segunda-feira, 4 de abril de 2011

ROCK - Entre a prece e o orgasmo

Tenho medo de rock.
Não ouço. Evito desde a adolescência.

Por tudo que ele tem de escuro e estranho, por tudo que ele tem de verdadeiro em relação à nossa mais obscura verdade.  Por isso tenho medo de rock: porque me identifico 100% .

O rock tem qualque coisa que levanta defuntos, que queima carnes amortecidas. Tem qualquer coisa de selvagem, primitivo e inclemente. É energia pura.

Acho que energia pura talvez não faça bem à saúde.

O rock é a ridicularização da civilização. É o mais convincente convite para sermos selvagens. Ele está entre a sedução e a violência. Então cresce um fogo, uma agitação incômoda e dolorida, uma pressão, um grito. Não é bom.

Tenho medo do rock porque tudo o que o homem fez até hoje é tentar conter o rock que existe dentro de si.

Rock nao é diversão. Ele é qualquer coisa entre a prece e o orgasmo.

Há duas coisas que não consigo entender nessa vida: quem está imune ao samba e quem está imune ao rock. Quem ouve só pela onda, sem se deixar sequestrar.

Gosto de samba com o meu corpo, com tudo que tenho de reconhecível  e humano. E gosto de rock com aquela parte de mim que desconheço, domo e renego.

Nunca mais esqueci da primeira vez que resolvi ouvir Janes Joplin. Queria saber quem era aquela garota e o que ela tinha de especial para vir a ser tão glorificada. Pois descobri. E parei. Porque era como se ela fosse minha versão não autorizada.  Por isso evito rock: porque o som pesado é... pesado demais para mim.

Prefiro o samba pois, ao contrário do rock, dói gostoso sem arranhar, machuca mas segura na cintura, que é profundo e morno como uma lágrima.

Um comentário:

  1. gosto de vir aqui ...aprendo muiiito!
    bjus no coraçao!
    francisco

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segunda-feira, 4 de abril de 2011

ROCK - Entre a prece e o orgasmo

Tenho medo de rock.
Não ouço. Evito desde a adolescência.

Por tudo que ele tem de escuro e estranho, por tudo que ele tem de verdadeiro em relação à nossa mais obscura verdade.  Por isso tenho medo de rock: porque me identifico 100% .

O rock tem qualque coisa que levanta defuntos, que queima carnes amortecidas. Tem qualquer coisa de selvagem, primitivo e inclemente. É energia pura.

Acho que energia pura talvez não faça bem à saúde.

O rock é a ridicularização da civilização. É o mais convincente convite para sermos selvagens. Ele está entre a sedução e a violência. Então cresce um fogo, uma agitação incômoda e dolorida, uma pressão, um grito. Não é bom.

Tenho medo do rock porque tudo o que o homem fez até hoje é tentar conter o rock que existe dentro de si.

Rock nao é diversão. Ele é qualquer coisa entre a prece e o orgasmo.

Há duas coisas que não consigo entender nessa vida: quem está imune ao samba e quem está imune ao rock. Quem ouve só pela onda, sem se deixar sequestrar.

Gosto de samba com o meu corpo, com tudo que tenho de reconhecível  e humano. E gosto de rock com aquela parte de mim que desconheço, domo e renego.

Nunca mais esqueci da primeira vez que resolvi ouvir Janes Joplin. Queria saber quem era aquela garota e o que ela tinha de especial para vir a ser tão glorificada. Pois descobri. E parei. Porque era como se ela fosse minha versão não autorizada.  Por isso evito rock: porque o som pesado é... pesado demais para mim.

Prefiro o samba pois, ao contrário do rock, dói gostoso sem arranhar, machuca mas segura na cintura, que é profundo e morno como uma lágrima.

Um comentário:

  1. gosto de vir aqui ...aprendo muiiito!
    bjus no coraçao!
    francisco

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