sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Vale das sombras
Dá-me tua mão Senhor, porque é chegada a minha hora
E sinto que me esvai, como sangramento, o que ainda me tornaria reconhecível
Mas mesmo assim, mais leve que um pensamento,
Meus pés marcam a estrada
Faz frio.
Certamente tudo é incerto
Exceto um futuro inevitável que me espreita
Estou em um lugar para onde não me dirigiSinto cheiro de gente
Isso aumenta minha solidão
Pois não há ninguém.
Parar é insano
Sinto-me impelida para a frente
Há uma convicção de ir, mas não entendo
Nem vejo, nem sei o que esperar.
Dá-me tua mão, Senhor
Pois os meus... já se foram
Desvaneceram os afagos
Doem-me os rins.
Mas talvez clareie o dia
E explenda uma manhã inesperada
Uma manhã que já existe mas aguarda por mim - quem sabe!
Encoberta e sorridente
Como uma surpresa de aniversário.
Dá-me tua mão, Senhor
Até que a manhã me resgate
Penso agora
Que essa manhã talvez não exista
Ou demore-se...
Ou, sendo breve demais
Não espante o frio.
Mas quem sabe a tarde, que já foi cinza,
Mostre sua cara azul e muda
Como o centro das rochas
Dá-me a tua mão, pois perdi a idade
E a ninguém possuo
O vento me é contrário
Então confundo-me.
Tão solitário é viajar sem as bagagens
Sem álbuns ou relíquias
Sem uma partitura sequer para decifrar
É solitário emergir da própria história
Para a dura isenção da verdade.
Aconchego-me em mim mesma
Dá-me tua mão, Senhor
E que a paz me socorra
Dos poros da terra.
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sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Vale das sombras
Dá-me tua mão Senhor, porque é chegada a minha hora
E sinto que me esvai, como sangramento, o que ainda me tornaria reconhecível
Mas mesmo assim, mais leve que um pensamento,
Meus pés marcam a estrada
Faz frio.
Certamente tudo é incerto
Exceto um futuro inevitável que me espreita
Estou em um lugar para onde não me dirigiSinto cheiro de gente
Isso aumenta minha solidão
Pois não há ninguém.
Parar é insano
Sinto-me impelida para a frente
Há uma convicção de ir, mas não entendo
Nem vejo, nem sei o que esperar.
Dá-me tua mão, Senhor
Pois os meus... já se foram
Desvaneceram os afagos
Doem-me os rins.
Mas talvez clareie o dia
E explenda uma manhã inesperada
Uma manhã que já existe mas aguarda por mim - quem sabe!
Encoberta e sorridente
Como uma surpresa de aniversário.
Dá-me tua mão, Senhor
Até que a manhã me resgate
Penso agora
Que essa manhã talvez não exista
Ou demore-se...
Ou, sendo breve demais
Não espante o frio.
Mas quem sabe a tarde, que já foi cinza,
Mostre sua cara azul e muda
Como o centro das rochas
Dá-me a tua mão, pois perdi a idade
E a ninguém possuo
O vento me é contrário
Então confundo-me.
Tão solitário é viajar sem as bagagens
Sem álbuns ou relíquias
Sem uma partitura sequer para decifrar
É solitário emergir da própria história
Para a dura isenção da verdade.
Aconchego-me em mim mesma
Dá-me tua mão, Senhor
E que a paz me socorra
Dos poros da terra.
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