Descobri (de novo) que meu lado infantil não morreu de todo.
Esses dias uma notícia relativamente simples me deixou especialmente emocionada. Aliás, estranhamente emocionada. Não: abestadamente emocionada porque a tal notícia não tinha nenhuma pretensão de emocionar mas na minha cabeça sequelada por contos de fadas o artigo escorregou rapidinho para aquelas gavetas empoeiradas da minha infância.
Li que a deficiente neozelandesa Nadya Vessey, que teve as duas pernas amputadas na infância, ganhou um rabo de sereia (olhe que máximo!) para nadar. Gente, que emocionante!
A cauda é na verdade uma roupa especial desenvolvida pela empresa Weta Workshop, a mesma responsável por figurinos, adereços, maquiagem e efeitos visuais de filmes como O Senhor dos Anéis, As Crônicas de Nárnia e King Kong.
As reportagens (01 e 02) como vocês observam, tem um caráter apenas de curiosidade tecnológica mas dentro da minha cabecinha a manchete era "Princesinha triste, sem pernas, vira uma linda sereia e vive feliz para sempre!"
Fiquei feliz por Nadya e por mim. Motivo: o fato pareceu me dizer que meus sonhos de criança não eram, afinal, tão absurdos assim; que existem magos que transformam pessoas em sereias, em princesas, em guerreiras, em qualquer coisa! Talvez todas aquelas historinhas fossem segredinhos, indicadores proféticos apontando para possibilidades incríveis! Talvez só os poetas, os sonhadores e as crianças sejam os verdadeiros sábios deste mundo.
É um lance meio insano, eu sei. Pode rir se quiser. Foi o que senti e aqui confesso de peito aberto.
De repente o mundo inálcançável do conto de fadas tangenciou no nosso e deixou para nós - para mim! - um lindo sorriso.
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