sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O problema da felicidade

Às vezes quero comentar no blog da Sívia mas não estou conseguindo. Problemas no Blogspot...   Como há males que vem pra bem, resolvi transformar meus comentários em postagens.

Tansformei uma frustração em algo produtivo. Nossa, que lição de vida! Guarde essa pra você porque foi profundo.

Bem:

Na postagem "Felicidade Dói?"  a prezada blogueira opina que dói porque depois da empolgação vem a depressão e a pior infelicidade é aquela acompanhada da lembrança da felicidade passada.

Quanto a isso, penso que  a felicidade dói assim como a tristeza dói.   Não me refiro ao final da felicidade, mas ao "durante".  Você acha essa afirmativa estranha? Não é.  Todo sentimento intenso demais e que não cabe no peito é aflitivo, dá uma agonia.  Sufoca, parece que o coração cresce, sei lá.  A gente até exclama "ai meu Deus! Vou morrer! Vou ter um troço!"

Hmm... Você nunca passou por isso? Ainda há esperanças mas por enquanto fique com os meus pêsames.

Claro que prefiro a "agonia do bem" à agonia "do mal" mas ressalte-se: ambas são agonias.  Tudo o que é intenso, aflige.  Pobres mortais somos nós. Por isso que Deus não mosta a cara. Ele, beleza suprema, luz, pura e infinda, amor total, felicidade, poder, tudo-tudo... Se aparece, a gente vira farelo na hora.  Por isso que alguns profetas iluminados entravam em transe, desmaiavam, eram tidos como loucos. Bem, se eles perceberam melhor a Luz Suprema, então não era pra menos.

Um dia chego lá.

Além da sensação de "não caber em si", a felicidade ainda traz aquele medinho nojento como um gosto residual: o medo de que tudo acabe de repente, como um balão que estoura na nossa cara.

A felicidade é um balão... Balão de festa... Colorido, fino e nada confiável.  Nossa, um imenso balão colorido!   Não, eu não fumei maconha.

Antes de refletir  sobre o tema eu nunca havia entendido a expressão "medo de ser feliz".  Sempre achei  sem sentido. "Todo mundo não quer ser feliz? Quem teria medo disso?"  - pensava eu, até o dia em que notei que ser feliz me deixava ansiosa, tensa, preocupada. Com o quê?   Com um suposto preço que a vida cobra dos felizes, com a expectativa do fim súbito e do vazio subsequente. Medo de sofrer, em suma.  Aí é que fui entender essa de "medo de ser feliz".  As vezes a gente até se boicota porque tem tanto medo da depressão pós festa que resolve suspender a festa.

Pois é... Ser feliz dá um frio na barriga. Assim como voar.

Você quer conforto emocional?  Não seja feliz. Nem infeliz. Busque o nada, a ausência de desejo, de prazer e de dor. Vá para o convento, sei lá. Ou vire ameba. Dizem que isso é o Nirvana...

Obs.: Não entendeu a ironia da ilustração acima?  Ignore.

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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O problema da felicidade

Às vezes quero comentar no blog da Sívia mas não estou conseguindo. Problemas no Blogspot...   Como há males que vem pra bem, resolvi transformar meus comentários em postagens.

Tansformei uma frustração em algo produtivo. Nossa, que lição de vida! Guarde essa pra você porque foi profundo.

Bem:

Na postagem "Felicidade Dói?"  a prezada blogueira opina que dói porque depois da empolgação vem a depressão e a pior infelicidade é aquela acompanhada da lembrança da felicidade passada.

Quanto a isso, penso que  a felicidade dói assim como a tristeza dói.   Não me refiro ao final da felicidade, mas ao "durante".  Você acha essa afirmativa estranha? Não é.  Todo sentimento intenso demais e que não cabe no peito é aflitivo, dá uma agonia.  Sufoca, parece que o coração cresce, sei lá.  A gente até exclama "ai meu Deus! Vou morrer! Vou ter um troço!"

Hmm... Você nunca passou por isso? Ainda há esperanças mas por enquanto fique com os meus pêsames.

Claro que prefiro a "agonia do bem" à agonia "do mal" mas ressalte-se: ambas são agonias.  Tudo o que é intenso, aflige.  Pobres mortais somos nós. Por isso que Deus não mosta a cara. Ele, beleza suprema, luz, pura e infinda, amor total, felicidade, poder, tudo-tudo... Se aparece, a gente vira farelo na hora.  Por isso que alguns profetas iluminados entravam em transe, desmaiavam, eram tidos como loucos. Bem, se eles perceberam melhor a Luz Suprema, então não era pra menos.

Um dia chego lá.

Além da sensação de "não caber em si", a felicidade ainda traz aquele medinho nojento como um gosto residual: o medo de que tudo acabe de repente, como um balão que estoura na nossa cara.

A felicidade é um balão... Balão de festa... Colorido, fino e nada confiável.  Nossa, um imenso balão colorido!   Não, eu não fumei maconha.

Antes de refletir  sobre o tema eu nunca havia entendido a expressão "medo de ser feliz".  Sempre achei  sem sentido. "Todo mundo não quer ser feliz? Quem teria medo disso?"  - pensava eu, até o dia em que notei que ser feliz me deixava ansiosa, tensa, preocupada. Com o quê?   Com um suposto preço que a vida cobra dos felizes, com a expectativa do fim súbito e do vazio subsequente. Medo de sofrer, em suma.  Aí é que fui entender essa de "medo de ser feliz".  As vezes a gente até se boicota porque tem tanto medo da depressão pós festa que resolve suspender a festa.

Pois é... Ser feliz dá um frio na barriga. Assim como voar.

Você quer conforto emocional?  Não seja feliz. Nem infeliz. Busque o nada, a ausência de desejo, de prazer e de dor. Vá para o convento, sei lá. Ou vire ameba. Dizem que isso é o Nirvana...

Obs.: Não entendeu a ironia da ilustração acima?  Ignore.

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