cara de Deus, então "se vingam" dizendo que ele não existe.  Quando você pergunta para essas pessoas por quê não acreditam em Deus as respostas não são nada filosóficas ou científicas, mas simplórias e emocionais: ela atacam com criancinhas doentes, a fome do mundo, as guerras, enchentes e blá blá blá. Só conseguem imaginar um Deus bom e justo. Se ele não for bom nem justo (segundo elas) então ele "não merece existir".

Isso não me parece razoável.  Tá vendo como tudo está no âmbito das emoções, da experiência pessoal e do imponderável? Por isso é que eu digo: não discuta com um ateu: dê um beijo nele! Deus vai curtir muito mais o lance, até porque ele não está precisando de advogado.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Carnaval

quarta-feira, 2 de março de 2011

A Rede Social - Mark e VOCÊ

Já comentei esse filme em meu blog de cinema, mas acho que você não leu então repetir é preciso.

Além da história, que é interessante, uma coisa que me deixou pensativa foi o personagem principal. Não exatamente ele, mas NOSSA reação a ele.

A maneira como NÓS reagimos ao personagem parece ser um desconfortável indício de pequenez da NOSSA parte. Mark Zuckerberg - personagem principal - é esquisitão e inteligentíssimo. Normal. Todo inteligentíssimo é esquisitão e todo o esquisitão a gente torce para ele ser pelo menos inteligente. Bem, e Mark não é muito simpático. O estranho é que a gente acaba gostando dele. Como? Aí é que está.

Mark é brilhante, inventivo, jovem, fala o que dá na cabeça, é ambicioso, convencido e não resiste a uma oportunidade de crescer, mesmo que isso lhe custe as mais caras amizades. Ele simplesmente não consegue parar. Essa é a grande tentação da sua vida. É como se uma força superior o puxasse para cima e ele tivesse que cumprir seu "doloroso" carma. Deveríamos odiar Mark. Porque isso não acontece? Porque mesmo assim ele é tudo o que VOCÊ quer ser.

(Isso não é acusação, mas retórica. Combinado?)

Uma pessoa de bom coração morreria de raiva dele. Ei, pessoas de bom coração tem raiva de alguém? Ah, deixa pra lá. O fato é: como ter  raiva se ele é tão inteligente e ainda por cima está ficando milionário? Amigo, se foi desse jeito que você sentiu o personagem, bem-vindo ao clube: você não é uma pessoa tão boazinha assim e é igualzinho à sociedade que costuma criticar. Acho que o filme quis inquietar.

Em alguns momentos a história parece estar mais para drama psicológico. Para mim foi um drama psicológico. Dá pra entender um pouco da dor de todo mundo. Ser um gênio que enriquece pode levar a pessoa a um deplorável estado de solidão. Mark nos dá inveja, raiva e pena, tudo junto. É uma mistura improvável de sentimentos, mas isso existe. Experimente.

Sabe outra coisa dolorosa do filme? É eles jogarem na nossa cara, impiedosamente, que não há remédio para a mediocridade. Gênios já nascem prontos e se você não nasceu assim, paciência. Sorry, periferia!

Li uma critica que dizia, brilhantemente, que "No fim das contas, embora o Facebook trate de conectividade, David Fincher está fazendo um filme sobre a dissonância. É como o ruído que persiste na trilha de Reznor, literal e metaforicamente." É isso aí.

Mas não somos tão ruins assim. Fora a pena/inveja que sentimos do sócio de Mark, ainda conseguimos sentir um dó descomunal dos gêmeos belíssimos, educadíssimos, finos, sarados, bons e inteligentes que sofrem horrores ao serem humilhados o tempo todo pelo QI e pela fraqueza moral de Mark.

Essa dor acaba sendo a nossa redenção.