terça-feira, 11 de março de 2008

O mistério de Eva


De fato não tenho condições de falar nada que já não tenha sido dito a respeito do Holocausto mas estou aqui humildemente postando algumas impressões que não passarão para a história.

Vi e revi o filme A Queda e embora a figura de Hitler esteja um tanto manjada ele permanece em minhas impressões como um ET inexplicável. Uns dizem que ele era doido varrido, outros juram que não, que ele sabia muito bem o que estava fazendo.
Como vou saber? Pra mim ele tinha o pior da loucura e o pior da lucidez.
E pensando bem... talvez toda maldade seja loucura. Talvez sejamos todos loucos. E ainda mais: talvez loucura maior seja existir algum tipo de bondade nesse "lindo balão azul".

Estou enjoada da imagem de Hitler e de seus clones por isso não foi ele quem me impressionou no filme. Quem me impressionou foi sua mulher, Eva Braun. Ela não me sai da cabeça! Gestos, riso, roupas, porte físico, penteado... Vi uns quinhentos vídeos dela no Youtube. Ela sozinha, com amigas ou com seu estranho marido. Conclusão: ela também era estranha. E mais ainda do que ele.

Era estranha por ser cheia de vida, pela sua imensa simpatia, juventude, energia, meninice, sensualidade. No filme era mostrada assim e nas imagens da vida real notei que o filme foi bem fiel. Pode ir lá conferir.
Nada disso parece ter a ver com Hitler. Os dois juntos pareciam mais um malabarismo do que um casal. Mas aí é que está: não parecia mas a história e a lógica dizem que tinha que haver algo em comum neles - e não era bondade.

Ele tinha cara de mau; ela não. Ela parecia ser o seu oposto, o que não deixa de ser suspeito.

Para mim Eva Braun é um desafio e uma provocação. Esse casal esfregou em nossa cara que o mal pode ter muitas caras e que frequentemente escapole às redes da nossa percepção.
Eva... Jovem, ágil, irrequieta, gentil. Mas leal a Hitler como um cão! Do que não seria capaz sob as ordens dele? Hein?

Para não nos confundir, bem que ela poderia ter nos feito o favor de aparecer contrariada nas fotos, com cara sorumbática. Aí nós prontamente imaginaríamos que ela estava com ele a força, por medo, que temia negar-se a um homem tão poderoso. Isso daria um filme, um drama, uma história melosa. Mas que nada: Eva era a imagem da alegria esfuziante. Eu hein!

Se nosso método de avaliação da maldade humana é mesmo assim tão falho, estamos em maus lençóis.

Só há uma salvação. Só há um consolo. Existe a chance de que Eva tenha sido mesmo assim, meio maluquete como o filme sugere. Uma criança tolinha e gentil, flutuando em um mundo paralelo. Pateta, mas não cruel.

Tomara. Se foi, o mundo está a salvo. Se não foi... não entendo mais nada.

Cristina Faraon

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terça-feira, 11 de março de 2008

O mistério de Eva


De fato não tenho condições de falar nada que já não tenha sido dito a respeito do Holocausto mas estou aqui humildemente postando algumas impressões que não passarão para a história.

Vi e revi o filme A Queda e embora a figura de Hitler esteja um tanto manjada ele permanece em minhas impressões como um ET inexplicável. Uns dizem que ele era doido varrido, outros juram que não, que ele sabia muito bem o que estava fazendo.
Como vou saber? Pra mim ele tinha o pior da loucura e o pior da lucidez.
E pensando bem... talvez toda maldade seja loucura. Talvez sejamos todos loucos. E ainda mais: talvez loucura maior seja existir algum tipo de bondade nesse "lindo balão azul".

Estou enjoada da imagem de Hitler e de seus clones por isso não foi ele quem me impressionou no filme. Quem me impressionou foi sua mulher, Eva Braun. Ela não me sai da cabeça! Gestos, riso, roupas, porte físico, penteado... Vi uns quinhentos vídeos dela no Youtube. Ela sozinha, com amigas ou com seu estranho marido. Conclusão: ela também era estranha. E mais ainda do que ele.

Era estranha por ser cheia de vida, pela sua imensa simpatia, juventude, energia, meninice, sensualidade. No filme era mostrada assim e nas imagens da vida real notei que o filme foi bem fiel. Pode ir lá conferir.
Nada disso parece ter a ver com Hitler. Os dois juntos pareciam mais um malabarismo do que um casal. Mas aí é que está: não parecia mas a história e a lógica dizem que tinha que haver algo em comum neles - e não era bondade.

Ele tinha cara de mau; ela não. Ela parecia ser o seu oposto, o que não deixa de ser suspeito.

Para mim Eva Braun é um desafio e uma provocação. Esse casal esfregou em nossa cara que o mal pode ter muitas caras e que frequentemente escapole às redes da nossa percepção.
Eva... Jovem, ágil, irrequieta, gentil. Mas leal a Hitler como um cão! Do que não seria capaz sob as ordens dele? Hein?

Para não nos confundir, bem que ela poderia ter nos feito o favor de aparecer contrariada nas fotos, com cara sorumbática. Aí nós prontamente imaginaríamos que ela estava com ele a força, por medo, que temia negar-se a um homem tão poderoso. Isso daria um filme, um drama, uma história melosa. Mas que nada: Eva era a imagem da alegria esfuziante. Eu hein!

Se nosso método de avaliação da maldade humana é mesmo assim tão falho, estamos em maus lençóis.

Só há uma salvação. Só há um consolo. Existe a chance de que Eva tenha sido mesmo assim, meio maluquete como o filme sugere. Uma criança tolinha e gentil, flutuando em um mundo paralelo. Pateta, mas não cruel.

Tomara. Se foi, o mundo está a salvo. Se não foi... não entendo mais nada.

Cristina Faraon

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