segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A hora e a vez dos aspargos

Que coisa mais chata é a vida dividida em extremos. Tem gente que vê tudo por esse ângulo, então vive ou com medo ou empolgado com bobagens. Não estou falando de um assunto transcedental; estou falando de alimentos. Agora é a vez dos aspargos.

Recebi um texto no qual aspargo é elevado à categoria de poção mágica. Ele cura tudo: recupera memória, devolve cabelo aos calvos, levanta até defunto. Da unha encravada à espinhela caída, dá-lhe aspargo. Menino malcriado? Marido safado? Sogra faladeira? Aspargo neles!

Acontece que já ouvi o mesmo a respeito da água, do alho, da cebola, do mel, da banana. Como água, alho, cebola, mel e banana fazem parte do meu cardápio, concluo que vou viver pra sempre.

De qualquer forma existe mais uma lista de superalimentos que não tenho tempo de comer. Nem verba! Se eu fosse comer TUDO que prolonga e melhora a vida, eu morreria empanturrada, o que seria uma grande contradição.

Fora os alimentos que nos garantem vida eterna, há também a lista nefasta daqueles que nos levam diretinho para a cova. O terrorismo chegou às nossas cozinhas. Já ouvi falar até que soja é broxante! E que todos os males do mundo advém da margarina, açúcar e da Coca-Cola.  Isso é enlouquecedor.

Antes eu até lia com atenção esses e-mails arregalados que já chegam admoestando, alertando, prevenindo e assustando. Cansei.  Agora acho que a melhor postura diante desse vendaval de informações é: coma dos dois lados. Isso mesmo, comer das duas listas! (ou você pensou em outra coisa?)  Mande tudo pra dentro, seja feliz e deixe que Deus decida o melhor dia da sua morte.

Alphonsus de Guimarães

Fosse uma chama, crepitaria
sob meus dedos, na solidão.
Nada mais quero, nada queria.
As noites chegam, os dias vão.

Fosse uma chama, breve arderia,
brasa de sonho, na escuridão.
Já nada quero da luz do dia...
Queima uma estrela na minha mão.

Mas nada quero da luz da estrela...
(Chegam as noites, os dias vão.)
Por que sonhá-la, se vais perdê-la,
alma perdida na solidão?

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Romance no Deserto



(Fagner canta)

Eu tenho a boca que arde como o sol
O rosto e a cabeça quente
Com Madalena vou-me embora
Agora ninguém vai pegar a gente
Dei minha viola num pedaço de pão
Um esconderijo e uma aguardente
Mas um dia eu arranjo outra viola
E na viagem vou cantar pra Madalena

Não chore não querida, esse deserto finda
Tudo aconteceu e eu nem me lembro
Me abraça minha vida! Me leva em teu cavalo
E logo no paraíso chegaremos.

Vejo cidades fantasmas e ruínas
À noite escuto o seu lamento
São pesadelos e aves de rapina
No sol vermelho do meu pensamento

Será que eu dei um tiro no cara da cantina?
Será que eu mesmo acertei seu peito?
Vem, vamos voando minha Madalena
O que passou, passou não tem mais jeito

Naquela sombra vou armar a minha rede
E olhar os solitários viajantes
Beber cantar e matar a minha sede
Lá longe onde tudo é verdejante

Não chore não querida esse deserto finda
Tudo aconteceu e eu nem me lembro
Me abraça minha vida me leva em teu cavalo
E logo no paraíso estaremos

O padre vai rezar uma prece tão antiga
Domingo na capela da fazenda
Brinco de ouro e botas coloridas
Nós dois aprisionados nessa lenda

Ouço um trovão e penso que é um tiro
A noite escura me condena
Não sei se vivo morro ou deliro
Depressa pega a arma Madalena

Tem uma luz por trás daquela serra
Mira, mas não erra minha pequena
A noite é longa e é tanta terra
Poderemos estar mortos noutra cena

Não chore não querida esse deserto finda
Tudo aconteceu e eu nem me lembro
Me abraça minha vida me leva em teu cavalo
E logo no paraíso dançaremos

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Deve ser isso...

Esses dias li que a pele do nosso corpo é mais pesada do que o nosso cérebro. Vejam só! Deve estar aí a explicação para o fato de que "essa coisa de pele" geralmente acontece em total descompasso com o nosso reciocínio mais lógico.

(Nada científica essa minha afirmativa...he he he)

Todos já notamos que a razão (cérebro) aponta para um lado mas "essa coisa de pele" vai para o outro - e adivinhe quem ganha!

Mas pior do que obedecer "a pele" é achar que isso nos leva para a frente. Não leva.

Esse texto é apenas para dizer que o cérebro é meu órgão preferido. Mesmo quando eu dizia que estava fazendo as coisas pelo coração, na verdade era o cérebro pesando prós e contras e decidindo da melhor forma possível.

Salve a própria pele: ouça seu cérebro. E não deixe seu coração falar demais. Ele é um tagarela. Coloque-o sentadinho e calado no canto da sala, que ali é o lugar dele.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Lei da palmada

A respeito do(ridículo) projeto de lei que proíbe as palmadas, recebi hoje o e-mail  de um sem-noção defendendo o tal projeto. Minha resposta foi:

Tenho certeza de que enquanto esses psicólogos e teóricos estavam estudando e trabalhando fora de casa para fazer nome, seus filhos estavam sendo criados por babás ou outros parentes e eles, os pais, chegavam em casa só a noite. Assim é fácil dizer que não precisa dar palmadas. Sem ter que estar por perto, não se estressar e tendo outros para aguentar os pequenos, qualquer um teoriza.

Há MUITA diferença entre palmada e espancamento. POR QUÊ NÃO DIZEM ISSO???

A quase totalidade dos que são conta jamais ficaram dias, meses e anos INTEIROS cuidando e educando crianças. Jogavam na mão de outros. Repito: assim é muito fácil.

Crianças maiores que já foram educadas desde pequenas não precisam apanhar porque já respeitam e também já tem condições de entender um diálogo mais longo. Bater é o último recurso. Mas o que fazer com uma criança que (por exemplo) não cansa de lhe chutar e bater, mesmo depois de você explicar para ela que aquilo não é aceitável? E se ela continuar te desafiando (como é comum nas crianças) vocÊ vai ficar quantas horas levando chutes e teorizando?

Respeito se aprende. Não se nasce sabendo. Quando somos mais maduros sabemos a diferença mas AS VEZES a lição precisa começar com o medo de ser punido.

A diferença entre impor limites e impor vontades só é perceptível à criança quando ela é mais crescida e já aprendeu a obedecer, sentar e conversar. O respeito vem junto. São níveis de entendimento e educação. Vá tentar colocar a sutil diferença em prática quando seu filho de três anos insistir em jogar o controle da televisão no chão.

Se uma criança não levou palmadas na hora certa, NÃO PENSE QUE QUANDO ELA CRESCER VAI SENTAR PRA DIALOGAR COM VOCê. Todos os dias vemos adolescentes que não querem ouvir os pais e são uns terrores.

E pelo amor de Deus, qual o problema em vigiar constantemente as ações de uma criança? Tem mais é que vigiar mesmo! Não confunda criança com adulto. São diferentes, sabia?

Crianças retraídas e sufocadas não são as que foram corrigidas eventualmente com alguma palmada, mas as que foram maltratadas. Não é a mesma coisa.

Sou a favor de que a criança seja ouvida, claro! MAS OS PAIS DEVEM SER OUVIDOS TAMBÉM. Se não forem, a criança deve entender que aquilo terá consequencias bem desagradáveis. Pode não ser palmada. Palmada não é remédio para tudo! Mas as vezes é necessário sim.


É mais fácil que os pais que deram palmadas sejam amados e respeitados no futuro do que pais banana ou ausentes. Pais bananas SEMPRE criam rebeldes insuportável e é mesmo o que merecem.

Se você não exige obediência, acredite: quem vai acabar obedecendo é você. Isso é tão certo e inevitável quanto o dia se seguindo à noite.

TODOS OS DIAS ME DEPARO COM PAIS PATETICAMENTE OBEDIENTES aos seus filhos. E vejos crianças que se tornaram ditadoras e impôe sua vontade aos pais sem se preocuparem se aquilo é ou não aceitável no âmbito da lei e da psicologia.

O projeto de lei do governo federal que prevê punição para quem aplicar castigos corporais é um equívoco ridículo e lamentável de pessoas que NUNCA CRIARAM PESSOALMENTE SEUS PRÓPRIOS FILHOS e que fariam um grande favor se pelo menos não atrapalhassem os que estão criando e querendo educar.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A prisão reabilita sim!!!!!


 Recebi hoje por e-mail:

SISTEMA PRISIONAL:  Muito se diz que o sistema prisional do Brasil não recupera ninguém.  MENTIRA!   É só copiar as CADEIAS DO TEMPO DA DITADURA  (ANOS 70 E 80). Elas reabilitava os presos sim!  São portanto um modelo brasileiro para todo o mundo, uma maravilha, um exemplo, um orgulho para nós. Vejam, lá entraram:

GUERRILHEIROS,
TORTURADORES,
FRAUDADORES,
TRAFICANTES,
CORRUPTOS,
ESTUPRADORES,
LADRÕES,
ASSASSINOS E
SEQÜESTRADORES.

E SAÍRAM: 
GOVERNADORES,
MINISTROS,
PREFEITOS,
DEPUTADOS,
SENADORES,
VEREADORES,
UM PRESIDENTE,
E AGORA UMA CANDIDATA A PRESIDENTE.

Que  lindo, gente!




Piada no jornal

Acabei de assistir a uma reportagem na qual alguns cidadãos sem noção alguma de investigação policial criticam a forma como o monitoramento telefônico tem sido utilizado.  Vejam algumas das declarações cômicas proferidas:

"Algumas das pessoas sob escuta telefônica não foram sequer indiciadas em inquérito. Oh!" Quer dizer que a polícia deveria primeiro saber se a pessoa é culpada para depois investigá-la?

Sem palavras...

Com palavras: Você acha mesmo que se um criminoso soubesse que está sob suspeita ele continuaria falando de tudo ao telefone? Só se fosse muito idiota - e os idiotas são inimputáveis, portanto, por quê perder tempo investigando maluco? 

Olhe outra: "deveriam primeiro saber se a pessoa é culpada para só depois fazer a escuta." Ha ha ha.

Se a polícia já tivesse provas da culpa ou da inocência de uma pessoa, para quê fazer a maldita escuta? Me diga pelo amor de Deus!

Se alguém ainda não sabia, a melhor forma de investigar uma pessoa é não deixar que ela saiba que está sendo investigada. Isso deveria ser obvio, né?

As escutas telefônicas estão incomodando muitos bandidos muita gente. Há uma movimentação no sentido de restringir ainda mais as ações da polícia. Quem serão os beneficiados?

Fazer escuta depois do indiciamento é perda de tempo. Não dará em nada, claro! E isso levará os mal intencionados e os mal informados a dizerem "Tá vendo? A escuta não deu em nada! Eu sabia que o coitadinho era inocente!"

Afirmo uma coisa: se as escutas não fossem eficazes não haveria tanta gente incomodada com ela.

No Brasil a coisa tá ficando assim: a polícia não pode seguir ninguém se não é cercear a sua liberdade de ir e vir. Não pode algemar a menos que saiba profeticamente que o elemento pode agredir ou fazer outra maluquice qualquer. Não pode fazer escuta telefonica para investigar, só para... para quê mesmo? Se filmar o cara ele pode processar o Estado porque seria uso não autorizado da imagem. Se ele confessar o crime e assinar embaixo ainda assim ele tem uns trinta anos para provar que aquela imagem não era a dele, que aquela voz não era a dele e que aquela assinatura não era a dele. E que nem ele é ele. Se a polícia for agredida deve seguir os ensinamentos de Cristo e dar a outra face.

Fica difícil, né.  Para a polícia.  Já para o bandido...

As canetinhas da nossa vida

Embora necessárias, ninguém gosta das despedidas. No entanto vivemos nos despedindo - ora veja!

Alguns não vão ao aeroporto para não precisarem chorar nem abanar lencinhos brancos. Outros, os "partintes",  frequentemente proíbem os grudentos amigos de acompanhá-los no embarque.  Debalde. Mesmo sem despedida, indiscutivelmente o "fui!" já é uma despedida.

Como não podemos evitar esses momentos, só temos duas escolhas a fazer: torná-los fuleiros ou especiais.

Não odeio os rituais das despedidas. Nesse quesito vou contra a maré. Gosto das formalidades das despedidas porque nos ajudam a ajeitar nossa percepção das coisas.

A gente tem a mania de achar que pode se consolar acreditando que a pessoa não foi, que daqui a pouco a maçaneta vai girar, que a tumba vai se abrir, ou que "ele está viajando" e tal.  Isso é doentio.  Melhor a porretada do adeus, com choro e velas.

Despedir-se formalmente é educativo. Traz a gente pela orelha para encarar a vida real. "Já era, acabou, não tem mais, morreu, cai na real, te vira!"

Sinto que algumas coisas no texto de nossas vidas precisam ser pontuadas e marcadas com canetinha highlight. A despedida é uma dessas canetinhas que não nos deixa espaço par ilusões. É a canetinha que nos ajuda a rearrumando nossos sentimentos que, como você sabe, são muito indisciplinados.

Quem se afasta aos poucos ou some de repente, merece fuzilamento.


O chato é que se até as coisas boas tem seu lado ruim, deduz-se que as coisas ruins também tenham o lado mais ruim ainda. E o lado ruim da despedida é aquela sensação dolorosa de que a gente nunca disse tudo o que gostaria de ter dito no momento fatídico.

Não importa o tempo que durou o abraço; foi pouco. Não importa dizer que ama, que dói, que não queria aquilo, que está sofrendo, que quer arrancar os cabelos, que a vida ficará vazia; você não explicou direito.

A gente sempre acha que a outra pessoa não entendeu direito o quando dói, o quanto você não queria aquilo, o quanto está sofrendo, o quanto deseja arrancar os cabelos e com que estrondo o seu mundo caiu. Não, o lado oposto é sempre muito burrinho e não entende a profundidade de nada. Ô desespero!


A morte é uma porcaria. Não importa o quanto você azucrinou o moribundo, fica sempre a sensação de que ele não entendeu o comprimento nem a altura nem a profundidade do seu amor. Há outras mortes (despedidas) em vida e para todas elas a síndrome é a mesma. Aí você quer voltar atrás só para dizer tudo de novo, só que com mais entonação. Para chorar de novo, só que com mais soluços. A vontade é de sofrer de forma mais convincente. Console-se em saber que não adiantará. Na hora da saudade, a síndrome do "faltou eu dizer" vai te atacar de novo.

É a sua cruz mas não fique assim não. Acontece com todo mundo. Quando chegar minha vez de partir não se preocupe: pode falar tudo uma vez só que eu vou entender.

sábado, 21 de agosto de 2010

Stallone... Até onde merecemos isso?

Esses dias recebi um e-mail indignado detonando o Sylvester Stallone. O texto já virou corrente na internet e você já deve ter recebido. Se não recebeu, aguarde.

Não estou aqui para defender o Stallone. Eu o faria se ele me pagasse por isso. Ele que se lixe em sua decadência. Nunca foi grande ator. Só o que chamava atenção nele era o visual - e mesmo assim jamais foi uma unanimidade no mundo feminino. Agora que está velho, acho que não lhe sobrou nada.

Ah, ele é rico! Ia esquecendo...Nesse caso até que se aproveita alguma coisa.

Bem, qual o motivo da revolta? É porque ele falou mal da gente! Nós, os brasileiros. Sabe como é: podemos reclamar da nossa mãe, dizer que ela é chata, injusta, relaxada, mas se o vizinho disser isso, sarrafo nele!  Essa é uma regra básica em qualquer sociedade e ele deveria saber disso. Em todos os programas humorísticos nacionais nós nos desmerecemos e ainda achamos engraçado. Tudo bem, mas gringo tem mais é que ficar calado e fabricar tênis para a gente.

Pois é, ele veio ao Brasil gravar um de seus "graaaaandes"  filmes e aproveitou o momento de folga para falar merda das suas impressões a nosso respeito. Não sei se é verdade . Odeio disse-me-disse mas disseram que ele disse issoi:

"Filmamos no Brasil porque lá você pode machucar as pessoas enquanto filma", explicou Stallone durante o painel dedicado ao filme na noite de quinta-feira, dizendo que o Brasil é "um país de extremos". Por isso, segundo ele, aqui a produção teve a liberdade de filmar sequências de lutas mais agressivas, usar armas de fogo mais perigosas e destruir edifícios e veículos. "Você pode explodir o país inteiro e eles ainda dizem para você, 'obrigado e tome aqui um macaco para você levar para casa'", brincou. 

O tom jocoso e metido a superior  irrita mesmo. Espero que o Boca Torta não volte mais aqui com suas rugas. Agora sobre os macacos... não sei não... pelo menos macaca eu sei que não é difícil um gringo levar para casa. Rende mais - para ela - do que uma cesta básica do governo. Para um povo acostumado a se vender, até que não costuma ser um mau negócio.

Essa foi forte? Foi mal? Então não está mais aqui quem falou.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Entre chips e bactérias


"Google usa estudo de rastreamento do olhar para entender usuários;
Webdesigers usam equipamentos para o rastreamento do olhar dos internautas para entender como os visitantes interagem com seus sites... os resultados geralmente são confidenciais... Acredite: o vídeo aponta o direcionamento dos olhos em tempo real, mostrando que os humanos são capazes de rastrear informações em alta velocidade - talvez maior do que eles próprios imaginem."


Desculpem-me o trocadinho, mas não vejo isso com bons olhos. Pensei que essa coisa de vigiarem a gente ou de socarem coisas por nossa mente adentro tivesse seu auge na mensagem subliminar e chega. Mas não. Agora estão querendo ler meu cérebro, é mole? Aliás sempre quiseram, só não me parecia que fosse possível avançar ainda mais nessa área.

Claro, claro, vocês haverão de me dizer que isso são só estudos, nada em larga escala. E quem me garante? Sabe Deus há quanto tempo somos tratados como ratinhos brancos...
Ninguém esquece os filmes de ficção que já assistiu. Pior: ninguém esquece os filmes ANTIGOS de ficção que já viraram realidade debaixo dos nossos narizes. É só dar uma olhadinha nos filminhos e desenhos de uns 40 anos atrás e ver a quantidade de coisas que na época eram consideradas absurdas e que hoje são comuns. Outras não são comuns apenas por não terem interesse comercial, mas já são perfeitamente viáveis do ponto de vista tecnológico. Não dá pra ficar muito tranquila sabendo disso. Tudo o que envolve dinheiro pode transformar o mais angelical cientista em um açougueiro.

Sabe Deus quanta gente já não foi clonada por aí sem ninguém saber. Quantos monstrinhos nasceram e foram descartados.Você, de hoje pra amanhã, pode se apaixonar por um "coiso" e nem saber.

Já estou até vendo os computadores todos engravidados de câmeras suspeitas, chips minúsculos "de brinde", presentes de grego de todo jeito. Pense bem: por quê pagar por um espião que pode se vender para o outro lado se um pequeno aparelho pode coletar dados com muito mais segurança e discrição?

É por essas e por outras que sou uma dessas pessoas que temem colocar na testa um aviso de "doadora de órgãos" embora a causa seja justa. É que uma vez assinados os papéis, na semana seguinte posso sumir de circulação para prolongar a vida de algum ricaço. Depois minha carcaça reaparece boiando na praia ou em algum terreno baldio. Ou entro no hospital com dor de cabeça e saio direto para o cemitério contaminada por uma conveniente "bactéria"... que precisou de meus rins, fígado, coração, córneas... Ou seja: "bac-histórias".

Não pense que isso não tem a ver com o que comecei a falar. Tem sim e o resumo é um só: ninguém está seguro.

Não sugiro nenhum movimento de protesto. Não acredito em nada disso. Não escrevo este texto para mobilizar nada, só para avisar o seguinte: estamos todos fritos.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Hold on You

domingo, 15 de agosto de 2010

Alguém muito especial


Tenho uma amiga feia, muito feia, mas feia mesmo. (Nada a ver com essa aí de cima.)  Às vezes olho as publicações de suas fotos na internet e custo a entender como alguém pode se sentir tão a vontade dentro do próprio corpo e expor a própria feiúra de forma quase engraçada sem o saber.

As poses que ela faz são semelhantes àquelas de menininhas loiras dos cartazes de 60 anos atrás: toda meiguinha, toda romântica, tentando ser delicada. Ela sorri e posa como se fosse uma gracinha, lida e jovem. Não deixo de acompanhar as novas publicações das suas fotos. Sinto um estranho prazer em me admirar daquilo. E ela ainda faz montagens no Photoshop! Sempre em meio a flores, paisagens lindas ou no corpo de alguma artista famosa. Cada montagem é um novo espanto.E risos, dos quais agora me envergonho. E ela sorri, se enche de flores, posta-se como modelo... Incrivel ela não notar que está sendo ridícula.

Não posso deixar de pensar sobre essa amiga. Isso nela é maluquice ou saúde emocional???


Por quê meu primeiro impulso foi achar que ela sofre de um erro grave de percepção? Pode até ser um equívoco de percepção, mas não é grave. Na verdade é até bom. Por quê seria errado se sentir bonita daquele jeito? Sentir-se bonita, como ela, é estar muito satisfeita consigo mesma, portanto feliz. Todos seríamos mais felizes se nos sentíssemos como ela parece se sentir. 

Falta de bom senso não é passar a vida toda amargurada com suas própria imperfeições (imaginárias ou não)? Patético é ser complexado.

Que mal há em sentir-se uma princesinha meiga? Isso é doentio? Ou doentio é a busca desenfreada pela beleza mesmo que isso comprometa a saúde e o orçamento?

Ninguém nunca riu de mim? E de você, será que já riram? Acho que sim. Essas coisas sempre acontecem. Mas nesse caso não estamos melhores do que ela.

Queria poder dizer a essa amiga o quanto ela é interessante e o quando ela ensina a todos nós sobre auto aceitação. Queria poder pedir desculpas a ela pela modo preconceituoso com que a olhei por tanto tempo. Queria também dizer que a suposta breguice dela é um tapa de luvas de pelica naqueles que pensam que ela deveria estar se importando com o que eles pensam.

Bom mesmo é ser feliz. A beleza é uma ilusão. Tanto uma quanto a outra - feiúra e beleza - são constantemente reiterpretadas. Importar-se com a moda, nessa área, é uma tremenda falta de bom senso.

Sabe, nota dez pra ela! Merece mais é ser feliz e curtir sua beleza, ainda que para mim ela pareça não existir. Por quê minha opinião seria importante? Essa mulher vive muito bem sem o meu aplauso.



Ei amiga, desculpa aí! Não leve a mal meu erro grave de percepção.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Trova Minha

Ainda estou atônita cercada de relíquias
De coisas que eram vivas mas vão fossilizando
São tristes como... o quê?  Lembranças são orquídeas
Que mesmo sem querer a gente vai pisando.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O poema aí de baixo

Depois de publicado já remendei "trocentas" vezes o poema aí de baixo. É verdade, eu só deveria publicá-lo quando já estivesse maduro... mas não aguentei. Por quê estou dizendo isso? Pra você ler novamente, dessa vez já revisado.

Transgressão

Levantei da cama cedo
Como se ouvise algum som
Olhei para o dia com medo
Mas fingi que ia ser bom
Tomei o café da manhã
Como se preferisse adoçante
Almocei uma maçã
Pensando em ficar elegante

Comi alface sem graça
Rejeitei bacon crocante
Sorri de mentira na praça
Com o coração soluçante

Parecia um sonho maluco
Onde nada combinava
Tomei um copo de suco
Para ver se aliviava
E veio uma pressão no peito
Que nem o suco deu jeito.

Abracei quem me abriu os braços
Pois deles não pude fugir
Mas perdi os doces laços
De quem nunca mais pôde vir
Ajudei quem não amava
Fingi alegria na festa
No enterro, na mente cantava
Modinha nada funesta
Dei atenção mentirosa
A assunto sem sabor
E calei teimosamente
Às coisas que falam de dor

Senti uma pressão no peito
Por tanta contrariedade
Mas disse: "Isso não tem jeito!
Vivemos em sociedade!"

Odiei o calor do sol
E a chuva me pegou
Pensei: deve ser pecado
Reclamar do que Deus criou
Desejei o que não sei explicar
Expliquei o que nunca entendi
Cansei de me pôr a pensar
Nas incoerências daqui,
Desse mundo desbotado

E suas histórias singelas
Com capítulos misturados
E ideais que a gente anela.


Parecia um sonho maluco
Onde nada combinava
Tomei um copo de pinga
Para ver se aliviava
Mas veio a pressão no peito
Que nem pinga aliviava.

Não sei mais a diferença
Entre ser sincera e ou má
Fingi ter então uma crença
Pra minha alma acarinhar:
Ocupar-se com o alheio
É uma coisa elevada
E não tem nada mais feio
Que uma alma isolada.

Então...
Fingi que não fui atingida
Pelo tempo tão tenaz
Nem com a falsidade tingida
Com as cores do Satanás
Deixei de perguntar
Por aqueles que eu amava
Mas exclamei "como vai?"
A quem nem me interessava

Mas senti pressão no peito
Quando olhei a tarde fria
E admiti pra mim mesma
Que nada disso eu queria.

Corri sem querer chegar
Levantei fora de hora
Fui salva pela transgressão
Daquela última hora:
De tanto pensar deitada
Nas coisas que faria de pé
Caí de noso, cansada,
Pensando em como a vida é
E sonhei sonho tão louco 
Tão cheio de transgressão
Com desaforos, com soco
Em quem merecia prisão
Vivi amores malucos
Todos bem correspondidos
Havia romances e coitos
Que não eram interrompidos

Um sonho sincero e humano!
Lavei minha alma dormindo
Me apeguei àquele momento
De magia, e muito lindo

 
Sonho louco e transgressor
Com liberdade total
De consertar o mundo
E acabar com todo o mal
E rejeitar programa chato
De caráter social.
Quis dormir mais umas horas
Pra curtir aqueles fatos
E voltar a ser senhora
Em sociedade de ratos

Acordei aliviada
Pois sonhei tudo o que quis
Me senti até cansada
Mas bem que eu queria um bis
E tão sinceros eram os sonhos
Que nem posso te contar
No que daria esse mundo
Se os pudesse executar.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Diamante no sapato

O amor é um diamante... do qual você não se livra.

Quando o recebemos ele vai direto para o coração e lá tem seu lugar de destaque, que é o centro do centro do centro de tudo.  Só que com os sacolejos da vida às vezes ele sai de lá. Não cai no chão, não se perde. Quando ele cai do coração, vai direto pra dentro do sapato.

Tem gente que anda a vida toda com aquele diamente dentro do sapato. Às vezes essas pessoas até conseguem andar eretas quando estão perto dos outros mas quando estão sozinhas mancam - e como mancam!   Tentam se livrar dele mas não conseguem porque, como todos sabemos, "um diamente é para sempre". E dói. Dói quando andamos pelas ruas e vemos paisagens significativas, ouvimos músicas significativas... Quando tudo, enfim, é significativo. Só pára de doer quando a gente dorme e às vezes nem aí. Tem gente que dorme de sapatos, sabia? Aí sonha com o bendito diamante.


Quando o diamente cai do coração muita gente diz que faria tudo para se livrar dele. Falam, mas não é bem assim. Pense bem: quem teria coragem de se livrar de uma coisa tão linda, ainda que pudesse?

Ah quando estão sozinhas como admiram a pedra! Como as olham embevecidas e como se perguntar o motivo de aquilo não estar no lugar onde deveria... Sim, o diamante é lindo. E se desfaz em cores quando é colocado contra a luz. É tão transparente e claro que jamais diríamos que guarda em si tantos mistérios. Há um universo dentro de cada diamante.

Dizem que na vida cada pessoa só recebe um deles. Já ouvi alguns dizerem que já possuíram dois ou três,  mas desconfio que não é verdade. Acho que elas jamais viram um de verdade e guardam seus pequenos cristais jurando que estão ricas.

O que fazer quando um diamante escapole do coração e acha certinho o caminho do sapato?

Bem, você pode tentar colocá-lo novamente em seu lugar, mas não há garantia nenhuma de que vá conseguir. Sim, ele vai te incomodar por muito tempo ainda. Vai te ferir, vai te fazer lembrar que ele existe todos os dias em todos os passos que você der. 

Como jamais você conseguirá se livrar dele, tenho a dizer que o melhor a fazer co seu diamante é tranformá-lo em um pingente. Pindure em seu colo como uma linda lembrança. Ali, pendurado perto do coração, ele se sentirá em casa e não vai doer nunca mais.

sábado, 7 de agosto de 2010

Ah se só o Governo roubasse...

Estou um tanto amargurada com nosso país e, em uma aparente contradição, decido que não vou mais xingar o governo.

Não ele que não mereça mas porque é injusto. Xingar o governo é esquecer quem o pariu.

Quando falo em "parir o governo" não me refiro a votos. Besteira dizer que votamos errado. Votamos nas opções que temos. Não é questão de escolher mau, é questão de falta de opções.Só posso votar em quem é candidato, não é verdade?

Não vou mais xingar o governo nem xingar "maus votos". Isso é erro de percepção. Se só o governo roubasse esse país seria um paraíso. Quem dera que só os políticos roubassem... De minha parte eu até permitiria. Diria: gente, de hoje em diante só político é ladrão, certo?  Se todos concordassem acho que esse país até iria pra frente porque os políticos são minoria e nós, a maioria.  Se meus patrícios concordassem seria a prova de que todos somos melhores do que eles. O problema é que a resposta provável seria: "mas só eles tem o direito?"

Roubar, no Brasil é privilégio. Então por quê xingar o governo?

Depois do que li na reportagem publicada no Globo.com ("Corrupção nanica - estrago gigante") vejo (novamente!) que está tudo tão generalizado que ... cansei. É tanta gente roubando que cheguei á triste conclusão de que merecemos meeeesmo ver doentes morrendo em taxi após serem recusados nos hospitais porque no próprio trajeto da verba do governo para os hospitais há roubo de verbas, de remédios, há médicos que recebem e não prestam serviço, há quem receba os serviços fraudando o plano de saúde, há cobrança de consultas que não foram feitas, corridas de taxi cobradas a mais, troco dado errado, empregada que roubou a patroa, patroa que explorou a empregada e não apagou, adolescentes que roubaram os pais, pais que não cuidam de seus adolescentes, venda de mercadoria estragada, fraude ao  INSS, pequenos furtos em supermercado  feita por funcionários e por fregueses, universitários que compram prova, professores que as vendem, remédios falsificados, compra de celulares sabidamente roubados e tudo o mais. Vivemos em um charco de bosta.

É duro mas hoje estou tão amargurada que acordei achando (só hoje, tá?) que merecemos mesmo ver professoras escrevendo errado, universitários que mal sabem interpretar um texto e juízes sem o mais rudimentar senso de justiça, juízes que se acham Deus, médicos arrogantes, vizinhos baderneiros, terríveis desrespeitos na forma de poluição sonora, quilos de 900 gramas, litros de 950 ml, remédios de farinha de trigo, desmatamento... É uma desgraça. Não, esse país não vai pra frente por um motivo simples: a corrupção não deixa. empresãrios estrangeiros já deixaram de investir aqui porque o percentual que cobram em propina é absurdo e inviabilizante. Os que insistem em investir resolvem sugar do consumidor. Somos enganados robados todos os dias na conta do telefone, na conta de luz, na taxa de limpeza etc. 

Já que há um consenso nisso, já que ser desonesto é bom e sinal de esperteza, de agora em diante entendo como profundamente injusto atacar apenas os políticos. Eles só fazem o que fizeram a vida toda enquanto não estavam lá. E continuarão a fazer quando saírem. E é o que farão os que para lá forem e é o que sonharão em fazer os que para lá não conseguirem ir.

Hoje estou generalizando. Outro dia me retrato se for o caso. Mas pensando bem, por quê não posso ser injusta?

SÓ ELES TEM O DIREITO?

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A armadilha das associações

Um dia, quando era criança, você tinha um vizinho insuportável de implicante, que  vez por outra lhe dava um beliscão. Ele lhe causou enorme sofrimento por meses, pois você não sabia como se livrar daquele capeta.

Um dia você viu um  filme impressionante no qual a personagem era cruel, completamente louca e fazia coisas horríveis com as criancinhas.

Certa vez você conheceu pessoalmente alguém muito especial; uma pessoa extremamente caridosa e simples, um anjo na Terra. Ela tinha um suave sotaque italiano e nunca usava esmalte nas unhas.

Ah aquele colega seu, que confessou que não tomava mais que um banho por semana! Ele era tão magro!

Passaram-se os anos e você nem lembra mais desses personagens da sua vida. A vida segue seu curso e, querendo ou não, pessoas outrora presentes nunca mais serão vistas, certo?  Errado.

É sobre isso que eu quero falar hoje: sobre as associações que nossa mente faz sem permissão nenhuma! E o que são essas associações? São links que criamos sem pensar, sem querer e sem desconfiar de que existem - mas eles existem e determinam tudo, todas as nossas preferências.

Praticamente tudo que abraçamos ou rejeitamos tem uma explicação no passado. Não nessa coisa tola de "vidas passadas em outras encarnações"! Refiro-me às nossas vidas passadas aqui NESSA encarnação mesmo.

Você conhece um cara legal e inteligente. Ele é muito magrinho e está super a fim de você. Vocês já trocaram uns amassos mas na hora "H" você não consegue se entregar, como se estivesse fazendo uma coisa suja. Por quê? Por causa daquele seu coleguinha do passado, que ficou registrado em sua memória e mesmo sem querer você associou a esse.

Uma mulher aparentemente competente quer um emprego em sua empresa mas você não consegue confiar nela. "Algo" lhe diz que ela não é boa pessoa e tem má índole. Você não gosta dela, mas ela nunca lhe fez mal! Lembra daquele filme que você viu quando era menina, com uma personagem louca e cruel?  Lembra das cenas horrorosas de tortura? Pois a atriz não é a cara dessa mulher que você rejeita hoje?  E a sua nova colega de trabalho, que lhe pediu dinheiro emprestado? Parece ser uma pessoa tão confiável e boa! Claro, pois é a cara daquela boa mulher que você conheceu quando criança.

Confesso que eu sempre quis uma desculpa para me justificar das minhas implicâncias gratuitas contra o próximo. Eu, que queria tanto conseguir amar o próximo como a mim mesma, vez por outra encasqueto com alguém. Pois agora descobri que posso não ser tão ruim assim - que legal!  A culpa é do passado.

Nosso cérebro é como o armário da nossa avó:  até mesmo Deus duvida da variedade de coisas velhas e estranhas que tem socadas lá dentro.

Você já se apaixonou inexplicavelmente por um perfeito idiota? Ou um cara feito de doer? Pois procure a explicação nos personagens do seu passado. Talvez  lá você encontre  alguém que admirava muito e guarda algumas semelhanças com essa pessoa. Às vezes é apenas o tom de voz ou o jeito de sorrir e - pumba! você caiu na armadilha.

Somos vítimas de nós mesmos e nem nosso amor ou nosso ódio estão acima de explicações. Nada é "do além".  É aí que fico chateada.

Desconfiar dos ódios e antipatias tudo bem, pois nos sentimos menos maus. Nesse caso, explicar tudo por via das associações com o passado é muito conveniente. Chato mesmo é notar que nossos amores também podem ser desmistificados e desencantados por via dessas mesmas explicações.

Imagine descobrir que você ama quem ama só por causa de uma estranha associação mental com aquele ursinho do desenho animado? Ridículo.

Oh não! Não vou fazer pesquisas exaustivas para desvendar todos os mistérios do meu cérebro. Deixemos essa caixa fechada.

Quer saber? Serei descaradamente seletiva: vou continuar desconfiando de todo sentimento inferior dentro de mim, para os quais descobrirei mil associações malucas.  Quanto ao amor... O amor, que é a única coisa que presta em nós, não vou mexer não. Melhor deixar como está:  intocável, puro e transcedental (enquanto não inventarem de tentar explicar).

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

"Por amor" - o Bem e o Mal

Segundo Friedrich Nietzsche, aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal. Besteirol. 

Em nome do amor tem muita gente prejudicando os outros, destruindo famílias, escondendo a verdade, sendo permissivo e tudo o mais. Até desconfio de que uma parte assustadora do mal que existe no mundo traz em si o inocente rótulo "Por Amor".

Na verdade eu acho que NADA está acima do bem e do mal, se você quer saber. 

 Sim, eu sou dessas pessoas simplórias que acreditam em bem e em mal. Se você, preclaro filósofo, tem dúvidas quanto a isso, imagine o sequestro de alguém que você ama ou uma bela martelada no dedão do SEU pé. Rapidinho você abraça certezas. 

É fácil dar uma de arauto na Nova Era e sair dizendo que o bem e mal não existem, que essa divisão é equivocada e tola e que o bem sempre tem sempre alguma doisa de mal e vice-versa. Dizer isso a um tempo atrás era chique porque chocava mas agora, que o conceito já está manjado, estampado em camisetas vagabundas e professado até pelos que não o entendem, agora sim: a gente já pode afrouxar a gravata e começar a duvidar.   

Pois é, eu acredito em bem e mal  O que não acredito é na NOSSA CAPACIDADE DE SABER COM EXATIDÃO onde está o bem e onde está o mal em um acontecimento específico. É que ao longo da história as coisas são reinterpretadas mas o ditado  "Há males que vem pra bem"  resume muito bem o que acabo de dizer: se há males que vem para bem, é sinal de que há o MAL  e há o BEM, só que a gente nunca sabe direito onde eles estão. 

"Onde está Wally?"

Não se pode nem dizer que o mal de uns é o bem de outros. O "bem" que é nascido do mal pode parecer bem, mas mais cedo ou mais tarde acabará mostrando a cara grotesca. Isso porque o mal é sempre semente e alguém vai pagar o pato. Haverá sempre uma carga negativa nesse tal "bem"  que estragará tudo, a curto, médio ou longo prazo.  

Na verdade na verdade, por numerosas vezes até que a gente sabe onde está o bem e onde está o mal nas nossas atitudes e escolhas. Admitamos. O problema são duas tendências nefastas do ser humano: uma é optar teimosamente pelo mal, não resistindo a ele. A outra é não querer admitir que ele mesmo é mau (e a prova disso são as suas escolhas). Desses auto enganos é que surge muita negação com rótulo de "filosofia".

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Eu queria tanto...

Eu gostaria de mudar o mundo.

  • Gostaria que as pessoas repudiassem ditadores como quando se encontram com uma barata;
  • Gostaria que nosso povo não vendesse a consciência por uma sacola de cesta básica;
  • Gostaria que ninguém risse condescendentemente de quem se gaba de ter brincado com os sentimentos e expectativa alheia;
  • Gostaria que as pessoas que se aproveitam cinicamente da carência dos outros aprendessem da forma mais dura possível que isso não se admite;
  • Gostaria que ninguém gastasse mais do que ganha;
  •  Gostaria que ninguém se dedicasse a seduzir alguém para nenhum tipo de mal;
  •  Gostaria que ninguém confundisse "gostoso" com "bom" nem "desagradável" com "ruim";
  • Gostaria que a ninguém fosse dado o poder de ter alguém em suas mãos;
  • Gostaria que as pessoas tivessem sonhos mais elevados e não se contentassem com abobrinhas;
  •  Gostaria que ninguém culpasse o governo ou a sociedade por suas próprias escolhas burras;
  •  Gostaria que não chamasse viciados em drogas de "vítimas das drogas" pois isso é idiota. Eles são vítimas de si mesmos, das sua própria desobediência, vontade livre e consciente de brincar com fogo e vontade abestada de transgredir.
  •  Gostaria que todas as pessoas pobres fossem convencidas de que podem mudar a sua propria história por si só e que não devem se conformar em viver de caridade;
  •  Gostaria que os políticos não criassem leis imputando sacrifícios só aos outros, mas que eles fossem os primeiros a beber do próprio veneno.
  • Gostaria que todos nós que criticamos o governo parássemos vez por outra para analisar com sinceridade o quanto em nossas condutas temos sido parecidos com "eles.
  •  Gostaria que  ninguém lucrasse com a devastação do ensino no Brasil;
  • Gostaria que a sociedade aprendesse as lições ensinadas pela história e não repetissem as mesmas asneiras;
  •  Gostaria que os bandidos, desordeiros e cruéis tivessem a chace de viver em uma sociedade alternativa para onde fossem levados todas as pessoas semelhantes a eles - assim eles seriam felizes para sempre longe de nós.
  •  Gostaria que o governo parasse de pintar escolas e levasse a sério a educação.
  •  Gostaria que as pessoas só se casassem por amor;
  •  Gostaria que todos os bebês fossem desejados;
  •  Gostaria que os velhos tentassem entender os jovens e que os jovem respeitassem os mais velhos;
  •  Gostaria que não fosse permitido colocar no mercado alimentos que sabidamente fazem mal à saúde;
  •  Gostaria que não houvesse propaganda enganosa;
  •  Gostaria de esquecer minha bolsa no banco da praça e encontrá-la no dia seguinte no mesmo lugar.
  • Gostaria que os donos de escolas não deixassem que seus professores fossem humilhados pelos alunos só porque eles tem dinheiro;
  • Gostaria de viver em uma sociedade onde ninguém precisasse ter medo de envelhecer...
Gostaria do que você gostaria. Então por quê não conseguimos juntar nossos gostos e mudar alguma coisa?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Atenção!

 
Gente, conto com a compreensão de vocês. De repente enjoei daquele layout e resolvi dar uma renovada em meu blog. Talvez o anterior fosse até mais bonitinho... mas calma! Quando eu terminar vocês irão gostar.   Aceito críticas.

Oi, leitor!

Tenha paciência com minhas postagens pré-programadas e sem opinião, tá? Acho isso melhor do que deixar "no branco" e parar de escrever. Tá, tá, admito que para alguns é melhor não escrever nada do que escrever nulidades mas opinião é opinião.  Talvez um dia eu pare com isso.

Tipos de homens

Recebi esses dias, de uma amiga, uma lista mostrando tipos te homens. Você já deve conhecer mas não resisti. Não vou colocar todos eles aqui, só os que achei mais interessantes.
  • O homem carangueijo: feio e peludo mas você dá uma lavadinha e você... acaba comendo assim mesmo.
  • Homem camarão: só tem bosta na cabeça mas é gostoso e você... acaba comendo assim mesmo.
  • Homem pão: tem sempre o mesmo gosto mas você acostumou e ... acaba comendo assim mesmo.
  • Homem maionese de fim de festa: todo mundo avisa pra não comer mas você está desesperada...e acaba comendo assim mesmo.
  • Homem miojo (esse são os melhores!): em um minuto ele está pronto pra comer.
  • Homem Coca Cola de dois litros: serve para seis ou mais, dependendo da sede de cada uma.
  • Homem enlatado: uma vez depois de usado, tem que ser conservado na geladeira. (Essa eu inventei)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A hora e a vez dos aspargos

Que coisa mais chata é a vida dividida em extremos. Tem gente que vê tudo por esse ângulo, então vive ou com medo ou empolgado com bobagens. Não estou falando de um assunto transcedental; estou falando de alimentos. Agora é a vez dos aspargos.

Recebi um texto no qual aspargo é elevado à categoria de poção mágica. Ele cura tudo: recupera memória, devolve cabelo aos calvos, levanta até defunto. Da unha encravada à espinhela caída, dá-lhe aspargo. Menino malcriado? Marido safado? Sogra faladeira? Aspargo neles!

Acontece que já ouvi o mesmo a respeito da água, do alho, da cebola, do mel, da banana. Como água, alho, cebola, mel e banana fazem parte do meu cardápio, concluo que vou viver pra sempre.

De qualquer forma existe mais uma lista de superalimentos que não tenho tempo de comer. Nem verba! Se eu fosse comer TUDO que prolonga e melhora a vida, eu morreria empanturrada, o que seria uma grande contradição.

Fora os alimentos que nos garantem vida eterna, há também a lista nefasta daqueles que nos levam diretinho para a cova. O terrorismo chegou às nossas cozinhas. Já ouvi falar até que soja é broxante! E que todos os males do mundo advém da margarina, açúcar e da Coca-Cola.  Isso é enlouquecedor.

Antes eu até lia com atenção esses e-mails arregalados que já chegam admoestando, alertando, prevenindo e assustando. Cansei.  Agora acho que a melhor postura diante desse vendaval de informações é: coma dos dois lados. Isso mesmo, comer das duas listas! (ou você pensou em outra coisa?)  Mande tudo pra dentro, seja feliz e deixe que Deus decida o melhor dia da sua morte.

Alphonsus de Guimarães

Fosse uma chama, crepitaria
sob meus dedos, na solidão.
Nada mais quero, nada queria.
As noites chegam, os dias vão.

Fosse uma chama, breve arderia,
brasa de sonho, na escuridão.
Já nada quero da luz do dia...
Queima uma estrela na minha mão.

Mas nada quero da luz da estrela...
(Chegam as noites, os dias vão.)
Por que sonhá-la, se vais perdê-la,
alma perdida na solidão?

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Romance no Deserto



(Fagner canta)

Eu tenho a boca que arde como o sol
O rosto e a cabeça quente
Com Madalena vou-me embora
Agora ninguém vai pegar a gente
Dei minha viola num pedaço de pão
Um esconderijo e uma aguardente
Mas um dia eu arranjo outra viola
E na viagem vou cantar pra Madalena

Não chore não querida, esse deserto finda
Tudo aconteceu e eu nem me lembro
Me abraça minha vida! Me leva em teu cavalo
E logo no paraíso chegaremos.

Vejo cidades fantasmas e ruínas
À noite escuto o seu lamento
São pesadelos e aves de rapina
No sol vermelho do meu pensamento

Será que eu dei um tiro no cara da cantina?
Será que eu mesmo acertei seu peito?
Vem, vamos voando minha Madalena
O que passou, passou não tem mais jeito

Naquela sombra vou armar a minha rede
E olhar os solitários viajantes
Beber cantar e matar a minha sede
Lá longe onde tudo é verdejante

Não chore não querida esse deserto finda
Tudo aconteceu e eu nem me lembro
Me abraça minha vida me leva em teu cavalo
E logo no paraíso estaremos

O padre vai rezar uma prece tão antiga
Domingo na capela da fazenda
Brinco de ouro e botas coloridas
Nós dois aprisionados nessa lenda

Ouço um trovão e penso que é um tiro
A noite escura me condena
Não sei se vivo morro ou deliro
Depressa pega a arma Madalena

Tem uma luz por trás daquela serra
Mira, mas não erra minha pequena
A noite é longa e é tanta terra
Poderemos estar mortos noutra cena

Não chore não querida esse deserto finda
Tudo aconteceu e eu nem me lembro
Me abraça minha vida me leva em teu cavalo
E logo no paraíso dançaremos

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Deve ser isso...

Esses dias li que a pele do nosso corpo é mais pesada do que o nosso cérebro. Vejam só! Deve estar aí a explicação para o fato de que "essa coisa de pele" geralmente acontece em total descompasso com o nosso reciocínio mais lógico.

(Nada científica essa minha afirmativa...he he he)

Todos já notamos que a razão (cérebro) aponta para um lado mas "essa coisa de pele" vai para o outro - e adivinhe quem ganha!

Mas pior do que obedecer "a pele" é achar que isso nos leva para a frente. Não leva.

Esse texto é apenas para dizer que o cérebro é meu órgão preferido. Mesmo quando eu dizia que estava fazendo as coisas pelo coração, na verdade era o cérebro pesando prós e contras e decidindo da melhor forma possível.

Salve a própria pele: ouça seu cérebro. E não deixe seu coração falar demais. Ele é um tagarela. Coloque-o sentadinho e calado no canto da sala, que ali é o lugar dele.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Lei da palmada

A respeito do(ridículo) projeto de lei que proíbe as palmadas, recebi hoje o e-mail  de um sem-noção defendendo o tal projeto. Minha resposta foi:

Tenho certeza de que enquanto esses psicólogos e teóricos estavam estudando e trabalhando fora de casa para fazer nome, seus filhos estavam sendo criados por babás ou outros parentes e eles, os pais, chegavam em casa só a noite. Assim é fácil dizer que não precisa dar palmadas. Sem ter que estar por perto, não se estressar e tendo outros para aguentar os pequenos, qualquer um teoriza.

Há MUITA diferença entre palmada e espancamento. POR QUÊ NÃO DIZEM ISSO???

A quase totalidade dos que são conta jamais ficaram dias, meses e anos INTEIROS cuidando e educando crianças. Jogavam na mão de outros. Repito: assim é muito fácil.

Crianças maiores que já foram educadas desde pequenas não precisam apanhar porque já respeitam e também já tem condições de entender um diálogo mais longo. Bater é o último recurso. Mas o que fazer com uma criança que (por exemplo) não cansa de lhe chutar e bater, mesmo depois de você explicar para ela que aquilo não é aceitável? E se ela continuar te desafiando (como é comum nas crianças) vocÊ vai ficar quantas horas levando chutes e teorizando?

Respeito se aprende. Não se nasce sabendo. Quando somos mais maduros sabemos a diferença mas AS VEZES a lição precisa começar com o medo de ser punido.

A diferença entre impor limites e impor vontades só é perceptível à criança quando ela é mais crescida e já aprendeu a obedecer, sentar e conversar. O respeito vem junto. São níveis de entendimento e educação. Vá tentar colocar a sutil diferença em prática quando seu filho de três anos insistir em jogar o controle da televisão no chão.

Se uma criança não levou palmadas na hora certa, NÃO PENSE QUE QUANDO ELA CRESCER VAI SENTAR PRA DIALOGAR COM VOCê. Todos os dias vemos adolescentes que não querem ouvir os pais e são uns terrores.

E pelo amor de Deus, qual o problema em vigiar constantemente as ações de uma criança? Tem mais é que vigiar mesmo! Não confunda criança com adulto. São diferentes, sabia?

Crianças retraídas e sufocadas não são as que foram corrigidas eventualmente com alguma palmada, mas as que foram maltratadas. Não é a mesma coisa.

Sou a favor de que a criança seja ouvida, claro! MAS OS PAIS DEVEM SER OUVIDOS TAMBÉM. Se não forem, a criança deve entender que aquilo terá consequencias bem desagradáveis. Pode não ser palmada. Palmada não é remédio para tudo! Mas as vezes é necessário sim.


É mais fácil que os pais que deram palmadas sejam amados e respeitados no futuro do que pais banana ou ausentes. Pais bananas SEMPRE criam rebeldes insuportável e é mesmo o que merecem.

Se você não exige obediência, acredite: quem vai acabar obedecendo é você. Isso é tão certo e inevitável quanto o dia se seguindo à noite.

TODOS OS DIAS ME DEPARO COM PAIS PATETICAMENTE OBEDIENTES aos seus filhos. E vejos crianças que se tornaram ditadoras e impôe sua vontade aos pais sem se preocuparem se aquilo é ou não aceitável no âmbito da lei e da psicologia.

O projeto de lei do governo federal que prevê punição para quem aplicar castigos corporais é um equívoco ridículo e lamentável de pessoas que NUNCA CRIARAM PESSOALMENTE SEUS PRÓPRIOS FILHOS e que fariam um grande favor se pelo menos não atrapalhassem os que estão criando e querendo educar.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A prisão reabilita sim!!!!!


 Recebi hoje por e-mail:

SISTEMA PRISIONAL:  Muito se diz que o sistema prisional do Brasil não recupera ninguém.  MENTIRA!   É só copiar as CADEIAS DO TEMPO DA DITADURA  (ANOS 70 E 80). Elas reabilitava os presos sim!  São portanto um modelo brasileiro para todo o mundo, uma maravilha, um exemplo, um orgulho para nós. Vejam, lá entraram:

GUERRILHEIROS,
TORTURADORES,
FRAUDADORES,
TRAFICANTES,
CORRUPTOS,
ESTUPRADORES,
LADRÕES,
ASSASSINOS E
SEQÜESTRADORES.

E SAÍRAM: 
GOVERNADORES,
MINISTROS,
PREFEITOS,
DEPUTADOS,
SENADORES,
VEREADORES,
UM PRESIDENTE,
E AGORA UMA CANDIDATA A PRESIDENTE.

Que  lindo, gente!




Piada no jornal

Acabei de assistir a uma reportagem na qual alguns cidadãos sem noção alguma de investigação policial criticam a forma como o monitoramento telefônico tem sido utilizado.  Vejam algumas das declarações cômicas proferidas:

"Algumas das pessoas sob escuta telefônica não foram sequer indiciadas em inquérito. Oh!" Quer dizer que a polícia deveria primeiro saber se a pessoa é culpada para depois investigá-la?

Sem palavras...

Com palavras: Você acha mesmo que se um criminoso soubesse que está sob suspeita ele continuaria falando de tudo ao telefone? Só se fosse muito idiota - e os idiotas são inimputáveis, portanto, por quê perder tempo investigando maluco? 

Olhe outra: "deveriam primeiro saber se a pessoa é culpada para só depois fazer a escuta." Ha ha ha.

Se a polícia já tivesse provas da culpa ou da inocência de uma pessoa, para quê fazer a maldita escuta? Me diga pelo amor de Deus!

Se alguém ainda não sabia, a melhor forma de investigar uma pessoa é não deixar que ela saiba que está sendo investigada. Isso deveria ser obvio, né?

As escutas telefônicas estão incomodando muitos bandidos muita gente. Há uma movimentação no sentido de restringir ainda mais as ações da polícia. Quem serão os beneficiados?

Fazer escuta depois do indiciamento é perda de tempo. Não dará em nada, claro! E isso levará os mal intencionados e os mal informados a dizerem "Tá vendo? A escuta não deu em nada! Eu sabia que o coitadinho era inocente!"

Afirmo uma coisa: se as escutas não fossem eficazes não haveria tanta gente incomodada com ela.

No Brasil a coisa tá ficando assim: a polícia não pode seguir ninguém se não é cercear a sua liberdade de ir e vir. Não pode algemar a menos que saiba profeticamente que o elemento pode agredir ou fazer outra maluquice qualquer. Não pode fazer escuta telefonica para investigar, só para... para quê mesmo? Se filmar o cara ele pode processar o Estado porque seria uso não autorizado da imagem. Se ele confessar o crime e assinar embaixo ainda assim ele tem uns trinta anos para provar que aquela imagem não era a dele, que aquela voz não era a dele e que aquela assinatura não era a dele. E que nem ele é ele. Se a polícia for agredida deve seguir os ensinamentos de Cristo e dar a outra face.

Fica difícil, né.  Para a polícia.  Já para o bandido...

As canetinhas da nossa vida

Embora necessárias, ninguém gosta das despedidas. No entanto vivemos nos despedindo - ora veja!

Alguns não vão ao aeroporto para não precisarem chorar nem abanar lencinhos brancos. Outros, os "partintes",  frequentemente proíbem os grudentos amigos de acompanhá-los no embarque.  Debalde. Mesmo sem despedida, indiscutivelmente o "fui!" já é uma despedida.

Como não podemos evitar esses momentos, só temos duas escolhas a fazer: torná-los fuleiros ou especiais.

Não odeio os rituais das despedidas. Nesse quesito vou contra a maré. Gosto das formalidades das despedidas porque nos ajudam a ajeitar nossa percepção das coisas.

A gente tem a mania de achar que pode se consolar acreditando que a pessoa não foi, que daqui a pouco a maçaneta vai girar, que a tumba vai se abrir, ou que "ele está viajando" e tal.  Isso é doentio.  Melhor a porretada do adeus, com choro e velas.

Despedir-se formalmente é educativo. Traz a gente pela orelha para encarar a vida real. "Já era, acabou, não tem mais, morreu, cai na real, te vira!"

Sinto que algumas coisas no texto de nossas vidas precisam ser pontuadas e marcadas com canetinha highlight. A despedida é uma dessas canetinhas que não nos deixa espaço par ilusões. É a canetinha que nos ajuda a rearrumando nossos sentimentos que, como você sabe, são muito indisciplinados.

Quem se afasta aos poucos ou some de repente, merece fuzilamento.


O chato é que se até as coisas boas tem seu lado ruim, deduz-se que as coisas ruins também tenham o lado mais ruim ainda. E o lado ruim da despedida é aquela sensação dolorosa de que a gente nunca disse tudo o que gostaria de ter dito no momento fatídico.

Não importa o tempo que durou o abraço; foi pouco. Não importa dizer que ama, que dói, que não queria aquilo, que está sofrendo, que quer arrancar os cabelos, que a vida ficará vazia; você não explicou direito.

A gente sempre acha que a outra pessoa não entendeu direito o quando dói, o quanto você não queria aquilo, o quanto está sofrendo, o quanto deseja arrancar os cabelos e com que estrondo o seu mundo caiu. Não, o lado oposto é sempre muito burrinho e não entende a profundidade de nada. Ô desespero!


A morte é uma porcaria. Não importa o quanto você azucrinou o moribundo, fica sempre a sensação de que ele não entendeu o comprimento nem a altura nem a profundidade do seu amor. Há outras mortes (despedidas) em vida e para todas elas a síndrome é a mesma. Aí você quer voltar atrás só para dizer tudo de novo, só que com mais entonação. Para chorar de novo, só que com mais soluços. A vontade é de sofrer de forma mais convincente. Console-se em saber que não adiantará. Na hora da saudade, a síndrome do "faltou eu dizer" vai te atacar de novo.

É a sua cruz mas não fique assim não. Acontece com todo mundo. Quando chegar minha vez de partir não se preocupe: pode falar tudo uma vez só que eu vou entender.

sábado, 21 de agosto de 2010

Stallone... Até onde merecemos isso?

Esses dias recebi um e-mail indignado detonando o Sylvester Stallone. O texto já virou corrente na internet e você já deve ter recebido. Se não recebeu, aguarde.

Não estou aqui para defender o Stallone. Eu o faria se ele me pagasse por isso. Ele que se lixe em sua decadência. Nunca foi grande ator. Só o que chamava atenção nele era o visual - e mesmo assim jamais foi uma unanimidade no mundo feminino. Agora que está velho, acho que não lhe sobrou nada.

Ah, ele é rico! Ia esquecendo...Nesse caso até que se aproveita alguma coisa.

Bem, qual o motivo da revolta? É porque ele falou mal da gente! Nós, os brasileiros. Sabe como é: podemos reclamar da nossa mãe, dizer que ela é chata, injusta, relaxada, mas se o vizinho disser isso, sarrafo nele!  Essa é uma regra básica em qualquer sociedade e ele deveria saber disso. Em todos os programas humorísticos nacionais nós nos desmerecemos e ainda achamos engraçado. Tudo bem, mas gringo tem mais é que ficar calado e fabricar tênis para a gente.

Pois é, ele veio ao Brasil gravar um de seus "graaaaandes"  filmes e aproveitou o momento de folga para falar merda das suas impressões a nosso respeito. Não sei se é verdade . Odeio disse-me-disse mas disseram que ele disse issoi:

"Filmamos no Brasil porque lá você pode machucar as pessoas enquanto filma", explicou Stallone durante o painel dedicado ao filme na noite de quinta-feira, dizendo que o Brasil é "um país de extremos". Por isso, segundo ele, aqui a produção teve a liberdade de filmar sequências de lutas mais agressivas, usar armas de fogo mais perigosas e destruir edifícios e veículos. "Você pode explodir o país inteiro e eles ainda dizem para você, 'obrigado e tome aqui um macaco para você levar para casa'", brincou. 

O tom jocoso e metido a superior  irrita mesmo. Espero que o Boca Torta não volte mais aqui com suas rugas. Agora sobre os macacos... não sei não... pelo menos macaca eu sei que não é difícil um gringo levar para casa. Rende mais - para ela - do que uma cesta básica do governo. Para um povo acostumado a se vender, até que não costuma ser um mau negócio.

Essa foi forte? Foi mal? Então não está mais aqui quem falou.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Entre chips e bactérias


"Google usa estudo de rastreamento do olhar para entender usuários;
Webdesigers usam equipamentos para o rastreamento do olhar dos internautas para entender como os visitantes interagem com seus sites... os resultados geralmente são confidenciais... Acredite: o vídeo aponta o direcionamento dos olhos em tempo real, mostrando que os humanos são capazes de rastrear informações em alta velocidade - talvez maior do que eles próprios imaginem."


Desculpem-me o trocadinho, mas não vejo isso com bons olhos. Pensei que essa coisa de vigiarem a gente ou de socarem coisas por nossa mente adentro tivesse seu auge na mensagem subliminar e chega. Mas não. Agora estão querendo ler meu cérebro, é mole? Aliás sempre quiseram, só não me parecia que fosse possível avançar ainda mais nessa área.

Claro, claro, vocês haverão de me dizer que isso são só estudos, nada em larga escala. E quem me garante? Sabe Deus há quanto tempo somos tratados como ratinhos brancos...
Ninguém esquece os filmes de ficção que já assistiu. Pior: ninguém esquece os filmes ANTIGOS de ficção que já viraram realidade debaixo dos nossos narizes. É só dar uma olhadinha nos filminhos e desenhos de uns 40 anos atrás e ver a quantidade de coisas que na época eram consideradas absurdas e que hoje são comuns. Outras não são comuns apenas por não terem interesse comercial, mas já são perfeitamente viáveis do ponto de vista tecnológico. Não dá pra ficar muito tranquila sabendo disso. Tudo o que envolve dinheiro pode transformar o mais angelical cientista em um açougueiro.

Sabe Deus quanta gente já não foi clonada por aí sem ninguém saber. Quantos monstrinhos nasceram e foram descartados.Você, de hoje pra amanhã, pode se apaixonar por um "coiso" e nem saber.

Já estou até vendo os computadores todos engravidados de câmeras suspeitas, chips minúsculos "de brinde", presentes de grego de todo jeito. Pense bem: por quê pagar por um espião que pode se vender para o outro lado se um pequeno aparelho pode coletar dados com muito mais segurança e discrição?

É por essas e por outras que sou uma dessas pessoas que temem colocar na testa um aviso de "doadora de órgãos" embora a causa seja justa. É que uma vez assinados os papéis, na semana seguinte posso sumir de circulação para prolongar a vida de algum ricaço. Depois minha carcaça reaparece boiando na praia ou em algum terreno baldio. Ou entro no hospital com dor de cabeça e saio direto para o cemitério contaminada por uma conveniente "bactéria"... que precisou de meus rins, fígado, coração, córneas... Ou seja: "bac-histórias".

Não pense que isso não tem a ver com o que comecei a falar. Tem sim e o resumo é um só: ninguém está seguro.

Não sugiro nenhum movimento de protesto. Não acredito em nada disso. Não escrevo este texto para mobilizar nada, só para avisar o seguinte: estamos todos fritos.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Hold on You

domingo, 15 de agosto de 2010

Alguém muito especial


Tenho uma amiga feia, muito feia, mas feia mesmo. (Nada a ver com essa aí de cima.)  Às vezes olho as publicações de suas fotos na internet e custo a entender como alguém pode se sentir tão a vontade dentro do próprio corpo e expor a própria feiúra de forma quase engraçada sem o saber.

As poses que ela faz são semelhantes àquelas de menininhas loiras dos cartazes de 60 anos atrás: toda meiguinha, toda romântica, tentando ser delicada. Ela sorri e posa como se fosse uma gracinha, lida e jovem. Não deixo de acompanhar as novas publicações das suas fotos. Sinto um estranho prazer em me admirar daquilo. E ela ainda faz montagens no Photoshop! Sempre em meio a flores, paisagens lindas ou no corpo de alguma artista famosa. Cada montagem é um novo espanto.E risos, dos quais agora me envergonho. E ela sorri, se enche de flores, posta-se como modelo... Incrivel ela não notar que está sendo ridícula.

Não posso deixar de pensar sobre essa amiga. Isso nela é maluquice ou saúde emocional???


Por quê meu primeiro impulso foi achar que ela sofre de um erro grave de percepção? Pode até ser um equívoco de percepção, mas não é grave. Na verdade é até bom. Por quê seria errado se sentir bonita daquele jeito? Sentir-se bonita, como ela, é estar muito satisfeita consigo mesma, portanto feliz. Todos seríamos mais felizes se nos sentíssemos como ela parece se sentir. 

Falta de bom senso não é passar a vida toda amargurada com suas própria imperfeições (imaginárias ou não)? Patético é ser complexado.

Que mal há em sentir-se uma princesinha meiga? Isso é doentio? Ou doentio é a busca desenfreada pela beleza mesmo que isso comprometa a saúde e o orçamento?

Ninguém nunca riu de mim? E de você, será que já riram? Acho que sim. Essas coisas sempre acontecem. Mas nesse caso não estamos melhores do que ela.

Queria poder dizer a essa amiga o quanto ela é interessante e o quando ela ensina a todos nós sobre auto aceitação. Queria poder pedir desculpas a ela pela modo preconceituoso com que a olhei por tanto tempo. Queria também dizer que a suposta breguice dela é um tapa de luvas de pelica naqueles que pensam que ela deveria estar se importando com o que eles pensam.

Bom mesmo é ser feliz. A beleza é uma ilusão. Tanto uma quanto a outra - feiúra e beleza - são constantemente reiterpretadas. Importar-se com a moda, nessa área, é uma tremenda falta de bom senso.

Sabe, nota dez pra ela! Merece mais é ser feliz e curtir sua beleza, ainda que para mim ela pareça não existir. Por quê minha opinião seria importante? Essa mulher vive muito bem sem o meu aplauso.



Ei amiga, desculpa aí! Não leve a mal meu erro grave de percepção.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Trova Minha

Ainda estou atônita cercada de relíquias
De coisas que eram vivas mas vão fossilizando
São tristes como... o quê?  Lembranças são orquídeas
Que mesmo sem querer a gente vai pisando.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O poema aí de baixo

Depois de publicado já remendei "trocentas" vezes o poema aí de baixo. É verdade, eu só deveria publicá-lo quando já estivesse maduro... mas não aguentei. Por quê estou dizendo isso? Pra você ler novamente, dessa vez já revisado.

Transgressão

Levantei da cama cedo
Como se ouvise algum som
Olhei para o dia com medo
Mas fingi que ia ser bom
Tomei o café da manhã
Como se preferisse adoçante
Almocei uma maçã
Pensando em ficar elegante

Comi alface sem graça
Rejeitei bacon crocante
Sorri de mentira na praça
Com o coração soluçante

Parecia um sonho maluco
Onde nada combinava
Tomei um copo de suco
Para ver se aliviava
E veio uma pressão no peito
Que nem o suco deu jeito.

Abracei quem me abriu os braços
Pois deles não pude fugir
Mas perdi os doces laços
De quem nunca mais pôde vir
Ajudei quem não amava
Fingi alegria na festa
No enterro, na mente cantava
Modinha nada funesta
Dei atenção mentirosa
A assunto sem sabor
E calei teimosamente
Às coisas que falam de dor

Senti uma pressão no peito
Por tanta contrariedade
Mas disse: "Isso não tem jeito!
Vivemos em sociedade!"

Odiei o calor do sol
E a chuva me pegou
Pensei: deve ser pecado
Reclamar do que Deus criou
Desejei o que não sei explicar
Expliquei o que nunca entendi
Cansei de me pôr a pensar
Nas incoerências daqui,
Desse mundo desbotado

E suas histórias singelas
Com capítulos misturados
E ideais que a gente anela.


Parecia um sonho maluco
Onde nada combinava
Tomei um copo de pinga
Para ver se aliviava
Mas veio a pressão no peito
Que nem pinga aliviava.

Não sei mais a diferença
Entre ser sincera e ou má
Fingi ter então uma crença
Pra minha alma acarinhar:
Ocupar-se com o alheio
É uma coisa elevada
E não tem nada mais feio
Que uma alma isolada.

Então...
Fingi que não fui atingida
Pelo tempo tão tenaz
Nem com a falsidade tingida
Com as cores do Satanás
Deixei de perguntar
Por aqueles que eu amava
Mas exclamei "como vai?"
A quem nem me interessava

Mas senti pressão no peito
Quando olhei a tarde fria
E admiti pra mim mesma
Que nada disso eu queria.

Corri sem querer chegar
Levantei fora de hora
Fui salva pela transgressão
Daquela última hora:
De tanto pensar deitada
Nas coisas que faria de pé
Caí de noso, cansada,
Pensando em como a vida é
E sonhei sonho tão louco 
Tão cheio de transgressão
Com desaforos, com soco
Em quem merecia prisão
Vivi amores malucos
Todos bem correspondidos
Havia romances e coitos
Que não eram interrompidos

Um sonho sincero e humano!
Lavei minha alma dormindo
Me apeguei àquele momento
De magia, e muito lindo

 
Sonho louco e transgressor
Com liberdade total
De consertar o mundo
E acabar com todo o mal
E rejeitar programa chato
De caráter social.
Quis dormir mais umas horas
Pra curtir aqueles fatos
E voltar a ser senhora
Em sociedade de ratos

Acordei aliviada
Pois sonhei tudo o que quis
Me senti até cansada
Mas bem que eu queria um bis
E tão sinceros eram os sonhos
Que nem posso te contar
No que daria esse mundo
Se os pudesse executar.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Diamante no sapato

O amor é um diamante... do qual você não se livra.

Quando o recebemos ele vai direto para o coração e lá tem seu lugar de destaque, que é o centro do centro do centro de tudo.  Só que com os sacolejos da vida às vezes ele sai de lá. Não cai no chão, não se perde. Quando ele cai do coração, vai direto pra dentro do sapato.

Tem gente que anda a vida toda com aquele diamente dentro do sapato. Às vezes essas pessoas até conseguem andar eretas quando estão perto dos outros mas quando estão sozinhas mancam - e como mancam!   Tentam se livrar dele mas não conseguem porque, como todos sabemos, "um diamente é para sempre". E dói. Dói quando andamos pelas ruas e vemos paisagens significativas, ouvimos músicas significativas... Quando tudo, enfim, é significativo. Só pára de doer quando a gente dorme e às vezes nem aí. Tem gente que dorme de sapatos, sabia? Aí sonha com o bendito diamante.


Quando o diamente cai do coração muita gente diz que faria tudo para se livrar dele. Falam, mas não é bem assim. Pense bem: quem teria coragem de se livrar de uma coisa tão linda, ainda que pudesse?

Ah quando estão sozinhas como admiram a pedra! Como as olham embevecidas e como se perguntar o motivo de aquilo não estar no lugar onde deveria... Sim, o diamante é lindo. E se desfaz em cores quando é colocado contra a luz. É tão transparente e claro que jamais diríamos que guarda em si tantos mistérios. Há um universo dentro de cada diamante.

Dizem que na vida cada pessoa só recebe um deles. Já ouvi alguns dizerem que já possuíram dois ou três,  mas desconfio que não é verdade. Acho que elas jamais viram um de verdade e guardam seus pequenos cristais jurando que estão ricas.

O que fazer quando um diamante escapole do coração e acha certinho o caminho do sapato?

Bem, você pode tentar colocá-lo novamente em seu lugar, mas não há garantia nenhuma de que vá conseguir. Sim, ele vai te incomodar por muito tempo ainda. Vai te ferir, vai te fazer lembrar que ele existe todos os dias em todos os passos que você der. 

Como jamais você conseguirá se livrar dele, tenho a dizer que o melhor a fazer co seu diamante é tranformá-lo em um pingente. Pindure em seu colo como uma linda lembrança. Ali, pendurado perto do coração, ele se sentirá em casa e não vai doer nunca mais.

sábado, 7 de agosto de 2010

Ah se só o Governo roubasse...

Estou um tanto amargurada com nosso país e, em uma aparente contradição, decido que não vou mais xingar o governo.

Não ele que não mereça mas porque é injusto. Xingar o governo é esquecer quem o pariu.

Quando falo em "parir o governo" não me refiro a votos. Besteira dizer que votamos errado. Votamos nas opções que temos. Não é questão de escolher mau, é questão de falta de opções.Só posso votar em quem é candidato, não é verdade?

Não vou mais xingar o governo nem xingar "maus votos". Isso é erro de percepção. Se só o governo roubasse esse país seria um paraíso. Quem dera que só os políticos roubassem... De minha parte eu até permitiria. Diria: gente, de hoje em diante só político é ladrão, certo?  Se todos concordassem acho que esse país até iria pra frente porque os políticos são minoria e nós, a maioria.  Se meus patrícios concordassem seria a prova de que todos somos melhores do que eles. O problema é que a resposta provável seria: "mas só eles tem o direito?"

Roubar, no Brasil é privilégio. Então por quê xingar o governo?

Depois do que li na reportagem publicada no Globo.com ("Corrupção nanica - estrago gigante") vejo (novamente!) que está tudo tão generalizado que ... cansei. É tanta gente roubando que cheguei á triste conclusão de que merecemos meeeesmo ver doentes morrendo em taxi após serem recusados nos hospitais porque no próprio trajeto da verba do governo para os hospitais há roubo de verbas, de remédios, há médicos que recebem e não prestam serviço, há quem receba os serviços fraudando o plano de saúde, há cobrança de consultas que não foram feitas, corridas de taxi cobradas a mais, troco dado errado, empregada que roubou a patroa, patroa que explorou a empregada e não apagou, adolescentes que roubaram os pais, pais que não cuidam de seus adolescentes, venda de mercadoria estragada, fraude ao  INSS, pequenos furtos em supermercado  feita por funcionários e por fregueses, universitários que compram prova, professores que as vendem, remédios falsificados, compra de celulares sabidamente roubados e tudo o mais. Vivemos em um charco de bosta.

É duro mas hoje estou tão amargurada que acordei achando (só hoje, tá?) que merecemos mesmo ver professoras escrevendo errado, universitários que mal sabem interpretar um texto e juízes sem o mais rudimentar senso de justiça, juízes que se acham Deus, médicos arrogantes, vizinhos baderneiros, terríveis desrespeitos na forma de poluição sonora, quilos de 900 gramas, litros de 950 ml, remédios de farinha de trigo, desmatamento... É uma desgraça. Não, esse país não vai pra frente por um motivo simples: a corrupção não deixa. empresãrios estrangeiros já deixaram de investir aqui porque o percentual que cobram em propina é absurdo e inviabilizante. Os que insistem em investir resolvem sugar do consumidor. Somos enganados robados todos os dias na conta do telefone, na conta de luz, na taxa de limpeza etc. 

Já que há um consenso nisso, já que ser desonesto é bom e sinal de esperteza, de agora em diante entendo como profundamente injusto atacar apenas os políticos. Eles só fazem o que fizeram a vida toda enquanto não estavam lá. E continuarão a fazer quando saírem. E é o que farão os que para lá forem e é o que sonharão em fazer os que para lá não conseguirem ir.

Hoje estou generalizando. Outro dia me retrato se for o caso. Mas pensando bem, por quê não posso ser injusta?

SÓ ELES TEM O DIREITO?

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A armadilha das associações

Um dia, quando era criança, você tinha um vizinho insuportável de implicante, que  vez por outra lhe dava um beliscão. Ele lhe causou enorme sofrimento por meses, pois você não sabia como se livrar daquele capeta.

Um dia você viu um  filme impressionante no qual a personagem era cruel, completamente louca e fazia coisas horríveis com as criancinhas.

Certa vez você conheceu pessoalmente alguém muito especial; uma pessoa extremamente caridosa e simples, um anjo na Terra. Ela tinha um suave sotaque italiano e nunca usava esmalte nas unhas.

Ah aquele colega seu, que confessou que não tomava mais que um banho por semana! Ele era tão magro!

Passaram-se os anos e você nem lembra mais desses personagens da sua vida. A vida segue seu curso e, querendo ou não, pessoas outrora presentes nunca mais serão vistas, certo?  Errado.

É sobre isso que eu quero falar hoje: sobre as associações que nossa mente faz sem permissão nenhuma! E o que são essas associações? São links que criamos sem pensar, sem querer e sem desconfiar de que existem - mas eles existem e determinam tudo, todas as nossas preferências.

Praticamente tudo que abraçamos ou rejeitamos tem uma explicação no passado. Não nessa coisa tola de "vidas passadas em outras encarnações"! Refiro-me às nossas vidas passadas aqui NESSA encarnação mesmo.

Você conhece um cara legal e inteligente. Ele é muito magrinho e está super a fim de você. Vocês já trocaram uns amassos mas na hora "H" você não consegue se entregar, como se estivesse fazendo uma coisa suja. Por quê? Por causa daquele seu coleguinha do passado, que ficou registrado em sua memória e mesmo sem querer você associou a esse.

Uma mulher aparentemente competente quer um emprego em sua empresa mas você não consegue confiar nela. "Algo" lhe diz que ela não é boa pessoa e tem má índole. Você não gosta dela, mas ela nunca lhe fez mal! Lembra daquele filme que você viu quando era menina, com uma personagem louca e cruel?  Lembra das cenas horrorosas de tortura? Pois a atriz não é a cara dessa mulher que você rejeita hoje?  E a sua nova colega de trabalho, que lhe pediu dinheiro emprestado? Parece ser uma pessoa tão confiável e boa! Claro, pois é a cara daquela boa mulher que você conheceu quando criança.

Confesso que eu sempre quis uma desculpa para me justificar das minhas implicâncias gratuitas contra o próximo. Eu, que queria tanto conseguir amar o próximo como a mim mesma, vez por outra encasqueto com alguém. Pois agora descobri que posso não ser tão ruim assim - que legal!  A culpa é do passado.

Nosso cérebro é como o armário da nossa avó:  até mesmo Deus duvida da variedade de coisas velhas e estranhas que tem socadas lá dentro.

Você já se apaixonou inexplicavelmente por um perfeito idiota? Ou um cara feito de doer? Pois procure a explicação nos personagens do seu passado. Talvez  lá você encontre  alguém que admirava muito e guarda algumas semelhanças com essa pessoa. Às vezes é apenas o tom de voz ou o jeito de sorrir e - pumba! você caiu na armadilha.

Somos vítimas de nós mesmos e nem nosso amor ou nosso ódio estão acima de explicações. Nada é "do além".  É aí que fico chateada.

Desconfiar dos ódios e antipatias tudo bem, pois nos sentimos menos maus. Nesse caso, explicar tudo por via das associações com o passado é muito conveniente. Chato mesmo é notar que nossos amores também podem ser desmistificados e desencantados por via dessas mesmas explicações.

Imagine descobrir que você ama quem ama só por causa de uma estranha associação mental com aquele ursinho do desenho animado? Ridículo.

Oh não! Não vou fazer pesquisas exaustivas para desvendar todos os mistérios do meu cérebro. Deixemos essa caixa fechada.

Quer saber? Serei descaradamente seletiva: vou continuar desconfiando de todo sentimento inferior dentro de mim, para os quais descobrirei mil associações malucas.  Quanto ao amor... O amor, que é a única coisa que presta em nós, não vou mexer não. Melhor deixar como está:  intocável, puro e transcedental (enquanto não inventarem de tentar explicar).

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

"Por amor" - o Bem e o Mal

Segundo Friedrich Nietzsche, aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal. Besteirol. 

Em nome do amor tem muita gente prejudicando os outros, destruindo famílias, escondendo a verdade, sendo permissivo e tudo o mais. Até desconfio de que uma parte assustadora do mal que existe no mundo traz em si o inocente rótulo "Por Amor".

Na verdade eu acho que NADA está acima do bem e do mal, se você quer saber. 

 Sim, eu sou dessas pessoas simplórias que acreditam em bem e em mal. Se você, preclaro filósofo, tem dúvidas quanto a isso, imagine o sequestro de alguém que você ama ou uma bela martelada no dedão do SEU pé. Rapidinho você abraça certezas. 

É fácil dar uma de arauto na Nova Era e sair dizendo que o bem e mal não existem, que essa divisão é equivocada e tola e que o bem sempre tem sempre alguma doisa de mal e vice-versa. Dizer isso a um tempo atrás era chique porque chocava mas agora, que o conceito já está manjado, estampado em camisetas vagabundas e professado até pelos que não o entendem, agora sim: a gente já pode afrouxar a gravata e começar a duvidar.   

Pois é, eu acredito em bem e mal  O que não acredito é na NOSSA CAPACIDADE DE SABER COM EXATIDÃO onde está o bem e onde está o mal em um acontecimento específico. É que ao longo da história as coisas são reinterpretadas mas o ditado  "Há males que vem pra bem"  resume muito bem o que acabo de dizer: se há males que vem para bem, é sinal de que há o MAL  e há o BEM, só que a gente nunca sabe direito onde eles estão. 

"Onde está Wally?"

Não se pode nem dizer que o mal de uns é o bem de outros. O "bem" que é nascido do mal pode parecer bem, mas mais cedo ou mais tarde acabará mostrando a cara grotesca. Isso porque o mal é sempre semente e alguém vai pagar o pato. Haverá sempre uma carga negativa nesse tal "bem"  que estragará tudo, a curto, médio ou longo prazo.  

Na verdade na verdade, por numerosas vezes até que a gente sabe onde está o bem e onde está o mal nas nossas atitudes e escolhas. Admitamos. O problema são duas tendências nefastas do ser humano: uma é optar teimosamente pelo mal, não resistindo a ele. A outra é não querer admitir que ele mesmo é mau (e a prova disso são as suas escolhas). Desses auto enganos é que surge muita negação com rótulo de "filosofia".

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Eu queria tanto...

Eu gostaria de mudar o mundo.

  • Gostaria que as pessoas repudiassem ditadores como quando se encontram com uma barata;
  • Gostaria que nosso povo não vendesse a consciência por uma sacola de cesta básica;
  • Gostaria que ninguém risse condescendentemente de quem se gaba de ter brincado com os sentimentos e expectativa alheia;
  • Gostaria que as pessoas que se aproveitam cinicamente da carência dos outros aprendessem da forma mais dura possível que isso não se admite;
  • Gostaria que ninguém gastasse mais do que ganha;
  •  Gostaria que ninguém se dedicasse a seduzir alguém para nenhum tipo de mal;
  •  Gostaria que ninguém confundisse "gostoso" com "bom" nem "desagradável" com "ruim";
  • Gostaria que a ninguém fosse dado o poder de ter alguém em suas mãos;
  • Gostaria que as pessoas tivessem sonhos mais elevados e não se contentassem com abobrinhas;
  •  Gostaria que ninguém culpasse o governo ou a sociedade por suas próprias escolhas burras;
  •  Gostaria que não chamasse viciados em drogas de "vítimas das drogas" pois isso é idiota. Eles são vítimas de si mesmos, das sua própria desobediência, vontade livre e consciente de brincar com fogo e vontade abestada de transgredir.
  •  Gostaria que todas as pessoas pobres fossem convencidas de que podem mudar a sua propria história por si só e que não devem se conformar em viver de caridade;
  •  Gostaria que os políticos não criassem leis imputando sacrifícios só aos outros, mas que eles fossem os primeiros a beber do próprio veneno.
  • Gostaria que todos nós que criticamos o governo parássemos vez por outra para analisar com sinceridade o quanto em nossas condutas temos sido parecidos com "eles.
  •  Gostaria que  ninguém lucrasse com a devastação do ensino no Brasil;
  • Gostaria que a sociedade aprendesse as lições ensinadas pela história e não repetissem as mesmas asneiras;
  •  Gostaria que os bandidos, desordeiros e cruéis tivessem a chace de viver em uma sociedade alternativa para onde fossem levados todas as pessoas semelhantes a eles - assim eles seriam felizes para sempre longe de nós.
  •  Gostaria que o governo parasse de pintar escolas e levasse a sério a educação.
  •  Gostaria que as pessoas só se casassem por amor;
  •  Gostaria que todos os bebês fossem desejados;
  •  Gostaria que os velhos tentassem entender os jovens e que os jovem respeitassem os mais velhos;
  •  Gostaria que não fosse permitido colocar no mercado alimentos que sabidamente fazem mal à saúde;
  •  Gostaria que não houvesse propaganda enganosa;
  •  Gostaria de esquecer minha bolsa no banco da praça e encontrá-la no dia seguinte no mesmo lugar.
  • Gostaria que os donos de escolas não deixassem que seus professores fossem humilhados pelos alunos só porque eles tem dinheiro;
  • Gostaria de viver em uma sociedade onde ninguém precisasse ter medo de envelhecer...
Gostaria do que você gostaria. Então por quê não conseguimos juntar nossos gostos e mudar alguma coisa?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Atenção!

 
Gente, conto com a compreensão de vocês. De repente enjoei daquele layout e resolvi dar uma renovada em meu blog. Talvez o anterior fosse até mais bonitinho... mas calma! Quando eu terminar vocês irão gostar.   Aceito críticas.

Oi, leitor!

Tenha paciência com minhas postagens pré-programadas e sem opinião, tá? Acho isso melhor do que deixar "no branco" e parar de escrever. Tá, tá, admito que para alguns é melhor não escrever nada do que escrever nulidades mas opinião é opinião.  Talvez um dia eu pare com isso.

Tipos de homens

Recebi esses dias, de uma amiga, uma lista mostrando tipos te homens. Você já deve conhecer mas não resisti. Não vou colocar todos eles aqui, só os que achei mais interessantes.
  • O homem carangueijo: feio e peludo mas você dá uma lavadinha e você... acaba comendo assim mesmo.
  • Homem camarão: só tem bosta na cabeça mas é gostoso e você... acaba comendo assim mesmo.
  • Homem pão: tem sempre o mesmo gosto mas você acostumou e ... acaba comendo assim mesmo.
  • Homem maionese de fim de festa: todo mundo avisa pra não comer mas você está desesperada...e acaba comendo assim mesmo.
  • Homem miojo (esse são os melhores!): em um minuto ele está pronto pra comer.
  • Homem Coca Cola de dois litros: serve para seis ou mais, dependendo da sede de cada uma.
  • Homem enlatado: uma vez depois de usado, tem que ser conservado na geladeira. (Essa eu inventei)