A respeito do que eu escrevi dia desses na postagem A Myrian Rios Está Certa, vou me retratar em parte: a Myriran Rios não está de todo certa: ela está certa só EM PARTE.
Lembra quando eu disse que todas as nossas escolhas tem um preço? Retiro tudo. Desconsiderem, queridos leitores. Não porque não seja verdade (todos os dias eu pago por ser como sou, por dizer o que digo, por vestir o que visto, por gastar o que gasto). Retiro porque dentro daquele texto essa afirmativa ganhou uma conotação muito má e inaceitável e na hora não me toquei. Não acho que a pessoa "tem que pagar por isso". Não foi isso que eu quis dizer. Desculpem.
Agora quanto ao resto, não mudo nada.
Estou escrevendo isso porque um leitor - Rafael Luz - me detonou. Ele achou horrível eu defender a liberdade de cada pessoa escolher seus trabalhadores domésticos. Por causa disso fui chamada de preconceituosa. Ele acha que se um trabalhador doméstico se declarar homossexual, ele deve ganhar imediatamente vitaliciedade no emprego.
Se essa moda pega não vão sobrar heterossexuais no mundo: todo mundo vai se declarar homossexual só para ter o privilégio de sair do emprego apenas quando der vontade.
Eu sempre soube e sempre lamentei o sofrimento que os homossexuais passaram ao longo da nossa história. Só que com a manifestação desse rapaz em meu blog pude entender que a coisa é mais séria, dolorida e traumática do que eu supunha. Pela reação dele deu pra observar tanto ressentimento e amargura que estou com azia até agora. Não sei quantas gerações se passarão até que as pessoas respirem fundo, se acalmem e passem a aceitar o fato de que uns não podem ter mais direitos do que outros.
É como aquele velho ditado: "cachorro mordido de cobra tem medo até de linguiça". Ou: "gato escaldado tem medo de água fria".
Olha só o que ele me disse: que minha fala é tão preconceituosa quanto a da Myrian Rios. Mentira. Eu NÃO DISSE que desconfio mais dos homossexuais do que dos hetero. Não falei isso mas ele entendeu tudo errado provavelmente porque ele deve ser um "gato escaldado que tem medo de água fria". A gente nem fala, o cara já vem com quatro pedras na mão! Valha-me Deus!
Não preguei desconfiança, mas liberdade de contratar ou de despedir um empregado pago por MIM. O que eu disse não se aplica a funcionários públicos e outros tipos de trabalhadores. É necessário entender que a intimidade do ambiente doméstico não pode ser vista como uma loja, uma empresa, uma repartição pública. Há peculiaridades a serem consideradas,
Ao Rafael, que escreveu, pergunto:
1) Seja honesto: quantas mães deixariam sua filha de 13 anos de idade o dia todo aos cuidados de um homem, um macho, um marmanjo barbado que não fosse da família? Pense em um babá fofo desses para cuidar, ajudar a vestir, colocar no colo, contar historias, fazer dormir ... Não conheço nenhuma mãe nem nenhum pai que o contrataria. Você, se fosse pai, não contrataria. As mulheres preferem contratar mulheres para serviços domésticos por essas e por outras. Com isso eu estou sendo preconceituosa e dizendo que todo homem é tarado? Não!
Agora eu pergunto: uma mulher homossexual gosta da mesma coisa que um homem heterossexual, não é? Pois é.
Conheço muitas famílias que não contratam empregadas domésticas bonitas. Revolte-se contra essas famílias também, por favor!!! Toda mulher bonita é galinha, piranha, safada, destruidora de lares? NÃO!!! Mas muitas pessoas não querem pagar pra ver.
Muitas pessoas não contratariam um trabalhador doméstico se souber que ele é adepto de seitas satânicas. Revolte-se também.
Querido leitor, você precisa entender uma coisa: SE EU PAGO, TENHO O DIREITO DE ESCOLHER. Só isso.
Você disse que nao é a sexualidade que define uma pessoa. Na verdade não é SÓ a sexualidade que define. É a sexualidade mais um monte de outras coisas. É fácil dizer que a sexualidade não diz nada, mas pense em contratar uma trabalhadora ninfomaníaca. Será que ela não traria problemas? Possivelmente. Sim, a sexualidade é uma das pistas que explicam quem é uma pessoa. Outras pistas: preferências estéticas, grau de instrução, religião, posição política, grupos aos quais uma pessoa se associa... TUDO, EM CONJUNTO mostra o que somos. Tudo significa alguma coisa. O problema é que nem sempre fazemos a análise corretamente.
2) Leitor, você foi injusto comigo: EM MOMENTO ALGUM ASSOCIEI HOMOSSEXUALIDADE COM PEDOFILIA. Quem insinuou isso foi a Myrian Rios, e eu discordei. Releia o texto por favor. Eu falei que um homossexual e um heterossexual tem a mesma probabilidade de serem pedófilos - ou não.
3) Caraca! Você disse que estou espalhando o ódio? Mandei matar alguém? Esfolar? Bater? Você odeia todos os que não amam os homossexuais. Quem está cheio de ódio é você. Você se dirigiu a mim cheio de amargura só porque desconfia que eu sou homofóbica. Imagine se tivesse certeza! Socorro!
Calma, amigo! Só quero ter o direito de escolher quem trabalha na minha casa. Só isso. É querer muito?
quinta-feira, 30 de junho de 2011
quarta-feira, 29 de junho de 2011
terça-feira, 28 de junho de 2011
A Myrian Rios está certa
Li ainda agora (http://br.noticias.yahoo.com/em-discurso-na-alerj--myrian-rios-associa-homossexualidade-a-pedofilia.html#mwpphu-container) que a ex-atriz e deputada estadual Myrian Rios (PDT) afirmou querer ter o direito de demitir uma babá lésbica.
Notei que a maioria dos comentários (no Yahoo) são a favor de Myrian. Também concordo com ela. Pra começar eu digo que JÁ TENHO esse direito de escolher quem pode ou não pode entrar ou permanencer dentro da minha casa. Se esse direito é ou não é reconhecido, paciência. O direito existe independentemente de ser reconhecimento do Estado ou pela ala homossexual xiita.
Nem a polícia tem o direito de entrar em minha casa sem minha permissão ou autorização judicial. Nem meus amigos! Imaginar que eu seja obrigada a engolir dentro de minha casa uma pessoa na eu qual não confio e ainda ter que lhe pagar, é uma violência inominável.
Myrian Rios argumenta: "Digamos que eu tenha duas meninas em casa e contrate uma babá que mostra que sua orientação sexual é ser lésbica. Se a minha orientação sexual for contrária e eu quiser demiti-la, eu não posso. O direito que a babá tem de querer ser lésbica é o mesmo que eu tenho de não querer ela na minha casa. " Quem vai dizer que ela está errada?
É verdade que o risco de um heterossexual ser molestador é o mesmo de um homossexual ser molestador. Isso pode ser uma verdade estatístia. O detalhe é que ninguém pode obrigar um pai ou uma mãe a se guiar pelas estatísticas do Governo. Posso ignorar tudo isso e seguir apenas as minhas cismas - e daí?
É verdade que o risco de um heterossexual ser molestador é o mesmo de um homossexual ser molestador. Isso pode ser uma verdade estatístia. O detalhe é que ninguém pode obrigar um pai ou uma mãe a se guiar pelas estatísticas do Governo. Posso ignorar tudo isso e seguir apenas as minhas cismas - e daí?
Daqui a pouco as pessoas serão obrigadas a dizer que são homossexuais só para não perderem o emprego e conseguirem benesses. Eles serão uma casta privilegiada. Tem cabimento?
Minha manifestação ao final da notícia foi: " Meu lar é sagrado e meus filhos também são. Não sou o brigada a suportar ninguém que eu não queira dentro da minha casa. E se for uma empregada porca? Também tenho o direito de mandar embora. E se for um motorista tarado? Tenho o mesmo direito. Se não for nada disso mas apenas eu não for com a cara da pessoa? Igualmente tenho direito de mandar embora porque não sou obrigada a me sentir desconfortável dentro de minha própria casa. Os homossexuais podem ser são tão confiáveis quanto os hetero, mas nenhum pai de família tem obrigação de acreditar nisso. Não sou obrigada a confiar em ninguém e não sou obrigada a pagar salário a um empregado no qual eu não confio absolutamente. Se uma mãe não confia em uma babá homossexual, quem tem o direito de obrigá-la a confiar? Ninguem. Assim como ninguem tem o direito a me obrigar a manter em casa um faxineiro ex-presidiário. Ele pode ser um anjo de candura mas nao sou obrigada a confiar! É questão de foro íntimo!
Há empresas que não contratam pessoas tatuadas ou fumantes. Quem escolhe esse caminho tem que entender que tudo nessa vida tem um custo. Temos que arcar com os resultados das nossas escolhas. Quem se tatua não pode querer obrigar os outros a não ter preconceitos. Algumas pessoas relacionam tatuagem com submundo. Tolice? É. Mas cada um de nós tem o direito de ser tolo. Você pode se tatuar e eu posso ser tola em relação a isso.
Há empresas que não contratam pessoas tatuadas ou fumantes. Quem escolhe esse caminho tem que entender que tudo nessa vida tem um custo. Temos que arcar com os resultados das nossas escolhas. Quem se tatua não pode querer obrigar os outros a não ter preconceitos. Algumas pessoas relacionam tatuagem com submundo. Tolice? É. Mas cada um de nós tem o direito de ser tolo. Você pode se tatuar e eu posso ser tola em relação a isso.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Você não pode ser mais feliz do que a sua esposa (!)

Eu hein... Se você ler, acabará concluindo que o homem tem uma maior tendência a "empurrar os problemas com a barriga", enquanto a mulher tende a ser inconformada. Ou não: o homem arruma compensações para a sua infelicidade, enquanto a mulher simplesmente não consegue.
Claro que toda regra tem exceção, mas olhando ao redor... dá pra concluir que faz sentido.
"Pesquisadores alemães chegaram à seguinte conclusão: se o homem da casa for o mais feliz da relação, é mais provável que o casamento termine em divórcio do que se a felizona do casal for a mulher..."
Acrescentando meus pitacos à pesquisa alheia, arrisco-me a afirmar que a questão não é simplesmente se ele é feliz ou infeliz: a questão é a mulher ACHAR que ele é mais feliz. Aí lascou-se.
Mulheres... Ô raça!
Homem quando está infeliz vai catar o que fazer: jogar futebol, arrumar outra mulher, atolar-se no trabalho ou inventar atividades (ou desculpas) que o mantenham longe da sua esposa. Já a mulher, ao invés de se distrair para fugir do problema, faz exatamente o contrário: remói o problema e o vive intensamente cada minuto da vida. Fala, reclama, desabafa com todo mundo, chora... não pensa em outra coisa. E quando dá de cara com o marmanjo lépido e faceiro, sem nem se tocar de nada, conclui que ela é que é a bestalhona e que "isso não pode ficar assim". Daí para a ruptura é só um pulo.
Você pode até discordar, mas tenho certeza que depois de ler o artigo você não vai resistir e vai prestar mais atenção à sua relação... e à dos outros!
domingo, 26 de junho de 2011
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Um dia...
Perdi muita gente. Muita gente também me perdeu de vista. Mas um dia...
Um dia cruzaremos nossos caminhos de novo por uma dessas vielas improváveis da vida. Talvez nossos olhares se cruzem e eu custe um pouco a adaptar minha mente à sua imagem recente.
Se isso acontecer daqui a vinte anos você vai achar que tudo está mudado, mas isso não será verdade! Embora tudo mude, algumas coisas são eternas. É preciso ter sempre isto em mente para não nos assustarmos com a vida.
A delícia de viver está justamente em descobrir quais são essas coisas imutáveis.
Quando menos esperar você verá seu amigo em alguma fila, algum engarrafamento ou padaria do mundo. Ele estará um um pouco mais curvo, um pouco mais lento, menos decidido e mais humilde na arte de sonhar. Ele cultivará brotos de feijão - sonhos simplórios de curtíssimo prazo que nem deveriam ser denominados "sonhos". Cultivará "cochilos" de fácil realização. Terá gestos pausados e você verá hesitação onde não havia espaço para ela antes. Quando isso acontecer não fique triste porque você também estará usando roupas diferentes do seu antigo gosto. Talvez calce um sapato engraçado, presente de neto.
O que eu sou? O que é meu mesmo e não coisa ocasional? O sorriso? O espirro? O gostar de lilás? Há um jeito de abraçar que seja só meu? O que irá permanecer daqui a quarenta anos?
De tudo restará um lampejo nos olhos, visível em futuros reencontros. Prepare-se. Será um brilho conhecido a se manifestar discretamente escapando da opacidade. Será algo com o que nós estamos familiarizados ainda que não nos demos conta disso. O que ressurgirá é o que nunca se foi. Ficará o que realmente interessava por todos esses anos. Acho que podemos nomear "isso" como "alma".
O que sempre nos prendeu em cada pessoa que amamos foi a alma. Mesmo em nossos piores momentos de frivolidade. Amigos, sabei: um dia teremos aprendido que nenhuma daquelas bobagens valia a pena. Nada, nem mesmo a beleza passada era a essência do que somos nem o centro do que buscávamos uns nos outros. E aquela coisa boa que nos acalentava maternalmente enquanto estávamos juntos, aquela coisa cândida e sem nome, não se devia a nada daquilo que tanto prezávamos. Devia-se à alma, à energia própria de cada um, coisa inconfundível e cara. Era ela que, com ou sem ornamentos, fazia a vida valer a pena.
Nada amamos, a não ser a alma. Quem ama outra coisa, não ama nada. E isso é tudo o que meus olhos vão buscar em você lá no futuro, quando pensarmos que estamos completamente descaracterizados.
Se daqui a alguns anos você encontrar alguém do passado e se seus olhos descobrirem o que até então estava encoberto... Se finalmente seu olhar estiver desvestido das lentes das nulidades, não hesite: vá ao seu encontro! Corra a abraçá-lo ainda que esse querido não o reconheça. Pode parecer constrangedor no primeiro momento mas quando novamente estiveres sozinho saberás que naquele abraço talvez tenhas salvado todo o teu passado.
Um dia cruzaremos nossos caminhos de novo por uma dessas vielas improváveis da vida. Talvez nossos olhares se cruzem e eu custe um pouco a adaptar minha mente à sua imagem recente.
Se isso acontecer daqui a vinte anos você vai achar que tudo está mudado, mas isso não será verdade! Embora tudo mude, algumas coisas são eternas. É preciso ter sempre isto em mente para não nos assustarmos com a vida.
A delícia de viver está justamente em descobrir quais são essas coisas imutáveis.
Quando menos esperar você verá seu amigo em alguma fila, algum engarrafamento ou padaria do mundo. Ele estará um um pouco mais curvo, um pouco mais lento, menos decidido e mais humilde na arte de sonhar. Ele cultivará brotos de feijão - sonhos simplórios de curtíssimo prazo que nem deveriam ser denominados "sonhos". Cultivará "cochilos" de fácil realização. Terá gestos pausados e você verá hesitação onde não havia espaço para ela antes. Quando isso acontecer não fique triste porque você também estará usando roupas diferentes do seu antigo gosto. Talvez calce um sapato engraçado, presente de neto.
O que eu sou? O que é meu mesmo e não coisa ocasional? O sorriso? O espirro? O gostar de lilás? Há um jeito de abraçar que seja só meu? O que irá permanecer daqui a quarenta anos?
De tudo restará um lampejo nos olhos, visível em futuros reencontros. Prepare-se. Será um brilho conhecido a se manifestar discretamente escapando da opacidade. Será algo com o que nós estamos familiarizados ainda que não nos demos conta disso. O que ressurgirá é o que nunca se foi. Ficará o que realmente interessava por todos esses anos. Acho que podemos nomear "isso" como "alma".
O que sempre nos prendeu em cada pessoa que amamos foi a alma. Mesmo em nossos piores momentos de frivolidade. Amigos, sabei: um dia teremos aprendido que nenhuma daquelas bobagens valia a pena. Nada, nem mesmo a beleza passada era a essência do que somos nem o centro do que buscávamos uns nos outros. E aquela coisa boa que nos acalentava maternalmente enquanto estávamos juntos, aquela coisa cândida e sem nome, não se devia a nada daquilo que tanto prezávamos. Devia-se à alma, à energia própria de cada um, coisa inconfundível e cara. Era ela que, com ou sem ornamentos, fazia a vida valer a pena.
Nada amamos, a não ser a alma. Quem ama outra coisa, não ama nada. E isso é tudo o que meus olhos vão buscar em você lá no futuro, quando pensarmos que estamos completamente descaracterizados.
Se daqui a alguns anos você encontrar alguém do passado e se seus olhos descobrirem o que até então estava encoberto... Se finalmente seu olhar estiver desvestido das lentes das nulidades, não hesite: vá ao seu encontro! Corra a abraçá-lo ainda que esse querido não o reconheça. Pode parecer constrangedor no primeiro momento mas quando novamente estiveres sozinho saberás que naquele abraço talvez tenhas salvado todo o teu passado.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Sobre o texto de anteontem - dia 21
Só pra você ver como é que as coisas são: ontem eu havia iniciado minha postagem comentando algo sobre "os pretos". Um amigo me telefonou apavorado me pedindo pelo amor de Deus para eu tirar aquilo do ar. Ele queria me proteger da fúria dos politicamente corretos. Ele achava que aquela frase era preconceituosa e eu poderia ser seriamente prejudicada com aquilo. Ou seja:
1) Vivemos uma situação de patrulhamento e medo. Será que não notam o abismo no qual esse país está caindo? Cadê a paz advinda da liberdade?
2) Para algumas pessoas ser preto é algo tão ruim e tão feio que não se pode nem usar o termo. Para eles, "preto" é um defeito, portanto é um termo ofensivo. Se a pessoa é preta nós temos que amenizar sua triste situação e chamá-la de qualquer coisa, menos disso.
3) Eu não sou assim. Não entendo por quê "preto" pode ser ofensivo e "branco" pode ser um elogio. "Branco" é normal mas "preto" é xingamento. Que horrível preconceito!!!
4) Eu sou preta e não me orgulho disso. Não vejo motivo algum para alguém se orgulhar de algo tão simples e banal. A gente deve se orgulhar do que fez de bom nessa vida, do que conquistou, da nossa firmeza de caráter, mas se orgulhar de algo que caiu do céu e não nos custou nenhum esforço? Não vejo motivo.
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quinta-feira, 30 de junho de 2011
Ainda sobre a Myrian Rios
A respeito do que eu escrevi dia desses na postagem A Myrian Rios Está Certa, vou me retratar em parte: a Myriran Rios não está de todo certa: ela está certa só EM PARTE.
Lembra quando eu disse que todas as nossas escolhas tem um preço? Retiro tudo. Desconsiderem, queridos leitores. Não porque não seja verdade (todos os dias eu pago por ser como sou, por dizer o que digo, por vestir o que visto, por gastar o que gasto). Retiro porque dentro daquele texto essa afirmativa ganhou uma conotação muito má e inaceitável e na hora não me toquei. Não acho que a pessoa "tem que pagar por isso". Não foi isso que eu quis dizer. Desculpem.
Agora quanto ao resto, não mudo nada.
Estou escrevendo isso porque um leitor - Rafael Luz - me detonou. Ele achou horrível eu defender a liberdade de cada pessoa escolher seus trabalhadores domésticos. Por causa disso fui chamada de preconceituosa. Ele acha que se um trabalhador doméstico se declarar homossexual, ele deve ganhar imediatamente vitaliciedade no emprego.
Se essa moda pega não vão sobrar heterossexuais no mundo: todo mundo vai se declarar homossexual só para ter o privilégio de sair do emprego apenas quando der vontade.
Eu sempre soube e sempre lamentei o sofrimento que os homossexuais passaram ao longo da nossa história. Só que com a manifestação desse rapaz em meu blog pude entender que a coisa é mais séria, dolorida e traumática do que eu supunha. Pela reação dele deu pra observar tanto ressentimento e amargura que estou com azia até agora. Não sei quantas gerações se passarão até que as pessoas respirem fundo, se acalmem e passem a aceitar o fato de que uns não podem ter mais direitos do que outros.
É como aquele velho ditado: "cachorro mordido de cobra tem medo até de linguiça". Ou: "gato escaldado tem medo de água fria".
Olha só o que ele me disse: que minha fala é tão preconceituosa quanto a da Myrian Rios. Mentira. Eu NÃO DISSE que desconfio mais dos homossexuais do que dos hetero. Não falei isso mas ele entendeu tudo errado provavelmente porque ele deve ser um "gato escaldado que tem medo de água fria". A gente nem fala, o cara já vem com quatro pedras na mão! Valha-me Deus!
Não preguei desconfiança, mas liberdade de contratar ou de despedir um empregado pago por MIM. O que eu disse não se aplica a funcionários públicos e outros tipos de trabalhadores. É necessário entender que a intimidade do ambiente doméstico não pode ser vista como uma loja, uma empresa, uma repartição pública. Há peculiaridades a serem consideradas,
Ao Rafael, que escreveu, pergunto:
1) Seja honesto: quantas mães deixariam sua filha de 13 anos de idade o dia todo aos cuidados de um homem, um macho, um marmanjo barbado que não fosse da família? Pense em um babá fofo desses para cuidar, ajudar a vestir, colocar no colo, contar historias, fazer dormir ... Não conheço nenhuma mãe nem nenhum pai que o contrataria. Você, se fosse pai, não contrataria. As mulheres preferem contratar mulheres para serviços domésticos por essas e por outras. Com isso eu estou sendo preconceituosa e dizendo que todo homem é tarado? Não!
Agora eu pergunto: uma mulher homossexual gosta da mesma coisa que um homem heterossexual, não é? Pois é.
Conheço muitas famílias que não contratam empregadas domésticas bonitas. Revolte-se contra essas famílias também, por favor!!! Toda mulher bonita é galinha, piranha, safada, destruidora de lares? NÃO!!! Mas muitas pessoas não querem pagar pra ver.
Muitas pessoas não contratariam um trabalhador doméstico se souber que ele é adepto de seitas satânicas. Revolte-se também.
Querido leitor, você precisa entender uma coisa: SE EU PAGO, TENHO O DIREITO DE ESCOLHER. Só isso.
Você disse que nao é a sexualidade que define uma pessoa. Na verdade não é SÓ a sexualidade que define. É a sexualidade mais um monte de outras coisas. É fácil dizer que a sexualidade não diz nada, mas pense em contratar uma trabalhadora ninfomaníaca. Será que ela não traria problemas? Possivelmente. Sim, a sexualidade é uma das pistas que explicam quem é uma pessoa. Outras pistas: preferências estéticas, grau de instrução, religião, posição política, grupos aos quais uma pessoa se associa... TUDO, EM CONJUNTO mostra o que somos. Tudo significa alguma coisa. O problema é que nem sempre fazemos a análise corretamente.
2) Leitor, você foi injusto comigo: EM MOMENTO ALGUM ASSOCIEI HOMOSSEXUALIDADE COM PEDOFILIA. Quem insinuou isso foi a Myrian Rios, e eu discordei. Releia o texto por favor. Eu falei que um homossexual e um heterossexual tem a mesma probabilidade de serem pedófilos - ou não.
3) Caraca! Você disse que estou espalhando o ódio? Mandei matar alguém? Esfolar? Bater? Você odeia todos os que não amam os homossexuais. Quem está cheio de ódio é você. Você se dirigiu a mim cheio de amargura só porque desconfia que eu sou homofóbica. Imagine se tivesse certeza! Socorro!
Calma, amigo! Só quero ter o direito de escolher quem trabalha na minha casa. Só isso. É querer muito?
Lembra quando eu disse que todas as nossas escolhas tem um preço? Retiro tudo. Desconsiderem, queridos leitores. Não porque não seja verdade (todos os dias eu pago por ser como sou, por dizer o que digo, por vestir o que visto, por gastar o que gasto). Retiro porque dentro daquele texto essa afirmativa ganhou uma conotação muito má e inaceitável e na hora não me toquei. Não acho que a pessoa "tem que pagar por isso". Não foi isso que eu quis dizer. Desculpem.
Agora quanto ao resto, não mudo nada.
Estou escrevendo isso porque um leitor - Rafael Luz - me detonou. Ele achou horrível eu defender a liberdade de cada pessoa escolher seus trabalhadores domésticos. Por causa disso fui chamada de preconceituosa. Ele acha que se um trabalhador doméstico se declarar homossexual, ele deve ganhar imediatamente vitaliciedade no emprego.
Se essa moda pega não vão sobrar heterossexuais no mundo: todo mundo vai se declarar homossexual só para ter o privilégio de sair do emprego apenas quando der vontade.
Eu sempre soube e sempre lamentei o sofrimento que os homossexuais passaram ao longo da nossa história. Só que com a manifestação desse rapaz em meu blog pude entender que a coisa é mais séria, dolorida e traumática do que eu supunha. Pela reação dele deu pra observar tanto ressentimento e amargura que estou com azia até agora. Não sei quantas gerações se passarão até que as pessoas respirem fundo, se acalmem e passem a aceitar o fato de que uns não podem ter mais direitos do que outros.
É como aquele velho ditado: "cachorro mordido de cobra tem medo até de linguiça". Ou: "gato escaldado tem medo de água fria".
Olha só o que ele me disse: que minha fala é tão preconceituosa quanto a da Myrian Rios. Mentira. Eu NÃO DISSE que desconfio mais dos homossexuais do que dos hetero. Não falei isso mas ele entendeu tudo errado provavelmente porque ele deve ser um "gato escaldado que tem medo de água fria". A gente nem fala, o cara já vem com quatro pedras na mão! Valha-me Deus!
Não preguei desconfiança, mas liberdade de contratar ou de despedir um empregado pago por MIM. O que eu disse não se aplica a funcionários públicos e outros tipos de trabalhadores. É necessário entender que a intimidade do ambiente doméstico não pode ser vista como uma loja, uma empresa, uma repartição pública. Há peculiaridades a serem consideradas,
Ao Rafael, que escreveu, pergunto:
1) Seja honesto: quantas mães deixariam sua filha de 13 anos de idade o dia todo aos cuidados de um homem, um macho, um marmanjo barbado que não fosse da família? Pense em um babá fofo desses para cuidar, ajudar a vestir, colocar no colo, contar historias, fazer dormir ... Não conheço nenhuma mãe nem nenhum pai que o contrataria. Você, se fosse pai, não contrataria. As mulheres preferem contratar mulheres para serviços domésticos por essas e por outras. Com isso eu estou sendo preconceituosa e dizendo que todo homem é tarado? Não!
Agora eu pergunto: uma mulher homossexual gosta da mesma coisa que um homem heterossexual, não é? Pois é.
Conheço muitas famílias que não contratam empregadas domésticas bonitas. Revolte-se contra essas famílias também, por favor!!! Toda mulher bonita é galinha, piranha, safada, destruidora de lares? NÃO!!! Mas muitas pessoas não querem pagar pra ver.
Muitas pessoas não contratariam um trabalhador doméstico se souber que ele é adepto de seitas satânicas. Revolte-se também.
Querido leitor, você precisa entender uma coisa: SE EU PAGO, TENHO O DIREITO DE ESCOLHER. Só isso.
Você disse que nao é a sexualidade que define uma pessoa. Na verdade não é SÓ a sexualidade que define. É a sexualidade mais um monte de outras coisas. É fácil dizer que a sexualidade não diz nada, mas pense em contratar uma trabalhadora ninfomaníaca. Será que ela não traria problemas? Possivelmente. Sim, a sexualidade é uma das pistas que explicam quem é uma pessoa. Outras pistas: preferências estéticas, grau de instrução, religião, posição política, grupos aos quais uma pessoa se associa... TUDO, EM CONJUNTO mostra o que somos. Tudo significa alguma coisa. O problema é que nem sempre fazemos a análise corretamente.
2) Leitor, você foi injusto comigo: EM MOMENTO ALGUM ASSOCIEI HOMOSSEXUALIDADE COM PEDOFILIA. Quem insinuou isso foi a Myrian Rios, e eu discordei. Releia o texto por favor. Eu falei que um homossexual e um heterossexual tem a mesma probabilidade de serem pedófilos - ou não.
3) Caraca! Você disse que estou espalhando o ódio? Mandei matar alguém? Esfolar? Bater? Você odeia todos os que não amam os homossexuais. Quem está cheio de ódio é você. Você se dirigiu a mim cheio de amargura só porque desconfia que eu sou homofóbica. Imagine se tivesse certeza! Socorro!
Calma, amigo! Só quero ter o direito de escolher quem trabalha na minha casa. Só isso. É querer muito?
quarta-feira, 29 de junho de 2011
terça-feira, 28 de junho de 2011
A Myrian Rios está certa
Li ainda agora (http://br.noticias.yahoo.com/em-discurso-na-alerj--myrian-rios-associa-homossexualidade-a-pedofilia.html#mwpphu-container) que a ex-atriz e deputada estadual Myrian Rios (PDT) afirmou querer ter o direito de demitir uma babá lésbica.
Notei que a maioria dos comentários (no Yahoo) são a favor de Myrian. Também concordo com ela. Pra começar eu digo que JÁ TENHO esse direito de escolher quem pode ou não pode entrar ou permanencer dentro da minha casa. Se esse direito é ou não é reconhecido, paciência. O direito existe independentemente de ser reconhecimento do Estado ou pela ala homossexual xiita.
Nem a polícia tem o direito de entrar em minha casa sem minha permissão ou autorização judicial. Nem meus amigos! Imaginar que eu seja obrigada a engolir dentro de minha casa uma pessoa na eu qual não confio e ainda ter que lhe pagar, é uma violência inominável.
Myrian Rios argumenta: "Digamos que eu tenha duas meninas em casa e contrate uma babá que mostra que sua orientação sexual é ser lésbica. Se a minha orientação sexual for contrária e eu quiser demiti-la, eu não posso. O direito que a babá tem de querer ser lésbica é o mesmo que eu tenho de não querer ela na minha casa. " Quem vai dizer que ela está errada?
É verdade que o risco de um heterossexual ser molestador é o mesmo de um homossexual ser molestador. Isso pode ser uma verdade estatístia. O detalhe é que ninguém pode obrigar um pai ou uma mãe a se guiar pelas estatísticas do Governo. Posso ignorar tudo isso e seguir apenas as minhas cismas - e daí?
É verdade que o risco de um heterossexual ser molestador é o mesmo de um homossexual ser molestador. Isso pode ser uma verdade estatístia. O detalhe é que ninguém pode obrigar um pai ou uma mãe a se guiar pelas estatísticas do Governo. Posso ignorar tudo isso e seguir apenas as minhas cismas - e daí?
Daqui a pouco as pessoas serão obrigadas a dizer que são homossexuais só para não perderem o emprego e conseguirem benesses. Eles serão uma casta privilegiada. Tem cabimento?
Minha manifestação ao final da notícia foi: " Meu lar é sagrado e meus filhos também são. Não sou o brigada a suportar ninguém que eu não queira dentro da minha casa. E se for uma empregada porca? Também tenho o direito de mandar embora. E se for um motorista tarado? Tenho o mesmo direito. Se não for nada disso mas apenas eu não for com a cara da pessoa? Igualmente tenho direito de mandar embora porque não sou obrigada a me sentir desconfortável dentro de minha própria casa. Os homossexuais podem ser são tão confiáveis quanto os hetero, mas nenhum pai de família tem obrigação de acreditar nisso. Não sou obrigada a confiar em ninguém e não sou obrigada a pagar salário a um empregado no qual eu não confio absolutamente. Se uma mãe não confia em uma babá homossexual, quem tem o direito de obrigá-la a confiar? Ninguem. Assim como ninguem tem o direito a me obrigar a manter em casa um faxineiro ex-presidiário. Ele pode ser um anjo de candura mas nao sou obrigada a confiar! É questão de foro íntimo!
Há empresas que não contratam pessoas tatuadas ou fumantes. Quem escolhe esse caminho tem que entender que tudo nessa vida tem um custo. Temos que arcar com os resultados das nossas escolhas. Quem se tatua não pode querer obrigar os outros a não ter preconceitos. Algumas pessoas relacionam tatuagem com submundo. Tolice? É. Mas cada um de nós tem o direito de ser tolo. Você pode se tatuar e eu posso ser tola em relação a isso.
Há empresas que não contratam pessoas tatuadas ou fumantes. Quem escolhe esse caminho tem que entender que tudo nessa vida tem um custo. Temos que arcar com os resultados das nossas escolhas. Quem se tatua não pode querer obrigar os outros a não ter preconceitos. Algumas pessoas relacionam tatuagem com submundo. Tolice? É. Mas cada um de nós tem o direito de ser tolo. Você pode se tatuar e eu posso ser tola em relação a isso.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Você não pode ser mais feliz do que a sua esposa (!)

Eu hein... Se você ler, acabará concluindo que o homem tem uma maior tendência a "empurrar os problemas com a barriga", enquanto a mulher tende a ser inconformada. Ou não: o homem arruma compensações para a sua infelicidade, enquanto a mulher simplesmente não consegue.
Claro que toda regra tem exceção, mas olhando ao redor... dá pra concluir que faz sentido.
"Pesquisadores alemães chegaram à seguinte conclusão: se o homem da casa for o mais feliz da relação, é mais provável que o casamento termine em divórcio do que se a felizona do casal for a mulher..."
Acrescentando meus pitacos à pesquisa alheia, arrisco-me a afirmar que a questão não é simplesmente se ele é feliz ou infeliz: a questão é a mulher ACHAR que ele é mais feliz. Aí lascou-se.
Mulheres... Ô raça!
Homem quando está infeliz vai catar o que fazer: jogar futebol, arrumar outra mulher, atolar-se no trabalho ou inventar atividades (ou desculpas) que o mantenham longe da sua esposa. Já a mulher, ao invés de se distrair para fugir do problema, faz exatamente o contrário: remói o problema e o vive intensamente cada minuto da vida. Fala, reclama, desabafa com todo mundo, chora... não pensa em outra coisa. E quando dá de cara com o marmanjo lépido e faceiro, sem nem se tocar de nada, conclui que ela é que é a bestalhona e que "isso não pode ficar assim". Daí para a ruptura é só um pulo.
Você pode até discordar, mas tenho certeza que depois de ler o artigo você não vai resistir e vai prestar mais atenção à sua relação... e à dos outros!
domingo, 26 de junho de 2011
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Um dia...
Perdi muita gente. Muita gente também me perdeu de vista. Mas um dia...
Um dia cruzaremos nossos caminhos de novo por uma dessas vielas improváveis da vida. Talvez nossos olhares se cruzem e eu custe um pouco a adaptar minha mente à sua imagem recente.
Se isso acontecer daqui a vinte anos você vai achar que tudo está mudado, mas isso não será verdade! Embora tudo mude, algumas coisas são eternas. É preciso ter sempre isto em mente para não nos assustarmos com a vida.
A delícia de viver está justamente em descobrir quais são essas coisas imutáveis.
Quando menos esperar você verá seu amigo em alguma fila, algum engarrafamento ou padaria do mundo. Ele estará um um pouco mais curvo, um pouco mais lento, menos decidido e mais humilde na arte de sonhar. Ele cultivará brotos de feijão - sonhos simplórios de curtíssimo prazo que nem deveriam ser denominados "sonhos". Cultivará "cochilos" de fácil realização. Terá gestos pausados e você verá hesitação onde não havia espaço para ela antes. Quando isso acontecer não fique triste porque você também estará usando roupas diferentes do seu antigo gosto. Talvez calce um sapato engraçado, presente de neto.
O que eu sou? O que é meu mesmo e não coisa ocasional? O sorriso? O espirro? O gostar de lilás? Há um jeito de abraçar que seja só meu? O que irá permanecer daqui a quarenta anos?
De tudo restará um lampejo nos olhos, visível em futuros reencontros. Prepare-se. Será um brilho conhecido a se manifestar discretamente escapando da opacidade. Será algo com o que nós estamos familiarizados ainda que não nos demos conta disso. O que ressurgirá é o que nunca se foi. Ficará o que realmente interessava por todos esses anos. Acho que podemos nomear "isso" como "alma".
O que sempre nos prendeu em cada pessoa que amamos foi a alma. Mesmo em nossos piores momentos de frivolidade. Amigos, sabei: um dia teremos aprendido que nenhuma daquelas bobagens valia a pena. Nada, nem mesmo a beleza passada era a essência do que somos nem o centro do que buscávamos uns nos outros. E aquela coisa boa que nos acalentava maternalmente enquanto estávamos juntos, aquela coisa cândida e sem nome, não se devia a nada daquilo que tanto prezávamos. Devia-se à alma, à energia própria de cada um, coisa inconfundível e cara. Era ela que, com ou sem ornamentos, fazia a vida valer a pena.
Nada amamos, a não ser a alma. Quem ama outra coisa, não ama nada. E isso é tudo o que meus olhos vão buscar em você lá no futuro, quando pensarmos que estamos completamente descaracterizados.
Se daqui a alguns anos você encontrar alguém do passado e se seus olhos descobrirem o que até então estava encoberto... Se finalmente seu olhar estiver desvestido das lentes das nulidades, não hesite: vá ao seu encontro! Corra a abraçá-lo ainda que esse querido não o reconheça. Pode parecer constrangedor no primeiro momento mas quando novamente estiveres sozinho saberás que naquele abraço talvez tenhas salvado todo o teu passado.
Um dia cruzaremos nossos caminhos de novo por uma dessas vielas improváveis da vida. Talvez nossos olhares se cruzem e eu custe um pouco a adaptar minha mente à sua imagem recente.
Se isso acontecer daqui a vinte anos você vai achar que tudo está mudado, mas isso não será verdade! Embora tudo mude, algumas coisas são eternas. É preciso ter sempre isto em mente para não nos assustarmos com a vida.
A delícia de viver está justamente em descobrir quais são essas coisas imutáveis.
Quando menos esperar você verá seu amigo em alguma fila, algum engarrafamento ou padaria do mundo. Ele estará um um pouco mais curvo, um pouco mais lento, menos decidido e mais humilde na arte de sonhar. Ele cultivará brotos de feijão - sonhos simplórios de curtíssimo prazo que nem deveriam ser denominados "sonhos". Cultivará "cochilos" de fácil realização. Terá gestos pausados e você verá hesitação onde não havia espaço para ela antes. Quando isso acontecer não fique triste porque você também estará usando roupas diferentes do seu antigo gosto. Talvez calce um sapato engraçado, presente de neto.
O que eu sou? O que é meu mesmo e não coisa ocasional? O sorriso? O espirro? O gostar de lilás? Há um jeito de abraçar que seja só meu? O que irá permanecer daqui a quarenta anos?
De tudo restará um lampejo nos olhos, visível em futuros reencontros. Prepare-se. Será um brilho conhecido a se manifestar discretamente escapando da opacidade. Será algo com o que nós estamos familiarizados ainda que não nos demos conta disso. O que ressurgirá é o que nunca se foi. Ficará o que realmente interessava por todos esses anos. Acho que podemos nomear "isso" como "alma".
O que sempre nos prendeu em cada pessoa que amamos foi a alma. Mesmo em nossos piores momentos de frivolidade. Amigos, sabei: um dia teremos aprendido que nenhuma daquelas bobagens valia a pena. Nada, nem mesmo a beleza passada era a essência do que somos nem o centro do que buscávamos uns nos outros. E aquela coisa boa que nos acalentava maternalmente enquanto estávamos juntos, aquela coisa cândida e sem nome, não se devia a nada daquilo que tanto prezávamos. Devia-se à alma, à energia própria de cada um, coisa inconfundível e cara. Era ela que, com ou sem ornamentos, fazia a vida valer a pena.
Nada amamos, a não ser a alma. Quem ama outra coisa, não ama nada. E isso é tudo o que meus olhos vão buscar em você lá no futuro, quando pensarmos que estamos completamente descaracterizados.
Se daqui a alguns anos você encontrar alguém do passado e se seus olhos descobrirem o que até então estava encoberto... Se finalmente seu olhar estiver desvestido das lentes das nulidades, não hesite: vá ao seu encontro! Corra a abraçá-lo ainda que esse querido não o reconheça. Pode parecer constrangedor no primeiro momento mas quando novamente estiveres sozinho saberás que naquele abraço talvez tenhas salvado todo o teu passado.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Sobre o texto de anteontem - dia 21
Só pra você ver como é que as coisas são: ontem eu havia iniciado minha postagem comentando algo sobre "os pretos". Um amigo me telefonou apavorado me pedindo pelo amor de Deus para eu tirar aquilo do ar. Ele queria me proteger da fúria dos politicamente corretos. Ele achava que aquela frase era preconceituosa e eu poderia ser seriamente prejudicada com aquilo. Ou seja:
1) Vivemos uma situação de patrulhamento e medo. Será que não notam o abismo no qual esse país está caindo? Cadê a paz advinda da liberdade?
2) Para algumas pessoas ser preto é algo tão ruim e tão feio que não se pode nem usar o termo. Para eles, "preto" é um defeito, portanto é um termo ofensivo. Se a pessoa é preta nós temos que amenizar sua triste situação e chamá-la de qualquer coisa, menos disso.
3) Eu não sou assim. Não entendo por quê "preto" pode ser ofensivo e "branco" pode ser um elogio. "Branco" é normal mas "preto" é xingamento. Que horrível preconceito!!!
4) Eu sou preta e não me orgulho disso. Não vejo motivo algum para alguém se orgulhar de algo tão simples e banal. A gente deve se orgulhar do que fez de bom nessa vida, do que conquistou, da nossa firmeza de caráter, mas se orgulhar de algo que caiu do céu e não nos custou nenhum esforço? Não vejo motivo.
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