segunda-feira, 3 de setembro de 2007

"Chan Chan"


Esse é o apelido da chinezinha mais gracinha do mundo. Pelo menos para mim.

Os olhos são obviamente apertados e bem negros - como duas amêndoas de ônix. E o cabelos, beeeeem lisinhos. Por determinação superior (ou seja: minha) hoje são cortados no estilo “chanel” bem curtinho. Tipo “melindrosa”. O corte alonga o pescoço de forma graciosa e o efeito é chiquérrimo.

Boneca-souvenir.

É magra - não come muito. Sendo assim, tem perninhas finas. Só as pernas não - ela é toda fininha. A gente tem até a impressão de que pode quebrá-la facilmente, assim como quebramos o macarrão cru apara que caiba na panela de água fervente. Mas claro: ninguém faria isso com a Chan Chan!

Ela deve ter uns seis anos. Eu acho. E não conheceu os pais naturais. Viveu sua pouca vidinha em um orfanato no interior da China. Bons ventos a trouxeram.

Acho que já disse aqui que não sou muito fã de meninas pequeninas. Sempre gostei mais dos meninos. Meninas são mais legais quando já são mocinhas. Mas a Chan Chan é um caso àparte. Não fui atrás, não a escolhi. Veio trazida pela mão de uma amiga e eu me apaixonei.

Você sabe: a gente não escolhe por quem vai se apaixonar. Também não se prepara para o momento fatal. Quando vê, já era. Foi assim.

Ela estava com um vestidinho “tubinho” de gorgorão amarelo. Assim, numa primeira olhada me lembrou um abajur. Abandonei logo a idéia porque lembrei que os abajures não lambem pirulito e ela estava atracada com um e seu jeitinho era distante e satisfeito - “o mundo que se acabe!” - pude ler em seus pensamentos.

Por que estava arrepiada? Acho que esqueceram de penteá-la, porque ela não tinha a aparência de quem andou pulando por aí.

Minha amiga e eu ficamos conversando na sala. Ela me contou a história da chinesinha: que estava ali “emprestada” mas que deveria ser devolvida ao seu responsável: o Estado.

- Hmm... Precisa devolver mesmo?
- Gracinha ela, né?
- Não vai ficar com você?
- Não posso! Você sabe a minha vida como é.
- Mas não dá peninha de devolver?
- Dá. Mas é assim mesmo. Vou visita-la de vez em quando. Ficamos amigas!
- Será que ela ficaria comigo um final de semana?
- Acho que sim. “Você gostou da tia, Chan Chan?”

Ela não respondeu nada mas li seus pensamentos de novo: “prefiro meu pirulito!” Perdoei e coloquei-a sobre meu colo. Era leve como o Nepomuceno (meu cachorrinho inanimado, lavável e anti alérgico) .

Menininha de isopor e cabelo arrepiado...

Demorou um bocado até ouvirmos sua voz. Demorou também para podermos vê-la pulando e perseguindo a Lucrécia (minha gata animada, pouco lavável e altamente alérgica).

Só sei dizer que a Chan Chan foi ficando, ficando... E já tem um monte de vestidinhos no armário. E Melissas coloridas também.

Garanto que é a chinesinha mais fashion das redondezas.

(Galera, isso é só uma fantasia, tá? Vocês já deveriam estar acostumados com meu jeito assim, meio delirante.)

Cristina Faraon

Um comentário:

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

"Chan Chan"


Esse é o apelido da chinezinha mais gracinha do mundo. Pelo menos para mim.

Os olhos são obviamente apertados e bem negros - como duas amêndoas de ônix. E o cabelos, beeeeem lisinhos. Por determinação superior (ou seja: minha) hoje são cortados no estilo “chanel” bem curtinho. Tipo “melindrosa”. O corte alonga o pescoço de forma graciosa e o efeito é chiquérrimo.

Boneca-souvenir.

É magra - não come muito. Sendo assim, tem perninhas finas. Só as pernas não - ela é toda fininha. A gente tem até a impressão de que pode quebrá-la facilmente, assim como quebramos o macarrão cru apara que caiba na panela de água fervente. Mas claro: ninguém faria isso com a Chan Chan!

Ela deve ter uns seis anos. Eu acho. E não conheceu os pais naturais. Viveu sua pouca vidinha em um orfanato no interior da China. Bons ventos a trouxeram.

Acho que já disse aqui que não sou muito fã de meninas pequeninas. Sempre gostei mais dos meninos. Meninas são mais legais quando já são mocinhas. Mas a Chan Chan é um caso àparte. Não fui atrás, não a escolhi. Veio trazida pela mão de uma amiga e eu me apaixonei.

Você sabe: a gente não escolhe por quem vai se apaixonar. Também não se prepara para o momento fatal. Quando vê, já era. Foi assim.

Ela estava com um vestidinho “tubinho” de gorgorão amarelo. Assim, numa primeira olhada me lembrou um abajur. Abandonei logo a idéia porque lembrei que os abajures não lambem pirulito e ela estava atracada com um e seu jeitinho era distante e satisfeito - “o mundo que se acabe!” - pude ler em seus pensamentos.

Por que estava arrepiada? Acho que esqueceram de penteá-la, porque ela não tinha a aparência de quem andou pulando por aí.

Minha amiga e eu ficamos conversando na sala. Ela me contou a história da chinesinha: que estava ali “emprestada” mas que deveria ser devolvida ao seu responsável: o Estado.

- Hmm... Precisa devolver mesmo?
- Gracinha ela, né?
- Não vai ficar com você?
- Não posso! Você sabe a minha vida como é.
- Mas não dá peninha de devolver?
- Dá. Mas é assim mesmo. Vou visita-la de vez em quando. Ficamos amigas!
- Será que ela ficaria comigo um final de semana?
- Acho que sim. “Você gostou da tia, Chan Chan?”

Ela não respondeu nada mas li seus pensamentos de novo: “prefiro meu pirulito!” Perdoei e coloquei-a sobre meu colo. Era leve como o Nepomuceno (meu cachorrinho inanimado, lavável e anti alérgico) .

Menininha de isopor e cabelo arrepiado...

Demorou um bocado até ouvirmos sua voz. Demorou também para podermos vê-la pulando e perseguindo a Lucrécia (minha gata animada, pouco lavável e altamente alérgica).

Só sei dizer que a Chan Chan foi ficando, ficando... E já tem um monte de vestidinhos no armário. E Melissas coloridas também.

Garanto que é a chinesinha mais fashion das redondezas.

(Galera, isso é só uma fantasia, tá? Vocês já deveriam estar acostumados com meu jeito assim, meio delirante.)

Cristina Faraon

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