
De Michael já falaram tanto, mas tanto que originalidade aqui está meio difícil. Mas não estou aqui para me esforçar.
Todo astro prima por ser esquisito para se destacar. Michael era naturalmente estranho, distraidamente estranho, não conseguiria deixar de sê-lo nem que quisesse. Sua aparente infelicidade justificava sobejamente todas, absolutamente todas as suas muitas esquisitices. Quando ele excedia muito os limites (lembra aquele lance de abalnçar o bebê na sacada?) alguém dava um toque para ele cair na real. Ele não era mau, apenas se noção. Totalmente.
Sua voz continuou tão doce! Ele falando parecia cantar. Tinha um jeito meio sussurrante que me agradava enormemente. Parecia um boneco - um boneco danificado, maltratado pela vida e por si mesmo principalmente. Um boneco caro mas avariado e triste, muito triste, que não conseguia dormir nem amar.
Assim informam os arquivos nada confiáveis da minha cabeça romântica.
Todos vocês já sacaram que eu imagino coisas, idealizo, atribuo sentimentos aos outros, imponho pensamentos, acredito neles e acabou-se: tudo vira verdade. É minha humilde esquisitice com a qual o tangencio levemente.
Não sei se ele fez o mal. Se realmente fez é difícil imaginar que não tenha sido por viver prisioneiro de uma alma torta, sem noção de vida real (não me perguntem o que é vida real. Não compliquem!) sem noção de preço das coisas nem de nada. Ele quase nada sabia desse nosso mundo, era apenas um menino de música, criança, boneco cantante, uma estrela que não sabe ser outra coisa.
Eu adorava as roupas do Michael Jackson. Adorava seu estilo, sua altura, seu porte. Ele simbolizava alguma coisa que não sei explicar mas me enternece.
Não consigo vê-lo como homem nem como viado nem como pedófilo nem como tarado. Não consigo mesmo rotulá-lo sexualmente.
Ele era uma pessoa com dor e talento.
Ele é um personagem meigo, brilhante, bondoso e energisado.
Michael era uma coisa doce e frágil, difícil de explicar.
Não é bem um exemplo de vida... mas sua imagem, sorriso e música evocam coisas boas. Nos levam a mente para o país do bem, não do mal. Isso é mérito.
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