sexta-feira, 17 de julho de 2009

O velho surpreendente



Você já foi incumbido de fazer alguma coisa que não sabia fazer? Você teve então que se virar, correr atrás, gastar tempo e passar uns sufocos. Depois de tudo pronto descobriu que sua melhor amiga sabia fazer aquilo com muita facilidade, bastava ter pedido a sua ajuda. Ou que sua mãe tinha em casa todas as instruções que de você precisava. Ou que na loja perto de casa haviam kits com passo-a-passo para confeccionar justamente aquilo que você se esfalfou em vão.

Aprender com a vida é mais ou menos a mesma coisa. Não sei dizer se é bom ou ruim descobrir tudo por mim mesma. As vezes é legal mas redescobrir a roda pode fazer a gente comemorar um gol, sair gritando e depois ter que levar uma cotovelada do amigo ao lado seguida da explicação de que aquele jogo era uma reprise.

Cansei de me flagrar encantada com descobertas já exaustivamente descobertas. Pior: sempre quero compartilhar o grande momento com alguém. Por quê?!

-"Olha, descobri que não se pode confiar mesmo nas pessoas!"
- "É, aprendi que as aparências enganam..."
- "Menina, não é que todo boato tem um fundo de verdade?"
- "Bem que minha vó dizia que não se deve confiar em quem fala muito."
- "Reparei uma coisa: quanto mais cavalheiro, gentil e sedutor, mais safado e cachorro um homem é."
- "Moça que vive com o filho dos outros no colo e diz que adora crianças, quando tem os seus próprios filhos geralmente é uma mãe displicente e relaxada. Minha vó dizia e eu não acreditava..."
- "É verdade... a gente tem que desconfiar quando vê gentileza demais vinda do sexo oposto... E eu pensando que ele apenas me achava legal! E eu pensando que os mais velhos é que maldavam tudo..."

Por quê insistimos em descobrir tudo sozinhos? Por quê não nos tornamos sábios logo rapidinho, na carona da sabedoria alheia? Seria tão mais fácil cortar caminho! Qual o motivo da nossa teimosia em desconfiar das chatas mas certeiras frases feitas se no final das contas elas quase sempre estão certas?

Tudo bem, é o caminho de todos nós. A humanidade é assim mesmo. Só não entendo uma coisa: qual o motivo da minha, da nossa eterna surpresa com o velho?

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sexta-feira, 17 de julho de 2009

O velho surpreendente



Você já foi incumbido de fazer alguma coisa que não sabia fazer? Você teve então que se virar, correr atrás, gastar tempo e passar uns sufocos. Depois de tudo pronto descobriu que sua melhor amiga sabia fazer aquilo com muita facilidade, bastava ter pedido a sua ajuda. Ou que sua mãe tinha em casa todas as instruções que de você precisava. Ou que na loja perto de casa haviam kits com passo-a-passo para confeccionar justamente aquilo que você se esfalfou em vão.

Aprender com a vida é mais ou menos a mesma coisa. Não sei dizer se é bom ou ruim descobrir tudo por mim mesma. As vezes é legal mas redescobrir a roda pode fazer a gente comemorar um gol, sair gritando e depois ter que levar uma cotovelada do amigo ao lado seguida da explicação de que aquele jogo era uma reprise.

Cansei de me flagrar encantada com descobertas já exaustivamente descobertas. Pior: sempre quero compartilhar o grande momento com alguém. Por quê?!

-"Olha, descobri que não se pode confiar mesmo nas pessoas!"
- "É, aprendi que as aparências enganam..."
- "Menina, não é que todo boato tem um fundo de verdade?"
- "Bem que minha vó dizia que não se deve confiar em quem fala muito."
- "Reparei uma coisa: quanto mais cavalheiro, gentil e sedutor, mais safado e cachorro um homem é."
- "Moça que vive com o filho dos outros no colo e diz que adora crianças, quando tem os seus próprios filhos geralmente é uma mãe displicente e relaxada. Minha vó dizia e eu não acreditava..."
- "É verdade... a gente tem que desconfiar quando vê gentileza demais vinda do sexo oposto... E eu pensando que ele apenas me achava legal! E eu pensando que os mais velhos é que maldavam tudo..."

Por quê insistimos em descobrir tudo sozinhos? Por quê não nos tornamos sábios logo rapidinho, na carona da sabedoria alheia? Seria tão mais fácil cortar caminho! Qual o motivo da nossa teimosia em desconfiar das chatas mas certeiras frases feitas se no final das contas elas quase sempre estão certas?

Tudo bem, é o caminho de todos nós. A humanidade é assim mesmo. Só não entendo uma coisa: qual o motivo da minha, da nossa eterna surpresa com o velho?

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