segunda-feira, 12 de julho de 2010

Não sou santa!

Vocês jamais me ouvirão proferir essa frase com orgulho.

Hoje em dia as pessoas bradam que não são santas como quem está se defendendo. Não entendo isso. Que mal há em ser santo? Ou em tentar ser?

Ser santo não é ser moralista. Não é ser puritano. Não é viver dando lições de moral nos outros. Isso é ser chato, não santo.

A opção pelo bem é uma escolha muito íntima, para consumo próprio, não para ser apresentado como cartão de visitas ou para se imposta aos outros. Acho que a santidade - ou a opção pelo Bem - é algo, antes de tudo, silencioso. É como caminhar de pantufas: a pessoa vai no caminho certo mas não faz alarde.

Ser santo não é ser perfeito. Ser santo (segundo a Bíblia) é ter por opção de vida afastar-se do mal. É tentar manter-se afastado de todo hábito nocivo para si ou para o próximo. Às vezes o sujeito consegue, às vezes não... mas quando consegué é uma alegria, não uma vergonha.

É feio isso?!

Acho que mais compreensível seria uma pessoa se defender dizendo: "Não sou pervertido!" ou "Não sou dissoluto!" "Não sou desonesto!"  "Não sou cruel!" "Não traio e odeio mentira!"  Isso sim soa como defesa mas bradar que "Não sou santo" me parece um sintoma de grave doença social. É como dizer:   "Sei que vou conquistar a sua simpatia dizendo que sou tão afeiçoado ao mal quanto você. Perto de mim pode relaxar, seu safado!"

Quem diz isso geralmente espera receber um sorriso de aceitação da parte de seu interlocutor. "Ah, ele não é santo! Chama então para vir aqui tomar uma com a gente!"  O contrário é: "Ih, aquele é santo! Vou cumprimentar de longe."  

Como sociedade, como decaímos...  Antigamente os santos eram admirados. Hoje, foge-se deles! 

Quando alguém se apresenta dizendo logo que não é santo, sinto o ímpeto de responder "Que pena!" Ou "Valeu o aviso. Vou tomar muito cuidado com você."

Sim, porque é adorável conviver com pessoas que não se gabam de seus defeitos, antes lutam contra eles. Pessoas que reconhecem suas limitações mas não se cansam de desejar ser melhores. Pessoas que sabem que são suscetíveis ao mal, entao procuram desviar seus passos do mal para não se apegar a ele.

Não seria muito melhor uma sociedade de "santos" do que uma sociedade de... disso que estamos vendo aí?

Se você é do bem, saiba que eu adoraria ter a sua companhia. Gosto de me cercar de gente legal, que me acrescenta algo de bom e que me "joga pra cima". Se você não é perfeito, mas gosta do Bem e luta por ele, cole em mim! Preciso de você.

Agora se você é daqueles que se orgulha da sua "não santidade", só tenho a dizer: meus pêsames. Meus pêsames para você e para nós que, como sociedade, temos que conviver com seu jeitão nocivo de ser.

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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Não sou santa!

Vocês jamais me ouvirão proferir essa frase com orgulho.

Hoje em dia as pessoas bradam que não são santas como quem está se defendendo. Não entendo isso. Que mal há em ser santo? Ou em tentar ser?

Ser santo não é ser moralista. Não é ser puritano. Não é viver dando lições de moral nos outros. Isso é ser chato, não santo.

A opção pelo bem é uma escolha muito íntima, para consumo próprio, não para ser apresentado como cartão de visitas ou para se imposta aos outros. Acho que a santidade - ou a opção pelo Bem - é algo, antes de tudo, silencioso. É como caminhar de pantufas: a pessoa vai no caminho certo mas não faz alarde.

Ser santo não é ser perfeito. Ser santo (segundo a Bíblia) é ter por opção de vida afastar-se do mal. É tentar manter-se afastado de todo hábito nocivo para si ou para o próximo. Às vezes o sujeito consegue, às vezes não... mas quando consegué é uma alegria, não uma vergonha.

É feio isso?!

Acho que mais compreensível seria uma pessoa se defender dizendo: "Não sou pervertido!" ou "Não sou dissoluto!" "Não sou desonesto!"  "Não sou cruel!" "Não traio e odeio mentira!"  Isso sim soa como defesa mas bradar que "Não sou santo" me parece um sintoma de grave doença social. É como dizer:   "Sei que vou conquistar a sua simpatia dizendo que sou tão afeiçoado ao mal quanto você. Perto de mim pode relaxar, seu safado!"

Quem diz isso geralmente espera receber um sorriso de aceitação da parte de seu interlocutor. "Ah, ele não é santo! Chama então para vir aqui tomar uma com a gente!"  O contrário é: "Ih, aquele é santo! Vou cumprimentar de longe."  

Como sociedade, como decaímos...  Antigamente os santos eram admirados. Hoje, foge-se deles! 

Quando alguém se apresenta dizendo logo que não é santo, sinto o ímpeto de responder "Que pena!" Ou "Valeu o aviso. Vou tomar muito cuidado com você."

Sim, porque é adorável conviver com pessoas que não se gabam de seus defeitos, antes lutam contra eles. Pessoas que reconhecem suas limitações mas não se cansam de desejar ser melhores. Pessoas que sabem que são suscetíveis ao mal, entao procuram desviar seus passos do mal para não se apegar a ele.

Não seria muito melhor uma sociedade de "santos" do que uma sociedade de... disso que estamos vendo aí?

Se você é do bem, saiba que eu adoraria ter a sua companhia. Gosto de me cercar de gente legal, que me acrescenta algo de bom e que me "joga pra cima". Se você não é perfeito, mas gosta do Bem e luta por ele, cole em mim! Preciso de você.

Agora se você é daqueles que se orgulha da sua "não santidade", só tenho a dizer: meus pêsames. Meus pêsames para você e para nós que, como sociedade, temos que conviver com seu jeitão nocivo de ser.

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