domingo, 9 de agosto de 2009

Carta à uma amiga - O tiro certo


"Oi amiga!

Eu agora estou bem. Saí de uma gripe muito incômoda. Junto com a gripe vieram uns dias de instenso mal humor. Fazia tempo que eu não me sentia assim mas eu já devia esperar. Sou a autêntica Mulher de Fases.

Continuo dialogando intensamente com meu cérebro. É algo cansativo mas não consigo deixar de fazer.

Na verdade acho que sou uma terceira pessoa no meio de um bate-boca interno e intenso. Elas (as Cristinas) falam, falam, falam... e eu no meio, quase pirando. Alguém tem que botar ordem nesse barraco!

Penso, repenso... Sabe, acho incrível tudo ter chegado onde chegou. Outras vezes acho incrível isso ter acontecido só agora e não antes, muito antes. Acho isso, acho aquilo... Acho que deveria parar de achar e apenas seguir em frente. Na verdade estou seguindo. Escrevi isso há um mês atrás e só estou postando agora (he he he).

Sempre ouvi dizer - e sempre acreditei, exceto agora - que a gente deve pensar muito antes de tomar decisões. Não é bem assim. Hoje, de cabeça virada, noto que pensei tanto, mas tanto! e tudo o que fiz foi atrasar o inevitável. Adiantou? O tanto pensar não me levou a nenhuma revelação especial da vida. Apenas me esgotou emocionalmente e esgotamento não é conclusão.

Isso tudo se parece muito com a prática de tiro. As vezes a gente mira tanto, tanto e acaba errando. É extremamente cansativo mirar e se concentrar para atirar. Quem já fez, sabe. O corpo dói (braços, pernas, costas, mãos...) a mente cansa, a vista embaça. Quando a gente já tem a técnica e já estamos condicionados, o melhor tiro é o instintivo. Os instrutores dizem isso. No tiro rápido quanto mais você mirar, pior. Tem que ser sem pensar. O tiro sai como uma extensão de nós mesmos e o projetil como que sabe onde tem que ir. No fim dá tudo certo. Pensar demais só estraga.

Acho que a vida é mais ou menos assim. As pessoas mais rápidas e "piradas" no final das contas se estressam menos e acabam acertando sem se cansarem tanto nem perderem tanto tempo. As outras são obrigadas a fazer a mesma coisa, só que ficando mais doloridas.

Pra quê passar setecentos e cincoenta e nove anos fazendo equaçõezinhas? Isso é coisa de cérebro doente. Os loucos são mais saudáveis.

Não sei bem onde me encaixo.

Pt. Saudações."

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domingo, 9 de agosto de 2009

Carta à uma amiga - O tiro certo


"Oi amiga!

Eu agora estou bem. Saí de uma gripe muito incômoda. Junto com a gripe vieram uns dias de instenso mal humor. Fazia tempo que eu não me sentia assim mas eu já devia esperar. Sou a autêntica Mulher de Fases.

Continuo dialogando intensamente com meu cérebro. É algo cansativo mas não consigo deixar de fazer.

Na verdade acho que sou uma terceira pessoa no meio de um bate-boca interno e intenso. Elas (as Cristinas) falam, falam, falam... e eu no meio, quase pirando. Alguém tem que botar ordem nesse barraco!

Penso, repenso... Sabe, acho incrível tudo ter chegado onde chegou. Outras vezes acho incrível isso ter acontecido só agora e não antes, muito antes. Acho isso, acho aquilo... Acho que deveria parar de achar e apenas seguir em frente. Na verdade estou seguindo. Escrevi isso há um mês atrás e só estou postando agora (he he he).

Sempre ouvi dizer - e sempre acreditei, exceto agora - que a gente deve pensar muito antes de tomar decisões. Não é bem assim. Hoje, de cabeça virada, noto que pensei tanto, mas tanto! e tudo o que fiz foi atrasar o inevitável. Adiantou? O tanto pensar não me levou a nenhuma revelação especial da vida. Apenas me esgotou emocionalmente e esgotamento não é conclusão.

Isso tudo se parece muito com a prática de tiro. As vezes a gente mira tanto, tanto e acaba errando. É extremamente cansativo mirar e se concentrar para atirar. Quem já fez, sabe. O corpo dói (braços, pernas, costas, mãos...) a mente cansa, a vista embaça. Quando a gente já tem a técnica e já estamos condicionados, o melhor tiro é o instintivo. Os instrutores dizem isso. No tiro rápido quanto mais você mirar, pior. Tem que ser sem pensar. O tiro sai como uma extensão de nós mesmos e o projetil como que sabe onde tem que ir. No fim dá tudo certo. Pensar demais só estraga.

Acho que a vida é mais ou menos assim. As pessoas mais rápidas e "piradas" no final das contas se estressam menos e acabam acertando sem se cansarem tanto nem perderem tanto tempo. As outras são obrigadas a fazer a mesma coisa, só que ficando mais doloridas.

Pra quê passar setecentos e cincoenta e nove anos fazendo equaçõezinhas? Isso é coisa de cérebro doente. Os loucos são mais saudáveis.

Não sei bem onde me encaixo.

Pt. Saudações."

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