Em primeiro lugar: não me xingue.
Li esses dias a seguinte frase: "Sem sombra de dúvida, a vontade do capitalista consiste em encher os bolsos, o mais que possa..." (Karl Marx)
Discordo.
Ou concordo, se em seguida Marx emendar que todos somos capitalistas.
Não são "os capitalistas" que querem encher os bolsos. Isso é o que TODOS querem, até Marx. Todos gostam de dinheiro e duvido muito que ele não gostasse.
Isto posto... Tenho a dizer que ninguém quer dinheiro pelo dinheiro em si. O que o dinheiro tem de desejável é a sensação de segurança e poder que ele traz, coisa que todos querem, tanto os monstruosos capitalistas quanto os revolucionários, os proletários, os comunistas, os socialistas e os fumados em geral.
Acontece que todos os que demonizam os capitalistas têm ânsia por poder na mesma intensidade que os capitalistas tem ânsia por dinheiro. Se considerarmos que dinheiro é poder... vemos a hipocrisia de certos discursos "revolucionários".
Não se deve criar nada para o homem - muito menos as leis - sem levar em conta como o homem realmente é. As leis não servem para modificar a nossa natureza, mas para impor limites a ela.
Limites ao capitalismo? Não sou economista mas se é possível fazer isso sem detonar a economia nem engessar a livre iniciativa, sou a favor.
Ora, se segurança e poder são desejos comuns a todos os homens e se os comunistas e socialistas e capitalistas são homens, há de se concordar que eles querem exatamente as mesmas coisas. Só que não fica bem proclamar isso em um discurso. Daí vem a malícia de fazer crer que só os outros têm ambições.
Se somos todos ávidos e isso é admitido sem hipocrisia, tudo bem! A partir daí dá até para pensar em emlhorar o que temos. Mas se partirmos da mentira, fica difícil. Se partirmos da idéia de que "os outros" é que são o lobo mau, aí não há esperança mesmo.
Todo o nosso sistema econômico e de governo tem de partir desse pressuposto. Nossas leis tem que ser formuladas para domar a avidez do homem, que se volta frequentemente contra o seu próximo.
Alguns podem dizer que a proposta dos sistemas anti capitalistas é justamente esse. Pode parecer que sim, mas não é, pois se baseia em pressupostos equivocados:
1) O pressuposto de que estamos lutando contra "eles". Isso é nefasto.
2) O pressuposto de que quem luta contra "eles" (os capitalistas) possui uma pureza ideológica celeste, por isso não precisa ser contido. Mentira. Quando o cão raivoso põe o pé no poder, fica no mínimo igual aos outros. No mínimo!
3) O pressuposto de que quem luta contra "eles" precisa de uma dose muito maior de poder para dar conta dessa tarefa tão árdua.
É totalmente idiota e contraproducente acreditar que "eles" (o outro grupo) querem "encher os bolsos" e "nós" não queremos isso.
O grande problema é que as pessoas que querem lutar contra "eles", não admitem que são da mesma laia. Sim, as mesmas pessoas que querem lutar "contra eles" acabam requerendo da sociedade um poder absoluto para alcançar o objetivo de acabar com a ambição "deles" enquanto quem quer mais e mais poder é igualmente ambicioso e insensível.
Um ambicioso poderoso é basicamente um sujeito PERIGOSO.
Enquanto o poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente (John Emerich Edward Dalberg-Acton). Todos os que separam a sociedade em "eles" e "nós", se colocam numa posição de superioridade maligna.
Por exemplo: todo ditador é rico. Quem manda, dispõe de.
Civilizar (legislar) significa impor limites ao que somos.Somos ambiciosos, invejosos, ávidos, competitivos. Não são "eles" que são assim, somos todos. NINGUÉM ESTÁ ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA nem o "puro militante contra a burguesia e a favor da igualdade".
Pensar uma sociedade não é sentar em uma cátedra para separar o joio do trigo, mas admitir que temos todos, basicamente, os mesmos anseios e impulsos.
Quem não se enxerga, não enxerga mais nada. E quem não enxerga nada, não tem capacidade nem direito de governar ninguém.
Desculpa aí, Marx! Comecei com você mas sobrou para os seus discípulos.
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domingo, 9 de janeiro de 2011
Dinheiro = Poder
Em primeiro lugar: não me xingue.
Li esses dias a seguinte frase: "Sem sombra de dúvida, a vontade do capitalista consiste em encher os bolsos, o mais que possa..." (Karl Marx)
Discordo.
Ou concordo, se em seguida Marx emendar que todos somos capitalistas.
Não são "os capitalistas" que querem encher os bolsos. Isso é o que TODOS querem, até Marx. Todos gostam de dinheiro e duvido muito que ele não gostasse.
Isto posto... Tenho a dizer que ninguém quer dinheiro pelo dinheiro em si. O que o dinheiro tem de desejável é a sensação de segurança e poder que ele traz, coisa que todos querem, tanto os monstruosos capitalistas quanto os revolucionários, os proletários, os comunistas, os socialistas e os fumados em geral.
Acontece que todos os que demonizam os capitalistas têm ânsia por poder na mesma intensidade que os capitalistas tem ânsia por dinheiro. Se considerarmos que dinheiro é poder... vemos a hipocrisia de certos discursos "revolucionários".
Não se deve criar nada para o homem - muito menos as leis - sem levar em conta como o homem realmente é. As leis não servem para modificar a nossa natureza, mas para impor limites a ela.
Limites ao capitalismo? Não sou economista mas se é possível fazer isso sem detonar a economia nem engessar a livre iniciativa, sou a favor.
Ora, se segurança e poder são desejos comuns a todos os homens e se os comunistas e socialistas e capitalistas são homens, há de se concordar que eles querem exatamente as mesmas coisas. Só que não fica bem proclamar isso em um discurso. Daí vem a malícia de fazer crer que só os outros têm ambições.
Se somos todos ávidos e isso é admitido sem hipocrisia, tudo bem! A partir daí dá até para pensar em emlhorar o que temos. Mas se partirmos da mentira, fica difícil. Se partirmos da idéia de que "os outros" é que são o lobo mau, aí não há esperança mesmo.
Todo o nosso sistema econômico e de governo tem de partir desse pressuposto. Nossas leis tem que ser formuladas para domar a avidez do homem, que se volta frequentemente contra o seu próximo.
Alguns podem dizer que a proposta dos sistemas anti capitalistas é justamente esse. Pode parecer que sim, mas não é, pois se baseia em pressupostos equivocados:
1) O pressuposto de que estamos lutando contra "eles". Isso é nefasto.
2) O pressuposto de que quem luta contra "eles" (os capitalistas) possui uma pureza ideológica celeste, por isso não precisa ser contido. Mentira. Quando o cão raivoso põe o pé no poder, fica no mínimo igual aos outros. No mínimo!
3) O pressuposto de que quem luta contra "eles" precisa de uma dose muito maior de poder para dar conta dessa tarefa tão árdua.
É totalmente idiota e contraproducente acreditar que "eles" (o outro grupo) querem "encher os bolsos" e "nós" não queremos isso.
O grande problema é que as pessoas que querem lutar contra "eles", não admitem que são da mesma laia. Sim, as mesmas pessoas que querem lutar "contra eles" acabam requerendo da sociedade um poder absoluto para alcançar o objetivo de acabar com a ambição "deles" enquanto quem quer mais e mais poder é igualmente ambicioso e insensível.
Um ambicioso poderoso é basicamente um sujeito PERIGOSO.
Enquanto o poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente (John Emerich Edward Dalberg-Acton). Todos os que separam a sociedade em "eles" e "nós", se colocam numa posição de superioridade maligna.
Por exemplo: todo ditador é rico. Quem manda, dispõe de.
Civilizar (legislar) significa impor limites ao que somos.Somos ambiciosos, invejosos, ávidos, competitivos. Não são "eles" que são assim, somos todos. NINGUÉM ESTÁ ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA nem o "puro militante contra a burguesia e a favor da igualdade".
Pensar uma sociedade não é sentar em uma cátedra para separar o joio do trigo, mas admitir que temos todos, basicamente, os mesmos anseios e impulsos.
Quem não se enxerga, não enxerga mais nada. E quem não enxerga nada, não tem capacidade nem direito de governar ninguém.
Desculpa aí, Marx! Comecei com você mas sobrou para os seus discípulos.
Li esses dias a seguinte frase: "Sem sombra de dúvida, a vontade do capitalista consiste em encher os bolsos, o mais que possa..." (Karl Marx)
Discordo.
Ou concordo, se em seguida Marx emendar que todos somos capitalistas.
Não são "os capitalistas" que querem encher os bolsos. Isso é o que TODOS querem, até Marx. Todos gostam de dinheiro e duvido muito que ele não gostasse.
Isto posto... Tenho a dizer que ninguém quer dinheiro pelo dinheiro em si. O que o dinheiro tem de desejável é a sensação de segurança e poder que ele traz, coisa que todos querem, tanto os monstruosos capitalistas quanto os revolucionários, os proletários, os comunistas, os socialistas e os fumados em geral.
Acontece que todos os que demonizam os capitalistas têm ânsia por poder na mesma intensidade que os capitalistas tem ânsia por dinheiro. Se considerarmos que dinheiro é poder... vemos a hipocrisia de certos discursos "revolucionários".
Não se deve criar nada para o homem - muito menos as leis - sem levar em conta como o homem realmente é. As leis não servem para modificar a nossa natureza, mas para impor limites a ela.
Limites ao capitalismo? Não sou economista mas se é possível fazer isso sem detonar a economia nem engessar a livre iniciativa, sou a favor.
Ora, se segurança e poder são desejos comuns a todos os homens e se os comunistas e socialistas e capitalistas são homens, há de se concordar que eles querem exatamente as mesmas coisas. Só que não fica bem proclamar isso em um discurso. Daí vem a malícia de fazer crer que só os outros têm ambições.
Se somos todos ávidos e isso é admitido sem hipocrisia, tudo bem! A partir daí dá até para pensar em emlhorar o que temos. Mas se partirmos da mentira, fica difícil. Se partirmos da idéia de que "os outros" é que são o lobo mau, aí não há esperança mesmo.
Todo o nosso sistema econômico e de governo tem de partir desse pressuposto. Nossas leis tem que ser formuladas para domar a avidez do homem, que se volta frequentemente contra o seu próximo.
Alguns podem dizer que a proposta dos sistemas anti capitalistas é justamente esse. Pode parecer que sim, mas não é, pois se baseia em pressupostos equivocados:
1) O pressuposto de que estamos lutando contra "eles". Isso é nefasto.
2) O pressuposto de que quem luta contra "eles" (os capitalistas) possui uma pureza ideológica celeste, por isso não precisa ser contido. Mentira. Quando o cão raivoso põe o pé no poder, fica no mínimo igual aos outros. No mínimo!
3) O pressuposto de que quem luta contra "eles" precisa de uma dose muito maior de poder para dar conta dessa tarefa tão árdua.
É totalmente idiota e contraproducente acreditar que "eles" (o outro grupo) querem "encher os bolsos" e "nós" não queremos isso.
O grande problema é que as pessoas que querem lutar contra "eles", não admitem que são da mesma laia. Sim, as mesmas pessoas que querem lutar "contra eles" acabam requerendo da sociedade um poder absoluto para alcançar o objetivo de acabar com a ambição "deles" enquanto quem quer mais e mais poder é igualmente ambicioso e insensível.
Um ambicioso poderoso é basicamente um sujeito PERIGOSO.
Enquanto o poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente (John Emerich Edward Dalberg-Acton). Todos os que separam a sociedade em "eles" e "nós", se colocam numa posição de superioridade maligna.
Por exemplo: todo ditador é rico. Quem manda, dispõe de.
Civilizar (legislar) significa impor limites ao que somos.Somos ambiciosos, invejosos, ávidos, competitivos. Não são "eles" que são assim, somos todos. NINGUÉM ESTÁ ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA nem o "puro militante contra a burguesia e a favor da igualdade".
Pensar uma sociedade não é sentar em uma cátedra para separar o joio do trigo, mas admitir que temos todos, basicamente, os mesmos anseios e impulsos.
Quem não se enxerga, não enxerga mais nada. E quem não enxerga nada, não tem capacidade nem direito de governar ninguém.
Desculpa aí, Marx! Comecei com você mas sobrou para os seus discípulos.
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