
Por algum motivo gosto de fazer esses testezinhos de revista. Eles agora evoluíram para o computador. Na internet basta fazer clique e no final nem precisamos contar os pontos. Por exemplo, se eu quiser fazer o teste "você é preguiçoso?" posso responder a todas as perguntas e ao final receber já pronta a pontuação mastigadinha: "Você não é preguiçoso! Parabéns!"
Hoje rendi-me ao teste "Você é medíocre?" O site era sobre blogs e para saber se o futuro blogueiro iria construir algo reles, propunha-se a medir o seu nível de mediocridade a partir da criatividade, idéias próprias, apego a tolices, lugares-comuns, abobrinhas e coisa e tal. Como era só ir fazendo clique nos quadradinho resolvi fazer o teste apenas para confirmar o que TODOS NÓS já sabemos à exaustão.
Uma vez confirmado o que TODOS NÓS JÁ SABEMOS À EXAUSTÃO (que eu não sou medíocre) saí satisfeita da página, com o peito tufado e cabeça erguida perante o mundo. O vento soprava cândido sobre meus pensamentos arejando-os... Vento miserável!
Com os pensamentos indevidamente arejados não pude deixar de me deparar com a incômoda desconfiança de que somente uma pessoa de fato medíocre se prestaria para fazer um testezinho de merda em um sitezinho de merda e ainda se sentir contente com essa tal aprovação.
Que pegadinha!
Quequeisso?! Que coisa mais lamentável! Onde nós estamos? Quer dizer que se o teste dissesse que eu sou medíocre eu iria fazer o quê? entrar em parafuso? Beber até cair, pra esquecer? Bater meia noite na casa da minha terapeuta pedindo socorro? Pedir ajuda aos universitários? Alugar meus amigos e torná-los todos meus inimigos, por fim?
Agora que fiz o teste dizendo que não sou medíocre, estou me sentindo a mais medíocre das criaturas. Bonito pra minha cara.
Agora que sou medíocre porque passei no teste da não mediocridade estou pensando seriamente em entrar em parafuso, beber até cair, fazer terapia, e alugar os ouvidos dos amigos - tudo de uma vez.
O primeiro estágio foi o da felicidade. O segundo estágio foi o da depressão.
O terceiro estágio é precisamente esse: repensar tudo de novo, colocar no liquidificador e ver que nada é sério, ora ora!
Pense comigo: na verdade não foi uma armadilha, apenas uma brincadeira que me fez pensar. Pois é, pensei e aqui estou, dividindo com vocês essa experiência transcedental. Anotem. Isso deve ajudar vocês a crescer de alguma forma (nem que seja para os lados...)
Quem pensa, pensa, dá voltas e chega a conclusão que nada vale a pena, que no final tudo foi apenas uma academia para os neurônios que rendeu um pequeno texto, obviamente não tem que se preocupar com ser ou não ser medíocre. Porque não é. Claro! Esse é o quarto e último estágio. Pronto.
Por que terminar afirmando que não sou medíocre? Se não o fosse, estaria preocupada em provar isso a pessoas que nem sei se são ou não são? Se estou tão preocupada - não não estou! (Tá sim...) Não tô! (Tá!)
Ai meu Deus! Acho que esse é o quinto estágio...
ejejejej.
ResponderExcluirEsse não foi um texto medíocre!