Inicialmente pensei em atacar com a minha psicologia de fila de padaria, a qual diz que a ânsia desesperada por ser desejada desde cedo tem sua raiz na necessidade feminina primária de ser amada pela figura paterna. Um homem. Alguém que fale grosso, pelo amor de Deus.
Aí me veio à mente a multidão de "sem pais" ultracarentes e desesperadas. Não se valorizam porque foram desvalorizadas desde o útero. Nasceram por acidente, foram crescendo de qualquer jeito, sem instrução, sem orientação, sem serem prioridade em situação alguma. Não adianta serem novas e bonitas: continuarão incrivelmente carentes, sentindo-se um lixo e portando-se como tal. Em suas cabeças imaturas confundem - ou fundem - sexo com amor. Sexo seria a única forma de conseguirem um pouco de afeição. Ser abraçada e desejada é um arremedo de amor e se não há amor, há pelo menos a chance de sentirem braços quentes e masculinos enlaçando-lhes a cintura. Ânsia por uma figura masculina - penso eu. Passarão o resto da vida disputando o olhar do pai. Serão ciumentas e pegajosas pois a qualquer momento ele pode lhe fugir, dobrar a esquina e nunca mais voltar. Foi assim quando ela nasceu - por quê pensar que seria diferente agora? O jeito é prendê-lo, cativá-lo de todas as formas. Se sexo é o que o homem mais gosta, então é aí que ela vai investir todas as suas poucas fichas a fim de alcançar uma coisa ... alguma coisa boa... Talvez "estabilidade" em alguma de suas formas.
O blogueiro terminava o texto com o seguinte clamor: "Precisamos assumir uma postura de defendê-las e assim gerar uma resistência aos que insistem em minimizar a mulher e torná-la um simples objeto sexual."
Defendê-las?
“Eu vou pro baile, eu vou pro baile
Sem, sem calcinha
Agora eu sou piranha e ninguém vai me segurar
Daquele jeito!” ...
Aí voltei ao meu impulso inicial, que era esclarecer que só quem dá valor a uma pessoa é ela mesma; se a pessoa não se valoriza, ninguém a valorizará; que não adianta começar campanhas contra quem as chamam por termos depreciativos até porque elas mesmas se chamam assim. Deveríamos fazer uma lavagem cerebral nas garotas, não nos garotos. Se uma mulher não se sente piranha, quem a chamar assim levará uma bofetada. Os garotos só as chamam assim porque acreditam - acertadamente - que elas gostam.
Ora, se elas são chamadas de piranhas, gostam de ser chamadas de piranhas e ainda por cima se comportam como piranhas, só nos resta acreditar que são piranhas mesmo.
Quem sou eu para contradizê-las?
Nenhum comentário:
Postar um comentário