Enrolo, enrolo, mas acabo falando em felicidade. Pareço um pêndulo.
Estou de molho em casa, então os pensamentos, que não são tantos, se repetem.
Olhe bem para a cara da pessoa ao seu lado. Sinceramente, você acha que ela é feliz?
As crianças não pensam em felicidade, apenas vivem.
Os jovens vivem da esperança de serem felizes um dia.
Os velhos concluem que não faz mais sentido nenhum ficar pensando a respeito. Já estão no "dane-se" faz tempo.
"Os outros" é que esquentam o cérebro com isso. Inutilmente, diga-se de passagem. Esmiuçam o tema no escuro enquanto, na frente dos outros, tentam convencer como personagens felizes.
Não que não sejam. E não que sejam. Eles apenas não sabem, mas vão dizendo que são porque seus amigos afirmam sorrindo que são felizes e eles não querem destoar. Fica mal. Vão concordando enquanto tentam desvendar. Quando iniciam a velhice começam a desconfiar de que eram sim. Quando por fim ficam velhos ridicularizam o tempo gasto pensando nisso. Até porque descobrem o grande segredo: que a felicidade só funciona de trás pra frente.
No futuro vou parar de escrever sobre a felicidade. Vou olhar para trás e descobrir que era mesmo muito legal ter saúde, amigos, jantar fora, ir pra academia, ter um emprego, que era muito legal não ser corcunda nem ter rugas ou verruga na ponta do nariz, que não ter tempo para fazer um monte de coisas é sinal de que a pessoa tem um monte de interesses e isso é bom, etc.
Acho que não vou mais ficar falando em felicidade. Desconfio de que isso quebre o encanto. Em linguagem mais simples: dá a maior urucubaca.
Quando a gente vive, assim na boa, a felicidade está sempre por perto, já notou? Quando falamos muito dela, começamos a filosofar e fazer balancetes e ela fica p***a e tira o time de campo.
Bom mesmo é viver.
Felicidade, se existe, é ir vivendo. Na manha mesmo, só isso. Ficar pensando ou perseguindo essa estrela é a maior roubada. Escrever então, nem se fala!
Chega! Se eu começar de novo, pode me mandar parar.
O problema é que a gente sempre quer tudo. E um pouco mais. Assim, a bendita felicidade não chega nunca, mas sempre ficamos a esperar por ela.
ResponderExcluirFelicidade agente não corre atrás. Nós corremos atrás de coisas, muitas vezes pensando em ser a felicidade, mas elas não são.
ResponderExcluirPara perceber isso basta alcançarmos algumas dessas coisas e verificarmos que a felicidade não está lá. Acontece que geralmente não percebemos isso porque sempre depois de uma coisa tem outra coisa! Aí corremos atrás com a visão fechada naquilo.
Quando a velhice chega (pareço um velho falando isso...), e já corremos atrás de muitas coisas, algumas alcançadas e outras não, que começamos a nos dar conta de que a felicidade não está naquilo em que corremos atrás, e sim naquilo ou naqueles que nos faziam companhia durante nossa vida de correria.
Obviamente, sem tem aqueles velhos rabugentos que nunca percebem isso. Ficam perpetuamente lamentando, resmungando, grunindo sobre aquilo que não alcançaram e ao mesmo tempo já cansaram de correr atrás porque ficaram velhos. ô vida infeliz...
"a felicidade não está naquilo em que corremos atrás, e sim naquilo ou naqueles que nos faziam companhia durante nossa vida de crreria. " Sábias palavras...
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