quarta-feira, 13 de abril de 2011

Kauna ja kateus

Bem que a Bíblia nos adverte contra "as paixões da mocidade". Com razão, com razão. Mas só recentemente fui parar de relacionar esse assunto com assuntos de Romeu e Julieta.

Paixão é um estado doentio que pode estar relacionado a uma infinidade de assuntos e pode melar toda essa tal infinidade. Defino a paixão como "gripe da alma":  um estado deplorável no qual a pessoa tem a sensação de que o mundo é pequeno demais  para aquela coisa imensa que ela está sentindo e que se não der certo ela vai morrer daqui-prali. É  portanto uma fase de debilidade mental. Por esse motivo muito já se falou a respeito - então chega.

O que tem me encasquetado ultimamente é que não é só a paixão romântica que nos emburrece e surrupia o juízo. Dois outros estados mentais enganosos são o RESSENTIMENTO e a INVEJA.

Assim como o apaixonado, o ressentido não sabe mais o que sente. Está doente e não vê nada direito.  Geralmente ele vai colecionando pequenas ofensas como quem junta punhados de areia na praia e depois monta um monstro. Aí passa a acreditar que aquele monstro existe, mas é tudo construção da mente dele. Pode ser uma ofensa só mas não importa: sejam muitas ou seja uma só, ela cresce como pão no forno e toma forma e tamanho que nada tem de real.

Os bons conselhos de Deus (Bíblia)  jamais visaram nos tornar bonzinhos pela simples finalidade de sermos bonzinhos. Deus não precisa das nossas bondades - ele vai muito bem, obrigado.  Acreditar que, seguindo suas orientações, estaremos lhe prestando algum serviço é um equívoco. A questão é que ele só não quer que quebremos a cara. A Bília toda pode ser resuminda em: "Eu tô avisando!"

Não importa o quando a outra pessoa mereça seu desprezo ou amor: se você tem idéias fixas em relação a ela (paixão, ressentimento, inveja...) você vai deixar de entender as coisas mais importante do mundo: quem você é, o que realmente sente, o que de fato você quer da vida.

O ressentido vive uma ilusão e quem vive uma ilusão a respeito dos outros também está iludido acerca de si mesmo porque o que pensamos que somos tem a ver com o que pensamos que o outro é. Se ele é um monstro, eu sou uma pobre vitima. Se ele é o máximo, perto dele eu me sinto reles.

O ressentido remói um "passado que não mais existe". Ele se fixa numa imagem do que não há e isso encobre o que ainda é. Aí é que está a maior mancada. O ressentido pensa que não ama, pensa que não precisa, pensa que não errou, pensa que quer outra coisa... mas tudo é "efeito estufa" causado pela nuvem de ressentimento que não deixa a temperatura mental resfriar o suficiente. Não é um estado melhor nem mais razoável do que o do apaixonado. Veja: como você só pode tomar decisões acertadas com base no que existe, imagine a porcaria que dá comportar-se tomando como ponto de partida  um cenário imaginário.

Inveja é a mesma coisa: é viver em cima de uma miragem. Você jura que o próximo é tudo aquilo que você pensa que é. Por conseguinte , quer ser como ele. Como a imagem que vê não é real, resta o seguinte: quem tem por ideal o nada, nada será. Seja feita a sua vontade!

Já parou pra pensar que seu próximo não tem tudo o que quer, não é tao feliz quanto você pensa, nem tão bem sucedido? Talvez a inteligência que você lhe atribui ninguém no trabalho dele enxergou. Já pensou que a pose que ele tem seja talvez seu único tesouro?

Por essas e por outras excomungo tudo o que me reduz a capacidade de julgar. "Fugir das paixões" é fugir das ilusões e viver só de verdade. Ilusão, de certa forma, é uma variação de "paixão" porque a pessoa se apega àquela "verdade" com igual cegueira.

Depois que a paixão (ou sentimento persistente) arrefece, dá até vergonha de encarar o tamanho do equívoco.

Pra você e pra mim desejo aquilo que nossas avós sempre diziam: JUÍZO!

Explicando o título dessa postagem: "Kauna ja kateus" quer dizer RESSENTIMENTO E INVEJA em finlandês.

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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Kauna ja kateus

Bem que a Bíblia nos adverte contra "as paixões da mocidade". Com razão, com razão. Mas só recentemente fui parar de relacionar esse assunto com assuntos de Romeu e Julieta.

Paixão é um estado doentio que pode estar relacionado a uma infinidade de assuntos e pode melar toda essa tal infinidade. Defino a paixão como "gripe da alma":  um estado deplorável no qual a pessoa tem a sensação de que o mundo é pequeno demais  para aquela coisa imensa que ela está sentindo e que se não der certo ela vai morrer daqui-prali. É  portanto uma fase de debilidade mental. Por esse motivo muito já se falou a respeito - então chega.

O que tem me encasquetado ultimamente é que não é só a paixão romântica que nos emburrece e surrupia o juízo. Dois outros estados mentais enganosos são o RESSENTIMENTO e a INVEJA.

Assim como o apaixonado, o ressentido não sabe mais o que sente. Está doente e não vê nada direito.  Geralmente ele vai colecionando pequenas ofensas como quem junta punhados de areia na praia e depois monta um monstro. Aí passa a acreditar que aquele monstro existe, mas é tudo construção da mente dele. Pode ser uma ofensa só mas não importa: sejam muitas ou seja uma só, ela cresce como pão no forno e toma forma e tamanho que nada tem de real.

Os bons conselhos de Deus (Bíblia)  jamais visaram nos tornar bonzinhos pela simples finalidade de sermos bonzinhos. Deus não precisa das nossas bondades - ele vai muito bem, obrigado.  Acreditar que, seguindo suas orientações, estaremos lhe prestando algum serviço é um equívoco. A questão é que ele só não quer que quebremos a cara. A Bília toda pode ser resuminda em: "Eu tô avisando!"

Não importa o quando a outra pessoa mereça seu desprezo ou amor: se você tem idéias fixas em relação a ela (paixão, ressentimento, inveja...) você vai deixar de entender as coisas mais importante do mundo: quem você é, o que realmente sente, o que de fato você quer da vida.

O ressentido vive uma ilusão e quem vive uma ilusão a respeito dos outros também está iludido acerca de si mesmo porque o que pensamos que somos tem a ver com o que pensamos que o outro é. Se ele é um monstro, eu sou uma pobre vitima. Se ele é o máximo, perto dele eu me sinto reles.

O ressentido remói um "passado que não mais existe". Ele se fixa numa imagem do que não há e isso encobre o que ainda é. Aí é que está a maior mancada. O ressentido pensa que não ama, pensa que não precisa, pensa que não errou, pensa que quer outra coisa... mas tudo é "efeito estufa" causado pela nuvem de ressentimento que não deixa a temperatura mental resfriar o suficiente. Não é um estado melhor nem mais razoável do que o do apaixonado. Veja: como você só pode tomar decisões acertadas com base no que existe, imagine a porcaria que dá comportar-se tomando como ponto de partida  um cenário imaginário.

Inveja é a mesma coisa: é viver em cima de uma miragem. Você jura que o próximo é tudo aquilo que você pensa que é. Por conseguinte , quer ser como ele. Como a imagem que vê não é real, resta o seguinte: quem tem por ideal o nada, nada será. Seja feita a sua vontade!

Já parou pra pensar que seu próximo não tem tudo o que quer, não é tao feliz quanto você pensa, nem tão bem sucedido? Talvez a inteligência que você lhe atribui ninguém no trabalho dele enxergou. Já pensou que a pose que ele tem seja talvez seu único tesouro?

Por essas e por outras excomungo tudo o que me reduz a capacidade de julgar. "Fugir das paixões" é fugir das ilusões e viver só de verdade. Ilusão, de certa forma, é uma variação de "paixão" porque a pessoa se apega àquela "verdade" com igual cegueira.

Depois que a paixão (ou sentimento persistente) arrefece, dá até vergonha de encarar o tamanho do equívoco.

Pra você e pra mim desejo aquilo que nossas avós sempre diziam: JUÍZO!

Explicando o título dessa postagem: "Kauna ja kateus" quer dizer RESSENTIMENTO E INVEJA em finlandês.

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