
Há desespero nas águas saídas dos esconderijos. São quase humanas em suas mágoas. Dirigem-se à perdição geladas, como todo condenado prestes à execução. Vêm de um rio de ventre gelado, arranhado por mil pedrinhas, revolvido por peixes, folhas, galhos e cabelos de moças apaixonadas que também desistiram de viver.
Jogam-se, quebram-se desfeitas em milhões de cacos redondos, gotas de vidro, pérolas brancas e fugazes. São também leite espumante e véu de gotículas que tecem fina rede capaz de acolher um arco-íris inteirinho.
Há desespero nas águas
Quase humanas em suas mágoas...
Loucas, fingem poder voar. Por instantes pairam no nada sem respirar mas logo caem, suicidas, sobre as pedras horrorizadas, trêmulas. A queda fatal e a fuga envergonhada para as margens dos lagos. aflição... Desintegração...
Há então desespero nas pedras, aflitas nessa imobilidade. Quantas mortes apararam? Quantos olhos de vidro! Quantos cabelos e vapores brancos já alisaram suas cascas frias!
As pedras são quase parteiras que aparam, abraçam mas se despedem das águas frias e órfãs. São abortos a serem sugados para o centro escuro do mundo.
Jogam-se, quebram-se desfeitas em milhões de cacos redondos, gotas de vidro, pérolas brancas e fugazes. São também leite espumante e véu de gotículas que tecem fina rede capaz de acolher um arco-íris inteirinho.
Há desespero nas águas
Quase humanas em suas mágoas...
Loucas, fingem poder voar. Por instantes pairam no nada sem respirar mas logo caem, suicidas, sobre as pedras horrorizadas, trêmulas. A queda fatal e a fuga envergonhada para as margens dos lagos. aflição... Desintegração...
Há então desespero nas pedras, aflitas nessa imobilidade. Quantas mortes apararam? Quantos olhos de vidro! Quantos cabelos e vapores brancos já alisaram suas cascas frias!
As pedras são quase parteiras que aparam, abraçam mas se despedem das águas frias e órfãs. São abortos a serem sugados para o centro escuro do mundo.
CRISTINA LINDA, TEU TEXTO TA BELO!
ResponderExcluirUM BEIJO!