quinta-feira, 31 de março de 2011

O crack e a tese do mosquitinho

Acabei de assistir um filminho de campanha contra o crack. Concordo com a campanha, só que existem umas coisinhas que tem que ser esclarecidas. Precisamos colocar uns pingos nos "is". Veja se você concorda comigo:

1- Menciona-se todo o mal que o crack faz à saúde do usuário mas ninguém fala do mal que o usuário faz à sociedade.

Fico imaginando quantas trabalhadoras domésticas já foram acusadas de furto quando na verdade era o boyzinho viciado quem dava o sumiço nas coisas do papai e da mamãe.

Não entendo por quê não comentam que um dos horrores sociais da droga é que não custa nada para o dependente se tornar uma pessoa violenta.   Uma vez privado da droga, o dependente pode se tornar capaz de vender a própria mãe para conseguir mais uma dose. Há filhos que espancam pais porque querem mais dinheiro.

Estou sendo preconceituosa?  A coisa não é bem assim? Ah tá, então desculpa. Não leia o resto.

Acho que as campanhas tem que deixar de frescura e dizer claramente que há uma grande preocupação com o consumo de drogas inclusive porque o dependente inferniza a vida de quem está ao seu redor e se transforma em um tremendo problema social. Ele aumenta as taxas de criminalidade não somente porque usa substância proibida mas principalmente porque é capaz de fazer qualquer coisa para conseguir mais dessa substância. Tô mentindo?

Sei muito bem que tem gente que fuma, cheira e morre sozinha "na boa" sem incomodar os outros. Geralmente essas pessoas tem grana. Detalhe: a maioria não tem. E esses "granados" podem não sair por aí assaltando, mas vá conviver com um elemento desse!

Amanhã qualquer um de nós pode levar um tiro na cara só porque um moleque qualquer está sem "estoque".Por que isso não é dito com sinceridade nas campanhas???

A maior parte dos assaltos acontecem para custear o vício dessas pessoinhas "vítimas das drogas". Detalhe: os assaltados e assassinados não são vítimas das drogas: eles são os culpados, os opressores, os que estavam estudando, trabalhando, cuidando da família e por isso tinham mais era que morrer porque não foram solidários com os "sofredores". Sabe a teoria do "Somos todos culpados, menos os criminosos"? Pois é.

2- A moça do vídeo que eu assisti falou do crack como "um mal que ataca pessoas sem distinção de idade, sexo ou posição social". Nunca vi nada mais idiota do que isso. Como assim? Parece até que as drogas são um mosquitinho que pode morder qualquer um quando menos se espera. Seu marido está dormindo tranquilo, mas aí o "mosquitinho do crack" ataca ele e pronto: mais uma vítima das drogas. Que coisa mais besta fazer uma campanha se referindo às drogas como "um mal que ataca"! Que mal que ataca, pô!? As pedrinhas vão sair do saquinho e se jogarem sozinhas em sua corrente sanguínea?

3- Tá certo, admito que existem forças sociais e psicológicas (e espirituais!) relevantes que podem induzir - eu disse induzir, não obrigar - uma pessoa a usar drogas, mas não nos esqueçamos da VONTADE PRÓPRIA. Nada acontece sem um SIM de alguém que deveria ter dito NÃO.

4- Vamos deixar uma coisa muito clara: o viciado não é a vítima; ele é o culpadp Vítima é quem tem que conviver com ele.

Claro que não é por isso que vamos nos omitir de ajudar. É uma questão de generosidade, prevenção, solidariedade, visão social. Mas o culpado é ele, não eu. Certo?

5- E não me venha dizer que não se deve ficar procurando culpados. Claro que devemos! Descobrir onde começa um problema e quem o alimenta já é o começo de uma solução. Colocar "panos quentes" é que não resolve.

Acho que deveríamos começar a colocar os pingos nos "is" e largar de mão a Tese do Mosquitinho, que nada mais é do que a cegonha moderna.  Antes, os bebês eram trazidos por cegonhas. Agora os viciados sofrem por causa de "um mal que ataca". Vamos parar com isso!

--
Postado por Blogger no Blog da Cristina em 3/31/2011 01:25:00 AM

4 comentários:

  1. Show de bola! Assino embaixo, mana maravilha, vou postar no blog. Bj

    ResponderExcluir
  2. Cris, não queres te candidatar a veradora: a política precisa de pessoas articuladas para chamar o mal de mal e ajudar (digo, pressionar) os governantes a tirarem as consequências disso. Se tu topares, peço a naturalização, só para poder votar em ti!

    ResponderExcluir
  3. P.S. Quis dizer "vereadora"... De repente, tu entendes "veraneadora" ou "vendedora"!

    ResponderExcluir
  4. Cristina ,o grande problema é que todos os envolvidos querem ser cegos, mudos e pior surdos . As famílias se "protegem "dentro desse silêncio mortal. A droga é uma droga e muito difícil de ser ingerida,administrada.Gostei do teor que desses à caminhada. Márja

    ResponderExcluir

quinta-feira, 31 de março de 2011

O crack e a tese do mosquitinho

Acabei de assistir um filminho de campanha contra o crack. Concordo com a campanha, só que existem umas coisinhas que tem que ser esclarecidas. Precisamos colocar uns pingos nos "is". Veja se você concorda comigo:

1- Menciona-se todo o mal que o crack faz à saúde do usuário mas ninguém fala do mal que o usuário faz à sociedade.

Fico imaginando quantas trabalhadoras domésticas já foram acusadas de furto quando na verdade era o boyzinho viciado quem dava o sumiço nas coisas do papai e da mamãe.

Não entendo por quê não comentam que um dos horrores sociais da droga é que não custa nada para o dependente se tornar uma pessoa violenta.   Uma vez privado da droga, o dependente pode se tornar capaz de vender a própria mãe para conseguir mais uma dose. Há filhos que espancam pais porque querem mais dinheiro.

Estou sendo preconceituosa?  A coisa não é bem assim? Ah tá, então desculpa. Não leia o resto.

Acho que as campanhas tem que deixar de frescura e dizer claramente que há uma grande preocupação com o consumo de drogas inclusive porque o dependente inferniza a vida de quem está ao seu redor e se transforma em um tremendo problema social. Ele aumenta as taxas de criminalidade não somente porque usa substância proibida mas principalmente porque é capaz de fazer qualquer coisa para conseguir mais dessa substância. Tô mentindo?

Sei muito bem que tem gente que fuma, cheira e morre sozinha "na boa" sem incomodar os outros. Geralmente essas pessoas tem grana. Detalhe: a maioria não tem. E esses "granados" podem não sair por aí assaltando, mas vá conviver com um elemento desse!

Amanhã qualquer um de nós pode levar um tiro na cara só porque um moleque qualquer está sem "estoque".Por que isso não é dito com sinceridade nas campanhas???

A maior parte dos assaltos acontecem para custear o vício dessas pessoinhas "vítimas das drogas". Detalhe: os assaltados e assassinados não são vítimas das drogas: eles são os culpados, os opressores, os que estavam estudando, trabalhando, cuidando da família e por isso tinham mais era que morrer porque não foram solidários com os "sofredores". Sabe a teoria do "Somos todos culpados, menos os criminosos"? Pois é.

2- A moça do vídeo que eu assisti falou do crack como "um mal que ataca pessoas sem distinção de idade, sexo ou posição social". Nunca vi nada mais idiota do que isso. Como assim? Parece até que as drogas são um mosquitinho que pode morder qualquer um quando menos se espera. Seu marido está dormindo tranquilo, mas aí o "mosquitinho do crack" ataca ele e pronto: mais uma vítima das drogas. Que coisa mais besta fazer uma campanha se referindo às drogas como "um mal que ataca"! Que mal que ataca, pô!? As pedrinhas vão sair do saquinho e se jogarem sozinhas em sua corrente sanguínea?

3- Tá certo, admito que existem forças sociais e psicológicas (e espirituais!) relevantes que podem induzir - eu disse induzir, não obrigar - uma pessoa a usar drogas, mas não nos esqueçamos da VONTADE PRÓPRIA. Nada acontece sem um SIM de alguém que deveria ter dito NÃO.

4- Vamos deixar uma coisa muito clara: o viciado não é a vítima; ele é o culpadp Vítima é quem tem que conviver com ele.

Claro que não é por isso que vamos nos omitir de ajudar. É uma questão de generosidade, prevenção, solidariedade, visão social. Mas o culpado é ele, não eu. Certo?

5- E não me venha dizer que não se deve ficar procurando culpados. Claro que devemos! Descobrir onde começa um problema e quem o alimenta já é o começo de uma solução. Colocar "panos quentes" é que não resolve.

Acho que deveríamos começar a colocar os pingos nos "is" e largar de mão a Tese do Mosquitinho, que nada mais é do que a cegonha moderna.  Antes, os bebês eram trazidos por cegonhas. Agora os viciados sofrem por causa de "um mal que ataca". Vamos parar com isso!

--
Postado por Blogger no Blog da Cristina em 3/31/2011 01:25:00 AM

4 comentários:

  1. Show de bola! Assino embaixo, mana maravilha, vou postar no blog. Bj

    ResponderExcluir
  2. Cris, não queres te candidatar a veradora: a política precisa de pessoas articuladas para chamar o mal de mal e ajudar (digo, pressionar) os governantes a tirarem as consequências disso. Se tu topares, peço a naturalização, só para poder votar em ti!

    ResponderExcluir
  3. P.S. Quis dizer "vereadora"... De repente, tu entendes "veraneadora" ou "vendedora"!

    ResponderExcluir
  4. Cristina ,o grande problema é que todos os envolvidos querem ser cegos, mudos e pior surdos . As famílias se "protegem "dentro desse silêncio mortal. A droga é uma droga e muito difícil de ser ingerida,administrada.Gostei do teor que desses à caminhada. Márja

    ResponderExcluir