segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um tema delicado


"Ado! aado!
Cada um no seu quadrado!"

Nas novelas torcemos para que o rapaz rico finalmente case com a garota pobre. Como somos românticos na vida irreal!  Mas tenho uma perguntinha: por quê não conseguimos trazer esse mesmo romantismo para a vida real quando o dinheiro é nosso?

Você nunca se perguntou por quê, afinal de contas, as pessoas mais ricas hesitam tanto em se misturar com as menos abastadas? Pobreza não é doença, não pega, todos sabemos. Então qual o problema?

Preconceito? Talvez sim, talvez não. Tempos atrás já publiquei um texto brilhante sobre o assunto. Clique AQUI e confira. Não vou repetir tudo.

Não quero ser advogada do Diabo, então vou logo adiantando: eu amo o amor. Quero que todo mundo se ame. Quero que todo amor se plenifique e eternize e gere filhotes. Adoro noivas, alianças, lua-de-mel e acho que dinheiro não é tudo na vida. Eu sustentaria um homem pobre se o amasse e daria uma banana para quem tentasse me impedir.  Verdade verdadeira.

Pronto, agora vamos ao outro lado da moeda.

Pode haver muitos motivos para um "amor desigual" sofrer crítica e perseguição. Hoje vou falar apenas sobre um desses possíveis motivos.

Sejamos realistas: quando você casa, casa com a família também. Para isso não há rota de fuga.

Se por exemplo um homem rico casar com uma mulher pobre, ele vai acabar levando nas costas toda a família da moça. Isso é tão certo quanto a noite se seguir ao dia, alguns pensam. Enquanto ele está apaixonado não vai pensar nisso. Só que a família dele pensa, e muito.

Um dia o irmão dela aparece pedindo emprego na $ua empre$a, só que ele totalmente desqualificado. Prepare-se para o prejuízo.  Outro dia é a mãe dela que vive doente e não tem plano de $aúde. Tem também a irmã que apareceu grávida e não tem enxoval, o $obrinho  que pa$$ou no ve$tibular ma$ não pode pagar a faculdade, o tio com 6 me$e$ de aluguel atra$ado e que vai ser despejado, a outra irmã que e$tá com dor de dente e não tem dinheiro para ir ao denti$ta e por aí vai. É um rosário de infortúnio, toda semana uma facada. Isso é preconceito? Não sei, só sei que são os fatos da vida. Admiro quem passa por cima disso tudo em nome do amor. Nem todos conseguem.

A questão não é só dinheiro, é também educação. Outra futilidade que também pode atrapalhar bastante. Sim, eu também odeio reduzir o amor a essas mesquinharias mas...

"E o amor, onde fica?"   No coração, claro! Mas pense: o "pobre do homem rico" ama só a garota, mas não ama o irmão nem a irmã nem a mãe nem a tia nem o pai endividado nem o sobrinho sem colégio nem o primo sem dentes nem os outros duzentos figurantes. O amor pode ser enorme mas convenhamos: a idéia de adotar todo mundo dá uma broxada.

Esse pode ser o motivo número um. Existem outros, mas odeio especialmente esse número um.

Modo de falar, de vestir, preferências musicais, opiniões, reações, gestos, educação, modos... tudo isso difere muito em pessoas de classes sociais diferentes. Só que quem está em baixo não percebe - essa é a parte cruel. A pessoa não percebe  e ainda acha que os ricos é que são muito frescos.  Vai ver que são frescos mesmos, mas isso não muda nada. É como já dizia o velho sábio da montanha:


"Ado! aado!
Cada um no seu quadrado!"


Sei que posso ser crucificada por causa desse texto, mas olhe como as coisas são: eu, que com algum esforço posso ser considerada classe média, certa vez ouvi um colega de trabalho (que nunca foi nem nunca será rico)  criticando outra colega porque ela havia se separado do marido e estava agora se envolvendo "até com o segurança" do prédio. É essa a mentalidade. Na hora critiquei veementemente porque não acho que o segurança do prédio seja inferior a mim ou a ele. Mas mesmo tendo discordado eu sei que não posso mudar o mundo. Eu posso ter muita personalidade para entrar em um relacionamento desigual, mas nao posso achar que todo mundo vá acreditar no meu amor ou no amor do meu parceiro, caso ele seja a parte pobre.

Nem todo rico aguenta o tranco da diferença. E esse tranco muitas vezes dói no pobre também. Aturar frescura de socialite não é moleza não. Ir a festas consideradas chatas, receber gente que fala outra linguagem, ser criticada quando recebe convidados e as vezes até ridicularizada, pensa que é fácil?  Se a diferença é muito grande a coisa pesa para ambas as partes.

Sim, o amor supera tudo. As vezes. Às vezes não.

Com igualdade ou sem ela, sempre teremos problemas na vida. Só tem o seguinte: uns problemas aparecem sem a gente chamar, sem nem imaginar que poderiam aparecer. Outros problemas são anunciados. A escolha é de cada um. Particularmente acredito que é maldade matar um amor, seja qual for o motivo. Tudo vale a pena, nem que seja pra dar errado e aquele sonho finalmente sair da nossa cabeça.

O amor, a vida... Tudo deveria ser mais simples, não é?

Um comentário:

  1. Eu li ontem!!nossa, vc entende de tudo né?rsrsrsrs
    Vc podia escrever também sobre parceiros que eram extremamente perfeitos, dedicados, apaixonados e trocam a mulher por outra??
    e também sobre a seguinte questão: viver o luto da separação, ou começar um relacionamento com um carinha que te dá o maior tesão e que vc sente carinho, mas que não corresponde às suas expectativas sexuais, como seu ex??
    rsrsrrsrs, passo por issso...kkk

    Abraços e obrigada!!!

    Juliana

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um tema delicado


"Ado! aado!
Cada um no seu quadrado!"

Nas novelas torcemos para que o rapaz rico finalmente case com a garota pobre. Como somos românticos na vida irreal!  Mas tenho uma perguntinha: por quê não conseguimos trazer esse mesmo romantismo para a vida real quando o dinheiro é nosso?

Você nunca se perguntou por quê, afinal de contas, as pessoas mais ricas hesitam tanto em se misturar com as menos abastadas? Pobreza não é doença, não pega, todos sabemos. Então qual o problema?

Preconceito? Talvez sim, talvez não. Tempos atrás já publiquei um texto brilhante sobre o assunto. Clique AQUI e confira. Não vou repetir tudo.

Não quero ser advogada do Diabo, então vou logo adiantando: eu amo o amor. Quero que todo mundo se ame. Quero que todo amor se plenifique e eternize e gere filhotes. Adoro noivas, alianças, lua-de-mel e acho que dinheiro não é tudo na vida. Eu sustentaria um homem pobre se o amasse e daria uma banana para quem tentasse me impedir.  Verdade verdadeira.

Pronto, agora vamos ao outro lado da moeda.

Pode haver muitos motivos para um "amor desigual" sofrer crítica e perseguição. Hoje vou falar apenas sobre um desses possíveis motivos.

Sejamos realistas: quando você casa, casa com a família também. Para isso não há rota de fuga.

Se por exemplo um homem rico casar com uma mulher pobre, ele vai acabar levando nas costas toda a família da moça. Isso é tão certo quanto a noite se seguir ao dia, alguns pensam. Enquanto ele está apaixonado não vai pensar nisso. Só que a família dele pensa, e muito.

Um dia o irmão dela aparece pedindo emprego na $ua empre$a, só que ele totalmente desqualificado. Prepare-se para o prejuízo.  Outro dia é a mãe dela que vive doente e não tem plano de $aúde. Tem também a irmã que apareceu grávida e não tem enxoval, o $obrinho  que pa$$ou no ve$tibular ma$ não pode pagar a faculdade, o tio com 6 me$e$ de aluguel atra$ado e que vai ser despejado, a outra irmã que e$tá com dor de dente e não tem dinheiro para ir ao denti$ta e por aí vai. É um rosário de infortúnio, toda semana uma facada. Isso é preconceito? Não sei, só sei que são os fatos da vida. Admiro quem passa por cima disso tudo em nome do amor. Nem todos conseguem.

A questão não é só dinheiro, é também educação. Outra futilidade que também pode atrapalhar bastante. Sim, eu também odeio reduzir o amor a essas mesquinharias mas...

"E o amor, onde fica?"   No coração, claro! Mas pense: o "pobre do homem rico" ama só a garota, mas não ama o irmão nem a irmã nem a mãe nem a tia nem o pai endividado nem o sobrinho sem colégio nem o primo sem dentes nem os outros duzentos figurantes. O amor pode ser enorme mas convenhamos: a idéia de adotar todo mundo dá uma broxada.

Esse pode ser o motivo número um. Existem outros, mas odeio especialmente esse número um.

Modo de falar, de vestir, preferências musicais, opiniões, reações, gestos, educação, modos... tudo isso difere muito em pessoas de classes sociais diferentes. Só que quem está em baixo não percebe - essa é a parte cruel. A pessoa não percebe  e ainda acha que os ricos é que são muito frescos.  Vai ver que são frescos mesmos, mas isso não muda nada. É como já dizia o velho sábio da montanha:


"Ado! aado!
Cada um no seu quadrado!"


Sei que posso ser crucificada por causa desse texto, mas olhe como as coisas são: eu, que com algum esforço posso ser considerada classe média, certa vez ouvi um colega de trabalho (que nunca foi nem nunca será rico)  criticando outra colega porque ela havia se separado do marido e estava agora se envolvendo "até com o segurança" do prédio. É essa a mentalidade. Na hora critiquei veementemente porque não acho que o segurança do prédio seja inferior a mim ou a ele. Mas mesmo tendo discordado eu sei que não posso mudar o mundo. Eu posso ter muita personalidade para entrar em um relacionamento desigual, mas nao posso achar que todo mundo vá acreditar no meu amor ou no amor do meu parceiro, caso ele seja a parte pobre.

Nem todo rico aguenta o tranco da diferença. E esse tranco muitas vezes dói no pobre também. Aturar frescura de socialite não é moleza não. Ir a festas consideradas chatas, receber gente que fala outra linguagem, ser criticada quando recebe convidados e as vezes até ridicularizada, pensa que é fácil?  Se a diferença é muito grande a coisa pesa para ambas as partes.

Sim, o amor supera tudo. As vezes. Às vezes não.

Com igualdade ou sem ela, sempre teremos problemas na vida. Só tem o seguinte: uns problemas aparecem sem a gente chamar, sem nem imaginar que poderiam aparecer. Outros problemas são anunciados. A escolha é de cada um. Particularmente acredito que é maldade matar um amor, seja qual for o motivo. Tudo vale a pena, nem que seja pra dar errado e aquele sonho finalmente sair da nossa cabeça.

O amor, a vida... Tudo deveria ser mais simples, não é?

Um comentário:

  1. Eu li ontem!!nossa, vc entende de tudo né?rsrsrsrs
    Vc podia escrever também sobre parceiros que eram extremamente perfeitos, dedicados, apaixonados e trocam a mulher por outra??
    e também sobre a seguinte questão: viver o luto da separação, ou começar um relacionamento com um carinha que te dá o maior tesão e que vc sente carinho, mas que não corresponde às suas expectativas sexuais, como seu ex??
    rsrsrrsrs, passo por issso...kkk

    Abraços e obrigada!!!

    Juliana

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