segunda-feira, 9 de março de 2009

Pedofilia


Hoje pela manhã assisti no jornal a uma cena...

Um menino de uns oito anos de idade. Parecia uma fera. Em um acesso de fúria ele saiu gritando pela casa com um cabo de vassoura na mão e tentava agredir seus familiares ou qualquer pessoa que estivesse por perto. Estava fora de si, descontrolado.

Não se tratava de um deliquente. Ele não deveria ser castigado, sequer repreendido. Ele deveria ser alvo do nosso mais profundo respeito. Ele precisava de alguma coisa que vai além da pena, além da misericórdia. Algo que está em um terreno sagrado entre o amor e o respeito mais reverente.

Se eu estivesse ali ficaria desconcertada. Fiquei desconcertada em casa, com uma dor horrível no peito.

Não pensei que pudesse ser assim. Nenhum discurso, nenhuma teoria, nenhuma reportagem falada, nada teve o poder de me tocar mais fundo do que esta cena.

Aquele menino saiu de si "apenas" porque lhe mostraram a foto do homem que abusou sexualmente dele. Chorei. Juro que não pensei que pudesse ser assim.

Como pude ser tão alienada? Como pude, durante tanto tempo, não entender a extensão do estrago que um ato desse causa na alma de uma criança?

Meu Deus, aquele menino gritando pela casa com uma vassoura na mão tentando atacar pai, mãe, irmãos, com a mente em frangalhos me impactou terrivelmente. Estou aqui com um nó na garganta. Estou angustiada. O que eu faço? alguém aí me diga pelo amor de Deus o que eu faço po aquele garoto! Minha garganta está de fato doendo com esse nó. Ele parecia um louco. Jesus Cristo, o que ele deve estar passando? O que pensa quando dorme? Será que consegue verbalizar o horror?

Ele se deixaria abraçar por mim? E se deixasse, isso lhe traria algum conforto? Minha compreensão parcial de sua dor amenizaria seu desespero? Mas eu não significo nada! Meu Deus coloque um anjo, um anjo em seu caminho.

Nada, nenhum discurso, nenhuma aula de psicologia teria o poder que aquela cena teve sobre mim. Não vou esquecer nunca mais do menino descontrolado, aos berros, com a vassoura na mão.

8 comentários:

  1. Cris,
    Eu assisti ontem na record, apareceu tudo sobre pedofilia, e apareceu esta cena do menino, na hora que ele veio com a vassoura a mãe saiu atrás dele, não sei o que ela ia fazer com o menino, talvez aconselhar ou até bater na criança. Me arrepiei toda de ver aquelas cenas, e outras, acredita que de madrugada acordei e comecei a lembrar dessa criança eu não conseguia dormi direito, e de outra cena que vi também na reportagem de uma criança de 6 ou 7 anos a irmã mais velha levando a menina para dentro de um carro que estava estacionado em um pátio de uma casa parecia uma mansão, e aquela cena me doeu muito. Me deu tanta raiva da garota mais velha levando a irmã, e do também cara nojento aceitando receber aquela criança, eu chorei qdo vi aquilo .....O que temos fazer é orar, e muito pelas crianças. Muitas estão nascendo sem saber do seu destino, e depende de quem? dos pais? dos avós? dos tios? o amor pelas pessoas hoje em dia está longe do coração da convivência de muitos, até dentro da família esta acontecendo isso.
    A única solução, é, orar por essas crianças.
    Eugênia

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  2. Poxa Cris,

    Poucas vezes me senti tão tocado a responder um e-mail como este. Como já lhe disse no encontro em BRasilia, sou paraense de belém e li nestes dias que nosso estado é o com o maior numero de casos de pedofilia no País.

    Essa praga maldita tem destruido a alma de todos, do abusador ao abusado, passando pelos parentes , amigos e sociedade deixando sequelas pra vida inteira.

    Eu também sou responsável e tenho o dever de lutar contra esse quadro lastimável.

    Não devemos calar os lábios,
    nem cruzar os braços
    e nem dar descanso aos ceus
    enquanto isso não for banido dos lares.
    vamos descer do monte da transfiguração
    e ir ao encontro de gente precisando de graça e amor
    oleo para as feridas no corpo e na alma

    conta comigo mana.

    abraço

    CArlos Clay

    ResponderExcluir
  3. Cris,

    Não imaginas o que tenho sofrido nos últimos tempos por causa de situações como esta.
    Somente a degradação do ser humano explica o que move esses pedófilos!!!
    Tenho chorado também por muitas crianças que estão marcadas e feridas... feridas essas que só Jesus poderá sarar!
    Só a Graça!!!

    Bjos,

    Mari

    ResponderExcluir
  4. Amiga....tb não sei o que falar....
    São tantos com quem acontecem isso....e nem sei se existe um centro para onde estas crianças são tradas, pq assim, vc teria chance de fazer mais do orar...
    Délia

    ResponderExcluir
  5. caramba..cristina...queria ver esta reportagem...foi onde?qd?quero achá-la!
    realmente..só Deus sabe!=[

    ResponderExcluir
  6. Paz, Graça e Cura Cristina!!!

    Choro e tento proteger minhas filhas; choro e tento instruir os pais; choro sem abaixar os braços mesmo que ele e outros muitos, agora marmanjos, não queiram meu abraço; choro de braços vazios, algumas vezes de braços cheios, embaraçado como você descreveu; choro de saber que na falsa escalada da modernidade tal situação é discutida na sociedade onde vivo e pelo andar da carroagem daqui a pouco quem comete tal ato será representado por um partido politico e considerado são ("normal") pelas sociedades psiquiatricas (se já não são, parei de acompanhar), choro sem ter visto o mesmo menino, apenas imagino, choro, mas por ver que a teoria de que com crianças "tudo" pode ser normal, desde que seja "responsável" ganhar terreno vagarosamente, enquanto elas não só pegam cabos de vassoura e saem gritando pela casa, mas muitas estão pegando numa arma de fogo e matando pelas ruas, sem que ninguém saiba, qual a verdadeira razão, ...

    Cristina, o que quero dizer, é que depois do seu texto só me deu vontade de gritar sem saber ao certo se está na hora, pois isto ao Pai pertence, Maranatha!!!!!!!

    Um beijo no seu coração e o desejo de que, se você tiver acesso a este menino, possa ir sem medo e abrir os braços para ele, se ele vier e te abraçar será muito bom.

    Seu servo em Amsterdam

    Marcos

    ResponderExcluir
  7. Querida

    Há muito tempo tenho sentido esse nó a que você se referiu. É muito revoltante ver a infância atingida dessa forma. Nenhuma violência pode ser maior que essa. Certamente você viu o caso daquela menininha de 9 anos que estava grávida de gêmeos. O padastro a estuprava desde os seus 7.

    Sei que nada vai devolver a vida normal dessas crianças, mas sou completamente a favor da castração. E, pra mim, podia ser à moda antiga mesmo...

    ResponderExcluir
  8. Msmo não vendo a reportagem, compartilho sua dor, mana.

    Maranata!

    Luiz Antero
    Belo Horizonte

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segunda-feira, 9 de março de 2009

Pedofilia


Hoje pela manhã assisti no jornal a uma cena...

Um menino de uns oito anos de idade. Parecia uma fera. Em um acesso de fúria ele saiu gritando pela casa com um cabo de vassoura na mão e tentava agredir seus familiares ou qualquer pessoa que estivesse por perto. Estava fora de si, descontrolado.

Não se tratava de um deliquente. Ele não deveria ser castigado, sequer repreendido. Ele deveria ser alvo do nosso mais profundo respeito. Ele precisava de alguma coisa que vai além da pena, além da misericórdia. Algo que está em um terreno sagrado entre o amor e o respeito mais reverente.

Se eu estivesse ali ficaria desconcertada. Fiquei desconcertada em casa, com uma dor horrível no peito.

Não pensei que pudesse ser assim. Nenhum discurso, nenhuma teoria, nenhuma reportagem falada, nada teve o poder de me tocar mais fundo do que esta cena.

Aquele menino saiu de si "apenas" porque lhe mostraram a foto do homem que abusou sexualmente dele. Chorei. Juro que não pensei que pudesse ser assim.

Como pude ser tão alienada? Como pude, durante tanto tempo, não entender a extensão do estrago que um ato desse causa na alma de uma criança?

Meu Deus, aquele menino gritando pela casa com uma vassoura na mão tentando atacar pai, mãe, irmãos, com a mente em frangalhos me impactou terrivelmente. Estou aqui com um nó na garganta. Estou angustiada. O que eu faço? alguém aí me diga pelo amor de Deus o que eu faço po aquele garoto! Minha garganta está de fato doendo com esse nó. Ele parecia um louco. Jesus Cristo, o que ele deve estar passando? O que pensa quando dorme? Será que consegue verbalizar o horror?

Ele se deixaria abraçar por mim? E se deixasse, isso lhe traria algum conforto? Minha compreensão parcial de sua dor amenizaria seu desespero? Mas eu não significo nada! Meu Deus coloque um anjo, um anjo em seu caminho.

Nada, nenhum discurso, nenhuma aula de psicologia teria o poder que aquela cena teve sobre mim. Não vou esquecer nunca mais do menino descontrolado, aos berros, com a vassoura na mão.

8 comentários:

  1. Cris,
    Eu assisti ontem na record, apareceu tudo sobre pedofilia, e apareceu esta cena do menino, na hora que ele veio com a vassoura a mãe saiu atrás dele, não sei o que ela ia fazer com o menino, talvez aconselhar ou até bater na criança. Me arrepiei toda de ver aquelas cenas, e outras, acredita que de madrugada acordei e comecei a lembrar dessa criança eu não conseguia dormi direito, e de outra cena que vi também na reportagem de uma criança de 6 ou 7 anos a irmã mais velha levando a menina para dentro de um carro que estava estacionado em um pátio de uma casa parecia uma mansão, e aquela cena me doeu muito. Me deu tanta raiva da garota mais velha levando a irmã, e do também cara nojento aceitando receber aquela criança, eu chorei qdo vi aquilo .....O que temos fazer é orar, e muito pelas crianças. Muitas estão nascendo sem saber do seu destino, e depende de quem? dos pais? dos avós? dos tios? o amor pelas pessoas hoje em dia está longe do coração da convivência de muitos, até dentro da família esta acontecendo isso.
    A única solução, é, orar por essas crianças.
    Eugênia

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  2. Poxa Cris,

    Poucas vezes me senti tão tocado a responder um e-mail como este. Como já lhe disse no encontro em BRasilia, sou paraense de belém e li nestes dias que nosso estado é o com o maior numero de casos de pedofilia no País.

    Essa praga maldita tem destruido a alma de todos, do abusador ao abusado, passando pelos parentes , amigos e sociedade deixando sequelas pra vida inteira.

    Eu também sou responsável e tenho o dever de lutar contra esse quadro lastimável.

    Não devemos calar os lábios,
    nem cruzar os braços
    e nem dar descanso aos ceus
    enquanto isso não for banido dos lares.
    vamos descer do monte da transfiguração
    e ir ao encontro de gente precisando de graça e amor
    oleo para as feridas no corpo e na alma

    conta comigo mana.

    abraço

    CArlos Clay

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  3. Cris,

    Não imaginas o que tenho sofrido nos últimos tempos por causa de situações como esta.
    Somente a degradação do ser humano explica o que move esses pedófilos!!!
    Tenho chorado também por muitas crianças que estão marcadas e feridas... feridas essas que só Jesus poderá sarar!
    Só a Graça!!!

    Bjos,

    Mari

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  4. Amiga....tb não sei o que falar....
    São tantos com quem acontecem isso....e nem sei se existe um centro para onde estas crianças são tradas, pq assim, vc teria chance de fazer mais do orar...
    Délia

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  5. caramba..cristina...queria ver esta reportagem...foi onde?qd?quero achá-la!
    realmente..só Deus sabe!=[

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  6. Paz, Graça e Cura Cristina!!!

    Choro e tento proteger minhas filhas; choro e tento instruir os pais; choro sem abaixar os braços mesmo que ele e outros muitos, agora marmanjos, não queiram meu abraço; choro de braços vazios, algumas vezes de braços cheios, embaraçado como você descreveu; choro de saber que na falsa escalada da modernidade tal situação é discutida na sociedade onde vivo e pelo andar da carroagem daqui a pouco quem comete tal ato será representado por um partido politico e considerado são ("normal") pelas sociedades psiquiatricas (se já não são, parei de acompanhar), choro sem ter visto o mesmo menino, apenas imagino, choro, mas por ver que a teoria de que com crianças "tudo" pode ser normal, desde que seja "responsável" ganhar terreno vagarosamente, enquanto elas não só pegam cabos de vassoura e saem gritando pela casa, mas muitas estão pegando numa arma de fogo e matando pelas ruas, sem que ninguém saiba, qual a verdadeira razão, ...

    Cristina, o que quero dizer, é que depois do seu texto só me deu vontade de gritar sem saber ao certo se está na hora, pois isto ao Pai pertence, Maranatha!!!!!!!

    Um beijo no seu coração e o desejo de que, se você tiver acesso a este menino, possa ir sem medo e abrir os braços para ele, se ele vier e te abraçar será muito bom.

    Seu servo em Amsterdam

    Marcos

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  7. Querida

    Há muito tempo tenho sentido esse nó a que você se referiu. É muito revoltante ver a infância atingida dessa forma. Nenhuma violência pode ser maior que essa. Certamente você viu o caso daquela menininha de 9 anos que estava grávida de gêmeos. O padastro a estuprava desde os seus 7.

    Sei que nada vai devolver a vida normal dessas crianças, mas sou completamente a favor da castração. E, pra mim, podia ser à moda antiga mesmo...

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  8. Msmo não vendo a reportagem, compartilho sua dor, mana.

    Maranata!

    Luiz Antero
    Belo Horizonte

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